Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

domingo, 26 de agosto de 2007

Mais repercussão da campanha do Estadão

Direto dos comentários à matéria do Zé Murilo no Global Voices Online, traduzida no Global Voices em Português:

4 Responses to “Brasil: Campanha publicitária compara blogueiros a macacos”

  1. Daniel Duende Diz:

    O Felipe Tofani, do pristina.org, publicou uma defesa da campanha publicitária do Estadão, escrita por João Livi da agência Talent (responsável pela campanha em questão).

  2. Luana Selva Diz:

    Eu acho a campanha do Estadão pertinente, engraçada, bem feita e não vi crítica aos blogues e sim a alguns blogues e outrois veículos de informação dentro da web. Todo mundo sabe quem na internet se deve filtrar a fonte de seus dados e foi só isso que a agência quis mostrar, ainda mais porque o Estadão tem muitos blogues, não está atrás nessa questão de mídia de internet e não teria como fomentar uma discussão entre jornalismo informal e formal. Acho que fizeram tempestade em copo d’água e viram o que não havia nessas campanhas.

    Eu, por sinal, adoro a do cara que escreve sobre comportamento e psicologia, achei hilária …

  3. Paula Góes Diz:

    Fomos citados:

    “Em outros blogs, como o Global Voices Online, a campanha do estadao.com.br é identificada como tática com a finalidade de aumentar o tráfego no portal do jornal: “É óbvio que a estratégia de marketing do Estadão estava contando com o barulho que os blogueiros iriam fazer a respeito dos anúncios para alcançar os seus objetivos, e os blogueiros certamente estavam entre aqueles que induziram as pessoas a visitar o novo site do jornal. Por outro lado, alguns blogueiros acham que inflamar a discussão entre blogs e a mídia tradicional neste momento pode ser uma má idéia, enquanto outros acham melhor entrar na brincadeira.”

    http://www.estadao.com.br/economia/not_eco38340,0.htm

  4. Daniel Duende Diz:

    E o José Murilo, autor da matéria acima e Editor de Lingua Portuguesa do Global Voices Online, escreveu em seu blogue uma resposta para a matéria do Estadão.

    Além da resposta lúcida e interessante, Murilo também dá alguns bons conselhos sobre a blogosfera para o pessoal do Estadão:

    “1 - A rede são os links e os links são a rede, como bem lembrado pelo colega wainermartins, e portanto falar da blogosfera sem linkar é falta de respeito. E lembre-se que blogueiros redigem em hipertexto, portanto, seção de comentários sem links trata-se de interface defeituosa.

    2 - Esqueça a web 2.0 e se ligue na web ao vivo. Esta é a rede que pode ser descrita através de verbos como escrever, ler, atualizar, postar, editar, assinar, taguear, sindicar, xemelizar e linkar. A web ao vivo está sendo construída por sobre a web estática, a qual se traduz em substantivos como website, endereço, localização, tráfego, arquitetura e construção. A web ao vivo é esta acontecendo agora, de forma dinâmica, e compreende o conteúdo que pode ser encontrado via Technorati e Google BlogSearch (esqueça o google padrão), máquinas que irão indexar em minutos o que estou postando aqui, e o que outros postarão sobre estes meus ‘dois palitos’ nesta conversa.

    3 - Esta vem do Código Aberto: “A notícia está deixando de ser um produto para se transformar no ponto de partida de um processo, que começa com os jornalistas, que depois cedem o papel principal para os leitores. Os profissionais deixam de ser os donos da notícia.” Eu diria: não pense em blogueiros como produtores de ‘conteúdo’. Não encaro o meu ato de blogar como produção de informação para ser consumida por outros, e sim como escritos que podem vir a informar outros interessados. Digo ‘informar’ neste sentido mais básico de ‘formar’, alargar o espaço interno que define a minha humanidade: aquilo que eu sei. Autoridade na blogosfera é o direito que eu concedo a outros de me informar, de alargar os horizontes do que conheço. Nesta ecologia, reputação é tudo. E o ‘Bruno’ é bemvindo.”

    Vale a pena visitar a matéria do Murilão para ver a conversa inteira.


E segue a conversa...

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Contrastes...

Para encerrar o dia...

Descendentes dos canibais de Papua Nova Guiné que comeram quatro missionários cristãos fijianos em 1878 pediram desculpas pelo ato de seus ancestrais a um alto representante do governo de Fiji.

Até onde sei, nenhum representante de Fiji ou descendente do Rev. George Brown pediu desculpas ao povo de Papua Nova Guiné pelo massacre de nativos, com a participação do próprio heróico reverendo, que se seguiu à morte dos missionários.

Prefiro nem comentar nada.

Algumas boas novas sobre o Global Voices em Português.

Mas não foi apenas de reflexões e soul-searching que foram feitas minhas últimas semanas. Entre as muitas coisas boas -- realmente muito boas! -- que andei fazendo nos últimos tempos, está o meu trabalho no Global Voices em Português.

Para quem não sabe, o Global Voices Online (www.globalvoicesonline.org) é um observatório das blogosferas de lugares e um amplificador das vozes das pessoas e grupos que não recebem a devida atenção das mídias tradicionais e de internet, ou são por elas mal representados. Neste trabalho, diversos editores captam o que está sendo assunto nas blogosferas (blogues, flogs, vlogs, podcasts, listas de discussão, etc...) destes lugares e escrevem artigos trazendo estes temas e discussões para o observatório das Vozes Globais. Paralelo ao projeto do Global Voices Online existe o projeto Global Voices Lingua, que se propõe a traduzir e amplificar o conteúdo produzido para o Global Voices Online (cujo material é produzido em inglês) para outras línguas do mundo. São hoje quase 10 os sites do projeto Lingua, e como alguns de vocês já devem saber, estou atualmente coordenando o site que trabalha com a tradução e amplificação do conteúdo para a lingua portuguesa, o Global Voices em Português.

Tem sido bastante bacana trabalhar com a excelente equipe de voluntários que se formou à volta do projeto. A sempre presente (e sempre disposta) Paula Góes e a super animada (e igualmente competente) Luana Selva tem dado um show, encabeçando a lista das maiores tradutoras do site. Mas elas fazem mais do que isso. São também extremamente envolvidas com todo o funcionamento do projeto, dando sugestões, responsabilizando-se pela resolução de problemas e pelo apoio aos colaboradores mais novos e, sobretudo, criando um clima de trabalho muito agradável no grupo de discussão. Sou fã destas minhas colegas!

Mas elas não são as únicas que estão de parabéns (e tornando a experiência de trabalhar com o GV cada dia mais satisfatória): nossos outros colaboradores, Adriana Yamashita, Maria Cristina Rauh e o recém-chegado Hudson, também merecem parabéns pela disposição de colaborar e pelo bom trabalho que já fizeram e que ainda irão fazer. Não posso (nem quero) também deixar de citar o excelente trabalho feito pela Cilene Dutra nos primeiros dias do Global Voices em Português, que foi fundamental nos primeiros dias do projeto. A todos vocês, o meu sincero e feliz muito obrigado!

Hoje o Global Voices em Português não apenas é o site com o maior número de acessos únicos por dia no projeto Lingua (com uma média de mais de 600 por dia, o que é muito para um site com efetivamente 2 meses de vida e ainda no começo de seu crescimento), mas é também um site que apresenta para o público lusófono a variedade de notícias e olhares que o Global Voices Online representa em seu site original para o público anglófono, com uma crescente qualidade de tradução e formatação. Estamos ainda começando, mas estamos orgulhosos de nosso trabalho.

Se você estiver interessado em colaborar com o projeto Global Voices em Português, traduzindo matérias ou apresentando alguma outra forma de nos ajudar, ou se estiver interessado de exibir os nossos feeds em seu blogue ou site de notícias, entre em contato comigo pelo email daniel.carvalho [em] gmail [ponto] com.

Ser blogueiro...?


O que é
(e o que significa) ser um blogueiro?

Quem me ajuda a refletir sobre esta pergunta?

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

algumas reflexões.

Tenho refletido um bocado sobre a função dos blogueiros em nossa sociedade, e principalmente feito uma auto-crítica a respeito da minha atuação enquanto blogueiro (com uma grande ajuda do impiedoso e viril olhar antropológico de minha ranzinza porém adorável companheira). Vou poupar-lhes dos meandros e das tortuosas linhas seguidas pelos meus pensamentos nos últimos dias. Quero apenas fazer algumas colocações que me soaram importantes depois de pensar um bocado...

Primeiro, gostaria de pedir desculpas aos meus 8 leitores pela saraivada de besteiras e afirmações impensadas às quais vez por outra são sujeitados neste blogue. Por vezes não levei a sério o bastante a minha responsabilidade de comunicador, e sobretudo a enorme diferença entre vossos olhos e penicos. Sim, eu admito que falei muita besteira em muitos de meus posts e, mesmo quando não o fiz, poderia ainda assim ter feito uma reflexão melhor a respeito dos temas que abordei. Se for para falar o óbvio, ou falar uma besteira qualquer de mesa de bar, é melhor fazer isso em boa companhia em um boteco.

Não há nada de errado em se falar besteira. Muitos blogues se propõe a fazer isso. Este já foi um deles. Um dia, não sei se pelo passar dos anos ou por uma tentativa de mudar meu tom, inventei de ser um "blogueiro sério". É claro que isso acabou soando como mais uma piada. Há quem diga que não tenho vocação para isso. O tempo dirá se tenho. Tudo que sei é que tenho uma vocação razoável para o nonsense, e gosto disso. Mas na hora de falar besteira, fala-se besteira. É melhor não falar besteira em momentos e temas que alguém pode me levar a sério. Admito que tenho que ter mais responsabilidade com o que falo por aqui.

Postas estas coisas, fico me perguntando quais serão os caminhos deste blogue. Em certos momentos, penso em dar meia volta e retornar à proposta 'nonsênsica' que norteou seu nascimento e primeiros passos. Em outros momentos, acredito que deveria me disciplinar e tornar este blogue em um lugar de um pouco mais de seriedade (sic!) e respeito (sic duplo!). Seja como for, acho que devo ter a responsabilidade de deixar um pouco mais claro quando estou falando apenas besteira, e quando estou fazendo uma reflexão séria a respeito de algo. E quando estiver falando sério, ser mais cuidadoso com as minhas palavras.

A vida é assim mesmo, dizem. Vou me furtar de citar Santo Agostinho, pois eu detesto o fã clube religioso que detém o copyright espiritual de suas palavras, mas havia um tempo para se fazer coisas de moleque, e há um tempo para se crescer -- ao menos em alguns aspectos. Vamos ver que rumos o Alriada Express (e eu) iremos tomar neste momento de nova maturidade (sem perder o senso de humor). Eu com vinte-e-nove, ele com cinco -- está na hora de nos darmos ao respeito (combo sic! 3 hits, hó yuken!!!).

Queiramos ou não, neste momento em que a força da blogosfera brasileira cresce (ao menos em alguns círculos), a responsabilidade de se ter um blogue -- este palanque digital que nos dá voz ao menos dentro de nossa elite de "com-computador e com-internet" -- aumenta a cada dia. Mesmo que para alguns seja claro que blogues são apenas representações digitais dos indivíduos que estão por trás dos mesmos, ainda há aqueles que entendem a palavra escrita publicada em um blogue de uma forma análoga àquela publicada em um jornal. Isso não apenas é inevitável, pois fomos muitas vezes educados a utilizar a palavra jornalística (à qual a palavra blogueira tantas vezes se assemelha e se mistura) como elemento base de nossa construção de visão de mundo, mas é também algo complexo demais para ser simplesmente tido como bom e ruim. Ao mesmo tempo que a seriedade, por vezes pouco crítica, com que alguns lêem jornais e blogues pode ser muito ruim, é ela também que dá um pouco da força da qual desfruta hoje a blogosfera. Se as pessoas entendessem sempre, como por vezes professamos que gostaríamos que elas entendessem, que um blogue é apenas uma pessoa falando através de uma ferramenta, talvez não levassem os blogues tão a sério. Da mesma forma, estas são as pessoas que levam os jornais a sério, e que acreditam em governos -- a maioria (mesmo dentro da minoria informatizada que representamos). Posto isso, é necessária uma reflexão a respeito da influência que se pode ter sobre o seu leitor e, sobretudo, sobre a qualidade das idéias e reflexões que se está publicando. Não me engano achando que as minhas palavras tem tanto alcance assim. Sou bom em algumas coisas, mas considero-me um blogueiro medíocre. Mas uma boa parte desta mediocridade veio da falta de atenção e seriedade com que levei este blogue tantas vezes. Hoje quero não apenas me tornar um blogueiro melhor, mas também mais ciente de que se em algum momento aquilo que escrevo fizer alguma diferença para alguém, devo estar muito consciente e atento para o modo como estou fazendo esta diferença. Posso ser um blogueiro ruim, mas sou um aspirante a blogueiro do bem. :)

Não sei se falei coisa com coisa, mas esta era uma reflexão desabafo que queria partilhar com vocês. Se ninguém tiver lido, não tem problema. Agora vamos dar um rumo a este blogue.


Abraços do Verde.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

A incrível história do jornal que ridicularizou os blogueiros (e seus leitores) e acreditava estar sendo engraçadinho.

(dica da Paulinha Góes, em uma lista de discussão do Global Voices em Português)




Os meus colegas falam por si mesmos, e eu assino embaixo:

"O Carlos Merigo acabou de publicar no Brainstorm#9 e no radinho de pilha um texto sobre a nova campanha do Estadão contra os blogs.

A campanha se baseia na idéia de que informação de qualidade só se acha na mídia tradicional. Se a intenção era criar algo engraçado eles já conseguiram, porque a campanha por si só já é uma piada.

Vou deixar aqui um link pro pessoal do Estadinho se informar melhor.

The State of the Blogosphere - Technorati"



"Antes que este filme sobre o "blog do Bruno" entrasse no ar, outro comercial anterior dessa campanha, "Ruivos" (que exibe três amigas suspirando por ruivos de aparelho, após terem lido num blog, escrito por um ruivo, que eles costumam ser mais bem-sucedidos do que os outros homens), já havia suscitado reações indignadas na blogosfera. Gabriel Tonobohn escreveu: "Jornais e revistas online têm um objetivo, que é de apenas informar. Blogs, além disso, dão opinião e possibilitam uma discussão dentro do seu espaço, junto ao leitor. É por isso que muito desses jornais também possuem blogs. Inclusive o próprio Estadão". Luciana Monte complementou: "Em regra, o blogueiro escreve sobre o que tem vontade. Blogueiros não obedecem a um editor-chefe, não têm pauta pré-determinada e seus artigos não sofrem sucessivos cortes para se ajustarem à linha editorial do veículo que paga o seu salário"."



"A mensagem é absolutamente clara e generalista: todos os blogs, e mais, TODO O CONTEÚDO CRIADO POR NÃO PROFISSIONAIS, não presta. A campanha é clara ao afirmar: blogs copiam informações, blogs só escrevem bobagem, blogs não tem discernimento.

Sinto muito se não era essa a intenção do jornal, se na verdade o que eles queriam dizer era "tome cuidado com o que lê". É tarde demais para fazer suposições, nós, blogueiros, só podemos falar do que está no ar, do que está sendo veiculado. Se a intenção era outra, há ainda mais motivos para a campanha estar errada."






"O Estadão está atirando para o lado errado. Recomendo fortemente à equipe comercial do site que estude a fundo o impacto social dessas ferramentas hoje, e avaliar se realmente está doendo no bolso deles a ascensão dos blogs brasileiros.

O triste disso tudo é que estão denegrindo o uso social da ferramenta blog. Um dos fins mais comuns para a ferramenta fica com sentido pejorativo, e arrasta junto tudo que o blog pode trazer de bom na internet.

E o mais engraçado? A única coisa que eu leio no Estadão hoje… são os blogs."


Estava demorando para que algum jornal disparar o primeiro tiro (contra o próprio pé, bem entendido) de uma guerra burra e desinformada contra a blogosfera. A mídia tradicional está agonizando por conta de seus próprios vícios. Nada mais natural do que tentar satirizar os vícios da mídia cidadã, onde eles existem, na tentativa de se firmar. Mas como diz o sempre sábio Inagaki, o futuro da mídia é a convergência e não a competição entre campos midiáticos. Se os jornais resolverem dar uma de "só tem espaço para nós aqui", em breve não terão mais espaço nenhum.

Correrias

Olá pessoal.

No meio das (muito boas, confesso) correrias destes meus dias, mal tenho tido tempo de ler blogues -- ou sequer ler e responder adequadamente os comentários feitos em meus blogues. Blogar, então, tem sido quase um sonho distante. Queria estar podendo dar mais atenção a meus blogues e meus (oito) leitores, mas o que posso fazer? A gente faz o que pode. Querer fazer mais é cortejar a loucura.

Já vai então aqui o meu pedido adiantado de desculpas pela pouca atividade do Alriada (e do Caderno do Cluracão) nestes dias, e minha promessa de que, quando der, eu volto à ativa.

Obrigado pela compreensão.

Abraços do Verde.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

UBUNTU: meus problemas acabaram (!?)...

Depois de muito enrolar, resolvi instalar o Ubuntu no meu computador. Nem posso dizer que foi um "momento de decisão", pois eu não tinha escolha. Quando meu velho Debian-calhambeque-com-o-APT-quebrado resolveu sistematicamente entrar em colapso, tudo que me restou fazer foi reinstalar tudo.

Mas agora que estou com o Ubuntu, me deu aquela agradável sensação de que meus problemas acabaram. O bichinho funciona tão bem, e tão macio, que dá até para a gente se enganar e acreditar que ele não vai dar pau nunca.



Só tenho uma pergunta: já que ele se instala bonitinho e nem me pergunta nada, como diabos faço para descobrir a senha de ROOT que ele cadastrou? Sugestões? =]


UPDATE:
Com a ajuda do Bruno, acabei descobrindo que a solução era bem mais simples do que eu pensava. Agora sim, meus problemas acabaram =]

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Cansados de pensar?

Fico um pouco perplexo cada vez que vejo um movimento "popular" que se preste a culpar um governo pelos problemas endêmicos do Brasil. Sinto esta perplexidade agora quando olho para movimentos do naipe do "Cansei". Do quê estarão cansados os ditos membros do movimento? Estarão cansados de tentar estratégias mais inteligentes para retomar o poder, ou estarão cansados simplesmente de pensar?

A corrupção, a falta de seriedade administrativa, a canalhice -- estes são todos problemas endêmicos do Estado Brasileiro, e não são culpa ou luxo exclusivo deste ou daquele governo. Para quem não se lembra, a corrupção e a incompetência estatal brasileira não começou no dia em que começou o primeiro governo Lula. Antes disso, já nos tempos do Fernandinho Collor, usava-se da tal corrupção (e da pretensa luta contra a mesma) para se eleger bonitinhos empoados amigos da pequena burguesia. Para quem tem boa memória, nosso estado não era menos corrupto nos anos Sarney, como também não o foi -- definitivamente -- nos tempos de Fernando Collor ou nos anos Itamar. A corrupção e a incompetência do Estado Brasileiro não foi menor nos anos FHC, e não se tornou maior agora. A única diferença, para quem não sabe, é que agora existe um interesse maior da imprensa em noticiar todos os erros e descalabros do Estado, já que não é mais a velha oligarquia que está mamando nas tetas deste. É puro chororô da direita desmamada, magoada com o povo infiel que não continuou votando nela. E vocês ainda acreditam nesta palhaçada?

Se por um lado a ladainha da imprensa marrom é irritante, por outro tem até sua utilidade. O sentimento de irritação cultivado no povo tem pressionado o governo a perseguir culpados e moralizar sua máquina, mesmo que a passos lentos. Nenhum governo foi tão pressionado no Brasil quanto este -- e nem poderia ser, se a imprensa brasileira não o quisesse tanto quanto quer agora. O fato é que aos poucos se começa a olhar com mais clareza para a dimensão da podridão e despreparo de nosso Estado e de nossas instituições, e isso é bom. O que é péssimo é que tem gente que, por só agora entender que o buraco é mais fundo do que se pensava, acha que a culpa é do presidente Lula e seu governo.

Acorda pra vida, gente cansada! Este é o seu país, e este é o Estado que você e seus pais cultivaram. Se só agora você está percebendo o que aconteceu o tempo todo pelas suas costas, que tal lutar por melhorias em vez de engrossar a voz dos idiotas que querem transformar os problemas do Brasil em artefato eleitoral? Se nas próximas eleições a velha direita voltar ao poder, o Brasil vai parecer um lugar bem mais sério, mas isso estará longe da verdade. Isto se deverá apenas ao silêncio da mídia, e aí a merda vai começar toda novamente.

Então, meus caros cansados. Se estão cansados de tanta corrupção e descalabro, saibam que eu também estou. Mas eu morro de preguiça também de ver a capacidade que alguns jornalecos e revistinhas semanais tem de fazer uma parcela do meu povo virar as costas para a própria razão e perseguir os culpados escolhidos pelo editorial da vez. Se estão cansados de corrupção, estamos juntos. Mas se estão simplesmente cansados de pensar, boa sorte.

Eu estou cansado da direita brasileira e da mídia marrom que limpa suas privadas e despeja a merda sobre o público. E você? Está cansado do quê?

Gmail dando pau?

O Gmail não está entrando porque está dando pau, ou o problema é só comigo? Como tenho dificuldade de acreditar que o problema seja no Gmail, tentei de todos os jeitos encontrar o problema por aqui. Como não consegui -- e já que não consigo trabalhar sem o Gmail -- vou aproveitar a deixa para reinstalar meu sistema e colocar o Ubuntu.

Eeeeê, que alegria! \o/


p.s. se você me escreveu um email nas últimas 9 horas e ainda não foi respondido, os motivos são agora óbvios. é desnecessário também dizer que, logo que der, checarei meu email.

A História do Vinho

Procurando por algum raro fragmento das Crônicas da Rebuscânia de Daniel Padua nos arquivos do grupo dos Imaginários, encontrei um velho link interessante. Trata-se do áudio de uma palestra apresentada pelo Professor Dr. Norberto Guarinello no simpósio DROGAS – CONTROVÉRSIAS E PERSPECTIVAS, promovido pelo NEIP em 2005, no qual este (o professor, claro) contava um pouco da história do vinho na civilização ocidental. O nome da palestra é "O vinho: uma droga mediterrânica", e o áudio dela está aqui.

Se você gosta de vinho, ou tem curiosidade de ouvir um pouco mais sobre a entrada do àlcool em nossos festejos ocidentais, vale a pena dar uma ouvida na palestra.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Censura na internet

Aproveitando que já estou por aqui, vale também dar um destaque ao post do DPadua sobre censura na internet. Nele, o DP fala do Censortive (sobre o qual também falo neste post) e sobre dois sites que fazem testes para avaliar se um site está sendo censurado e bloqueado em algum lugar do mundo.

" Estudo europeu recente mostra que a censura está viva e crescendo na rede. A OpenNet Initiative é uma boa fonte de informações a respeito deste cenário de controle em vários países.
[...]
Além de mudar a plataforma da web para algo mais p2p e livre, o que mais podemos fazer?"

Como disse a Luana em um comentário feito em outro post meu, "Quanto tempo será que o mundo vai demorar pra aprender que fluxo de informação é naturalmente livre, rápido e muito difícil de se interromper?"

Ao que parece, ainda vai levar algum tempo antes que os governos (e os poderosos do velho mundo) se apercebam de que é cada dia mais difícil se calar a boca dos comuns...

a tragédia da imprensa da tragédia.

Eu havia prometido para mim mesmo que não falaria mais sobre o acidente do Airbus 320 da TAM. O assunto já saturou até mesmo aqueles que não estão sendo bombardeados pela nossa sectária (e factóidica) mídia tradicional. Mas resolvi voltar ao assunto só para dar destaque a algumas coisas bacanas que o Lelê Teles, cara bacana e bom blogueiro daqui de Brasília, está falando sobre a tragédia de nossa imprensa que usa tragédias como desculpa para avançar sua agenda política.

"Mais uma vez o caso do avião da TAM que caiu em Congonhas. Leio num blog da direita que a Revista (não)Veja jogou a toalha e admitiu que as investigações apontam, como não dá mais para esconder, depois de tantos técnicos falando sobre o assunto e após investigação que avaliou o conteúdo de uma das caixas-pretas, que falha mecânica e imperícia humana foram as causas do acidente que vitimou duas centenas de pessoas!

E agora eu pergunto, e por que chamaram Lula de assassino? Por que ligaram o caso do avião da Gol (falha humana) e do avião da TAM (falha mecânica e humana) com a crise no setor aéreo? Para atingir o governo. Mas isso não atinge em primeira lugar os próprios leitores destes veículos? Como forjar uma democracia baseada no denuncismo barato, no factóide, nas interpretações parciais e passionais? Como pode numa democracia uma mídia distorcer tanto a realidade em nome de uma estratégia de golpe político?

Fazer mea culpa? Nunca. O jornalista de (não)Veja disse que esse é um país de politiquice e politiqueiros e que os politicólotras se felicitam diante de um acidente tão grave: os da direita querem que o acidente seja creditado na conta do governo, os governistas rezam para que o acidente seja culpa da companhia aérea, assim eles tiram o corpo fora; veja que débil jogo de palavras. Mas esse jornalista não teve a feliz idéia de analisar a si mesmo. O jornalista de (não)Veja jogou para os políticos a confusão criada pela mídia em dizer que a culpa total pelo acidente com o avião da TAM era do Governo Lula. Em momento algum o jornalista fala de jornalice, foctólotras ou fascínoras, onde caberia a mídia de uma maneira geral, que se portou no papel abjeto e golpista de mentir, omitir e dizer meias verdades durante todo o tempo em que se falou dessa tragédia.[...]"



Querem mais? Ele também faz algumas colocações interessantes a respeito do episódio de "ficar espiando o vizinho pela janela" protagonizado pela Globo:

"A grande mídia, apátrida e golpista, papagaiava que o acidente com o vaião da TAM era culpa da pista de Congonhas e, sobretudo, a culpa era inteiramente do Governo Lula. A mídia, apátrida e golpista, no momento que teve uma oportunidade esqueceu o PAN e só falou de TAM. Mesmo depois de perder duas eleições, derrotas fragorosas e massacrantes, a mídia ainda insiste em não aprender que brincar com a inteligência dos outros é burrice. Durante essa semana editoriais e capas de jornais e revistas abjetas falavam em ranhuras (grooving), pista curta, pista molhada e iam inventando pistas, criando indícios para culpar o governo pela tragédia.

E qual não foi o baque, o Jornal Nacional vai ao ar e diz que o problema seguramente foi mecânico ou humano, ou uma combinação dos dois. Ao invés de fazer mea-culpa e pedir desculpas aos leitores por ter induzido a todos a um erro de julgamento, de ter incitado o povo a pré-julgar, o que faz a grande mídia apátrida e golpista? Mete uma câmera dentro de um gabinete e, sorrateiramente, clandestinamente, "flagra" uma imagem em que um ministro comemora o desmascaramento da mídia. E aí? Aí a mídia apátrida e golpista faz o seus leitores esquecerem de que ela os induziu a um erro de julgamento e os fazem julgar o gesto obsceno do ministro. Não seria esse um gesto abjeto e obsceno da mídia, leitor amigo?

Dizer que Marco Aurélio Garcia debocha das vítimas, como disse Rodrigo Maia, o Aprendiz de Feiticeiro, ou que Garcia brinca com o poder, como inferiu Noblat, ou que um gesto destes não é aceitável a um membro do governo não é uma digressão obscena?

Primeiro, Garcia não estava em público. Segundo, a câmera fez de uma cena privada uma cena pública, ou seja: um FACTÓIDE! Terceiro, o então presidente Fernando ColIor disse, certa vez, que tinha "Aquilo Roxo", a mídia fez festa; Itamar Franco, quando era presidente da República, foi fotografado em local público, com o seu Ministro da Justiça (senhor Maurício Correia, amigo de Roriz e hoje advogado de Gim Argelo) ao lado de uma pornomodel sem calcinha e com a periquita de fora, não houve esse alarde com a palavra "obsceno" e nem pediram a demissão do ministro (como o fazem agora) ou a defenestração do presidente (como tanto quer nesse momento a mídia apátrida e golpista).[...]"



Desculpem o post longo. O texto do caro colega é meio orgânico demais para ser recortado em pedaços menores. Além disso, o sono me domina agora, mas eu não queria dar o dia por encerrado sem destacar as palavras apaixonadas (mas não menos lúcidas) do caro cara Lelê.

Abraços do Verde.