Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

quinta-feira, 31 de agosto de 2006

Tem coisas, que só o TRE de estimação dos Coronéis Brasilienses tenta esconder de você...
(Eu não vou falar de política não. deixo que os coronéis falem entre sí.)

Tá no YouTube (claro) a gravação da conversa telefônica entre Eri Varela e Joaquim Roriz (nosso coronel governador azul) a respeito do candidato Arruda. Nenhum deles presta (e qualquer pessoa com alguma noção sabe disso), mas por algum motivo o TRE (bichinho de estimação de nosso governandor) achou melhor proibir a exibição da gravação. Tá curioso para saber porquê? Então clique aqui e veja.

Dica do #¢®0|\\|ø§# no AINN

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E por falar em correrias...
depois de mais de 48 horas de trabalho de parto sofrido, consegui parir ontem, no final do dia, a versão final do meu conto "Reflexões sobre o fio de uma faca". Eu tinha certeza de que se ficasse com ele por mais 70 horas, eu ainda conseguiria modificar mais 70 coisinhas... Mas para tudo há um momento, e enfim decidí que era hora de lançá-lo.
(o processo foi tão exaustivo que quase não conseguí narrar a minha crônica de changeling na noite de ontem, depois da publicação)

O conto está publicado "quase" discretamente no Overmundo. O post ainda está na fila de edição, mas você já pode conferî-lo neste endereço:
http://www.overmundo.com.br/banco/sala_edicao.php?em_edicao=890

Tâo logo ele entrar na fila de votação, faço um post mais encorpado anunciando a cria...

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Hoje é o BlogDay.

Em meio às muitas correrias que estou envolvido, nem tive tempo de pesquisar outros blogs. Admito, fui meio relapso nessa. Mas nem sempre dá para fazer tudo que queremos fazer, não é? De qualquer forma, vou responder às perguntas sugeridas pelo GlobalVoices...

(E agradeço ao Copiador, do blog Cópia Carbono, por ter indicado o Alriada)

* Por quê você começou a blogar?
Vou ser bem sincero. Comecei a blogar, nos idos de 2002, pois achei divertida a idéia de ter um espaço para falar o que bem me viesse à cabeça. Estava entediado em uma madrugada insone de abril regada a muita coca-cola e, para matar o tempo, criei o Alriada Express.

* Sobre o quê você bloga, principalmente?
Já me perguntei isso muitas vezes. Depende muito do meu momento, e da época. Blogo, eu diria, sobre o que estiver me interessando no momento. Já bloguei sobre poesia e literatura (e sempre volto a fazer isso), já bloguei sobre política (e deveria ter ficado calado), já bloguei sobre quase tudo que pude imaginar. Foi divertido. Se quer saber sobre o que blogo atualmente, basta dar uma corrida nos meus arquivos. Eles respondem a esta pergunta muito melhor do que eu.

* Você bloga em sua língua ou em outra língua? Por quê?
Blogo em minha língua, pois meu público é, até onde sei, lusófono também. É claro que há posts em inglês, pois eu não me preocupo em traduzir aquilo que já está escrito, ou que fica melhor, na língua daquele povo esquisito que toma cerveja quente...

* O que motiva você a continuar blogando mesmo que (no caso da maioria dos blogueiros) você não receba nenhuma remuneração por isso?
Eu gosto de blogar. É um output legal para minha imaginação, e é bom para manter um referencial online daquilo que estou pensando e sentindo -- uma vez que nem sempre tenho a diligência ou paciência de ficar dizendo às pessoas o que estou fazendo ou pensando.

* A sua audiência é, em sua maioria, do seu país ou você costuma ser lido por pessoas à volta do mundo?
Minha audiência é, até onde sei, quase totalmente de pessoas do meu país.

* O que pensam a sua família e seus amigos a respeito do fato de que você é um blogueiro?
Meu irmão é blogueiro, meus sobrinhos também são. Quase todas as pessoas do meu círculo tem o hábito de ler blogs, senão de escrevê-los. Mesmo meus amigos mais "não digitalizados" costumam, vez por outra, visitar meu blog. Acredito que é para eles, principalmente, que meu blog tem a função de informá-los de que ainda estou vivo, e sobre o que estou fazendo. Eu diria que é muito normal ter um blog em meu círculo. Normal, e muito bom.

* O seu chefe sabe que você tem um blog?
Sim, e ela também tem um blog.

* Qual a relação entre os blogs em sua região ou país e a mídia tradicional?
A mídia tradicional brasileira já absorveu, em certa medida, uma parte da blogosfera. Há, claro, sempre, os blogs que fazem um contraponto à mídia tradicional. Eu diria que a relação é, até certo ponto, saudável -- ou tão saudável quanto pode ser qualquer relação com a mídia tradicional, esta vendida. :)

* Quando você bloga, como você descreveria aquilo que escreve? É parte de uma conversação? É uma divagação? É parte de um diário pessoal? É jornalismo? É um pouco de tudo, ou tudo ao mesmo tempo, em cada momento? Estas definições fazem alguma diferença?
Eu diria que é um pouco de tudo, em cada momento. Mas de fato esta definição não faz muita diferença no mundo dos blogs. Blogs que seguem apenas uma linha, uma diretriz rígida, me soam um pouco "arcaicos". Blogar é diversidade, e espontaneidade. É coisa pessoal, mesmo que fale de assuntos de relevância global.



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terça-feira, 29 de agosto de 2006

Como é difícil escrever sem cigarros!
Eu sou do tipo de escritor que PRECISA estar com um cigarro entre os dedos, e em um ambiente com muito silêncio, para poder trabalhar. De qualquer forma, vou batalhando aqui (neste barulho e sem cigarros) para conseguir ajeitar as coisas que quero publicar hoje no Overmundo...

Logo que estiverem no ar, eu coloco os links aqui.

segunda-feira, 28 de agosto de 2006

" this guy iz great!!!"
Eu sei que estou meio atrasado em postar isso, mas a interpretação de funtwo (Jeong-Hyun Lim, segundo esta matéria do NY Times) para o Cânone de Pachelbel é simplesmente impressionante...

Leia a matéria...
Web Guitar Wizard Revealed at Last


... e veja o vídeo...




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à sombra da árvore"A imaginação tem verdadeiro poder de transformar a vida do imaginante. Ela tanto pode encantar a sua vida, e fazer com que na medida dos desígnios dos Deuses tudo em sua vida siga pelos rumos que você sonha, como também pode amaldiçoar sua vida e transformá-la em um lugar muito escuro e triste. A imaginação compartilhada, por este ou aquele formato, é uma forma de arte. Imaginar é maravilhoso, é mágico, mas é preciso ter cuidado e carinho com sua imaginação... e com o que permite que ela faça com você e com o universo."

Estava pensando nisso agora mesmo...

Bons sonhos para todos nós, imaginantes...

(e agora, de volta ao trabalho com meus escritos)

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quinta-feira, 24 de agosto de 2006

E por falar em O Cavaleiro e o Dragão, descobrí que existe um conto homônimo de Martha Argel.

Vou dar uma lida quando chegar em casa...

Despertando do torpor banal, descansado e com vontade de criar e voar novamente, resolvo colocar as coisas em movimento na casa-alriadaexpress...

Atendendo a pedidos, vou retomar a velha fábula... de onde ela parou...

Para quem não se lembra d'O Cavaleiro e o Dragão, aí vai o repost de 10/10/2005...

-=-

O Cavaleiro e o Dragão
Enfim, com quase um ano de atraso, publico a décima parte da fábula na íntegra. Se você ainda não conhece a história do Cavaleiro e o Dragão,leia a primeira, a segunda, a terceira, a quarta, a quinta, a sexta parte, os fragmentos da sétima parte, a oitava e a nona partes...


O sol espreitou por entre as pedras do templo, despertando Amarath e o dragão. Era um sol avermelhado, pouco amistoso, que brilhava através das nuvens de fumaça. Amarath levantou-se rápido e foi se lavar no rio, deixando para trás o dragão que parecia apenas fitar o sol e as nuvens e escutar o vento. Tinha um sentimento de urgência que não sabia explicar e corria desabalado pelo urzal rumo ao rio. Sentia no ar um cheiro que fazia sua cabeça girar. A água estava fria demais, parecia inamistosa. Era um dia muito estranho.

No caminho de volta, caminhou devagar. Por algum motivo sentia seu estômago ainda vazio revolvendo-se a cada passo. Podia, desde o pé da colina, ver o corpo do dragão recortado contra o céu iluminado que agora quase o ofuscava. Não podia ver sua face, e talvez ainda não soubesse interpretá-la, mas sentia que a criatura o fitava com olhar grave. Ao chegar ao topo da colina, fitaram-se, de fato, em silêncio, por várias batidas do coração pesado de Amarath.

O jovem cavaleiro quebrou o silêncio.
- "o que está acontecendo?"

O silêncio do dragão foi resposta o bastante. Ele sabia, em seu íntimo, as palavras raspadas que a criatura proferiria, antes mesmo que ele as proferisse.

- "O dia nasceu."
- "É. Eu sei disso..." Amarath começou a responder, sentindo ainda a atmosfera estranha do dia retorcendo seu interior.
- "Escute!" Rugiu o dragão. Amarath pulou para trás, quase escorregando colina abaixo, e escutou...
- "Hoje você vai se encontrar com a mulher lobo..."
o coração de Amarath pulou uma batida.
- "...e você deve matá-la."

Por um segundo o jovem aprendiz de cavaleiro não pôde respirar. As palavras o atingiram como um golpe, desorientando-o, tirando-o de ação. Ele não conseguia sequer falar. A pergunta morreu eu seus lábios, antes que o dragão continuasse a falar.

- "O terceiro teste é muito simples. Consiste em matar uma fera que aflija uma cidade ou vila, demonstrando coragem e noção de sua função enquanto guerreiro de seu povo. É um teste difícil, e assim deve ser."
- "Mas... mas, por que!?" Amarath falava, quase sem voz, olhos fitos no dragão como que implorando para que aquilo não fosse a verdade...
- "A mulher lobo entrou em uma vila há duas noites. Havia gado no pasto, mas ela não quis o gado. Havia homens que caminham na noite, cegos, como são os homens, e ela não os quis. Entrou em uma casa, não qualquer casa, mas uma casa em especial, em uma vila que não era qualquer vila, era uma vila especial. Nesta casa ela devorou uma criança."
- "Porque?!"
- "Pergunte a ela, se ao encontrar-se com ela você reconhecer nela aquela que você conheceu. Não se preocupe, não estarei com você para deixá-los pouco à vontade."
- "Como assim? Como assim reconhecer nela aquela que conheci...!?" Amarath não conseguia entender. Ele não conseguia aceitar. Dentro de si sentia as entranhas expressando também sua revolta.
- "As pessoas nem sempre são iguais em todos os mundos... Mas chega de perguntas. Vá! Você tem um dia difícil pela frente." O dragão se virou, como se a espreitar o vento, procurando sua rota de vôo.
- "Você não tem sentimentos!?"
O dragão não se voltou para Amarath. Permanecia olhando para o céu cheio de nuvens e para a fumaça no horizonte. Mesmo assim, ele respondeu:
- "Sim, eu tenho. Mas estes são os seus sentimentos. Não vou me enredar neles. Eu apenas estou apresentando-lhe seu teste. Você pode, se quiser, abandonar o caminho do cavaleiro e se juntar a ela. Mas desconfio que você poderia terminar sendo o jantar de sua amada."
Amarath podia imaginar que o dragão mostrava os dentes ao vento, no que deveria ser um sorriso.
- "Você é cruel!" disse o jovem, quase gritando.
- "Eu sou um dragão. E você ainda tem muito a aprender sobre o que é a crueldade, menino. Vá. Aja como o homem que você pretende ser." a fera verde alongava as asas, falava quase preguiçosamente.
- "Você não sabe o que é amor!? Você não conhece estes sentimentos? Por quê você me pede isso?" agora Amarath gritava.
- "Quando você os conhecer, conte-me sobre eles." O dragão voltou sua cabeça para o aprendiz de cavaleiro, mantendo o corpo voltado para o templo, e aproximou-a. Seus olhos buscavam os de Amarath.

Ele sabia que não adiantaria discutir. Em seu coração apertado, ele sabia que seu teste havia começado e que tinha agora uma escolha pela frente. Não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Respirava com dificuldade, pensava com dificuldade. Mas no fundo sabia que não fora preparado por metade de sua vida para ser um cavaleiro de dragão para desistir agora. No fundo sabia que, mesmo sem entender, precisava prosseguir. Este não era o momento para tomar todas as decisões. Por fim, com um suspiro, mesmo sem saber ao certo o que dizia, ele assentiu:

- "Eu vou." palavras pesadas, cortantes, sussurradas...
- "Siga naquela direção, senhor cavaleiro, e cuidado para não se perder. E apresse-se." o dragão apontou seu grande rabo na direção das colunas de fumaça que formavam-se a alguma distância no leste, depois voltou a deixá-lo cair preguiçosamente sobre a relva e virou-se novamente para a encosta. Abriu as asas como se fosse levantar vôo...
- "Espere! Eu tenho perguntas..."
- "Todos tem perguntas."
O dragão voltou a fitar Amarath como se estivesse impaciente. Mas a impaciência parecia claramente uma afetada atuação. Amarath recuperou urgentemente o fôlego e indagou:
- "Como espera que eu...?" não consegiu procunciar a palavra matar... "Eu não tenho uma espada, nem sei exatamente qual é a vila... e quem era a criança?"
- "Se precisar de uma espada, arranje uma. Você reconhecerá a vila. Agora vá, matador de mulheres lobo."

Amarath sentia-se ferido na alma e muito só quando voltou-se para o leste para caminhar. Após alguns passos voltou-se na esperança de fazer mais uma pergunta, mas temendo que o dragão já tivesse ido embora. Ele ainda estava lá, observando-o caminhar.

- "E se eu fracassar?"
- "Não pense na derrota quando for lutar, nem pense na morte quando for matar... ou morrer."
Amarath decidiu não pensar nas palavras do dragão. Não ainda. Apenas fez a sua última pergunta.
- "Por quê eu?"
- "Porque foi você que a trouxe, e ela está procurando por você..."

O coração do jovem aprendiz de cavaleiro voltou a disparar, sua mente cheia de dúvidas, suas faces em chamas olhando para o enorme dragão que abria as asas e ganhava os céus.

Pode discernir ainda, trazidas pelo vento, as últimas palavras do dragão:
"...você entenderá quando encontrar a vila, e a loba."

Perdido demais para fazer qualquer outra coisa, Amarath apenas caminhou...


(fim da décima parte)



esta fábula continua...

-=-

Agora, que seja o que os Deuses quiserem...
Vou descobrir quais serão os rumos de Amarath.


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sexta-feira, 18 de agosto de 2006

Minha micro-matéria sobre o Complexo Cultural do Ministério da Cultura (Espaço Sérgio Motta), escrita para o Guia Overmundo, entrou no topo da lista e foi parar na página principal (lá no canto inferior esquerdo, nos destaques do Guia Overmundo).

Eeeeeeeê!
Palmas para mim... palmas para nós todos. :)


(e não é que a foto ficou até legal?)

E você, o que é que está fazendo se ainda não colabora com o Overmundo?


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("o amor perfeito é só uma planta" foto batida em 05/08/2006, inspirada consciente e inconscientemente por uma velha poesia minha, de mesmo nome, escrita na madrugada do dia 06/08/2004.)

Existem dias em que você acorda de manhã cheio de energia e quer revolucionar o mundo à sua volta, fazer coisas novas ou de um jeito melhor, mostrar para sí mesmo e para o mundo o seu poder...
Quer fazer diferença e construir algo...

E tem dias em que você simplesmente não quer deixar a peteca cair, não quer deixar o seu movimento desandar, e só ísso... porque está com muita preguiça de fazer qualquer outra coisa...

Hoje estou num dia do segundo tipo. É sexta feira e eu tenho preguiça de tudo, não quero pensar nem ter idéias. Quero apenas levar o dia até o fim, e então cair na minha cama e descansaaaar...
Então vamoquevamo, e joguem a peteca devagarinho porque eu não quero correr. :)

UPDATE:

Chega de estresse! Chega de cidade seca!
Vou fazer uma visita à minha irmã nas terras do Alto Encantado, e me libertar da banalidade (e da loucura) desta cidade por um fim de semana. Estou mesmo precisando viajar e relaxar (e receber a benção quimérica da rainha do Alto Encantado...). Este clurichaun precisa de um pouco de glamour para recuperar seus poderes e sacudir os pesos do mundo e da alma...

É isso.

Se você não entendeu nada, não se preocupe. Nem sempre se pode entender os duendes.
Basta dizer que vou viajar e volto na segunda...


Fui.

quinta-feira, 17 de agosto de 2006

Overmundo
Poesia de Murilo Mendes que deu nome ao Overmundo. Dica do Ronaldo Lemos.

Os pinheiros assobiam, a tempestade chega:
Os cavalos bebem na mão da tempestade.

Amarro o navio no canto do jardim
E bato à porta do castelo na Espanha.
Soam os tambores do vento.

"Overmundo, Overmundo, que é dos teus oráculos,
Do aparelho de precisão para medir os sonhos,
E da rosa que pega fogo no inimigo?"

Ninguém ampara o cavaleiro do mundo delirante,
Que anda, voa, está em toda a parte
E não consegue pousar em ponto algum.
Observai sua armadura de penas
E ouvi seu grito eletrônico.

"Overmundo expirou ao descobrir quem era",
Anunciam de dentro do castelo na Espanha.
"O tempo é o mesmo desde o princípio da criação",
Respondem os homens futuros pela minha voz.

Fonte: Poesia Liberdade (1947)


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O Labirinto das Leituras do Fonseca
Rodando pelo Overmundo como de costume, encontrei um excelente texto de André Azevedo da Fonseca (que também tem um blog e uma página na UOL). Coisa fina, do tipo de coisas finas que se encontra no Overmundo.

"O escritor argentino Jorge Luis Borges dizia que as bibliotecas estão povoadas de espíritos, pois livros são como sarcófagos onde hibernam as almas dos autores. Sim, gênios literários são capazes de derramar a essência do próprio espírito nas entrelinhas dos textos. Da viscosidade das narrativas emergem idéias e sensações que, ao serem interpretadas na leitura, ressuscitam e flutuam pela nossa imaginação, passando a iluminar as profundezas de nossa inconsciência. É por isso que grandes escritores tornam-se imortais. Eles renascem em pedaços a cada lampejo de nossa inteligência no exercício da leitura de suas obras.

Quando nos debruçamos sobre um livro e nos deixamos hipnotizar pelo espírito do autor, somos levados, passo a passo, a um labirinto de experiências novas que magnetizam nossa alma e inspiram nossa percepção. Através da literatura percebemos constelações de realidades invisíveis e enxergamos a multiplicidade de possibilidades da vida; mas é imprescindível travar esse contato na juventude, de preferência antes dos 20 anos, pois nesse período nossa alma ainda está fresca, maleável, sedenta de vida e repleta de eletricidade. Velhos têm a alma seca, dura, enfastiada e escura. Tornar-se adulto sem mergulhar na literatura embrutece a alma. Quem passa pela vida sem curtir a experiência literária deixa de vivenciar uma das sutilezas mais delicadas do espírito humano..."
(para ler o texto na íntegra no Overblog, clique aqui)


Vale a pena ler o texto todo e, se você já for um overmano ou overmana... deixar lá o seu voto.

Abraços do verde.


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quarta-feira, 16 de agosto de 2006

Acordo com o barulho de madeira estalando. Abro os olhos e pulo da cama. No fundo eu já sabia o que era. A mesa do meu computador, velha de guerra e sobrevivente de 4 mudanças canhestras de casa, estava desabando. Tive tempo de segurar meu monitor e fazer uma supersônica oração pelo meu CPU...

*** CRASH ***

Tirando a bagunça e o cenário de pocket-beirute que se instalou no canto do meu quarto (com CDs e papelada e cinzas de cigarro espalhadas em meio a ferro retorcido e madeira lascada), não houve maiores danos. Meu velho computador (ainda mais velho de guerra) sobreviveu (o HD titubeou um pouco antes de voltar a funcionar, mas por fim funcionou para o alívio do Duende), apesar das escoriações.

Ainda não consegui fazer a internet voltar a funcionar, mas isso se deve provavelmente ao meu relativo analfabetismo digital em resolver alguns tipos de problemas no meu Debian-Linux. O Metal há de me salvar... espero. :)

Bem. É isso.
É hora de ir para casa e tirar aquelas férias de internet que eu já vinha me prometendo há dias...

Quem sabe eu consiga escrever um pouco agora?



p.s. Sim, eu sabia que a mesa (que já estava torta e molenga) iria cair cedo ou tarde, mas eu sempre me pegava pensando que ela ainda sobreviveria alguns dias...
Afinal de contas, a Torre de Pisa não está torta há seculos e até hoje não caiu?


p.p.s. Acredita que eu esquecí de fotografar essa história? Tem horas em que eu esqueço que tenho um celular com câmera...

terça-feira, 15 de agosto de 2006

"O Overmundo não é um site. Quem o enxerga dessa forma reducionista perde a visão do contexto maior onde se insere esta movimentação, e basta alguma interação com os overmanos para sacar o diferencial. O Overmundo é um coletivo aberto, uma rede colaborativa de difusão cultural, e talvez a única iniciativa relevante de jornalismo cidadão no país. Vale à pena acompanhar e colaborar com esta turma."
(Conclusão do post Overturma faz o dever de casa, do brother blogueiro ZéMurilo)
Assino embaixo.

Daniel Duende Carvalho. :)


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O Bicarato, que também é homem de palavras, comenta em seu blog sobre o que pensam outros homens de palavras a respeito da guerra fria que alguns grupos e países vem travando contra os sentidos e os significados das palavras...

"Mestre Sérgio Rodrigues traduz o poeta palestino Mourid Barghouti, na Festa Literária Internacional de Parati:
Vivemos em tempos de linguagem poluída. Há um verbicídio em marcha. O massacre de civis é chamado de ?danos colaterais?. A ocupação, de ?defesa própria?. A guerra, de ?preparação para a democracia?. Bombardear um povo até jogá-lo de volta na Idade Média, de ?modernização?. Movimentos de resistência são chamados de ?terroristas?. E não se trata simplesmente de uma poluição, mas de uma poluição que pode mandar pessoas para o campo de extermínio. Essa poluição está em curso. Nosso dever é, no mínimo, não acreditar nela, escrutiná-la, denunciá-la."


Vale sacar a pena e lutar pelo sentido das coisas.


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Memórias de um Cyber-Ancião
um jovem ancião britânico que fala sobre suas visões de mundo e sobre seu tédio é a nova sensação do YouTube, com quase um quarto de milhão de acessos em uma semana (segundo o blog Monkey Bites da Wired)



Uma vez que o YouTube está "em reformas" (e o Monkey Bites também sabe disso), não tenho como ver os vídeos do simpático cybervelhinho por agora. Logo, vou ter que deixar minhas opiniões pessoais sobre o vídeo para depois.

Tudo que eu tenho a dizer agora é...
O Pessoal do YouTube faz uns infográficos tão legaizinhos, né? :D




To Be Continued...

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segunda-feira, 14 de agosto de 2006

Conversando com o ZéMura no caminho de volta para casa, descobrí o número de blogues da Blogosfera dobra a cada 3 meses. Como disse meu irmão, isso não é muito impressionante quando se fala de um aumento de 10.000 para 20.000 blogues. Mas não, estes não são os números. O número de blogues do mundo aumentou de 25.000.000 para 50.000.000 (é, vc leu direito! de 25 para 50 milhões!) nos últimos 3 meses.




É...
Estamos crescendo e nos multiplicando.

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Pérolas sujas da existência (nordestina e brasileira) para o trono...

Comprei o mais novo livro do Ezio Flavio Bazzo, Entre os Gritos do Carcará e a Desfaçatez da Raça Humana.

Excelente livro, como costumam ser os vomitórios culturais/existenciais viajores de Bazzo.
Virou imediatamente minha leitura de banheiro!
Para quem me conhece sabe que, para que um livro vire minha leitura de banheiro, ele não pode ser pouca merda...
(desculpem, o trocadilho foi inevitável) :D

Segundo Maria Helena Sleutjes, em resenha sobre o livro para o site Recanto das Letras:

"Neste instigante livro, Ezio Flávio Bazzo realiza um vôo espetacular sobre o fato de estar vivo, aqui, agora, em qualquer lugar, há qualquer hora, tendo como pano de fundo o sertão Sanfranciscano, num Brasil perdido de sua própria história.
>
Através de uma narrativa que mescla pleno domínio das usuais formas acadêmicas de expressão com o conhecimento empírico da vida, usa palavras elaboradas e palavras "chulas" como se quisesse nos dizer que viver é essencialmente, transitar por entre as grandes e contraditórias dimensões da realidade, e apenas isto.
>
Salpicando o texto de erótica sensualidade, Bazzo transita facilmente e com aparente despretenção pela cultura cristalizada destes rincões perdidos, atravessando sorrateiramente as questões ambientais, político-socias, éticas, morais e históricas deste pedaço de Brasil entregue à própria sorte.
>
Trabalhando apenas com a realidade nua, desprovida de sentimentos, emoções e ideais, vai recheando a narrativa com estilhaços que doem e vai linkando às suas impressões descritas, teses que empalidecem rostos complacentes,esbofeteiam sorrisos, desnudam a credulidade cega e sobretudo, incendeiam qualquer resto de esperança.
>
Seu livro é essencialmente, um grande e articulado GRITO!!!"


Comprei o último exemplar que o Faraó carregava em sua pilha ambulante. Se você é de Brasília e também quer adquirir o seu exemplar, entre em contato com o nosso amigo livreiro ambulante e trovador de entremesas botequeiras pelo fone 9551-4040.


P.S. E foi lendo este livro, devidamente entronizado, que me ocorreu que trata-se de um Romance d'A Pedra do Reino mais sujo e maledicente e pessimista. Quando Bazzo cita o hábito de se cuspir no chão para afastar o mal ("Escarra novamente (aqui o escarro e a cuspida além de perversidade natural, tem também outro sentido)... 'e as mulheres se benzem 4 vezes, e os homens amaldiçoam seu nome, cuspindo no chão' E. Unger, p.44"), comum aos britônicos do século V e ribeirinhos sanfranciscanos do século XXI, lembrei-me imediatamente de como é próxima, em um nivel profundo e visceral, nossa cultura sertaneja da cultura céltica dos tempos antigos...


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Falando agora sobre o Overmundo...

Embora tenha ficado boa parte da tarde mexendo com as coisas do BlogDay2006 (o que produziu os dois posts acima), eu não esquecí do Overmundo. Fiquei felizão-saltitante ao ver que minha primeira contribuição (sobre a lojinha de caldos e cervejas legalzona da 314 norte) foi parar na capa do Overmundo, e pelo visto as outras (principalmente a dos Pilotis dos Blocos de Brasília) teve uma recepção calorosa também.

Agora é hora de me concentrar na agenda Overmundo (que não tem ainda, até onde eu ví, nenhuma contribuição de Brasília). Vamos ver se movimentamos as coisas por lá...


p.s. se você gosta do Restaurante Bali e quer dar mais uma prestigiada no Duende que vos escreve, que tal dar uma passadinha aqui e dar seu voto para minha contribuição sobre o simpático restaurantezinho de comidas diferentonas? (ela ainda está precisando de uns votos para ser efetivada no Overmundo)

p.p.s. Qual não foi minha surpresa ao descobrir que agora a minha dica sobre os Pilotis... foi parar no topo do Guia Overmundo? Pode me chamar de bobo, mas eu fico felizão com estas coisas... :D


p.p.p.s. Já mandei hoje para a Agenda Overmundo mais umas duas contribuições. Uma sobre a programação de filmes do Complexo Cultural do MinC e outra com a programação desta semana do Landscape. As duas contribuições ainda estão na fila de edição, abertas a sugestões.


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E o Global voices dá seu toque especial no BlogDay 2006...
Tradução (com algumas adaptações discretas) deste post aqui, feito no Global Voices,
dando uma contribuição bem legal para o BlogDay2006


"Antecipando este dia (o BlogDay2006), nós aqui do Global Voices gostaríamos de pedir à nossa comunidade para que ajude colegas blogueiros de diferentes países a saberem mais sobre vocês. Nós viemos observando que pessoas de diferentes países blogam por diferentes motivos, e que as blogosferas em diferentes lugares desenvolveram diferentes tipos de relações com o resto de suas culturas, política e mídia mainstream (tradicional). Nós gostaríamos de ajudar as pessoas a entenderem melhor você e a blogosfera da sua região. Então, se vocês tiverem um tempinho, por favor ajudem-nos escrevendo um post (ou muitos, se você preferir) antes de 31 de agosto, respondendo algumas ou todas das questões abaixo (e, claro, deixando um comentário com o endereço de seu post neste lugar aqui):

* Por quê você começou a blogar?

* Sobre o quê você bloga, principalmente?

* Você bloga em sua língua ou em outra língua? Por quê?

* O que motiva você a continuar blogando mesmo que (no caso da maioria dos blogueiros) você não receba nenhuma remuneração por isso?


* A sua audiência é, em sua maioria, do seu país ou você costuma ser lido por pessoas à volta do mundo?

* O que pensam a sua família e seus amigos a respeito do fato de que você é um blogueiro?

* O seu chefe sabe que você tem um blog?

* Qual a relação entre os blogs em sua região ou país e a mídia tradicional?

* Quando você bloga, como você descreveria aquilo que escreve? É parte de uma conversação? É uma divagação? É parte de um diário pessoal? É jornalismo? É um pouco de tudo, ou tudo ao mesmo tempo, em cada momento? Estas definições fazem alguma diferença?

* Os blogs já começaram a ter algum impacto na política de seu país? Já começaram a influenciar a forma como a mídia tradicional faz suas coberturas? Nós ADORARÍAMOS saber alguns exemplos disso ocorridos em sua região ou país.

Quando fizer os posts, por favor envie-nos um trackback para este post, ou deixe um link para seu(s) post(s) na sessão de comentários deste post. Se você não tem um blog mas tem opiniões sobre o estado dos blogs e do blogar em seu país, sinta-se livre para deixar um comentário aqui (e, principalmente, aqui). Na véspera do BlogDay, nós iremos fazer um post ou dois sumarizando, citando e linkando para aquilo que você disse."


Logo que tiver um tempinho, vou fazer meu post respondendo estas perguntas...

Vamos aderir? Eu, e o pessoal do Global Voices, queremos saber
o que vocês tem a dizer sobre o assunto.


Abraços do verde em dia ciborgue...


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Está chegando o Blog Day!
faltam 17 dias para a grande celebração anual da liberdade de expressão e da diversidade blogueira. Cheguem junto e participem vocês também desta festividade do direito de falar e ser ouvido.

O que é o BlogDay?
BlogDay foi criado na convicção de que os bloggers deverão ter um dia dedicado ao conhecimento de novos blogs, de outros países ou áreas de interesse. Nesse dia os bloggers recomendarão novos blogs aos seus visitantes e visitarão blogs recomendados por outros blogueiros participantes, para alargar seus horizontes e criar novas conexões na blogosfera.

O que acontecerá no BlogDay?
Durante o dia 31 de Agosto, bloggers de todo o mundo farão um post recomendando novos blogs a serem visitados. Blogs estes que, de preferência, representem uma cultura, ponto de vista ou atitude diferentes do seu próprio blog. Nesse dia, os leitores de blogs poderão navegar e descobrir blogs desconhecidos, celebrando a descoberta de novas pessoas e novos bloggers e criando novos links na blogosfera mundial.

Instruções para o BlogDay:
1. Liste cinco novos Blogs que você ache interessantes.
2. Notifique por email esses cinco bloggers de que serão recomendados por você no BlogDay 2006.
3. Escreva uma pequena descrição dos blogs e o link para eles.
4. Publique no BlogDay (no dia 31 de Agosto) esse post.
5. Junte a tag do BlogDay usando este link: http://technorati.com/tag/BlogDay2006 e um link para o site do BlogDay: http://www.blogday.org/

Comemore!


P.S. Se você, assim como eu, não entendeu o que queria dizer a 5ª instrução, então está na hora de aprender uma ou duas coisinhas sobre as tags do technorati.

P.P.S. Tags: , (vivendo e aprendendo) :D

P.P.P.S. O texto do post foi, em sua maior parte, adaptado da versão pt-pt (português de portugal) do texto de apresentação do Blogday 2006 no próprio blog do Blogday.

P.P.P.P.S. ô postzinho que deu trabalho pra fazer! mas agora saiu! :D

sábado, 12 de agosto de 2006

A minha contribuição para o Guia Overmundo chamada Steak Rio - Cremes Quentes e Cervejas Geladas já entrou na fila de votação. No momento em que eu escrevo este post ela já tinha 7 votos, e precisa de mais 13 votos até o final de domingo para ser mantida no site.

Eu iria ficar tão feliz se meus leitores passassem por lá, cadastrassem-se no Overmundo (se já não estiverem cadastrados) e votassem nela. Leva apenas uns 2 minutos, e isso faria um duende feliz. :)
Não é assim... uma colaboração genial... mas é uma das primeiras, e eu tenho um certo carinho por ela. :D

Vão lá e votem, meus caros.

Abraços do Verde.

quinta-feira, 10 de agosto de 2006

O Technorati gosta de mim!

Não sei exatamente por quê isso aconteceu, mas, pelo que acabei de descobrir, o Alriada Express é o primeiro hit quando se faz uma busca por "Overmundo" no site Technorati.
(bem, ao menos ERA, no momento em que fiz este post)

Valeu, Techie!

Comecei a seguir, desta vez, o conselho do irmãozão ZéMura
(e fui feliz fazendo isso)

Minhas duas novas contribuições para o Overmundo tem um jeitão particular (o MEU jeitão BEM particular), mas (e por causa disso) eu fiquei feliz com elas. Espero que os overmanos e overminas também curtam.
E vocês, meus fiéis 12 leitores, se tiverem um tempinho passem por lá para dar uma prestigiada nelas (e dar uns pitacos sobre como elas poderiam ser melhores).

As contribuições ainda estão no forno da "fila de edição" do Guia Overmundo. Chamam-se, respectivamente, "Steak Rio - Cremes quentes e cervejas geladas" e "Pilotis dos blocos do Plano Piloto de Brasília". Espero que gostem.

Abraços do Duende Overmano quase tardio (pois antes fazer as coisas tarde do que nunca fazê-las)


P.S. Por sinal, vocês sabem o que é o Overmundo?

P.P.S. O (over)mano e copoanheiro Bica também está por lá.

quarta-feira, 9 de agosto de 2006

O ZéMura me deu um toque legal... o mesmo toque, pela terceira vez!
"Já está na hora você de parar de enrolar, Daniel, e começar a colaborar com o Overmundo."
Ele tinha razão... em todas as 3 vezes.
Vamos ver o que eu consigo fazer...

Eu adoro adoro adoro viajar de avião...
Mas de Fokker 100 eu não viajo mais não.
(Eles estão caindo aos pedaços)

Por quê é que ainda há Fokker 100 voando no Brasil?
Eu não sei. Você sabe?


p.s. A Fokker, empresa que -- como você deve imaginar -- fabricava os Fokker 100, faliu em 1996. De onde vem as peças novas para os velhos aviões que estão voando? Do ferro velho, ou do fusca do comandante?

sad stone 2

Tristeza sobre Pedra,
uma de minhas fotos prediletas da semana.
Foi tirada em uma pracinha encravada na 309 norte,
onde me sentei para ler um pouco, tirar o esmalte
de minhas unhas e tirar algumas fotos.

Existe tanta beleza neste mundo para quem está
com os olhos abertos para a beleza!

E as maiores belezas estão nos detalhes,
escondidas pelas cores fortes do absurdo
do dia a dia e pelas cores cinzentas do
tédio existencial cotidiano.

Você ainda se impressiona com as pequenas coisas?
Eu estou reaprendendo.
A vida vale a pena quando você tem olhos para a beleza dela...

sexta-feira, 4 de agosto de 2006

duende + tomie ohtake

A vida é cheia de curvas e reviravoltas...
É necessário saber dançar entre elas.


(foto na exposição de Tomie Ohtake no CCBB)

"Entender é sempre limitado.
(...) O bom é ser inteligente e não entender.
É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida.
(...)Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco.
Não demais: mas pelo menos entender que não entendo..."

(Clarice Lispector)

Citação da Clarinha,
que tem o costume de chegar de mansinho e dizer algo simples e genial.

quarta-feira, 2 de agosto de 2006

Somos universos.
Somos feitos e preenchidos por tantas vontades, desejos, sonhos, esperanças, medos, necessidades, idéias, sentimentos e... coisas... que leva-se muito tempo para realmente nos enxergarmos e entendermos. Mais complicado ainda, então, é conseguir realmente enxergar, entender e conhecer outras pessoas. o que temos na maior parte do tempo são vislumbres, olhares, momentos...
Por vezes confundimos as partes com o todo, e não conseguimos enxergar a enormidade e a complexidade daquilo que chamamos de pessoa. De qualquer forma "conhecer" é um exercício de juntar pedaços e momentos, articulá-los, e encontrar uma visão orgânica e total daquilo que se busca conhecer.

Se é difícil que consigamos conhecer a nós mesmos, mais complicado ainda é conhecer os outros. Mas não há outra forma de conseguirmos enxergar os outros senão através de uma visão clara de nós mesmos...

É necessária uma grande quantidade de silêncio e reflexão para se conhecer a si mesmo. Mais do que isso, é necessária também a experiência de viver e a atenção constante aos próprio atos. Em parte a gente se entende quando pensa, mas na maior parte a gente se conhece quando age. E é das nossas ações, mais até do que dos pensamentos, que a gente vai descobrindo quem é.

Mas a vida é assim mesmo. Com humildade, calma e paciência -- e muita vontade de conhecer -- a gente vai conhecendo a sí mesmo, ao mundo e às pessoas. Não há pressa, pois não pode ser feito de um dia para o outro. O que importa é que a cada dia a gente conheça mais, e saiba viver melhor (e possa ajudar as outras pessoas a se conhecerem e conhecerem umas às outras também, e viverem melhor). Por hora estou encantado com a idéia de conhecer a mim mesmo. O oráculo de Delfos e as fadas da floresta escura mandam lembranças...

E você, conhece a si mesmo?

terça-feira, 1 de agosto de 2006

cutout_pilotis

Pilotis...
Eu também sou um bicho de pilotis...
Pilotis fazem parte da minha vida...
Fui muito feliz entre pilotis...

Obrigado tios Oscar e LeCocô... pelos pilotis!

Eu amo essa cidade! :D

Um filme/documentário sobre um cozinheiro cheio de personalidade?
Isso me lembra um escocês brasileiro com cara de negociante turco de fumos chamado Mário...

Conhecem o Mário? :D


nonsense p.s.: a cerveja pode substituir o café da manhã, mas nem um bom whiskey substitui 9 horas de sono saudável e sonhos bonitos...