My beloved monster and me...
Uma breve história sobre ter e presentear
Desde meus 9, 10 anos de idade sou colecionador de gibis. Durante quase toda minha adolescência não passava uma semana sem comprar ao menos 2 ou 3 gibis. Alguns dos meus prediletos eram Hellblazer, Books of Magic e Monstro do Pântano. Comprei meus primeiros exemplares de Monstro do Pântano em um sebo, acho que seu nome era A Fortaleza (alí na 512 sul), apenas por curiosidade sobre aquela grande coisa verde na capa. Tão logo lí as primeiras páginas fiquei apaixonado pela riqueza de detalhes da trama e pela ambientação que só um mestre do terror em quadrinhos ou fora deles, Alan Moore, poderia criar. Em um átimo de caridade exagerada meu pai doou estes meus primeiros gibis do Monstro do Pântano, junto a outros 400 gibis que eram mesmo lixo, à gibiteca de um orfanato enquanto eu estava de férias no Rio de Janeiro (isto me lembra o David de Como Ser Bom, doando o computador do filho a um orfanato). Com muita dificuldade, e muitas viagens a sebos de Brasília, consegui remontar minha coleção quase completa dos gibis do Monstro do Pântano e jurei aos quatro ventos que nada mais faria com que me desfizesse dela. Cai o pano.
Muitas mudanças de casa depois, e muitas águas que rolaram neste Rio da Vida, e as revistas ainda sobrevivem em meu acervo, quando muitas outras coisas que eu gostava infelizmente se perderam nas trocas de casa. Um dia entro no blog da Marina e me deparo com um post onde ela dizia que sua mãe desejava um presente muito especial no dia das mães: a revista Monstro do Pântano número 2. Olho rapidamente para meu acervo de revistas. Lá está ela, a olhar para mim, com ares de "é comigo?", meu exemplar do número dois de Monstro do Pântano. Penso no quanto a revista é querida para mim, e no quanto este presente seria especial para a Marina, e para a Julia, sua mãe. Por fim decido dar a revista para a Marina, já cansada de procurar por outro exemplar, para que sua mãe receba um merecido presente neste Dia das Mães. Sim, é uma revista muito querida, de uma coleção muito querida, e este gibí faz parte de minha história mas temos que perceber que às vezes algo que nos é importante pode ser ainda MUITO mais importante para outra pessoa. E estamos neste mundo para ser felizes, e trazer felicidade aos outros, não é mesmo? Então é isso, eu aprendo desapego, a Marina tem recompensados seus esforços (inclusive o de fazer um blog tão legal) e a Júlia recebe um presente que nunca imaginou que receberia quando pediu.
Um grande abraço, de coração, para as mulheres da vida do Ricardo.
Love, Swamp Thing no.2 and Understanding for those who love.
Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.
Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.
Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.
domingo, 11 de maio de 2003
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