Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Robert M. Pirsig sobre Sanidade e Verdade.

Sanity is not truth. Sanity is conformity to what is socially expected. Truth is sometimes in conformity, sometimes not.
-- Pirsig, Robert M., Lila. An inquiry into morals. New York (Bantam Books) 1991, 335

(publicado originalmente neste post aqui)

p.s. reencontrei a versão integral de Zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas disponivel (em inglês) na internet. Quer ler? Vai lá ver...

BNegão, música com filosofia e a cauda longa cultural...

Em excelente matéria para o Overmundo sobre o trabalho de BNegão e os Seletores de Frequência, Paula Martini dá umas boas pinceladas sobre o novo mercado de produção, divulgação e consumo (um termo que preferia ver transformado em usofruto ou coisa assim) de cultura.

"(...) O rapper é um dos criadores do Movimento Pelo Fim do Jabá, que mobiliza artistas chamando a atenção para a "política" das rádios comerciais de cobrar pela veiculação de músicas:

— O CD da gravadora não é mais acessível, e o preço do disco não tem razão de ser tão alto. Eles falam que é o preço da produção, mas o próprio marketing tem que pagar pra tocar, o que faz aumentar o orçamento do marketing e faz aumentar o preço do disco: é uma bola de neve louca. No fim, o que está em risco mesmo é a cultura nacional. Não é por um acaso que são sempre as mesmas músicas que tocam na rádio. A idéia de botar as músicas na internet vem da vontade de falar para o maior número de pessoas possível, desaguar mesmo nossa produção, já que o espaço nas rádios é ridiculamente limitado. Não fazia sentido segurar: quem iria comprar?

Além de tudo, BNegão não tem o perfil das rádios comerciais brasileiras, atualmente restritas a poucas emissoras agrupadas em rede: sua música não arrebanha multidões, não toca na novela das oito e nem é coreografada pelas bailarinas do Faustão. Alguma chance com as massas? Melhor apostar no crescimento dos mercados de nicho, fenômeno gerado pela queda nos custos de produção e distribuição propiciada pelas novas tecnologias — sem falar no fim da limitação de espaço físico (estoques e prateleiras, por exemplo) para uma cultura que agora circula sem suportes.

(A desmidiatização proporcionada pelo avanço tecnológico e pelo conceito de portabilidade vem se expandindo para bem além dos produtos culturais como música, literatura e cinema: o que dizer dos Linden Dollars do Second Life, senão que pode ser o início da desmidiatização da própria moeda e de tudo que ela pode comprar?)

Chris Anderson, editor-chefe da revista Wired, uma das publicações mais respeitadas em termos de inovação, publicou em seu livro "A Cauda Longa" (Campus/Elsevier) sua teoria que demonstra que o desenvolvimento tecnológico, ao tornar cada vez menos fundamental o meio físico, propicia a mudança de foco da cultura e da economia: os best-sellers passam a ter tanta importância no mercado quanto os produtos de nicho.

O que nos faz pensar em uma abundância caótica de possibilidades. Como separar o que é bom do que não presta para mim? É aí que Anderson fala da importância da "curadoria" de informações através da recomendação, agora exercida não somente pelos agentes "autorizados" (veículos especializados), mas sim por cada um de nós — através do boca-a-boca virtual dos blogs, redes de relacionamento e fóruns de discussão. A força da comunidade é, pois, fundamental para o sucesso de modelos de negócios baseados na Cauda Longa. Como diz o livro: "A primeira força, a democratização da produção, povoa a cauda. A segunda força, democratização da distribuição, disponibiliza todas as ofertas. Mas isso não é o suficiente. Só quando a terceira força, que ajuda as pessoas a encontrar o que querem nessa nova superabundância de variedades, entra em ação, é que o potencial do mercado da cauda longa é de fato liberado".



Mas, e aí?

Se, quanto mais a obra circula, maior é seu valor de mercado, cai por terra a visão tradicional do fonograma como produto final. Assim como se mostram ineficazes todas as tentativas de barrar a circulação de arquivos de áudio na rede. O fonograma se reconfigura como a mais eficiente peça "promocional" de um dos possíveis (e reais) produtos: a experiência da fruição artística ao vivo. Em conferência para agentes da indústria fonográfica mundial reunidos no MIDEM (Mercado Internacional de Música), realizado em Cannes no final de janeiro, Chris Anderson sentenciou para uma platéia obviamente relutante: "Tudo aquilo que está ligado ao formato digital será gratuito. Serão as outras experiências musicais, isto é, aquelas que não são duplicáveis até ao infinito, que vão ser pagas".

John Perry Barlow, co-fundador da ONG Electronic Frontier Foundation (EFF), defende em seu famoso artigo "The Economy of Ideas" que "a economia da informação, na ausência de objetos, será baseada mais no relacionamento do que na possessão". O artista, a partir da repercussão de seu trabalho na web, percebe que o suporte físico não mais se justifica e que o fundamental é conquistar seu público de forma sensível e inteligente. Segundo Barlow, no contexto das novas tecnologias, o dinheiro é ganho não com a música, mas sim através dela.(...)"

Vale a pena ir lá para ler a matéria inteira e, se você for overmundano como eu, dar também o seu merecido voto...


UPDATE:
O Zé Murilo acabou de me dar o toque de que a matéria ganhou destaque na sessão de Cultura Digital do site do Ministério da Cultura. Destaque mais do que merecido (e o pessoal do Minc continua sempre antenado!).
Parabéns para todo mundo... eeeeeeeeê! \o/ :D

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Lou Gold e o Acre (e o Santo Daime no horário nobre)

O Lou Gold, meu querido amigo andarilho e contador de histórias (e ecoativista, fotógrafo e pintor quando inspirado para tal -- o que é frequente) fez um post bastante legal sobre a situação histórica e atual do Acre. Muito se fala sobre o assunto, mas quando o meu velho Lou se focaliza em um assunto, vale a pena parar para ouvir... ou ler.

"(...)The lone star flag still flies over Acre. Many people, both political and spiritual, are drawn to its vision and wear its star. But its struggles have not ended. Oil and gas prospecting are being seriously proposed for Acre. And widespread planting of sugar cane for ethanol has already arrived. As the cane is planted on previous pasture land, the ranchers will have to search for new land that most likely will be acquired through logging and clearing. These are enormous pressures on the remaining forest and we could soon see a new round of massive deforestation.

Acre is no longer the end of the world. Indeed, as the great issues of climate change and profits and poverty dominate the global arena, Acre has moved back into the center stage. What happens in Acre may well be the model for the rest of the world. Development will occur, but for whom? The Acreano vision is one of people and nature living in harmony for the benefit of each other and the world. But facing the power of the large land owners and of the multi-national corporations of energy and agribusiness will not be easy. The global voice of the forest must be strengthened.(...)"

Vale a pena passar lá no blog do Lou e ler o post na íntegra. Destaque principal para a abordagem (no mínimo interessante, e em minha opinião muito impressionante e digna) dada pela minissérie Amazônia, da amada e odiada Globo, para a importância do Santo Daime e sua história para a história do estado e da luta de Chico Mendes...


BONUS:
O video que condensa as menções ao Santo Daime na minissérie (que incluem até duas preleções do Mestre Irineu e cenas de um trabalho no Alto Santo). Confesso que fiquei de queixo caído, não só de ver o modo razoável com que o tema foi tratado, mas também de estar vendo o Daime na TV(!), na Globo(!!), em horário nobre(!!!), e sendo tratado como algo que faz parte de uma cultura e da história social e religiosa daquela região (aaaah!!!) e não como uma curiosidade.

É ver para crer...



Bonito, né?
Agora vão lá ler o post do Lou. Tem muito mais por lá...

terça-feira, 24 de abril de 2007

Viva Boris Ieltsin...

Depois da "morte inesperada" (segundo os médicos) do ex-presidente russo Boris Ieltsin, uma música dos Gramofocas (a qual eu já dancei muuuito nos showzinhos do Sesc em BSB) me veio à cabeça e não saiu mais. Resolvi fazer este post como uma homenagem ao simpático carinha rosado que era chegado numa "vódega", e para ver se a bendita música me sai da cabeça...

Viva Boris Yeltsin (sic)
Gramofocas.

Ele é o presidente
Dos que eu vi o mais legal
É um beberrão
Só passa mal

É disso que ele gosta
É isso o que ele quer
Depois de duas vodkas
Ninguém pode parar em pé

E quando ele acorda
O seu café não é Nescau
Ou é Smirnoff Orloff
Ou é Baikal

Ele é o grande chefe russo
Do oeste ele vem
Viva Boris o bebum
Eu quero ser bebum também

Viva Boris o bebum
Eu quero ser bebum também
E ter eslavas como ele tem

Porque ele enfrenta o Tio Sam
Ou a Chechênia, ele pode encarar
Mas o bafômetro vai assustar
Isso ele não vai encarar

E no partido vermelho
Ele é o mais popular
Todas as russas de lá
Se não ganhou ele vai ganhar

Mas se o assunto é conferência
Ele manda um asessor
É melhor jogar Civilization
No computador

Se você é comunista
E quer beber e quer dançar
É no palácio de Moscow
Que as festinhas vão rolar

Porque no som o presidente
É quem decide o que toca
Rola punk e rockabilly
Sem esquecer também da polka

Rola punk e rockabilly
Sem esquecer também da polka
Isso no Kremlin é o que toca

Porque ele enfrenta o tio Sam
Ou a Chechênia, ele pode encarar

Mas o bafômetro vai assustar
Isso ele não vai encarar



É claro que eu não poderia poupar vocês do vídeo... :)




Pronto, agora descanse em paz, meu chapa.

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Love over gold: blogando por paixão, dinheiro, fama ou um pouco de tudo.

"(...)You've thrown your love to all the strangers
And caution to the wind

I takes love over gold
And mind over matter
To do what you do that you must
When the things that you hold
Can fall and be shattered
Or run through your fingers like dust"
Pego emprestado o título e um pedaço da letra desta ótima música do excelente quarto álbum homônimo do Dire Straits para voltar a um assunto que, ao que parece, está cada vez mais na moda: blogs, paixão e dinheiro.

Nestes últimos dias, além do post do Murilão sobre os 10 anos da blogosfera, publicado no Global Voices Online, que passa pelo assunto dos blogueiros remunerados e dos motivos para se blogar, há também vários outros colegas que voltaram (ou nunca saíram) do assunto:

O André, do blogue Marmota, comenta os resultados de algumas conversas sobre o tema (e do meme "Blog, escrever por paixão ou por dinheiro?" de Bruno Godoi), apontando que o motivo principal dos blogueiros brazucas para blogar é a paixão (o que não exclui a possibilidade de que o dinheiro e tudo mais sejam motivos secundários), em sua blogada "Escrever blogs por paixão ou por dinheiro?". O próprio André já havia dado outras pinceladas sobre o assunto a uns meses atrás em seu post "Blog-moleque e post-arte não ganha campeonato?", que inclusive me levou a entrar no papo com meu notório (e, err... peculiar) post "Que papo é esse de 'blogueiro profissional'?" (que me enfiou no meio de uma discussão que foi, no mínimo, cansativa -- pois eu não sabia ainda muito bem o que dizer a respeito).

Por outro lado o Ian Black, o mano véio do blogue Enloucrescendo, assume que está na parada pela grana, mas que não se corrompe. Ian faz uma exposição legal de seus motivos -- satisfatoriamente sonhadora (pois eu gosto de sonhadores) sem perder a objetividade -- em seu post "Ian Black, Profissão: Blogueiro". Neste mesmo post Ian se coloca a favor da idéia de que fazer dinheiro blogando não é ruim -- é um trabalho honrado como qualquer outro, só que particularmente bacana -- e que o problema não está na remuneração ao blogueiro e sim na sua forma de encarar o blogar, e a grana. O Ian é um coraçãozudo no mínimo sensato. :)

Já o Donizetti, do blogue Hedonismos, faz seu contraponto se colocando contrário à profissionalização (em um posicionamento com o qual concordo um bocado) embora concorde que pode ser justo e bom receber uma remuneração pelo trabalho que se faz com prazer. Para ele, o prazer de fazer é fundamental e a "profissionalização" pode ser bastante prejudicial à atividade blogueira, não apenas em sua isenção mas também em sua ludicidade. Donizetti defende a necessidade de se encontrar um meio termo entre a seriedade do profissional e o prazer do blogueiro, fazendo uma distinção entre "ganhar para escrever" e "escrever para ganhar". Coisas de blogueiros hedonistas, como nós...
Por sinal, o mesmo colega Donizetti fez um outro post no qual fala justamente sobre seu jeito hedonista de blogar.

O papo segue e vai longe, nestes e em vários outros blogs. Este post se presta apenas a chamar a atenção de quem ainda não se tocou da conversa, e pra marcar algumas idéias que estão sendo colocadas.
Quem tiver algo a dizer, que se manifeste. Por hora, diferente do que fiz na primeira "onda" da discussão, vou apenas observar.
O único ponto fundamental para mim em toda a história, e que parece ser ponto concordante entre todos os blogueiros bacanas que leio, é que não só o blogar, mas todas as coisas que fazemos na vida, não podem nunca ser despidos do prazer e da arte do fazer.

Não interessa se há dinheiro envolvido ou não, há de se viver com arte.

Sincronicidade saudável (para um Duende que anda pensando em ser um pouco menos largadão...)

Justo agora que andava procurando, ainda meio sem rumo, uma forma de levar uma vida (um pouco) mais saudável e cuidar um pouco mais do meu corpo, me deparo com um excelente post do Marmota a respeito do mesmo tema. Ao que parece, é tempo dos blogueiros junkies resolverem perceber que possuem um corpo que se presta a algo mais do que levar seus cérebros para passear ou presenteá-los com todas as formas de prazer sensorial...

No post, o Marmota fala a respeito de uma outra blogada, esta mais antiga, feita em 2004 por Julio Daio Borges no Digestivo Cultural. Naquela blogada o Julio dá algumas dicas óbvias a respeito de alguns bons hábitos (mínimos) que devem ser cultivados em busca de uma vida mais saudável e mais prazeirosa (segundo ele mesmo).

As idéias (coladas do post do Marmota) são bem simples:

- Estabelecer horários fixos para comer e dormir (tudo que um jornalista um blogueiro, escritor ou boêmio não consegue). Mas é bom tentar: não há corpo que aguente acordar cada dia em uma hora diferente, ou mesmo jantares às três da manhã após aquele almoço das cinco da tarde.

- Atenção redobrada na hora das refeições: evite comer por compulsão. Mastigue devagar e evite muito líquido durante as refeições. Evite mais ainda se o líquido em questão for refrigerante.

- Arrume tempo para uma atividade física, nem que seja uma simples caminhada. Isso faz uma grande diferença. Os efeitos serão ainda maiores se você conseguir desvencilhar qualquer ocupação intelectual durante seus exercícios. Mais ainda se optar por um contato direto com a natureza.
Eu, que assim como o Marmota e o Julio sempre fui avesso a exercícios e preocupações com a saúde (e que até hoje acho que sou o duende pimpão molecão de sempre), começo a sentir que é hora de prestar mais atenção nisso. Vou tentar praticar estes hábitos (embora as caminhadas e a diminuição de líquidos -- com excessão da cerveja -- seja mais fácil do que regrar meus horários de dormir e acordar), só para ver no que dá. Se isso significar que minha mente vai voltar a funcionar e eu vou conseguir trabalhar e escrever, tanto melhor. Se não, espero ao menos ficar com mais fôlego para mais excessos posteriores... he he he... :)

Parafraseando o Marmota:
"É difícil, eu sei. Mas um dia eu vou conseguir."


UPDATE:
O próprio Marmota admitiu (nos comentários ali abaixo) que não conseguiu a "proeza" na época da publicação original do post (que minha mente cansada não havia percebido ser uma republicação de um post também de 2004). De qualquer forma seguimos, blogueiros junkies que somos, tentando melhorar um pouco nossos terríveis habitos, na busca de uma vida um bocadinho mais saudável e menos pançuda... :D

Doces sinais de civilização no Rio de Janeiro...

Para quem se impressiona e recupera o fôlego e a esperança com as pequenas belezas que desabrocham aqui e ali nas grandes cidades, este post é uma lufada de ar fresco (ou, melhor ainda, um docinho na hora da fome)...

O Viktor Chagas (do Overmundo, e que também toca em frente o fantástico ContoAberto.org) nos contou, em um post feito no Guia das Cidades do Overmundo, a história da banquinha de doces carioca que não tem vendedor, mas cujos clientes ainda assim depositam o dinheiro certinho (e sem fazer fiado) no cofrinho colocado ao lado dos quitutes.

Como nos conta o Viktor, em suas próprias palavras...

"Na banquinha de lanches da Unirio é assim: você vai, escolhe o que quer, pega, e deixa o dinheiro num cofrinho. Sentiu falta de alguma coisa? Pois é. Não tem ninguém tomando conta. Você simplesmente pega o que vai comer e deixa o dinheiro correspondente num dos cofrinhos que ficam ali na muretinha.

Coisa de gente civilizada, a banquinha é velha conhecida dos alunos da Unirio. Você vai notar que sempre chega alguém por ali e escolhe nos cinco, dez tupperwares em cima da mureta qual o lanche que mais lhe agrada. O preço e a quantidade de lanches ficam anotados na tampa de cada tupperware e um cofrinho fica do lado. É quase um open business. Dizem que o negócio é tão respeitado que tem gente que pega o que vai comer, esquece de deixar o dinheiro e volta depois, com a quantia certinha pra repor. Viu só como o ser humano é bacana?"
Vale apena ler o post na íntegra e deixar por lá um comentário...

Meu primeiro pensamento ao ler o post foi de descrença. Depois, me veio à cabeça o pensamento estúpido de que "estas coisas só acontecem mesmo na Urca". Por fim, recuperando o senso, me toquei de que estas coisas acontecem onde quer que tenha gente de boa vontade querendo cultivar um ambiente bacana para si e para aqueles com quem convive. O nome disso, meus amigos, é Civilização.

Civilização é cultivar o conviver, o conversar, e ter relações honestas com todos e com o ambiente. O que andam chamando de civilização por aí (e que parece ser o responsável por tornar a banquinha da Unirio tão estranha) é, para mim, um lamentável engodo ou engano.

quinta-feira, 19 de abril de 2007

identidade...

"Daniel Duende Carvalho é escritor, brasiliense e blogueiro, embora também se interesse por fotografia, cinema, jogos de interpretação, gastronomia (e ninkasiologia), artes e culturas, filosofia (principalmente a de mesa de bar) e qualquer outro tema que cativar sua feérica (e errática) atenção. Vez por outra o Duende também entra numas de tentar entender o que significa a internet..."

O que vocês acharam da apresentaçãozinha que eu coloquei alí do lado esquerdo, logo abaixo da Serpente Sagrada de Alriada? Ficou simpática, né? :)

É melhor do que aquele perfil tosco que o Blogger disponibiliza, tem mais a minha cara e, melhor, não suja o meu blog. Agora fiquei na dúvida se deveria colocar nela um link pra meu perfil do orkut ou coisa do gênero...

Aceito sugestões, sempre.

Todos os caminhos (escusos) levam ao Congresso?

Diz O Globo que as investigações (da Operação Furacão, sobre a máfia dos caça-níqueis) "podem chegar até o congresso". Infelizmente, isso não é mais nenhuma novidade. Tenho para comigo que quase qualquer grande crime ou mau-caratismo de nossa República possa ser traçado até a pretensa santa-casa da Democracia brasileira se a polícia (e os jornais) investigarem bem. Com jeitinho, qualquer coisa chega até o congresso (até mesmo o Bispo Crivella, que agora inventou de achar que igreja evangélica também é cultura).

Sou só eu que tenho a impressão de que tem algo muito errado com o governo do meu país?


p.s. enquanto isso, em outro país um pouco mais ao norte e um pouco mais maluco que o nosso, o tal Cho deu uma boa mãozinha para que a mídia marrom o pegue para cristo da maluquice norte-americana.

please... leave your marks.

Não interessa a impressão que eu passe -- eu não sou um cara durão.

Eu gosto, e preciso, de um feedback de vez em quando. Então, meu amigo leitor, não se acanhe: Se você passou por aqui, leu, gostou ou não gostou, deixe sua marca -- um comentário -- mesmo que seja só dizendo um oi.

Coisas assim fazem os blogueiros se sentirem mais queridos, sabe?

Duende recrutado para mais um bom meme...

O gente boa Ian Black do blogue Enloucrescendo me recrutou (e eu só descobri isso agora, via Technorati) para mais um de seus adoráveis memes. Em seu post 5 COISAS BOAS pra se fazer EM SÃO PAULO (letras capitais do autor) Ian partilha seu olhar sobre algumas coisas que ele considera muito especiais em sua cidade, seguindo (talvez sem saber) a mesma proposta dos posts feitos no Guia das Cidades do Overmundo. Ao fim do post ele sugere (err... recruta) vários blogueiros para fazer o mesmo a respeito de suas cidades. Cara antenado, até ele sabe que minha cidade é Brasília! :D

Vou escrever algo a respeito amanhã (ou, quem sabe, depois de amanhã... dependendo do ritmo da cachola), para não deixar o meme morrer na praia (que, por sinal, minha cidade não tem mas não carece de ter também...).

Aliás, estava pensando, este seria um bom post pra dar uma remexida nos negóço que andei publicando sobre Brasília neste meu tempão no Overmundo...

Tiago Dória entrevista o Zé Murilo sobre o Global Voices

Não há muito o que dizer sobre o assunto que já não esteja dito (e muito bem dito) por um dos dois. Tiago Dória, do excelente blogue (ou "weblog") homônimo, entrevistou o Zé Murilo (hômi-de-internet do Minc / editor de língua portuguesa do Global Voices Online / meu irmão) a respeito do trabalho de bridge-blogging e síntese das blogosferas locais deste enorme mundo, que parece pequeno quando visto daqui, feito pelo GVO. A entrevista ficou muito boa. Vou economizar palavras, e os seus olhos, meu caro leitor...
Vão lá e vejam a entrevista.

E por falar em Global Voices Online, eu já andei falando dele e de sua página lusófona por aqui. "Devo, não nego, faço quando puder" algumas traduções para lá amódi dar uma ajuda pro pessoal do GV que anda fazendo um trampo tão bacana.

Longa vida às conversas e a quem sabe conversar nessa blogosfera!

o bendito "ritmo de trabalho"...

Ó céus, como é difícil recuperar o velho ritmo de trabalho depois de férias tão boas na velha cidade quadradinha...

É isso.

(Mas a gente continua insistindo. Uma hora o motorzinho pega!)

quarta-feira, 18 de abril de 2007

de volta...

(como já disse no Caderno do Cluracão)
Estou de volta ao Rio de Janeiro e ao trabalho (frenético e atrasado).
Eu sei que fiquei devendo um relato sobre a viagem.
Cobrem-me depois, se quiserem...

Por hora basta dizer que foi uma excelente viagem e que não vejo a hora de voltar para Brasília.

Agora, vamos voltar à programação normal.

terça-feira, 3 de abril de 2007

vivendo perigosamente em meio ao apagão aéreo

A pouco mais de 12 horas da provável partida do meu vôo para São Paulo (de onde farei conexão para Brasília), me vejo rodando a rede em busca de sinais para ficar otimista sobre o que me espera no dia de amanhã. Ai que saudades dos tempos em que eu lia horóscopos, e não blogs e jornais, para saber se o meu dia de amanhã vai ser um inferno...

Mesmo com a capitulação do Governo, que levou os controladores de vôo paralizados a não apenas escapar da prisão como também ficarem sem chefe (não é ótimo?), parece que ainda vem chumbo grosso pelos ares. Tem gente falando de uma nova greve, desta vez dos controladores civis, que pode estourar a qualquer momento caso as negociações fiquem azedas. Isso é tudo que eu não queria ter que enfrentar amanhã. Sei que a vida dos controladores de vôo não está fácil -- pelo contrário, sei que eles trabalham em condições absurdas de estresse, precariedade e má remuneração -- mas não é muito fácil ser tão socialmente razoável quando é a sua bunda que vai ficar sentada no aeroporto esperando o seu vôo eventualmente decolar.

Há quem diga que a culpa é do governo. Sempre há quem diga que a culpa e do governo, afinal. Mas, quando é que a culpa de algo que acontece em um país não será do governo? Resta saber o que é "o governo" e o que as pessoas que culpam "o governo" acham, afinal, que "o governo" poderia estar fazendo. Eu sei que todo brasileiro sabe da melhor escalação para a seleção brasileira, e que todo Tucano ou "Democrata" (que é como as raposas do PFL se chamam agora) sabe perfeitamente como governar o Brasil quando não está governando. Agora, ficam as duas perguntas:

O que o governo, que para viariar é culpado de tudo, deveria fazer agora?

Será que eu chego em Brasília amanhã a tempo de pegar algum bar aberto?

Respondam-me estas perguntas que amanhã, se eu chegar vivo e em Brasília (pois posso acabar chegando vivo, mas não lá), eu dou uma olhada e conto como foram minhas aventuras.


Em tempo. Para quem quer ficar a par de tudo que está rolando, basta dar uma olhadinha na matéria mais recente do Zé Mura para o Global Voices Online. Eu eventualmente me esqueço (mau Duende, mau Duende) que meu irmão faz a melhor cobertura da blogosfera brasileira...


p.s. se rolar outro golpe militar, eu TRUCO!

segunda-feira, 2 de abril de 2007

O Duende vai a Brasília...

Estou precisando descansar um pouco, encontrar amigos e resolver algumas pendências burocráticas na Cidade Quadradinha de Brasília. Como homem ciente de suas próprias necessidades que sou, já estou indo amanhã mesmo.

Devo ficar em Brasília (e, portanto, longe do meu computador que está aqui no Rio) durante algum tempo, talvez uns 10 a 15 dias. Terei acesso à internet por lá de vez em quando, mas nem de longe terei tempo para ficar online como de costume -- ainda bem, pois eu não aguento mais olhar para este computador!


the sun goes up over brasilia by ~cluracan on deviantART


Aos amigos que quiserem entrar em contato, não se façam de rogados. O celular continua o mesmo e estarei recebendo emails no daniel.duende@gmail.com

Até a volta.
Abraços do Verde.


p.s. é, eu ando redescobrindo as fotos bacanas do meu deviantART.