Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

segunda-feira, 18 de abril de 2005

"O alarme de preenchimento de buffer de teclado soou de novo, sem despertar Ernesto de seu transe. Ele detestava quando isso acontecia. Levantava os dedos do teclado pelo espaço de uma respiração, um suspiro de saco cheio, e então voltava a digitar. Há 2 dias ele passava a maior parte de seu tempo digitando e revisando código. Ele, e muitos outros como ele, em vários lugares, estavam construindo a seu modo, com código e conceito e tesão, a ferramenta que mudaria a sociedade. Ele acreditava nisso, e esta crença estava em cada IF e FOR, em cada colchete e parêntese do código colorido que escorria pela tela. Parava vez por outra para tomar mais café, comer um pouco de chocolate, ou checar seus emails ou os comentários de seu blog. Assim passou a tarde, e o pôr-do-sol amarelo ouro acontecia sem que Ernesto se interessasse. Isso não quer dizer que não houvesse poesia em sua vida. Sua poesia era o código. E o código era sua arma.

Por isso Ernesto era chamado de N-C0D3.

Por isso neste ele não estava neste momento com Marcela, a Esfinge, no ginecologista. Estava tão conectado na construção da demanda da era que se esquecia de vez em quando de seus contatos humanos. Todo mundo pode cometer erros como este hoje em dia. Todo o mundo ciborgue, pelo menos..."


Esta NÃO é a segunda parte de "Nós Éramos Ciborgues Juvenis".
Vocês sabem por que?


É um experimento. Não ficou como devia, mas ficou bom.
Resolvi postar mesmo assim, pelo puro prazer de ver minha palavra escrita publicada.

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