Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

domingo, 30 de julho de 2006

E o meu gmail, para variar, entrou em greve desde a manhã de hoje.
Estou começando a desconfiar que ele faz operação tartaruga aos domingos...

Não sei quanto a vocês, mas eu acho que
esta manhã de domingo está perfeita
para se comer uma pamonha bem quentinha!

Viva os prazeres simples da vida! :D




espero que o Pão de Açúcar tenha pamonhas agora...

Um Casamento à Indiana é um filme muito honesto. Consegue divertir sem perder sensibilidade e tocar o coração sem perder a sutileza. É um filme que não tenta se explicar enquanto se desenrola, apenas conta sua história muito humana no limite da simplicidade e exuberância indianas. É este, inclusive, um dos pontos mais especiais do filme: trata-se de um filme profundamente indiano, mas que ao mesmo tempo pega a veia de questões humanas universais. Em meio à complexidade da ritualística dos preparativos de um matrimônio surgem, com uma sutileza tocante, questões como a infidelidade e o conflito entre paixão e um casamento arranjado, segredos familiares, diferenças culturais, e o conflito e casamento entre a tradição e a modernidade na Índia moderna.

A história do casamento da filha única de um casal punjabi de classe média alta serve de fio para uma meada macia e rica de conflitos e encontros entre pessoas profundamente humanas e reais, trazendo mais de uma lição de vida discretamente entretecida em meio a sua trama aparentemente sem grandes pretensões. Mas, como já disse, é um filme que não se explica. Muitos detalhes e nuances podem escapar àqueles que não tem algum conhecimento prévio da cultura e sociedade indianas, mas o essencial do filme não depende de conhecimento algum. Basta que se seja humano e se deixe tocar, e que se enxergue o quanto de sua própria vida e da vida daqueles que se conhece está retratado alí, nos eventos que cercam o casamento de uma jovem indiana. É um filme sobre amor e família, em suas formas mais profundas. Recomendo!

sexta-feira, 28 de julho de 2006

O velho espírito verde disse:
"Toda busca de poder é uma distorção. Todo poder acumulado só pode ser usado para destruir o equilíbrio. Todo aquele que busca o poder sobre os outros sem ter completo poder sobre si mesmo deve ser destruído. O único poder que nos é de direito, e que é um direito que raramente reivindicamos completamente, é o poder sobre nós mesmos. O poder sobre o outro é uma aberração..."

Eu estava com saudades dele.
Ele é parte do que eu sou e eu sou parte do que ele é.

quinta-feira, 27 de julho de 2006

Então o dia 25 de julho foi o Dia Fora do Tempo?

Isso faz muito sentido... :)

"Hey Duende! Você vive em um mundo paralelo..."

É... são coisas que você tem que ouvir quando vive, de fato, com um pé neste mundo e outro no seu mundo interior. Eu ando mesmo mais avoado do que o normal. Mas há tanta coisa dentro de mim para ver, entender e conhecer que, neste momento -- eu confesso -- o mundo exterior não anda me interessando mesmo muito...

Ando gostando da minha vida pequenininha, e de minhas pequenas alegrias de duende em corpo de gente.

Se for importante, não custa nada me cutucar e falar.
Temos que aprender a viver com nossos poetas imaginantes avoados... :)

sexta-feira, 21 de julho de 2006

Se eu não conseguir colocar meu sono em dia, vai ficar difícil trabalhar (ou fazer QUALQUER coisa minimamente inteligente)...

Minha cachola está dando uns bugs muito engraçados. Ainda agora desaprendí a ler (até a expressão fica esquisita, né?) e levei alguns bons 20 minutos tentando decifrar um texto simples de 6 linhas.


Vai dormir, Duende!

Enquanto eu procurava a foto para o post anterior, encontrei a página do Mark Wilkinson (o cara que fez as capas de todos os albuns do Marillion na era do Fish). Eu adoro aquelas capas. Fiquei vários minutos saboreando minha descoberta, mas a premência das coisas que tenho a fazer aqui no Minc agora não me permitiu prolongar demais o meu deleite.

De qualquer forma fica aqui o link, para que eu volte lá mais tarde
(e para que vocês possam desfrutar também de suas lembranças doces com esta banda, ou viajar pelas minhas lembranças...)



The Masque - Mark Wilkinsons artworks.

"...Eu acho uma canção, um poema, um solo de violão, um toque de tambor, um
canto, um solo de sax, uma entoação mântrica, uma meditação...todas essas
coisas...bem mais importantes que um presidente, um governador, um
prefeito...qualquer merda dessas. Hoje, sei disso, profundamente. O amor
puro de uma criança, qualquer criança, é muito mais importante que George
Bush, Fidel, Lula, sei lá quem mais. O raio de sol sobre a roseira, sobre o
verde da pradaria, da campina, um pingo de chuva, um bolo de fubá...são
coisas bem mais interessantes e supremamente importantes que um deputado,
por mais bem intencionado seja este deputado..."

(um trecho de um texto de Teteco, amigo do copoanheiro alfarrabista Bicarato, crosspostado para o AINN)

E o Bica, assim como o Teteco, tem toda a razão
quando diz que isso poderia ter sido escrito por um de nós também...

É nisso que eu também acredito.
Tenho nojo do joguete muscárico dos políticos
sobre a grande merda pública que é o poder.

Mais me interessam as pessoas com que me relaciono
e a poesia, e entender esta bagunça toda que virou o mundo,
com suas moscas e mostros tão alheios às roseiras e aos bolos de fubá...

...e às crianças de todas as idades.




Temos que cuidar de nossas crianças.
É a elas que pertence o nosso reino sensível, celeste ou não.

quarta-feira, 19 de julho de 2006

Diziam meus professores nos idos tempos de curso de Psicologia na UnB que as mulheres tem mais sensibilidade às texturas e cores e os homens tem mais sensibilidade às formas e dimensões.

Porquê é então que tem tantos homens elogiando as cores das fotos mal enquadradas e fora de foco que eu tiro? :D

Funes, o Memorioso, de Borges também não consegue pensar.
Por outro lado Borges pensou e faz pensar um bocado...

"Havia aprendido sem esforço o inglês, o francês, o português, o latim. Suspeito, contudo, que não era muito capaz de pensar. Pensar é esquecer diferenças, é generalizar, abstrair. No mundo abarrotado de Funes não havia senão detalhes, quase imediatos."
(trecho de Funes, o Memorioso; conto de Jorge Luís Borges)


Pense nisso.

"The real problem is not whether machines think but whether men do."
-- Burrhus Fredric Skinner, american behavioural psychologist and very bland guy.

"Frankly, the REAL problem is not whether machines can think, or if men would do that. The real problem is whether Burrhus Friedrich Skinner thinks."
-- some guy.

I don't think so... :)


Skinner é um cara muito estranho.
Quando seus pombos de estimação ficaram supersticiosos,
ele acreditou ter descoberto que todo mundo é um pombo.

Estou com uma música do Rolling Stones na cabeça a qual só sei cantar em nananãs...
É uma aflição inútil, pois ninguém consegue identificar meus desafiados nanananãs, e eu não sei uma palavra sequer da letra da música para conseguir procurá-la no google.

Se algum telepata que conheça Rolling Stones puder me ajudar, eu apreciaria enormemente o agrado... :)


UPDATE:

ACHEI!!!


(Rolling Stones - Paint it Black)


p.s. mas valeu pela ajuda, dotô Tobaruela :)

p.p.s. eu achei até um anime music video de Paint it Black feito com imagens de Cowboy Beebop (ficou bem legalzinho).

terça-feira, 18 de julho de 2006

Ora, francamente...

Eu não posso me distrair por uns dias que este Povo de Israel já arranja outra guerra? Quem eles acham que são? Os Estados Unidos da América?

Mas será o Benedito!?


p.s. Não. o Benedito é da outra galera de malucos...

amendoim1

a vida é doce.

segunda-feira, 17 de julho de 2006

São quase cinco, e meu rádio mental toca antes das seis.
Confio na vida mais do que antes. Eu aprendí.
Ela me mostrou sem palavras
o que todas aquelas palavras queriam dizer...

São quase cinco.
Meu rádio mental toca antes das seis.

sexta-feira, 14 de julho de 2006

sombras

Não é fácil ser eu, mas eu gosto.
Vou gostar mais no dia em que parar de brigar
com a minha própria sombra.

Se a vida não é lógica
e não caminha em linha reta,
porquê diabos eu tento fazer isso?

Eu sou muitas coisas.
Entre elas, aquilo que você vê.

quinta-feira, 13 de julho de 2006

Metade
de Oswaldo Montenegro

Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo que acredito
não me tape os ouvidos e a boca.

Porque metade de mim é o que eu grito,
mas a outra metade é silêncio.

Que a música que eu ouço ao longe
seja linda, ainda que triste.
Que a mulher que eu amo seja sempre amada,
mesmo que distante.

Porque metade de mim é partida
e a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
não sejam ouvidas como prece
nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas
como a única coisa que resta
a um homem inundado de sentimento.

Porque metade de mim é o que eu ouço,
mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz que eu mereço,
Que essa tensão que me corroe por dentro
seja um dia recompensada.

Porque metade de mim é o que eu penso
e a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste,
que o convívio comigo mesmo
se torne ao menos suportável
Que o espelho reflita em meu rosto
o doce sorriso que eu me lembro
de ter dado na infância.

Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
a outra metade eu não sei...

Que não seja preciso mais
do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito.
E que o teu silêncio me fale cada vez mais.

Porque metade de mim é abrigo,
mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta,
mesmo que ela não saiba,
e que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade
para fazê-la florescer.

Porque metade de mim é a plateia
e a outra metade, a canção.

E que minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor e a outra metade... também.



quarta-feira, 12 de julho de 2006

depois do "sapo morto que encanta"...

Homem-sapo poliglota encontrado na África

Um fato ocorrido nesta manhã chocou biológos do mundo inteiro
e promete mobilizar boa parte da comunidade científica. Um homem-sapo
de aproximadamente 50 centímetros de altura foi capturado pela
tribo dos Comianoos nas proximidades da vila de Tchakaboon na
Namíbia, enquanto, segundo os habitantes locais, "contava histórias
de ninar em francês" para um grupo de crianças da vila. Ao ser laçado
pelos moradores, a estranha criatura entoou a canção "Born in the USA"
de Bruce Springsteen e fez gestos obscenos.

Exames preliminares não foram conclusivos, mas o "achado" recusou-se
a comentar suas origens e pediu um advogado, derretendo em lágrimas.

Fonte: Reuters(!?).

(veja a notícia no AINN, com as "fotos")

Ei... não olhem pra mim. O hoax-notícia é do sapão-Padua. :)


Estaremos vivendo sob o signo dos sapos?

terça-feira, 4 de julho de 2006

Minha inspiração de hoje para escrever minha crônica de Changeling...
(partilhar o que te toca é um ato de generosidade)


Return to Innocence (letra)



Out from the Deep (letra)



The Gravity of Love (letra)



Beyond the Invisible (letra)


Ouví todas essas mais de uma vez hoje...
Elas falam comigo de um jeito que eu gosto.
(toda a arte de um artista é indivisível de sua experiência de viver)

segunda-feira, 3 de julho de 2006

Existem alguns momentos da vida em que a melhor coisa que há a fazer
é saber que você não sabe nada, e não ficar achando que sabe o que fazer...

Só sei que nada sei.
Así pasan los dias...



Nestes dias escuros, os Gryphon são muito sensíveis à banalidade...

sábado, 1 de julho de 2006

árvore e banco

Lugar de inspiração...

Quando a vida de funcionário do governo ameaça massacrar (ou entediar irreversívelmente) minha alma de duende, eu fujo para debaixo desta árvore coraçãozuda e vou conversar comigo mesmo e com as formigas. Elas gostam de trabalhar mais do que eu, mas me deixam ficar lá fumando meus cigarros e conversando com meus personagens...

É. Eu gosto daquele lugar. :)

O mundo tem outras cores quando se dorme direito... :)

Vamos ver se agora eu aprendo isso.