Bibba havia ido para a festa de formatura de suas amigas. Não havia convite para mim e de qualquer forma era um momento mais dela do que meu. E foi importante sair com meus amigos de novo, para uma boa noite de cerveja sem figuras indesejáveis desta vez.
Chego ao Segundo Cliché com as esperanças de que vou me divertir um pouco combalidas. Dificuldade enorme para achar vaga, casais felizes andando de um lado para o outro (e eu sentindo falta da Bibba). Chego então à mesa. Quanta gente! Meu defensor e minha defensora (qualquer associação é casual), O velho amigo e sua querida namorada. O amigo esquisito de meu defensor e sua namorada animada e simpática e uma quantitade incontável e desinteressante de amigas destes. Ao menos não vai faltar gente com quem conversar e rir.
Nos primeiros momentos começo a perceber como foi BOM ter vindo encontrar com estas figuras. Empreendemos uma busca pela pizza fria, pelo cachorro quente desaparecido e conversamos em linguagem de sinais com o guardião cego do boteco careiro que cheira mal (acho que o nome era Gula sem Frescura). De qualquer forma parecia que sua comida é que era sem frescor.
Depois, cervejas escorrem como cascata garganta a dentro (e pela beirada da mesa enquanto garrafas e mais garrafas são derrubadas pelo desastramento de nossos ébrios companheiros) e a conversa fica cada vez mais interessante, divertida e esquizóide. Converso com Guto sobre as virtudes da alteração das leis sobre o direito de herança e sobre a liberdade nos meios digitais de comunicação. Conversamos todos sobre a beleza da vida, as marcas deixadas pela ausência de um pai na formação de um adolescente (especialidade da Maria e falta de senso da Val.. Val o que mesmo? Valdelice, Valdirene... sei lá). Tenho também uma cultíssima conversa sobre as virtudes da Polenta Frita com a sábia e dourada Val.. Val o que mesmo? A pérola do momento é a afirmação de que Shakespeare é um pintor. É sim... a sábia Val(o que mesmo?) que nos disse. :)
Fechamos o Segundo Cliché. Não sabemos para onde ir mas a corajosa e inconsciente Val(seja lá o que) nos salva dizendo que QUER POR QUE QUER ir para o Rock and Roll. Fico pensando sobre como alguém tão emperiquitada e de olhar tão sábio quanto um peixe dourado pode querer no Rock and Roll. Dito e feito, zarpamos para o Wlad. No meio do caminho Guto pega seu jipe e resolve passear entre as árvores do canteiro Eixinho W - Eixão, procurando, de carro, algum lugar onde depositar seu precioso xixi.
Chegamos em fim ao Wlad. Trancamos o Guto junto com as bolsas dentro do porta-malas do Franciesco Siena (o jovem carrinho do Hugo) e rimos da cara de um pederasta que tentava regar as faixas da pista com sua urina mirrada. Coisas estúpidas. É bom ser idiota quando se está bêbado. Quando finalmente sentamos no Wlad Rock and Roll, com Guto já devidamente resgatado do porta malas, Flávio e Guto resolvem beber Kaiser. Isto foi um choque quase grande demais para todos nós suportarmos. Comí sanduiches podrões do Rock and Roll e bebemos cerveja quase gelada e depois seguimos caminho. Errei o caminho de casa e levei quase 30 minutos para chegar em casa. O relógio de canteiro estava no meio da rua, derrubado por um acidente de carro causado por idiotas apostando racha na pista do Sudoeste. Mas a noite ainda não havia acabado.
Bibba me liga do Aeroporto dizendo que lá está chato e que me ligaria quando chegasse em casa. Sem titubear vou buscá-la no Aeroporto. Por que não? Estava com vontade de vê-la.
Não vamos julgar Daniel. (esta é para quem leu Vigília)
Love, Beer, Night Fun and Understanding to the ones who must have fun.
Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.
Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.
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domingo, 8 de dezembro de 2002
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