A vida REALMENTE necessita de pausas, para pensar, decidir, refletir sobre os acontecimentos e redimensionar tudo...
Tive hoje um dia infernal. Não consegui trabalhar, não conseguia pensar.... foi mesmo um dia daqueles. Talvez fosse o início do que seria uma noite profundamente infernal mas então o mundo conspirou para que eu conseguisse respirar e tomar outra postura frente a tudo. Muitas vezes nos vemos em situações em que coisas muito importantes simplesmente não estão sob nosso controle. Tomamos nossa posição, fazemos o que podemos, e mesmo assim as coisas não estão em nossas mãos para decidir. Eu me vejo em uma dessas situações. E então vem aquele desespero, de se ver de mãos atadas, na mão dos outros.... é terrível, não?
Então temos, as vezes, a oportunidade de parar para pensar e perceber que muito daquilo que parece ser FATO é apenas INTERPRETAÇÃO, muito daquilo que parece ser VERDADE é apenas VERSÃO e quase toda RAZÃO é apenas PONTO DE VISTA. Posto isso nos cabe pensar se realmente adianta desesperar frente à vida, quando o desespero não nos leva a lugar nenhum. Cabe pensar se aquilo que tememos é mesmo tão horrível e se tudo não passa de um jogo entre nossa mente, nossa "visão de como deve ser o mundo", e o nosso ambiente, nosso mundo. Quando nos colocamos em uma situação em que "tem que ser deste jeito e não daquele" nos fragilizamos, nos deixamos vulneráveis, a uma dor muito grande. Algo como apostar no cavalo que perdeu. A vida tem suas voltas, seus caminhos, e estes são sempre supreendentes demais. Temos que estar sempre abertos para aquilo que é, não ficar fechados, agarrados a um desfecho escolhido para os fatos. Acho que estou me perdendo em uma divagação filosófica fora de foco....
O que quero dizer é: Quando paramos, simplesmente paramos, e apenas tentamos perceber as coisas como elas são, sem vontades ou escolhas, e então depois percebemos como estamos inseridos no contexto tudo fica melhor. Ir ou não ir, voltar ou não voltar, ser ou não ser... são escolhas, nossas ou dos outros, e definem de certa forma a maneira como as coisas acontecem... e os caminhos possíveis em nossas estradas. Mas nós somos muito mais do que nossos destinos, somos viajantes, e temos que aprender a aceitar o caminho e suas escolhas, e não ficar lutando contra tudo.
Hoje estive muito angustiado por causa Dela. Claro, eu a amo, a quero do meu lado, e isso está fora do meu controle. Conversei com ela rapidamente ao telefone e tudo parecia estar meio fora do controle por que EU estava tenso, desequilibrado. Falei coisas de coração, coisas verdadeiras, coisas que realmente estou sentido. Pedi perdões sinceros, aceitei críticas duras e verdadeiras... e o tempo todo estava revestido por um sentimento de perda e fatalidade. Ora ora... eu deveria voltar ao meu banco de escola filosófica interno e ter saboreado o momento. Não interessa tanto o desfecho da história, o fim da viagem. O que interessa mais do que tudo é se estamos sendo sinceros conosco mesmo e com o mundo, e se estamos trilhando o caminho ao nosso jeito, rumo a um destino que seja brilhante. O que interessa é se estamos sendo nós mesmos em nossa estrada. A situação toda pode ser muito desesperadora. Eu posso estar, estes dias, perdendo a menina que amo. Mas se isto acontecer, não será uma tragédia sem sentido. Nem tragédia nem sem sentido. Será um rumo, escolhido por ela, como eu mesmo já escolhi muitos rumos em minha vida. Terá acontecido por uma infinidade de motivos que entendo. E, mais importante que isso, será a expressão daquilo que deveria ser. Ser não há duas pessoas dispostas a estarem juntas, não há por que lutar. Se há duas pessoas dispostas a estar juntas a luta é válida e no fim tudo ruma da forma que tem que rumar. Não vale lutar contra os fatos. É muito duro ver uma pessoa que você tinha o tempo todo ao seu lado ficar de repente tão distante. É muito triste notar que algo que você confiava tanto estremecer, e talvez cair. Mas isso seria apenas mais uma visão pessimista, voltada para o enfoque de tragédia. Depois de parar por um momento, parar a angústia e as lágrimas, decidí que vou estar sim em contato com meus sentimentos de saudades, de vazio, de solidão, frente a esta situação. Mas eu vou aceitar que tudo isto esteja acontecendo e tentar encontrar a luz, o aprendizado disso. Se amanhã, depois, ou qualquer dia que seja eu estiver aqui postando uma notícia alegre, de que estamos novamente juntos será algo realmente bom. Um teste, uma atribulação, um momento difícil terá se apresentado e sido superado e a união entre eu e ela terá provado ser forte, duradoura e boa. Se neste mesmo futuro incerto eu me encontrar aqui, postando a triste notícia de que seguimos, cada um para seu caminho, separados, então será a constatação de que era assim que tinha que ser. Não vale manter uma relação onde um dos dois opta por seguir outro caminho, e graças ao bom Deus, na maior parte das vezes, não se mantém
Dedico estas palavras a todos, todos mesmo que as quiserem (e tiverem paciência) de ler. Mas as dedico sobretudo à minha Bibba Tangerine, que deveria saber que eu a amo, respeito e admito ter cometido muitos erros. Eu estou disposto a seguir lutando para estar a seu lado. E sobretudo quero o melhor para mim, e para ela.
Mil palavras não podem, ou não deveriam poder, mudar os sentimentos de uma pessoa. E não é para mudar sentimentos que escrevi todas estas. Foi apenas para colocar para fora o que penso, para quem quiser ler.
Saudades da menina que espero ter ao meu lado novamente
Love, truth, faith, patience, wisdom, resilience, trust.... and understanding to all those who love and want to TRY!
Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.
Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.
Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.
quarta-feira, 13 de novembro de 2002
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