Para quem ainda não leu...
Livros recomendados pelo Daniel Duende.

As Crônicas de Artur, trilogia do autor inglês Bernard Cornwell, retratam uma outra interpretação da possível história de um Artur humano, falível mas não menos corajoso e admirável. Mesmo nunca tendo sido rei, tendo se casado com uma mulher muito complicada (mas não menos interessante, segundo minha interpretação) e tendo o destino que teve Artur é um personagem fantástico, e a história é maravilhosamente bem escrita e me tocou profundamente. Foi também um livro que lí em um momento muito sensível de minha vida e que me ensinou um bocado sobre muitas coisas. São bons livros para se começar a ler com calma, para acabar sem pressa, tendo em vista o tamanho de cada volume da trilogia (que equivale grosseiramente ao tamanho da trilogia do Senhor dos Anéis, outra que eu recomendaria se isto não fosse já óbvio demais).


A Voz do Fogo, primeira incursão de Alan Moore (escritor de quadrinhos geniais como Watchmen, V de Vingança e Monstro do Pântano) poderia ser considerada como coisa apenas para fãs. O estilo bem particular de escrita do autor, a bizarria e peso dos temas e a ausência dos quadrinhos que facilitam a digestão das imagens barrocamente detalhadas imaginadas por Moore se encarregariam de colocá-lo nesta categoria. Não fosse por um detalhe: Moore prova com esta obra que é realmente um gênio dentro de seu gênero, colocando-se ao lado de H.P. Lovecraft e de Pop-Horror-Writers como Clive Barker e Stephen King. Conta uma longa e tortuosa história sobre fogo, coisas esquecidas no tempo, e Northhampton. Vale a pena conferir também V de Vingança, V.2, do mesmo autor (que eu ainda não li por falta de grana). Se você ainda não conhece Alan Moore, talvez seja um bom começo ler este livro. Se você já o conhece, não tenha dúvidas de que vale a pena gastar R$42,00 comprando A Voz do Fogo. Leitura que não se pode chamar de deliciosa, mas certamente muito rica e forte, do jeito que o Alan sempre foi.


Como Ser Legal, de Nick Hornby, o mesmo autor de livro homônimo que inspirou o roteiro do filme Alta Fidelidade, é um livro que não surpreende logo de início. Hornby escreve com a tranquilidade e charme, e bom humor, que lhe são peculiares e o livro demora a pegar. Mas quando você se toca, já se apaixonou pelo livro e não consegue mais largar. Conta a história de uma Katie Carr, médica, mãe de dois filhos e casada com um homem verdadeira mente irritado que escreve uma daquelas colunas que falam mal de tudo e todos em um jornal. Katie quer mudar de vida, mas descobre que nem tudo é tão simples como imagina, e que não estava preparada para ter seus desejos atendidos... e que tem que aprender muitas lições sobre "o que é ser legal". É um daqueles livros que compramos pensando "é, deve ser um livro legal, o autor é legal, eu gostei do filme baseado em um livro dele e tal...". começamos a ler, nos entediamos com o início do livro e jogamos de lado (no meu caso, do lado da privada, pois é lá que leio este tipo de livro). Um dia, sentado neste mesmo troninho, entediado e sem nada para ler encontro o livro lá esquecido, atrás do acento cerâmico de tantas horas de um Costa Carvalho, e retomo a leitura; e então me apaixono pelo livro. Vale a pena ler, e sobreviver aos primeiros capítulos que nos causam uma mistura de tédio e enjôo graças a descrição da vida de Katie com seu marido David. Tudo que eu não queria ler em um momento de crise de relação... Mas a história muda rápido, e surpreendentemente.

Por hora é o bastante. Qualquer hora eu volto com mais dicas de minha pequena biblioteca bagunçada e maravilhosa. :)

Love, Good Books and Understanding...