Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

sábado, 24 de dezembro de 2005

A vida tem seus mistérios. Eles dão graça, encanto, ao viver.
Se tudo fosse claro e fizesse sentido, como alguns gostariam que fosse,
este mundo seria um desastre ainda pior do que é.

A maioria de nós não sabe quem é. A maioria não se preocupa em saber.
Ter coisas, títulos, reconhecimento... chegar lá... trabalhar muito ou pouco,
mas ser recompensado, confirmado, premiado, condecorado. Ter alguém dizendo
que você é isso e aquilo. Este é o substituto pobre que temos para o ser
que não sabemos ser, para a alma que perdemos.

Dizem que nossa alma se perdeu. Eu acredito que sim.
Ela estava lá, mas nos afastamos dela tentando salvá-la
e hoje nos matamos de trabalho ou de entorpecimento
para tentar ignorar este fato. Desistimos de ter alma.
Hoje nos basta ter um lugar na sociedade, dinheiro,
e as garantias objetivas, quantificáveis, da vida moderna.

É Natal. Nunca entendi o que isso quer dizer.
Dizem que é uma data para reunir as pessoas e celebrar
o nascimento do salvador. Não vejo motivos para celebrar
já que a meu ver estamos mais perdidos agora do que
a dois mil anos atrás. De qualquer forma é sempre bom festejar,
beber um pouco, cantar e se animar. Não faz sentido cortejar
a tristeza. Tem-se que decidir ser feliz. Eu gosto de ser feliz.


Mas se vocês me perguntarem, a resposta que tenho
e que o Natal não faz sentido, mas que isso não faz diferença
pois nós também não sentimos nada há muito tempo...
De qualquer forma, mesmo com este mundo onde vivemos,
eu ainda posso dizer que sou feliz. É um destes mágicos
mistérios da vida que passam despercebidos para a maioria...

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