Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

quinta-feira, 30 de junho de 2005

"o problema, meu amigo, é que eu não sei ganhar dinheiro. tudo que sei fazer da vida é escrever, e escrever o que quero quando quero. eu não fracassei em ser um homem dos dinheiros. eu simplesmente nunca tentei..."

hoje foi um dia cansativo. muito cansativo...

o povo da imobiliária mostrou mais uma vez sua incompetência. mas agora isso não importa mais. o contrato está assinado, a chave que está comigo. agora não há muito mais no que eles possam me atrapalhar... ao menos nada que não dê trabalho para eles. e, pelo visto, o problema deles é não saber trabalhar...

fazendo mudança sob pressão. de repente parece que ninguém mais quer a mim ou as minhas coisas por perto. todos ficaram tão ansiosos de repente...
eu não ligo. ou finjo que não ligo.

estes estão sendo bons dias para aprender a me virar.
estes estão sendo péssimos dias para aprender sobre colaboração.
será que sou eu que não sei pedir ajuda?

acho que só estou cansado. muito cansado. e muito só.
é.

quarta-feira, 29 de junho de 2005

Duende agora tem casa!

AEEEEEEEEEEEEEEEÊ!!!



Se tudo der certo, vai rolar open house na sexta.

logo que eu souber escrever meu endereço, eu prometo que conto para vocês.
por hora basta dizer que fica na 708/709 norte, bloco H, entrada 37, apt. 302.

é hora de desconectar o ciborgue e ir assinar o contrato do meu apartamento.

é hoje.




fui...


p.s. fumaram o meu último cigarro... aquele que eu estava guardando ontem para a hora em que eu acordasse hoje. isso não se faz. quem faz isso é um batráquio desalmado....

hehehehehe

descobri que não consigo acessar os feedbacks privados do meu blogback simplesmente pq eu estava usando a conta errada. (sim, estava entrando da conta do blogback de meu antigo blog Penso Blogo Existo). O problema é que eu não faço a menor idéia de qual seja a conta de blogback DESTE blog então...

logo...

NÂO MANDEM MENSAGENS PRIVADAS EM MEU BLOGBACK!!!

(vc estará escrevendo para ninguém, pq eu nunca irei conseguir ler)



She tries not to shatter,

kaleidoscope style
Personality changes
behind her red smile
Every new problem
brings a stranger inside
Helplessly forcing
one more new disguise

Christine-the strawberry girl
Christine-banana split lady

Singing sweet savages
lost in our world
This big-eyed girl
sees her faces unfurl
Now she's in purple
Now she's the turtle

disintegrating

Christine-the strawberry girl
Christine-banana split lady
22 faces...disintegrating.





imagens não tão graciosamente cedidas por chickencat

terça-feira, 28 de junho de 2005

o site da Canon não tem drivers para linux.

lá vou eu cair para o windows...

o dia amanheceu pontualmente. fui eu que acordei tarde.

meu corpo levantou e se arrastou pela casa. achou o computador, como um embrião de cangurú de embrenhando pela barriga da mãe até o marsúpio. kangaroo.

fiquei aqui aboletado até que minha alma voltasse de viagem. ela chegou atrasada da terra dos sonhos, me deixando aqui... aboletado no marsúpio digital.
eu a amo assim mesmo.


estou grávido de duas longas fábulas. mal vejo a hora de ter tempo e quietude para escrevê-las.
agora não.



o primeiro cigarro da manhã é sempre o melhor...

segunda-feira, 27 de junho de 2005

Sagrados Vagabundos...
...começando a entender o que é ser artista neste convívio.

A pobreza de dinheiros, o afastamento das gentes e as dores da diferença forjam artistas. Aqueles entre nós que são realmente hábeis com dinheiro, com pessoas e muito adequados a este mundo são por eles reabsorvidos. Podem viver e se dizer como artistas, mas tudo que escrevem é apenas eco e pantomima. É no limite do viver, nas fronteiras do estar e na solidão do ser que se forja o artista.

Só que entende o que isso quer dizer sabe lidar com gente como nós.



p.s. isso não quer dizer que possamos nos dar o direito de não saber cuidar de nosso dinheiro, ou das pessoas que nos cercam. se não aguenta, beba leite! :)

Vivo de pequenos prazeres. São meus. Eu os vivo.

Basta.

Sou humano e real.
Não preciso ser original.
Me basta ser autêntico.
A afetação da busca
da diferença é pura babaquice.
Sou apenas o que sou.

Sou prenhe de mim.
Não cobro entrada
para que me assistam
dar-me à luz.
Sejam bem vindos
ao meu espetáculo
de mim...


EU estou aqui.

Gostei do que eu disse.

Peguei a veia e sangrei como (me) devia. É isso que esperam dos artistas, uma espécie de martírio com coreografia, sentimento e um toque de verdade.

Querem nosso sangue, nosso gozo e nossos pensamentos. Isso os dá sentimento em uma vida sem sentido.

Venham me pegar e me beber. Sou fácil e complexo, frustrante e revigorante. Eu sangro por quem me olha e cuida e recompensa.

Não ache que eu não gosto disso. Brindaria a isso se tivesse dinheiro. Mas me sobra alma agora que me faltam "sous". A troca foi mais do que justa. Vejo vantagem.

E, saiba, tudo isso é um ato de amor. Eu amo minha sina, meu artifício. Eu amo...

Assisto maravilhado a minha metamorfose em um ser vivo. Saindo do ovo de porcelana e plástico de minhas máscaras, me encontrando quase secretamente por detrás delas. É um pequeno reencontro, como daqueles que acontecem entre amantes de outrora.
Eu sei como eles são.

E é solitário. Tudo mundo é meio solitário, embora insista em lutar contra isso. Não luto mais contra a solidão. Não que eu não acredite que se possa não ser solitário. Não que eu não acredite que as coisas possam ser diferentes. Mas a solidão faz parte de meu momento e de meu encontro, e não está também a meu alcance mudar isso. Tudo que realmente tenho sou eu mesmo. Quanto mais eu sou, mais inflamo os outros a me buscarem. Quanto mais eu sou eu, mais me sinto comigo. Pessoas amam pessoas, não sentimentos.

Aos poucos desistí de achar companhia. Não se pode realmente trazer pessoas até você. Não sei realmente fazer isso. E, além disso, as pessoas vem quando querem e por que querem. Assim que é. Assim que vejo ser. E elas também vão embora quando querem. Não há nada que se possa fazer, não há nada que precise ser feito. No fundo só temos a nós mesmos, quando isso. Geralmente perdemos todo o tempo querendo ter os outros. Isso não funciona e só nos faz sentir uma enorme solidão.

Cada um é como é, e se for ele mesmo faz o que quer. Por isso olho agora para mim e me alegro. Pois comigo tenho o que quero e quando quero. Eu sou meu. Não me sinto mais sozinho.

"...não é difícil estar sozinho quando se é pobre e fracassado. Um artista está sempre sozinho - se é artista. Não, o que o artista precisa é de solidão."
--- Henry Miller, em Tropic of Cancer, falando sobre Papini.

parindo eu.
3 montes de palavras e sentimentos sobre encontrar-se em si mesmo.

uma reunião comigo mesmo, desmembrado em três posts por motivos didáticos, comunicológicos e artísticos...

sexta-feira, 24 de junho de 2005

MError
quando me olho no espelho, também estou me olhando de volta do espelho...

MError


eu estou em todos os lugares para onde minha expressão se estende. todos eles, todas elas, são reais. não existe realidade virtual. toda experiência é real.

existem movimentos internos do ser e existem as nossas percepções sensíveis destes movimentos. existem desvios, propositais ou acidentais, nestas percepções. quando olhamos no espelho não podemos deixar de ver, podemos mentir. podemos mentir até mesmo para nós mesmos.

mas não há paz enquanto não entramos em contato com a verdade. mas entrar em contato com a verdade, vindo de uma longa caminhada pelos campos da ilusão, é doloroso. há muito trabalho a fazer para ajeitar a velha morada. entrar em contato com você mesmo dói.

mas não existe paz senão quando se está em contato com a verdade, com o seu eu real, com seus sentimentos e seus movimentos.
o resto é apenas ilusão construída para fugir da dor ou para buscar algo que é não-eu e não-você.

o resto é jogo de espelhos...

E então eu me dou colo. Um bom livro, alguns cigarros no fumódromo, uns momentos de solitude dentro de minha bolha anti-pessoal. Sento-me como alguém que espera por um trem em uma estação, ou por alguém que está começando a entender que não há trem algum. Leio com meia atenção. A outra metade está vagueando pelos terrenos do interior de meu ser. O céu lá é pesado de nuvens prenhes.

Lendo Henry Miller me sinto encantado e incomodado. Tudo que escreve tem a sua beleza. Por vezes é uma beleza que choca e horroriza, uma anti-beleza que não significa feiura, mas é como ver o avesso de uma bela pintura. A beleza está lá, mas está sendo vista por outro lado. A beleza triste tem seu encanto. Eu o reconheço e presto minhas reverências a ele.

Mas eu não sou um poeta triste. Nâo me alistei neste exército nem me converti a esta igreja. Eu apenas tive meus tempos de tristeza. Talvez estivesse por ela apaixonado naqueles dias. Pela tristeza. Mas hoje não. Hoje eu quero as coisas belas e alegres. Reconheço o valor de toda nota triste e de todo olhar pesado. Eu mestrava sessões de vampiro onde por vezes os jogadores só queriam pensar no poder de seus personagens. Mas eu estava perseguindo a beleza do desastre e da calamidade da situação daqueles personagens. A maioria deles não entendeu. Não estão prontos para olhar cara a cara com a beleza triste, com seu sorriso de poucos e agudos dentes...

Mas eu não quero mais a beleza triste. Eu quero coisas alegres e arejadas e leves. Como tardes que se avermelham e se embaçam rumo à noite, deitado na rede ao lado de alguém que me ame. Coisas belas e leves como correr pelos campos, brincando de alguma coisa, deixando-me ser criança. Quero a beleza pura dos sorrisos sinceros e a leveza das coisas reais. Nâo quero a tristeza das noites solitárias, da fumaça dos cigarros que nubla os ambientes e corações. Eu só quero amor puro e simples e descomplicado, um sorriso mesmo que apenas de canto de boca e um canto de alegria e beleza pristina para cantar.


Sou senhor e servo da minha arte, e por ela eu vivo e caminho e respiro. Mas eu não quero mais tristeza não.



Eu só quero paz e felicidade.

Ok, eu ainda quero colo tb. :)

Talvez todas as coisas façam sentido, de alguma forma.
Mas a nós só é garantida a capacidade de perceber
que todas as coisas fazem sentimento...



... estava saindo de mais um almoço com meus velhos amigos. Caminhava no comércio em busca de uma farmácia para comprar pasta de dente e um barbeador. Estava perdido em olhar os carros enquanto andava quando percebi um barulho alto de metais se chocando. Parecia uma grande quantidade de canos de ferro batendo uns nos outros. Olho à volta tentando entender o que estava acontecendo e vejo um daqueles andaimes que os operários montam para alcançar partes altas da estrutura. Ele estava desabando. Sob o andaime, no meio dos ferros que caíam com um barulho infernal, havia uma criança de uns poucos anos. Não mais que 8 ou 9. Os ferros caíam à sua volta, e ela quietinha, sem ação. Não me veio nada à cabeça naquele momento, enquanto os ferros caíam de um lado e do outro dela. Então veio a última trave e atingiu a criança na nuca. Meu sangue gelou.

Jogada de quatro no chão pela força da pancada, a criança olhava para mim entre as ferragens, ou olhava através de mim como se não me visse. Levou alguns segundos para que ela começasse a chorar - a gritar - e as pessoas começassem a correr para entender o que havia acontecido. Pessoas que estavam na rua corriam e passavam por mim enquanto o sangue começava a encharcar a blusa da criança, enquanto ela gritava desesperada com os olhos fixos. Gritava que não conseguia enxergar...

As pessoas se amontoaram e levaram a criança embora. Ela parecia estar tão em choque com a situação que nem sequer havia mudado de posição. Mantinha os braços esticados para frente e os joelhos flexionados. De repente percebi que minhas pernas estavam me levando embora dali. Virei as costas e segui meu caminho enquanto pessoas passavam correndo por mim em direção à criança que ainda gritava lá atrás. Os gritos dela ficaram ecoando nos meus ouvidos por vários minutos, mesmo depois que entrei no carro e comecei a dirigir para o ministério.

Não sei o que me deixou mais chocado. Se foi a visão do acontecimento, os gritos, ou a consciência de que aquilo tudo deve ter sido terrivelmente doroloro para aquele pequeno ser humano. É fácil entender por que o andaime caiu. A criança o empurrou. Estas coisas acontecem. Pessoas se machucam ou morrem todo dia em acidentes deste e de outros tipos. Mas quando você vê um destes acontecendo tão perto de você, isso te toca de alguma forma.

Nâo é a fragilidade de nossos corpos ou a nossa vulnerabilidade aos acidentes e acasos da vida que me deixou mais chocado. Não foi nenhuma idéia ou pensamento que me deixou chocado. Foi a sensação, o sentimento, de estar lá e ver aquilo acontecer. O sentimento de absoluta impotência frente à situação e frente ao poder do universo de fazer estas coisas acontecerem.




Meu estômago está embrulhado até agora.

Espero que o menino esteja melhor agora.



Talvez eu só esteja sensível demais.
Preciso de colo...

...e então em meio ao caos eu encontrei a paz.

quinta-feira, 23 de junho de 2005

e a lua surge por entre as nuvens...
...e me traz de volta a luz.



a luz da lua veio quebrar os feitiços ruins e me trazer de volta à clareza.
agora sei o que é que é e o que devo fazer.

e assim a magia está de volta.




"é a nossa fé que nos afasta da loucura".


hora de posts felizes. :)

quarta-feira, 22 de junho de 2005

Ok... todo mundo tem seus dias ruins.
Hoje é o meu.

é.

e que venham os ciborgues
será realizado no Brasil o primeiro implante de neuroprótese do mundo. tem cheiro de sonhos cyberpunks sendo realizados...

"SÃO PAULO - Será anunciado na quinta-feira no Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, um acordo inédito no país, na área científica. O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, professor titular de neurobiologia e engenharia biomédica e co-diretor do Centro de Neuroengenharia da Duke University (EUA), firmará, em nome da Associação Alberto Santos Dumont de Apoio à Pesquisa (AASDAP), um acordo científico-social com o Hospital Sírio-Libanês que prevê a realização da primeira cirurgia, em um ser humano, para a movimentação de braços robóticos com o uso do cérebro do paciente.

Com a participação de especialistas do Hospital Sírio-Libanês na equipe cirúrgica, no futuro estimado de três anos este deverá ser o primeiro procedimento, no mundo, de implante de uma neuroprótese (interface cérebro-máquina) para restaurar a mobilidade dos membros superiores de um paciente com paralisia corpórea severa. O paciente usará seus sinais cerebrais para controlar os movimentos de próteses mecânicas. Com esta parceria, o Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês será inserido numa rede internacional de institutos de neurociência, criada pelo Dr. Nicolelis e com sede em Lausanne, na Suíça. Esta rede será formada pelo Centro de Neuroengenharia da Duke University, o Centro de Neurocomputação da Universidade de Jerusalém, o Instituto Internacional de Neurociências de Natal e o Hospital Sírio-Libanês - o único parceiro clínico da rede.

Com esse acordo, o Hospital Sírio-Libanês se firma como a primeira entidade brasileira não-governamental a contribuir com o Instituto Internacional de Neurociência de Natal, a ser construído no município de Macaíba, no Rio Grande do Norte. O Instituto será formado por cerca de 15 laboratórios de pesquisa em neurociência, uma escola e um centro de saúde mental infanto-juvenil, museu de ciência, um parque ecológico e um complexo esportivo a serem construídos em terrenos cedidos pela Universidade do Rio Grande do Norte e o município de Macaíba. O Hospital Sírio-Libanês doará, nos próximos três anos, 1 milhão de dólares para os projetos sociais do Instituto."
(fonte: O Globo, para onde eu estaria linkando se eles não exigissem cadastro dos leitores)


E o primeiro a amputar o próprio braço para colocar uma prótese destas, é um idiota. :)

mais um dia corrido por causa do apartamento.

mas ao menos estou com o contrato na mão agora
(em um arquivo .doc que parece a bunda de baba-yaga quando aberto no openoffice.org)




preciso de uma cerveja
e de descanso.



UPDATE:
Eu deveria ficar surpreso ao perceber que o contrato está todo cheio de erros de redação? Deveria estar surpreso ao ler no contrato que o apartamento tem uma varanda, algo que em 4 visitas ao lugar eu nunca percebi (e eu juro que abri todas as portas... várias vezes). Deveria ficar surpreso com os erros na data de vigência do contrato (que por incrível que pareça são do ano passado) e nas contradições existentes entre algumas cláusulas? Eu deveria estar surpreso que a imobiliária levou O DIA INTEIRO para me mandar um contrato todo errado?

Ok. Eu estou surpreso.

Agora parem o mundo que eu quero descer.


E assim se vai mais um dia sem o meu apartamento...





mas... amanhã... quem sabe....


p.s. garçom, dá para trocar a cerveja por um copo com o fígado de uma certa secretária lerda de uma certa imobiliária? não? ok, então me traga pinga... e um machado.

terça-feira, 21 de junho de 2005

hoje, no meu Flickr
Exclusiva promoção para exorcizar seus demôniu...

Desencapetamento total
(clique na foto para ver o post inteiro. vai logo, antes que o pastor te amaldocêie!)

Venha para a Igreja Internacional da Graça de Deus.
Não é de graça, mas é da Graça de Deus...

"o tempo adiciona gravidade aos corações."
(disse o sapo dpadua, que disse o Milan Kundera)


E não é assim mesmo?

eu já disse que o povo lá da imobiliária onde vou alugar meu apartamento é muito enrolado?
poisé... se não disse estou dizendo agora. :)

espero que com toda a enrolação deles eu AINDA consiga assinar o contrato amanhã. vou vistoriar este apartamento hoje nem que seja a última coisa que eu faça (hoje) :)

Alma livre
pensamentos de cripta dos imaginários, por Daniel Duende

Sou um homem livre. Minha alma não pertence a ninguém. Nem mesmo pertence a mim. Eu fico a seguí-la pelos lugares, pelos cantos, catedrais, bares, corpos e lembranças. Quando a alcanço, nos beijamos e transamos cheios de amor sobre o tapete da noite, e então eu escrevo. É isso. Vocês estão perscrutando o meu gozo. Aquele que gozei em algum certo momento quando me encontrei com minha alma. Mas pela manhã ela se levanta e sai. Por vezes deixa um bilhete e cá estou eu a seguí-la novamente.

A liberdade nos presenteia com excessos. Possibilidades de excessos, promessas e ofertas libidinosas de pele e sensação. Talvez seja isso. Nos perdemos na liberdade. E estamos sempre perseguindo nossas almas ou nossos desejos, ou talvez as duas coisas sejam bem próximas. Elas são livres. Estão por aí.

Você viu a minha alma?
Você está me vendo?

Se fiquei esperando o meu amor passar...
para variar descubro que o Renato já havia dito tudo que eu queria dizer, antes mesmo de eu ter motivos para dizê-lo...

Se fiquei esperando meu amor passar
Já me basta então que eu não sabia
Amar e me via perdido e vivendo em erro
Sem querer me machucar de novo
Por culpa do amor
Mas você e eu podemos namorar
E era simples: ficamos fortes.
Quando se aprende a amar
O mundo passa a ser seu
Sei rimar romã com travesseiro
Quero a minha nação soberana
Com espaço nobreza e descanso.
Se fiquei esperando meu amor passar
Já me basta que estava então longe de sereno
E fiquei tanto tempo duvidando de mim
Por fazer amor fazer sentido.
Começo a ficar livre
Espero. Acho que sim.
De olhos fechados não me vejo
E você sorriu pra mim
"Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo
Tende piedade de nós
Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo
Tende piedade de nós
Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo
Dai-nos a paz...




e é isso.

quem sabe, sabe que é.


são as quatro letrinhas que mais complicamos em todo o léxico brasileiro.

segunda-feira, 20 de junho de 2005

ai que vontade de comer cachorro quente...


curioso.
este vai ser exatamente o meu jantar.

este é o jantar de quem só tem 5 reais no bolso...



é bom querer aquilo que vc pode ter. :)

não me faltam tempo nem idéias.
não me falta sentir, nem saber como falar.

por que não estou escrevendo?

porque ainda me falta lugar...




até o fim de semana estarei de casa nova.
aí sim...


aí sim. :)

ok, eu tenho que admitir...

eu não sei mais falar no MSN. Eu acabo esquecendo que estou conversando com as pessoas quando encontro alguma coisa interessante na rede.

quer uma dica? se quiser ter uma conversa sem interrupções comigo me ligue ou me chame para sair. não ando em tempos muito cyborgs. :)

"They may say, Those were the days...
But in a way,
You know for us these are the days.
Yes, for us these are the days..."

(Classic Girl - Jane's Addiction)

...Então um dia a gente para de pensar demais e descobre o lugar das pessoas em nossas vidas. Não são mais nem menos, não são o que queremos que elas sejam, nem por vezes o que elas queriam ser. Elas são o que elas são, e quando você para de pensar e olha, você percebe o quanto isso pode ser encantador.

Então um dia você para de falar e escuta. Você para de planejar e vai surfar as ondas desta grande pororoca que é a vida. E então você está vivo novamente, e você entra novamente em contato. E você está ali de novo e você é feliz.

Os outros podem falar do passado ou do futuro. Eu só quero aquilo que está aqui.
É muito mais do que aquilo que eu não tenho, exceto em pensamentos, pq pertence ao passado e ao futuro. O passado e o futuro não nos pertencem. Nós só temos a nós mesmos e aos nossos momentos.

happy giraffe

E é muito bom estar aqui...

sexta-feira, 17 de junho de 2005

Poema do cu vingado
não é meu, mas foi bem escrito...

Era uma vez um cú,
Que amava suas pregas,
Tinha treze belas meninas
Em volta de sua bodega
Um dia para seu espanto,
Algo terrível aconteceu,
Depois de uma bosta bem grossa,
Uma preguinha faleceu.

Foi uma situação terrível,
Um pobre cú em depressão,
Lembrando de sua menina
Se arrebentando com o cagalhão.

Enfim tudo passou,
E o cú voltou a sorrir,
Mas para seu suplício,
O pior ainda estava por vir.

A bunda em que morava
Entrava na adolescência,
E com o fluir dos hormônios,
Começaram as indecências

Numa bela noite,
Na calada da madrugada,
O cú sente uma dor forte
A primeira pirocada
O cú ficou aflito
Se contraiu todo... com a breca!
A piroca desistiu
E foi comer a perereca.

Agora todo cuidado é pouco,
E o cú vive sob tensão,
Embora não comido,
Sabe que rola uma tentação

Em um descuido do cú,
Um minuto de insensatez,
Veio a piroca sedenta
E entrou de uma só vez.

E o cúzinho outrora feliz,
Não sorri, não se move
Das treze pregas que tinha,
Restaram apenas nove.
Ele estava horroroso,
Nunca mais seria igual,
Ficou flácido e mole,
Uma moeda de um real.

A história não acaba aí,
Há mais cenas de horror,
Pois o cú que era alegre,
Virou um cú vingador.
Nunca mais se contraiu,
Deixa tudo passar,
E a bundinha que era linda
Agora só vive a cagar.

Dizem as más línguas,
Que esta história se espalhô,
E todo cú "caga-pau"
É discípulo do cú vingadô

maravilhas do remix
já pensou em misturar "festa do pijama" com campeonato de flipperama? alguém teve esta idéia, e, claro, fotografou para registrar...


(vai lá ver o resto das fotos ou então
veja a blogada explicando a parada)



"não nos falta a vontade ou as idéias divertidas.
nos falta é aquela qualidade natural que nos faz
acreditar que nossas idéias divertidas podem também
ser divertidas de realizar..."



se pirar.
faça. :)

BROKEN FACE
Sexta-feira, dia 17 de junho, às 22h, no Landscape (Centro de Atividades nº 7, Bloco F 01, perto da Administração do Lago Norte). Festa-show com a banda Subterfúgio tocando Bauhaus, Pixies, David Bowie e outros. Som com os DJs Ulisses e Constantine tocando anos 80 e pop/rock. Ingressos: R$ 5,00

deu vontade de ir.

quem vai comigo?

cutting the crap
ensinamentos da velha serpente para a jovem serpente

"você tirou o dia para pensar na vida? talvez tenha começado do jeito errado. quanto mais você pensa na vida, mas você pode estar complicando ela. afinal, não são as coisas da mente que complicam as coisas?"

"...o seu problema não é com as pessoas, nem com o modo que elas agem, nem com a maneira que elas pensam. o seu problema é com você mesmo. o seu problema com você é refletido nos outros, a seus olhos. quando tiver dificuldades de lidar com alguém, olhe para si mesmo para entender o porquê."

"a única paz que você vai encontrar está dentro de você mesmo. e se vc encontra esta paz, então nada mais irá tirar a sua paz se vc não permitir."

"as ilusões causam sofrimento. tirando isso, não há nada de errado com elas. vc que decide se vc as quer na sua vida ou não."

"entrar em contato com as pessoas dói. não é possível evitar isso. não é possivel tranformar pimenta vermelha em pimenta doce, mas vc pode aprender a comer pimenta vermelha com moderação e se acostumar com a ardência. com o tempo vc aprende a perceber como a ardência faz parte do sabor da pimenta... mas isso vc já sabe."

"elogie os outros para os outros, elogie-se para si mesmo. não faça o contrário e nem deixe de fazer nenhuma das duas coisas."



Lou Gold pelos ouvidos de Daniel Duende.



deixa dormir o dragão,
cheio de fúria e vontade.

deixa vir o corvo
cujo negro corpo é quase todo asas
e cujo espírito viaja
mesmo sem sair do lugar.



deixa ser o corvo.

"you are the one you were waiting for..."

quinta-feira, 16 de junho de 2005

Todos pedem a verdade, mas poucos querem realmente lidar com ela.

E é por isso que jogamos tanto.



e eu não tenho saco para isso.


vou cuidar da minha mudança.




o que é a verdade?
o que é jogo?


só existe o ser e o amor que une as coisas do universo.


a mudança já está empacotada.

quarta-feira, 15 de junho de 2005

somos criaturas de linguagem.

além das palavras que escolhemos, das coisas que dizemos, da maneira como formulamos nossos pensamentos... além das línguas e das filosofias e das idéias...

somos criaturas de linguagem.




a nossa linguagem reconstrói nosso o mundo à sua imagem e significado...


é.

a grana tá curta,
a alma satisfeita
e a mente sedenta...

acho que vou curtir uns bons dias em casa
lendo, escrevendo e fazendo coisas de duende.





estou feliz com esta idéia.





agora vcs já sabem pq eu sumi...

Os Gatos
( Charles Baudelaire )

O amante fervoroso e pensador sombrio,
Na madura estação, costuma se apegar
Aos gatos fortes, bonachões, deuses do lar,
Que avessos são também às mudanças e ao frio.

Amigos da volúpia, amigos do saber,
Procuram o silêncio, a noite e seus mistérios;
Podiam ser do Erebo os ginetes funéreos,
Se o orgulho, em servidão, os deixasse viver.

Mantém no seu cismar, as poses conhecidas
Das esfinges que estão, no deserto escondidas,
E parecem dormir num sonho persistente;

Em seu dorso fecundo, estranha luz cintila,
E partículas de ouro, iguais à areia ardente,
Acendem vagamente a mística pupila.



ragdoll cat



p.s. um dia ainda vou morar junto com um desses...

eu disse que a vida é uma espiral...

a coisa azul me disse que ela é uma espira ("como o DNA"), sem centro e absolutamente não reta, mas ainda assim mantendo suas simetrias. a coisa azul é genial, e disso todos já sabíamos...


então fica assim. a vida é uma espira. :)

terça-feira, 14 de junho de 2005

p.s. como é que eu nunca havia notado que elas eram tão parecidas?

p.p.s. não. este post não tem nada a ver com o anterior.

p.p.p.s. vc não adora escrever post-scripti que não tenham texto algum antes deles? é o máximo do "post-moderno" :)

o amor não tem propósito ou finalidade.
ele também não precisa fazer sentido.
ele apenas se faz sentido,
ele apenas é.



espero que este insight também simplifique a vida de mais alguém além da minha.



Love and Understanding... Love.

enquanto a internet do MinC não cai de novo...
uma condensação de coisas que eu queria dizer hoje, e que vou dizer logo antes que o pessoal lá do primeiro andar faça merda de novo...

- Há alguns dias atrás, enquanto mastigava uma daquelas batatas fritas (demais) do Giraffa's, tive uma experiência esotérica. Para que vocês possam compreendê-la, tenho que dizer algumas coisas sórdidas sobre o meu ciso inferior direito (pelo lado de quem sai). Ele nasceu, e isso já faz tempo, na subida de meu maxilar, desta forma ficando na horizontal, perpendicular aos outros dentes mais comportados. Até aí, sem problemas, não é? O problema é que o peralta dentinho começou a empurrar os outros dentes, empurrando-se para baixo e empurrando os outros dentes para o lado. A minha gengiva, que não gostou nada disso, começou a inflamar debaixo do lado (sim, debaixo do lado, lembre-se que o dente estava perpendicular e portando o lado dele estava encostado na gengiva) do ciso. É claro que isso ficou uma zona. Nos dias que se seguiram à minha última crise dentária a coisa piorou. Ia ter que arrancar o ciso às pressas pq o bendito estava necrosando minha gengiva. E então, vamos agora à minha experiência esotérica...
Estava eu mastigando a batata quando de repente uma das pontas dela se apoiou no céu da minha boca e outra entrou entre o ciso e a gengiva, alargando a mesma em quase um centímetro e tirando o material acumulado lá embaixo. Vocês sabem o que é dor? Eu descobri (lembre-se, era uma gengiva inflamada sendo alargada de um modo que seria muito doloroso mesmo em uma gengiva perfeitamente saudável). Eu quase desmaiei. O que aconteceu nos dias seguintes foi o mais bizarro...
A minha gengiva desinflamou e o ciso parou imediatamente de me incomodar. Meu dentista disse que este foi o primeiro caso de uma batata frita curando uma gengivite em toda a história médica. Minha vida é muito bizarra... :)



- Não é novidade para ninguém (ou ao menos para ninguém que já tenha vivido um bocadinho neste mundo esquisito) que funcionários públicos por vezes se masturbem nos banheiros. Nada demais até aí, contanto que deixem o banheiro limpinho na saída.
Mas hoje eu vi uma cena bizarra. Um cara, pimpão e feliz, masturbando-se no mictório. Por sorte eu estava escovando meus dentes e pude disfarçar minha gargalhada como um engasgar (acontece com vocês também de se engasgarem quando estão escovando os dentes, ou serei eu muito desastrado?). Para quem tem tal curiosidade mórbida, eu não fui olhar o mictório para saber se o cara gozou...



- O vestir e o despir são duas expressões do ser humano. Posto isso a moda e o sexo tem muito o que conversar, e ambos são expressões artísticas. Até aí nada de novo, não é? Poisé... eu tenho que escrever depois um post a respeito disso. Tenho algumas considerações a respeito (anotadas em meu caderninho de notas e devidamente lambuzadas com molho shoyu do meu almoço de hoje).




Paz na terra.
Vou procurar caixas para a minha mudança. ;)



Love and Understanding the way life (and people) are...

segunda-feira, 13 de junho de 2005

a único jeito de realmente viver a vida e vivê-la como ela é.
a gente só controla as velas do barco. o vento é dono de si mesmo.

sim. estamos vivos.

Landscape

Sábado.

Muito legal, carinha!
Showzinho de bola!





mesmo. :)

o menino e as asas
uma poesia de varanda de Daniel Duende

já ia bem longa a tarde,
longas suas sombras fugidias,
e o menino na sacada, seguro,
apenas se debruçava e assistia.

ele viu o mais belo passarinho
a bater asas, cruzando a vista.
foi então que o menino também
desejou ter asas (de novo).

mas não é para meninos voar,
como não sabem de amar os pássaros.
então o menino na sacada, seguro,
amou o pássaro distante a voar
e o pássaro apenas voou.

e no vôo de sua imaginação
o menino imaginou suas asas
como a do pássaro que amou.
e assim, com as asas de seu amar
dentro de sua imaginação
o menino também pôde voar.




o querer nos dá asas.
basta querer.

sexta-feira, 10 de junho de 2005

estou quase conseguindo alugar meu apê.

torçam por mim. este lugar vai ser uma zona! :)

quinta-feira, 9 de junho de 2005


Spinal Curvature - Mario Aguila (flickr)

fotografia é luz sobre a forma.
só quem domina a luz domina a foto.

as formas exercem seu próprio domínio...

O Poder do Pânico
(ou como ser amigo de Pã e resolver seus problemas...)

o pessoal da imobiliária (com o qual eu estava negociando há quase dois meses) resolveu me sacanear e voltar atrás nas negociações. de repente me vi sem apartamento em vista, sem quarto (pois eu tenho que liberar o quarto do Lou Gold) e em breve sem lugar para ficar (já ocupei o estúdio do DP tempo demais...). Pânico!

Mas Pã é meu amigo, me ajuda a trabalhar objetivamente. Em 2 horas já havia ligado para 31 imobiliárias e selecionado sete apartamentos para olhar. Amanhã vai ser um dia cheio, mas até o final da semana que vem eu estou assinando um contrato. Assim vai ser, pq assim eu vou fazer ser...


Quer um conselho? Não confie em vendedores de carros, agentes imobiliários, políticos ou pessoas que dizem que são bondosas. Acredite em você. Só você salva. :)

"...então um dia vc acorda de manhã e resolve que vai resolver as coisas pendentes. você já fez isso muitas vezes na vida. em algumas delas vc realmente resolveu tudo e ficou numa boa. em outras vc tentou e acabou não conseguindo resolver as coisas do jeito que queria, mas no fim tudo acabou se resolvendo. de um jeito ou de outro dias como estes sempre te fazem bem..."


né? :)

"and
then
the
holy
snake
said:





CUT THE CRAP!"

quarta-feira, 8 de junho de 2005

...fumando um cigarro no novíssimo fumódromo do 4o andar do Minc, escuto papos estranhos. Histórias esquisitas de velhos funcionários públicos, falando de boca cheia de velhos desmandos de Cristóvão Buarque e da culpa óbvia dos funcionários do CESPE nos esquemas de fraude em provas... tudo muito esquisito.

Levei quase 5 minutos para entender que se tratavam de Rorizistas. Todos os fatos são distorcidos para um lado ou para o outro, dependendo do "time" no qual você está inserido. Todos os "times", no fim das contas, fedem...



A cada dia que passo tenho mais desgosto com a ridícula tentativa de governo democrático representativo. Isso nunca vai dar certo! A política profissional é uma atividade nojenta e fedida. Não dá para ter fé de que algum dia as coisas vão funcionar assim. Toda a coisa já está viciada demais...




saudades do futuro sonsorolano...

Henry Miller é foda...
quem conhece Henry Miller pode gostar dele ou detestá-lo (o que é muito comum entre pessoas sensíveis). O que poucos discordam é que a palavra mais adequada para ele é "foda"...

"...Ó Tânia, onde estão agora aquela sua boceta quente, aquelas ligas gordas e pesadas, aquelas coxas macias e arredondadas? Em meu membro há um osso de quinze centímetros de comprimento. Tânia, alisarei todas as pregas de sua vulva, cheia de semente. Mandá-la-ei de volta para seu Sylvester com a barriga doendo e o útero virado. Seu Sylvester! Sim, ele sabe acender um fogo, mas eu sei inflamar uma vagina. Enfiarei pregos quentes em você, Tânia. Deixarei seus ovários incandescentes. Seu Sylvester agora está um pouco ciumento? Ele sente alguma coisa, não sente? Sente os remanescentes de meu grande membro. Deixei as margens um pouco mais largas. Alisei as pregas. Depois de mim, você pode receber garanhões, touros, carneiros, cisnes e São Bernardos. Pode enfiar pelo reto sapos, morcegos, lagartos. Você pode defecar arpejos ou amarrar uma cítara sobre o umbigo. Eu estou fodendo, Tânia, para que você fique fornicada. E se tem medo de ser fornicada em público, eu fornicarei privativamente. Arrancarei alguns pelos de sua vulva e os grudarei no queixo de Bóris. Morderei seu clitóris e cuspirei moedas de dois francos..."
(Henry Miller in Trópico de Câncer)

Pronto... agora vocês já sabem o que é Henry Miller.

há um ano atrás...
lou gold, o bom e velho papalou, me ensinava algo sobre lidar com a minha própria sombra...

"Saying you have a bad side is like saying you have an ass hole. That's pretty obvious. God gave you an ego and gave you an ass hole and both have their uses. They shouldn't be denied. Trying to negate you have a bad side in your ego, or trying to negate your own ego, is like trying to forget you have an ass hole. You'll shit anyway, but so you won't be able to wipe your ass and then you begin to smell real bad. Look into your bad side, accept it, deal with it, like you deal with your ass hole. Try to shit neatly and wipe your ass, and then flush, and go on with your life. Being stuck in guilt is like carrying your shit with you..."

Agora ele está de volta. Chega hoje às 19:00hs.

Coincidência...

precisa-se de contador... URGENTEMENTE!
se alguém tiver um contador (não um sistema contador de acessos e sim uma pessoa formada em contabilidade e registrada no Conselho Regional de Contabilidade) para me indicar, por favor se manifeste!

para me mandar um email basta clicar aqui
(meu email é, caso vc não sabia, daniel.carvalho@gmail.com)

O lugar do tesão
se você não leu este post, você deveria ter lido.


VAI LÁ

"toda a criatividade, seja ela artística, técnica ou filosófica, emana do inconsciente..."
(é mais ou menos isso que Peter Lamborn Wilson disse em seu livro Chuva de Estrelas)


Não me pergunte por que,
mas quando li esta frase
toda a minha atividade criativa
se revitalizou...

ela teve um sentido muito particular para mim.

terça-feira, 7 de junho de 2005

o lugar do tesão
o adorável comentário da adorável Kélu me fez perceber o quanto eu estava cego ao poder da magia do glamour...

Conta a lenda que as fadas (chamada nas terras de Alriada de povo sutil, ou "weefolk") possuem o poder de enganar e ludibriar as pessoas. Sua natureza mágica e não completamente corpórea (daí o termo "sutil" - essencial, não totalmente manifesto) as permitia tecer ilusões sobre si mesmas e à sua volta, fazendo com que as coisas parecessem (e fossem sentidas) de uma forma diferente conforme sua vontade. A este poder era dado o nome de glamour.

As lendas em si não são escritas. Elas nascem da experiência e do sentimento de um grupo e se disseminam e perpetuam dentro deste porque fazem sentido. O tempo e as mudanças de pensamento mudam a forma de ver as lendas. Aquilo que para o homem vitoriano (época em que as lendas das fadas foram finalmente deitadas em papel) soava como uma enganação, uma ilusão, pode ter sido visto de outra forma em outros tempos.

Despindo a lógica de que existe uma verdade absoluta e de que tudo que difere desta é um equívoco ou simplesmente uma mentira e buscando uma experiência de existir mais próxima daquela de outros tempos, podemos entender como estas lendas eram "sentidas" e absorvidas no momento em que eram parte integrante da experiência de mundo das pessoas. Pensemos num mundo onde as coisas não são, simplesmente, isso ou aquilo. Um mundo onde a incerteza é regra e a experiência direta e pessoal do indivíduo, e a interpretação deste para ela, pauta a sua relação com o universo (um mundo que por sinal parece um bocado com o que nosso mundo atual pode ser, quando enxergamos através do glamour cinzento da ciência tradicional). Em um mundo como este o poder de fazer as coisas mudarem de aparência, e serem experienciadas, sentidas, de forma diferente não configura uma ilusão e sim um poder sutil de mudar a própria realizade. Em um mundo como este aqueles que moldam o sentir e o experienciar, moldam o mundo.

Eis outro enfoque no glamour. Não é uma mentira, um embuste declarado ou velado. O glamour é um poder sobre o momento. É uma ascendência sobre o sentir que pode moldar sua experiência, aliviar as dores causadas pelas rodas do mundo máquina e te levar à salutar e necessária experiência do mundo sensível e mágico. O glamour é uma das faces, e um dos atributos, da experiência transcendente de Maslow e da imprescindível (à sanidade) alteração da consciência do indivíduo comentada por Pierre Weil. Fugindo de autores e suas idéias, o glamour é em essência a matéria dos sonhos que cerca, e emana, dos artistas, das crianças de corpo e espírito, dos bons loucos e daqueles que caminham na borda.

O glamour é a magia sensível. Todo artista é um tecelão do glamour, e dá a ele forma e utilização como o aprouver. Sem o glamour, viramos autômatos.




Muito obrigado pela sacada, Kélu.
Vc é puro glamour, baby! :****

sssssh! estou dormindo...

leia o post sanduíche de gente. você vai gostar...

o canto apaixonado dos patos do córrego do urubu me desperta.

mas o córrego do urubu não tem patos...

"então devem ser marrecos", penso.

mas lá também não tem marrecos.

ora diabos, então eu viro para o lado e volto a dormir...

aprendi a desconfiar das pessoas cujas paixões e vícios eu não conheço. aprendí a admirar a imperfeição e o desvio com a devoção e encanto de um colecionador. os caminhos curvos da humanidade me encantam, pois eles são parte de nós, de nossa identidade.

seguir em frente por causa e a pesar de si mesmo é a grande beleza...

eu não acredito em linhas retas.

segunda-feira, 6 de junho de 2005

a gente muda às vezes sem saber, sem perceber...

de repente a gente olha e percebe que coisas do passado ficaram para trás e que mesmo a sua face no espelho te olha com outros olhos. pode ser assustador, mas eu prefiro achar isso uma grande viagem.

é a viagem da vida, sempre para frente.
e no fundo é divertido descobrir as novas paisagens internas e externas do agora. :)

tenho feito mais metáforas (e posts) com comida...

de quem será a culpa?

"a crença é uma questão de escolha.
a fé é uma questão de consciência."

(algo que lí em algum lugar de algum livro de allan watts)

Sanduíche de gente...
as relações entre pessoas são sanduíches... de verdades, mentiras, sentimentos, idéias, medos e... e... e coisas (do original: and... and... and stuff.).

Todos dizem falar a verdade. Alguns admitem que não a dizem o tempo todo. Outros se ofendem com a idéia de que os outros não acreditam em sua absoluta honestidade. Alguns admitem que mentem (e roubam, como o Coyote), outros apenas se eximem de discutir o assunto; apenas são. Há muita verdade e mentira nas relações humanas, pq há muita verdade e mentira (e sentimentos e idéias e... coisas) nas pessoas. Assim somos nós...

Todos dizem querer ouvir a verdade. Alguns a escutam pacificamante, insh'Alah (a origem de "oxalá" na língua portuguesa é a expressão muçulmana insh'Alah, que quer dizer "com a vontade de Alá") a compreendem. Alguns pedem a verdade e depois se revoltam com ela. Outros apenas fogem dela, ou deixam com que ela passe através deles e se fazem de desentendidos. Algum desses tipos de pessoa é parecido com você, não?

Juntando estes hábitos de falar e ouvir (ou de não falar e não ouvir) às reviravoltas rollercoasterianas (me faltou um termo melhor, e este é melhor do que "montanharrussianas", vc não acha?) do coração, às maquinações da cabeça (ambos já discutidos em outros posts meus, e em outros que virão também) e a várias outras coisas que povoam nossos universos internos e inter-nós, temos os ingredientes para nossos sanduíches relacionais.

Gostar de alguém é uma coisa muito boa, e ao mesmo tempo muito complicada. Existem muitas coisas que a gente gostaria de dizer, mas não diz pq acha que o outro não entenderia, ou não saberia lidar. Existem coisas que a gente gostaria de ouvir, mas não pode, ou não sabe como, pedir. Existem coisas que a gente gostaria de fazer mas não sabe como e coisas que a gente gostaria de fazer mas acha que não pode ou não deve. Existem os mal entendidos e os mal ditos (algumas vezes parece que o afeto nos deixa disléxicos e meio surdos) e existem todos os outros ingredientes do sanduíche. E existem o eu e o você. Sempre um eu e um você, seja lá quem for o você...

Eu e você é sempre uma coisa complicada. Dois universos com suas realidades próprias tentando se encontrar (espera-se) e suas tentativas de traduzir em palavras (sempre as palavras, mocinhas e vilãs das relações) aquilo que precisa ser tornado comum. Não é mesmo, se você pensar bem e bastante, algo que seja muito provável de funcionar. Talvez a solução seja não pensar demais, e não falar demais. Algumas coisas são melhor entendidas com olhares e convivência. O problema é que isso parece ser algo tão difícil de entender e realizar para tantos de nós...

Se não bastasse a complicação das relações um a um, há sempre a complicação da multitude tridimensional (uau duende, vc e estes seus termos... makes me horny!) de nossas relações. Estamos conectados, de um jeito ou de outro, em maior ou menor grau, a toda uma rede. Gostamos muito de uns, amamos (seja lá o que isso for... algo que ainda estou descobrindo) outros, morremos de tesão por um ou outro (ou muitos ou muitas), achamos divertidos (e apenas divertidos) uns outros tantos. Nossas redes de relações são geralmente coisas muito complicadas de entender. Levando em conta que cada uma destas relações tem todo este universo de complicações, e os cruzamentos e superposições as tornam ainda mais complicadas... uau... como é mesmo que conseguimos lidar com tudo isso, hein?


É simples. Basta não pensar demais nem falar demais. Deixa as coisas acontecerem e confia no que sente. Sempre acaba sendo uma boa idéia, embora não vá te poupar do sofrimento ou da dúvida. Mas, ainda assim, como é que podemos fugir do sofrimento e da dúvida?


Entrar em contato com as pessoas, se apaixonar por elas, vale a pena. Talvez simplesmente pq é bom, pq faz a vida ter algum sentido... pq é assim que podemos realmente nos sentir vivos.



Eu me apaixono, pq assim eu sou.
Nâo há muito a dizer sobre isso.



E você? O que tem a dizer sobre o seu viver com os outros?
Tem feito sanduíches gostosos?

sexta-feira, 3 de junho de 2005

toda alma é um palácio
com algumas portas fechadas.

algumas delas devem permanecer fechadas.




medo.



Você sabia que os ornitorrincos
só produzem veneno na época
do acasalamento?

continuando, e ao mesmo tempo não continuando, o post anterior...

...e então as pessoas irão perguntar "o que tem a ver o coyote com tudo isso?". Ou talvez não perguntem. A resposta não é difícil. Ele tem a ver com índios norte americanos. É! É isso mesmo! Índios norte americanos.

O coyote é, para algumas tradições indígenas norte americanas, um espírito ligado à trapaça e à esperteza. Seria então, dentro de nosso ideal cristão algo como um demônio. Há quem seja burro o bastante para relacioná-lo com o pelotiqueiro (nunca soube o significado exato desta palavra, mas acho ela simpática) Lokki do mito germânico. É tudo questão de ponto de vista...

Voltando ao coyote. Trata-se de um espírito que vai contra aquilo que muitos de nós considerariam "certo". Talvez, justamente, por ser justamente o espírito do "não há certo". Ele consegue o que quer, do jeito que quer. Ele mente, ele rouba, ele engana. Parece ser justamente o tipo de gente que estou criticando no post, não é? Mas, muito pelo contrário, o coyote nunca disse que não era o coyote. Nunca disse que não roubava, não trapaceava e que não enganava as pessoas...
É um tipo de mentiroso honesto. Algo que soa paradoxal em nossa cultura.

É melhor ser um coyote do que um lobo em pele de cordeiro.
Quem discordar que trate de esconder bem os restos mortais das galinhas da noite passada... :)

O coyote e a máscara...

"Coyote on top of the hill
ooohhh, doin' the things that coyote's will
Staring at the sky, looks at the moon
he starts to howl

Coyote up on the mountain top
blood in his jaws, the bone, he drops
Says no tame dog is ever
ever gonna take this bone"

coyote - velvet underground

Há um tempo atrás eu estava conversando com uma amiga minha sobre a importância de aceitar quem você é, do jeito que for. Estávamos falando sobre como é angustiante não aceitar coisas em você mesmo e, pior ainda, tentar ser o que não se é. Já notaram o quanto sofremos quando tentamos ser algo que não somos? O quanto nos entortamos e amputamos tentando esconder e fugir de coisas que somos? Já perceberam o quanto a gente se violenta quando tenta ser algo diferente de nós mesmos?

O problema é que não somos educados para aceitar a vida como ela é. Não sabemos deixar as coisas serem como elas são. Estamos sempre querendo fazer com que alguém goste de nós, ou tentando fazer com que nos aceitem, mesmo que para isso tenhamos que tentar ser outra pessoa. Estamos sempre tentando fazer coisas acontecerem, sejam elas naturais ou não. Não é fácil aceitar que as coisas são como são, e que só aquilo que acontece naturalmente acontece de verdade. Temos um complexo de deus birrento misturado com uma auto estima baixíssima ou falsificada. Acreditamos que podemos fazer as coisas serem como não seriam naturalmente, e que para isso precisamos ser quem não somos e fazer aquilo que não é de nosso fazer... E assim se passam nossos piores dias.

No fundo não adianta espernear. O que é que realmente conseguimos além de dor quando tentamos ser o que não somos, ou fazer coisas que nos violentam? Que conquistas, ou sucessos, reais e duradouros conseguimos quando não somos nós mesmos? Qual é o preço para se conseguir tão pouco?

Vale a pena tentar?
É um caminho curto para morrer por dentro...

Por essas e por outras que eu digo que é melhor ser você mesmo, seja você quem for, e tentar ser alguém melhor sim, mas sendo sempre você mesmo. No fim das contas quem é que diz o que é que temos ou não o direito de ser? A liberdade verdadeira vem do momento em que você se liberta de tudo e de todos que tentam te dizer o que você pode ou não ser e fazer (inclusive de você mesmo).
Não vale a pena, no fim das contas, viver de outro jeito.

Quem discordar que me jogue a primeira máscara...

quinta-feira, 2 de junho de 2005

hypnox.com
alt.nude para quem gosta de alt.nude



luz!

Ahhh... é o Max.
Max e os incidentes de sua vida são puramente ficcionais. Mas poderiam não ser, se vc também conhecesse o Max...

Distraído, percorrendo a planície interdentária do céu de sua boca e tirando catotas de porra seca dos pelos de seus pés, Max refletia sobre a noite que passou. "Acho que a Estela gozou três vezes... Yeah!". Assim ele pensava. Talvez tivesse perdido alguma coisa, perdido como estava em sua neurose de desempenho.

Levanta-se, tentando sorrir e pensar nos pontos altos da noite. Pensa nas cervejas, na forma como ele se aproximou dela enquanto ela contava sobre seus anos de pré-primário e a beijou, na textura de sua pele e em seus seios pequenos. Pensa vagamente na foda que tiveram, nos gemidos, na luz do teto do quarto(?!?)... ela deve ter gostado né? As lembranças desfilam frente a seus olhos, numa parada marcial de delícias, e seguem seu caminho. Ele fica só então com a sua eterna pergunta...

O telefone toca quatro vezes antes que Estela atenda, com voz de sono.
- Iaih, você curtiu a noite?
- Ma... Maaax? É você? Eu já tava dormindo...
- Ahhn... foi mal te acordar Estela. Deu vontade de te ligar e...
- Ahn... de boa.
- Você curtiu a noite?
- Ahã.
- Foi gostoso?
- Foi, Max... Mas...
- Eu também curtí.
- Que bom.
- Bom pra caralho.
- Max, eu tenho que acordar cedo amanhã...
- Tudo bem. Durma bem...
- Beijo e tchau...
- Beijo...
Ela desligou...

"É! Ela curtiu a noite! Foi muito foda mesmo! Eu sou bom nisso..." Max sorriu enquanto pensava. Deitou-se na cama, tirou a calça e espreguiçou. "Eu sou mesmo um idiota de ter ligado. Claro que eu mandei bem, né?".

Tentou dormir. Virou para um lado e para o outro. Sentou-se na cama, pegou o telefone, voltou a largá-lo. Deitou-se novamente, respirando pesado. "Será que ahã é mesmo uma forma de dizer que curtiu a noite?" pensou, sem sorrir. "A gente fodeu pra caralho e ela fala apenas 'ahã'? Que merda!".

Max não dormiu direito aquela noite.
Max não é o máximo?




(tem mais contículos do Max vindo por aí).

Busch Gardens' red RC and no pot on Tampa, yeah...
nem todas as montanhas russas ficam nos arredores de Moscow. nanã!

"I'm wearin'
Fur pyjamas
I ride a
Hot Potata'
It's tickling my fancy
Speak up, I can't hear you

Here on this mountaintop
Woahoho
I got some wild, wild life
I got some new to tell ya
Woahoho
About some wild, wild life
Here comes the doctor in charge
Woahoho
She's got some wild, wild life
Ain't that the way you like it?
Ho, ha!
Living wild, wild life."

(trecho de Wild wild life, do Talking Heads)


(a montanha russa vermelha)


(no pot)



são coisas desses bichos...


(post nonsense do dia. só para os raros...)

quarta-feira, 1 de junho de 2005

recebi um spam que ensinava a fabricar sabonete artesanal.

a receita não levava gordura humana.

apaguei o email.

eu não faço sentido.
o sentido se faz sozinho.
eu apenas sou o que sou.



às vezes eles voam.

"he's fucking fond of stars... mostly the unreachable ones. but now he likes to play with the bunnies and puppies while he waits for the fall..."


- as pessoas não fazem sentido, duende.
- não. elas não fazem. você tem que amá-las, ou esquecê-las.

rostos fortes do campo + protestos 9scola
duende andando em meio à manifestação da CONTAG e pensando...

... "quantos rostos bonitos e fortes do campo!" pensei comigo mesmo. estas pessoas tem rostos corajosos e bonitos. parecem ser mais reais do que todos nós. é algo que está no olhar...

existe alguma coisa no jeito que o céu fica nublado aqui na cidade que me deixa lírico. deve ser também alguma coisa que está ecoando dentro de mim... sei lá. mantenho-me sem pensar demais... apenas andando...

me pego pensando que não sei o que diabos é CONTAG. não importa tanto assim. pelos rostos e pelos gritos de guerra, tem alguma coisa a ver com o campo. algo como "o movimento dos com terra mas sem apoio do governo"... whatever.

a manifestação não é nem de perto tão grande quanto aquela do MST. a polícia faz competentemente o seu trabalho de conduzir a boiada de boné verde, fazendo com que atrapalhem o trânsito o mínimo possível. existe um know how das autoridades aqui que os permite fazer manifestações com 3 mil pessoas ficarem quase invisíveis. é uma pena que os manifestantes não tenham feito um upgrade em seus métodos ainda.

ficar gritando coisas na frente do congresso já virou lugar comum. você concentra o seu pessoalzinho, ensaia os gritos de guerra. desce o eixo monumental (mesmo que pelo meio da rua) sendo conduzido pela polícia para atrapalhar o trânsito o mínimo possível e então para na frente do congresso. você grita para o concreto, você canta e você acha que está fazendo grande barulho. algumas câmeras filmam você, mas o resultado vai ser exibido picotado. talvez em algum telejornal. talvez em algum programa do horário político. a distinção não é mais tão clara para mim.

onde estão as mobilizações táticas, não bovinas, não sujeitas ao controle de trânsito da polícia? onde estão as transmissões pirata de rádio e televisão? onde estão os cartazes provocantes? onde está, por Horácio, a criatividade dos movimentos sociais de contestação? Será que nosso governo de origem de esquerda foi a última pá de cal na libertade de protesto?

trabalho na esplanada dos ministérios. quase todo dia tem alguem fazendo uma manifestação aqui do lado. o que me preocupa é que por vezes nem eu noto isso acontecendo (ok, eu tb sou um pouco distraído). no fim das contas esses caras estão protestando para quem, aos olhos de quem? há de se fazer protestos diferentes. estes protestos bovinos não parecem ser nem sequer divertidos...


ou talvez eu esteja apenas sendo romântico demais.
deve ter alguma coisa a ver com o céu e com as coisas que andam ecoando dentro de mim...

confesso que bebi (para caralho)!

"depois de um porre como o de segunda feira,
leva-se umas 24 horas para se voltar a ser real..."

(dizem que eu disse isso ontem...)


ok.
voltei... :)



p.s. mas ainda não entendi pq diabos minhas panturrilhas estão dormentes nem consegui descobrir a origem das marcas roxas no meu braço... poisé, né? acontece...