o mundo do agora me faz querer ir embora, e outras divagações...
pensamentos sobre a nossa época, de alguém eternamente estranho a ela...
Estes são dias de prazeres fáceis e rápidos, custom-fitted, quanto mais rápidos melhor. Os prazeres que demandavam grande tempo e preparação, grande sutileza e sensibilidade, são atropelados pelos prazeres turbinados, rápidos e prontos para consumir de nosso tempo - prazeres sempre ao alcance de quem não se importa em pagar por eles, ou com o sabor meio pasteurizado de tudo. Nestes tempos a velha escrita, o velho romance, por heróicos resistentes que sejam, carregam agora um ar anacrônico. Não sabemos mais degustar ou apreciar. O lance é apertar o botão, abrir a embalagem, ligar o computador, tomar a pílula, passar o cartão... e se deixar ser divertido de tudo e de si mesmo...
Prazeres fáceis, replicáveis, artificiais são extremamente adictivos. É tão fácil utilizá-los, e estão sempre tão acessíveis, que te levam sempre a querer mais. Nada especial, não precisam ser especiais, podem ser repetidos. Ligue o jogo, abra a sala de bate papo, tome a pílula para ligar ou para desligar, compre os ingressos e deixe que mais um momento de prazer completamente on-demand aconteça. É para isso que trabalhamos, é para isso que vivemos, para seguir o script que nos foi escrito e, quando cansados, indulgir em algum prazer fácil e rápido. O show de horrores tem que continuar...
Quando falam em vício e perda de foco, não tenho nem quero dizer nada em minha defesa. Eu sou o elfo junkie que se esqueceu da floresta e agora joga videogames.
Seria trágico, mas é só ligar o jogo ou abrir a garrafa e parar de se importar.
Assim envelhecemos e morremos nestes tempos. Sem fazer idéia do que queremos, do que somos e para onde queremos ir. Em tempos como estes, fugas fáceis são o óbvio.
O que seria de nosso Admirável Mundo Novo sem o Soma?
Talvez não me importe mais como antes com a falta de sentido deste mundo.
Quem sabe algum dia ele faça sentido por si só,
quem sabe isso não faça diferença...
Vou jogar mais um pouco...
estou cansado desta vida urbana moderna.
é.
p.s. não vou procurar uma imagem para este post. a imagem de meu rosto refletida no espelho é tudo que preciso para ele...
A felicidade é uma escolha. A cada dia vc pode escolher ser feliz com a sua vida, ou se deixar ficar triste por ela. A vida é longa e cheia de curvas, mas passa rápido. Ela pode ser ainda mais breve se você não quiser vivê-la, mas ela vale a pena quando vc quer. Chega de lamentações...
O dia vai nascer de novo amanhã. Tudo tem jeito, quando vc quer.
Eu sei que já falei isso, mas eu gosto da frase...
"I choose life..."
Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.
Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.
Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.
quarta-feira, 14 de dezembro de 2005
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