Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2006

só sabemos o que sentimos...
idéias que passavam pela minha cabeça há minutos atrás. espero que sirvam a mais alguém além de mim...

A gente gosta de achar que sabe das coisas, que pode advinhar o futuro, que pode prever (pré-viver) a vida. A gente gosta de acreditar no destino, achar que existe o nosso "lugar reservado ao sol", a "mulher de nossa vida", o "lugar onde a gente vai chegar"...

A verdade é que a gente não sabe. Pode por vezes sentir, mas a gente não sabe.

A gente só sabe o que sente. Só sabe o que nos toca, só sabe como é que a gente se sente vivendo o que vive, ou o que viveu. Não há certezas. Tudo que temos é a nossa visão atual, presente, de quem está por dentro da coisa. A gente só sabe da parte da estrada que está caminhando.

Tudo que podemos fazer é sentir, e entrar em contato com o que sentimos. A partir disso tomamos nossas decisões, que não são baseadas (na maioria das vezes) em certezas, e sim naquilo que sentimos que é o certo, que é o que nos fará felizes. Cometemos erros na vida, mas quem não os comete? Por vezes a gente se engana, fica cego, não sabe como agor, mas quem pode nos culpar? Tudo que temos é aquilo que somos, tudo que sabemos é aquilo que sentimos. É a condição humana.

Não obstante, além dos nossos sentidos (e por vezes ao alcance deles) há uma verdade. Ela vai se mostrando, discretamente, sutilmente, sensualmente como uma dançarina. Aos poucos a gente vai descobrindo as coisas, e a isso a gente chama de experiência. A vida não é uma coisa solta e sem sentido. Existe por trás de tudo uma força, uma divindade, que rege o rio da vida.

Mas esta divindade não escreve roteiros, e nós não somos marionetes. Somos nós que fazemos o nosso futuro. Nós mudamos o nosso mundo, e com paciência e clareza e vontade vamos tornando ele nossa imagem e semelhança. É por isso que digo que "Deus não é um diretor de teatro. Deus é um mestre de RPG".


Eu só sei o que sinto.
E em meio a todos os meus sentimentos, há uma enxurrada de amor.

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