Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

sábado, 29 de janeiro de 2005

agora eu vou dormir, pq eu mereço.

como última nota da madrugada que já virou manhã
não posso deixar de dizer que a Júlia e A acidgirl
mais foda que há...

love, beauty, free will and speech and understanding for all the cyborg dreamers.



Gilberto Gil, "rockstar and politician" como o chamou Lawrence Lessig, foi dar uma sacada no que a galera estava fazendo no Laboratório de Conhecimentos Livres, lá no acampamento jovem do FSM. Entre uma tentativa (muito boa, pelo que me disseram) e outra de jam session rolou muito quebra pau (bastante civilizado, no meu conceito de civilidade) sobre rádios livres e outras coisas extremamente espinhosas e importantes ligadas ao trabalho (de político) do cara. O Gil, que como eu já disse é muito fodáo, não perdeu a calma nem nos momentos em que a galera ficava mais agressiva nas suas colocações. Quem já participou de movimentação política anarquista+ultralibertária sabe bem qual é o jeitão do pessoal...
dá medo.

O Murilão e o Bicarato marcaram em cima e deram suas blogadas certeiras sobre as impressões do Lessig (que para quem não sabe é um puta blogueiro gringo... correção... um DOS MAIORES "putas blogueiros gringos"). E por falar em "puta blogueiro gringo", o John Perry Barlow (que além de ex letrista do Grateful Dead é outro "PBG") tirou essa foto abaixo, que exprime exatamente o espírito da coisa toda...



"Pediram para Gil falar, e quando ele pegou no microfone, a tenda silenciou. Centenas de pessoas estavam apertadas em um espaço muito pequeno. Gil começou a descrever o trabalho do governo Lula em apoiar o software livre, e a cultura livre, quando o debate esquendou. Não falo português, mas um brasileiro traduziu para mim e Barlow. O garoto estava questionando sobre rádio livre. Após dois minutos de diálogo, 8 mascarados subiram em cadeiras desfraldando banners demandando rádios livres. Uma grande discussão explodiu, com o ministro Gil entrando em conversa direta com inúmeras pessoas. Após 20 minutos a discussão cessou. A banda tocou novamente, e então Gil foi convidado a cantar. Por mais outros 20 minutos, este estraordinário artista cantou sua música acompanhado por toda a audiência (exceto Barlow e eu)."

"Mas o mais incrível é a dinâmica desta democracia. Barlow tirou a foto acima, que em certo sentido captura tudo. Aqui está um ministro do governo, cara a cara com simpatizantes e oponentes. Ele fala, as pessoas protestam, e ele dialoga com o protesto. De forma passional e direta, o ministro se mantém no nível da argumentação. Não há distância. Não há uma "zona de livre manifestação". Ou melhor, o Brasil é a zona de livre manifestação. Gil pratica as regras desta zona."

(tradução do Murilão para a blogada Different Worlds do Lawrence Lessig)


É muito fácil criticar o governo. É muito fácil dizer como é que as coisas deveriam ser feitas, a partir de suas idéias de como as coisas deveriam ser feitas, que muitas vezes nunca chegam perto da prática. É mais fácil do que arrotar depois de beber coca-cola apontar defeitos e motivos escusos por trás dos atos das pessoas. Na hora de admirar e aplaudir a atitude de um cara que eu já admirava a tempos, fico feliz por estar em tão boa companhia (destes blogueiros fodões e seus blogs insanos e sábios).

Hoje mesmo um amigo meu bem moderado (que não vai gostar de se encontrar nesta designação) deu a entender que eu era "entusiástico demais" em meus elogios ao ministro e a seu trabalho. Eu fiquei pensando nisso e cheguei à conclusão de que a moderação e a crítica velada constantes sáo o preço para se soar inteligente do meio desta gente tão "culta e refinada" que se auto denomina a intelectualidade. Para vocês... meu cu como resposta (copyleft do Arthur Tadeu Curado). :)
Eu sou fã do ministro e estou cagando para vocês :)

Quando falarem de democracia, meus amigos, lembrem do velho Gil lá no FSM. Será sempre um bom exemplo, e um dos raros, que teremos.

P.S.
Quem tem olho esperto percebeu que lá no canto direito da foto, com o braço levantado, está, como não poderia deixar de estar, o nosso sonhador cavaleiro andante dos nós vivos e conversas e suportes... com vocês.... DEEEEEEEÊ PÁDUAAAAA!!! Quero só ver o que ele vai blogar sobre o assunto... :)



P.P.S. a meu caro amigo moderado devo o esclarecimento de que o "foda-se" não era dirigido a ele. ele apenas me fez ver o quanto estou cagando e andando para o bom senso da intelectualidade anal retentiva.

p.p.p.s. se o texto não está dos mais claros, me perdoem. esta blogada foi feita às 6 e meia da manhã por um duende insone com o cérebro quase parando e uma enorme necessidade de falar alguma cosia a respeito destes acontecimentos. eu gostei dela mesmo assim...
qualquer coisa, eu dou uma ajeitada nela quando acordar.

Rascunhos descartados...
Eu tenho uma enorme dificuldade de jogar coisas fora. Seja coisas tangíveis, como papeis de anotação e lembranças de lugares ou momentos, seja coisas intangíveis como fotos antigas de pessoas que nunca mais verei e... fragmentos extirpados de contos.

"...Marcos se pegou pensando que acreditava que nunca teria que arrombar uma porta na vida. De qualquer forma, como não sabia mais ao certo no que acreditava, limitou-se então a chutar a porta de entrada do apartamento. Não sabia com certeza como viera parar ali. Tratava-se da casa de Selina, ele sabia, mas não se recordava se esta o havia dado o endereço da casa antes. De qualquer forma, ele entrou, pisando na porta e nos enfeites de natal que ainda estavam lá, grosseiramente fora de época. Que diferença fazia agora?

Exceto pela porta derrubada e os cacos de um vaso derrubado que ainda corriam pelo chão, a pequena sala do apartamento parecia bastante pacata. Mesa de jantar com arranjo de flores, bibelôs sobre uma mesa de centro, licores na estante e uma árvore de natal. A paz do lugar era perturbada por ruídos que vinham do corredor. Não era surpresa que a casa inteira estivesse agora acordada, com todo o barulho da porta sendo derrubada.

Esperando ver familiares, armados ou não, correndo pelo corredor em meio ao absurdo da situação, Marcos ficou surpreso ao perceber que apenas uma jovem mulher negra como alcatrão o olhava. À guisa de arma segurava com as duas mãos um guarda chuva florido. Seus olhos eram apavorados demais para oferecer qualquer ameaça. Neste momento Marcos estava surpreso demais com os próprios atos para fazer qualquer coisa também. A cena tensa embora ridícula permaneceu por longos segundos, até que os olhos preguiçosos, dopados, de Selina apareceram no final do corredor. Ela também parecia não entender o que estava acontecendo.

Por todos aqueles segundos Marcos antecipou um confronto patético com a moça do guarda chuva, assustado demais para perceber o ridículo da situação. Mas este confronto não aconteceu. Selina cambaleou pelo corredor e colocou-se frente à mulher negra, e ficou a fitar Marcos com um olhar ainda embasbacado, talvez por conta dos tais remédios..."

(rascunho descartado da sétima parte de minha fábula O Cavaleiro e o Dragão.)


Nada está tão errado a ponto de não merecer existir.
Nada está tão certo a ponto de não ser questionado.

"Na verdade nada é uma palavra esperando tradução"

é.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2005

- minha intuição sempre me disse tudo... eu sempre soube, mesmo quando não queria olhar, o que iria acontecer. agora eu não sei nada... sei das coisas pelos próximos dias... err... mais ou menos... mas depois tudo parece um enorme mistério.
- isso é bom duende. bem vindo ao mundo dos seres humanos...
- é? quer dizer... é bom?
- nem sempre saber tudo é bom. saiba curtir as surpresas da vida...
- é.... é... sim... :)

---

- estou aprendendo a não tentar controlar o universo.
- que bom. isso devia ser cansativo.
- sim, era...
- e talvez devesse aprender a parar de advinhar o futuro...
- não era advinhar... eu simplesmente sabia....
- tá... tudo bem, duende... aprenda a viver e se surpreender...
- é o que estou fazendo.
- que bom.
- duende é bom aluno quando quer. :)

---

Ahh Nanath...
vc é foda!

Tenha uma boa morte-renascimento.
Te espero na segunda, gata... :***

(essa tinha que vir para o blog)

alguém sabe "o que se faz com uma nhá-benta"
além de comê-la?

eu fiquei curioso...

Casa-Pré Fabricada

Abre os teus armários.
Eu estou a te esperar
para ver deitar os sol
sobre os teus braços castos.
Cobre a culpa vã...
até amanhã eu vou ficar
e fazer do teu sorriso um abrigo.

Canta que é no canto que eu vou chegar.
Canta o teu encanto que é pra me encantar.
Canta para mim, qualquer coisa assim sobre você.
Que explique a minha paz.
Tristeza nunca mais.

Vale o meu pranto que esse canto em solidão.
Nesta espera o mundo gira em linhas tortas.
Abre essa janela, a primavera quer entrar
pra fazer da nossa voz uma só nota.

Canto que é de canto que eu vou chegar.
Canto e toco um tanto que é pra te encantar.
Canto para mim qualquer coisa assim sobre você
que explique a minha paz.
Tristeza nunca mais.

.
.
.
.
.
.
.
esta música tocou na minha cabeça o dia inteiro...
e eu sei por que.

este foi um dia cheio de sinais...

medo bom... :)

A Armadilha de Arthur Curado
Seguindo o projeto VIVA CONCHITA VIVA!, neste final de semana tem curta temporada da peça A Armadilha, de Arthur Curado, na sala Conchita de Moraes. Olha só a propaganda que ele me mandou. Ela diz tudo...

O projeto VIVA CONCHITA VIVA! orgulhosamente apresenta o espetáculo A ARMADILHA, com Arthur Tadeu Curado e Sérgio Sartório.

A ARMADILHA é um espetáculo que conta, de forma surpreendente, uma noite na vida de um patrão paraplégico e seu criado, reclusos na solidão de uma casa, que serve de cenário para o desenvolvimento de um jogo psicológico, onde só um deles dará o xeque-mate. Imperdível! Venha conhecer A ARMADILHA que preparamos pra você.

Dias: 28, 29 e 30 de janeiro, sempre às 21 horas.

Sala Conchita de Moraes, Teatro Dulcina - SDS CONIC

R$ 5,00 (meia) - válida para estudantes, idosos, profissionais sindicalizados e doadores de 1kg de alimento não perecível.

E não deixe de visitar o site: http://www.fotolog.net/doisperdidos



Se der, eu vou. :)

quarta-feira, 26 de janeiro de 2005

- ora duende... o amor é uma coisa ridícula.
- you've got the point, baby. :)
- ...!?
- as pessoas são ridículas. pq é que amar teria que ser diferente?

é só uma questão de aceitar o ridículo...

depois é só partir para o abraço. :)

Ridículo!
Alguns pensamentos ridículos sobre ser ridículo, saber que se é ridículo, aceitar que todos somos ridículos... e dar umas boas risadas disso.

Perdi a conta das vezes em que ia dizer, escrever, fazer, mostrar algo a alguém e me refreei no último momento. Em minha cabeça work-a-holic, o ato reprimido, amarrado sem chance de defesa pelo pensamento esquisito de que "isso é ridículo demais... não faça isso". Ao mesmo tempo, entre outras tantas coisas igualmente ridículas que este pensamento vigilante não me impediu (ainda bem) de fazer, está uma frase de autoria desta mesma cabeça que diz "a condição natural do ser humano é o ridículo. patético é quem tenta não ser, sábio é que aprende a rir disso...".
Que ridícilo (ou melhor, patético) sou eu, autor e espalhador desta frase, tentando não ser ridículo. É algo que me identifica mais ainda com os outros seres humanos... não é?

Agora mesmo, enquanto escrevo este texto, me pego pensando que ele está mal escrito, que é uma débil tentativa de mostrar vida inteligente (para quem, cara pálida? para mim mesmo ou para as pessoas à minha volta?) e habilidade com as palavras. A autocrítica é uma das coisas mais ridículas que aninhamos dentro de nosso ser...
Ruim com ela. Pior sem ela?

Ponho-me então a pensar no quanto é normal toda esta autocrítica insegura. Quantas pessoas além de mim também não passam por estes mesmos ridículos tão humanos de contradizer em atos e pensamentos aquilo que fala, quantas pessoas não apagam frases, parágrafos, textos inteiros por achar que são ridículos demais para os olhos do mundo.... e para os seus próprios. Quantas pessoas, além de mim, não se pegam tentando fazer alguma coisa não ridícula... como se precisassem ser aceitos... como se precisassem fazer bonito... como se precisassem ser a graciosa cereja do pudim social no qual habitam...
como se fosse possivel, e tivesse enfim alguma graça, não ser ridículo.

Todos nós somos ridículos. Isso nos identifica, nos dá boas chances para a interação. Isso nos permite dar umas boas risadas de nós mesmos e dos outros. Isso é bom...
Ponto para quem inventou tudo isso aqui nesse universo. É um ser com senso de humor e uma boa dose de sabedoria gonzo.
"Os deuses tem um gosto pela comédia pastelão", dizia Tom Robbins em "Ferozes e Inválidos de volta dos Trópicos". Um livro que me fez dar boas risadas, por que é maravilhoso e ridículo (e maravilhoso EM ser ridículo).

Somos os palhaços dos deuses.
Por que não sermos nossos próprios palhaços então?


Rir é bom. Faz parte daquilo que chamamos ser feliz.
E se permitir ser quem vc é também é parte deste pacote brilhante e tão esperado.

Vamos nos fazer um bem? Vamos nos deixar ser ridículos, nos permitir fazer aquilo que nos dá vontade de fazer...
E vamos parar de julgar tanto aos outros, e principalmente a nós mesmos?


Fica combinado assim.
E assim vamos dar umas boas risadas.




Este é um texto ridículo que eu tive prazer em escrever :)



P.S. não, eu não cortei o cabelo. as fotos deste post são antigas... bem antigas... de tempos também ridículos e felizes.

fotolog faminto...
Mais um post que escapou de ser comido por meu perigoso fotolog faminto
que engole meus posts. Lá vai ele...




É preciso ter duende para se ser duende...

"Em espanhol, duende não se
refere apenas àqueles espíritos travessos que habitam
as casas, mas, aponta sobretudo para um encanto
interior difícil de explicar. Um poder misterioso que
habita em nós e que transforma qualquer ação banal em
uma aventura e faz o sangue correr mais rápido no
corpo. ?Os grandes artistas do sul da Espanha, diz o
poeta, sejam eles ciganos ou flamencos, quer eles
cantem, dancem ou toquem, sabem que não é possível
nenhuma emoção sem a presença de duende".

Este duende de que fala Garcia Lorca não nasce de
lugar nenhum fora de nós. Ele brota das nossas
entranhas e colore de vermelho as nossas vidas
apagadinhas. ?A chegada de duende pressupõe sempre uma
mudança radical em todas as formas e derruba por terra
os velhos hábitos. Ele chega com sensações de frescor
totalmente inéditas, com uma qualidade de rosa
recém-criada, de milagre, que chega a produzir um
entusiasmo quase religioso?.

Duende é pura paixão pela vida. O poeta continua: ?O
duende ama as fronteiras, as feridas, e se aproxima
dos lugares onde as formas se fundem em um anseio
superior a suas expressões visíveis?. Ter duende é ser
capaz de agarrar as oportunidades com os dentes. Ou,
como diria um outro pensador do século passado, Henry
Thoreau, ?Sugar o tutano do dia?. E brindar à vida,
com olhos úmidos e agradecidos.

Com duende, sim, todos os dias nos encontrarão ativos,
autênticos fazedores de sonhos."
(trecho de um adorável texto de Adília Belotti, enviado
para mim pela querida Cris Pires, amiga e conselheira)



Sejam felizes!


UPDATE:
O meu fotolog realmente parece criança!
Basta eu postar aqui dizendo que ele é malvado
e engole minhas fotos que ele resolve cuspí-las de volta.
E, mais uma vez, até que a foto e o texto estavam ajeitadinhos :)

Algum dia eu desisto, talvez. Até lá eu insisto :)

terça-feira, 25 de janeiro de 2005

Este é o meu ministro!


É realmente muito bom saber que
o seu ministro é um cara tão estranho
quanto você...



estranho e muito muito muito fodão,
diga-se de passagem.

domingo, 23 de janeiro de 2005

toda a ameaça era só amargura.
todos os dentes, garras e rugidos
eram apenas medo.

a fera perigosa era apenas uma criatura assustada.

a natureza que pode ser furiosa
dorme em um berço sensível.

agora eu só quero coisas boas e doces...

sábado, 22 de janeiro de 2005

"...você é tão moderno,
se acha tão moderno
mas é igual a seus pais.
é só questão de idade
Passando dessa fase
tanto fez e tanto faz.
você com as suas drogas
e as suas teorias
e a sua rebeldia
e a sua solidão
vive com seus excessos
mas não tem mais dinheiro
pra comprar outra fuga
sair de casa então...
então é outra festa
é outra sexta-feira
que se dane o futuro
você tem a vida inteira.
você é tão esperto,
você está tão certo,
mas você nunca dançou
com ódio de verdade
você é tão esperto,
você está tão certo,
que nunca vai errar.
mas a vida deixa marcas,
Tenha cuidado
se um dia você dançar.
nós somos tão modernos,
só não somos sinceros,
nos escondemos mais mais...
é só questão de idade.
passando dessa fase
tanto fez e tanto faz..."

(A Dança, Legião Urbana)

para a minha geração,
e para a sua também...

porque somos todos mamíferos pelados
escondidos por trás de nossas soberbas invenções.

"A tribo renegada da esplanada"


Azul, Eu, Metal e DP (o sapo).

pq a vida tem seus momentos...

Quem precisa de um fotolog quando se tem 10 dedos
e um pouco de fogo correndo nas veias?




a verdade nem sempre é fácil de se ver.
mesmo quando está na cara, quando está nos olhos...
para isso (para esconder) inventamos as máscaras
e os grandes óculos escuros.

ninguém entende, ninguém entende.
eu não deixo ninguém entender.

eu prefiro ser o dragão na toca
cuspindo fogo e lamentando
que ninguém me faz uma visita...

-=-

onde foi mesmo que o tolo
deixou a chave de seu castelo?

eu quero o meu cetro e a minha coroa
e os meus sonhos de volta!



isto era um post de fotolog,
mas o fotolog resolveu engolí-lo.
o meu blog ama o que eu escrevo.



UPDATE: E não é que o fotolog se sentiu
desafiado e resolveu cuspir de volta a foto?

Ela nem ficou muito amassada e babada... :)

p.s. ao fundo vc pode ver o DPadua desempenhando
a sua 6a tarefa predileta: falar ao telefone.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2005

Uma noite no Orange foi o suficiente para me convencer de que eu não pertenço àquele mundo também. Nada contra as pessoas (elas tem todo o direito de ser o que quiserem, principalmente se for o que elas realmente são) mas certamente não é mais o tipo de vibração que me move.

Eu me cansei do culto à aparência, ao "cool" e à "estética sobre a substância". Quero gente de verdade por trás das máscaras, e não uma coleção de drones em uma pista de dança tentando fugir da vida que acham medíocre. Não existem vidas medíocres na verdade. Existem apenas pessoas que não sabem olhar para si mesmas, e para suas vidas, com os olhos certos e buscar desenterrar o brilho das estrelas sob as nuvens da rotina.

Cansei de pessoas que tentam ser sexies e descoladas e interessantes. Cansei (há algum tempo já) de tentar ser uma destas pessoas também. Mais vale simplesmente deixar-se ser quem você é e ver no que dá.

Divirtam-se como quiserem, meus amigos.
Mas eu não tenho mais saco para aquilo... :)

A embreagem do Brutus quebrou ontem a 1km da minha casa. Com um barulho de cordão arrebentando (o que deve ter sido o som do cabo de embreagem arrebentando que nem uma corda de violão) aquele famigerado pedalzinho da esquerda ficou molenga. A quinta marcha não desengatava, e eu duvido que de qualquer forma eu conseguisse engatar outra marcha. Foi divertido e assustador dirigir o carro travado na quinta marcha ao longo de toda a estrada de terra, sem poder usar o freio (se eu freasse o carro e o motor morresse, não iria conseguir ligá-lo de novo) e na velocidade mínima de 50km por hora...

Chegamos inteiros em casa, mas agora não há como tirar o carro da garagem. Com a marcha engatada na quinta marcha o motor não liga (e mesmo que ligasse eu iria, possivelmente, parar dentro do canteiro).

Agora tenho que pensar em um jeito de trazer um mecânico até aqui. Alguém tem alguma idéia?

E, se tudo mais falhar...
Alguém se habilita a me buscar em casa e me hospedar pelo final de semana? :)

quinta-feira, 20 de janeiro de 2005

Retifico
Já que o lobo da estepe não morde mais, mas a Clara Elfa tem muita habilidade com as facas...

Reconheço que uma boa parte do que disse a respeito de O Lobo da Estepe vem do momento pelo qual estou passando (inclusive a idéia insana de parar de fumar). O livro não é chato nem pomposo, é apenas diferente do que quero ler agora.

De qualquer maneira, a doação está agendada...

p.s. a falta de cigarros causa um mau humor insidioso e nem sempre perceptivel ao candidato a ex-fumante. não recomendo a alteração de estado tabagístico a ninguém.

assisti a montagem de DOIS PERDIDOS (adaptação do texto "Dois Perdidos numa Noite Suja", de Plínio Marcos) na abertura do projeto Viva Conchita Viva. Foi uma grande injustiça que eu não tenha comentado sobre isso antes. Bem... este não é um mundo justo...



A montagem ficou fodona (embora o Arthur insista em dizer que "não estava muito bem... estava ainda se reacostumando com o texto... blá blá blá..." em sua falsa humildade (trans)viada). Acho que minha demora para escrever sobre a peça vem justamente do tempo que levei para digerir todos os tons que ele imprimiu aos personagens e...
nah! demorei para escrever pq sou enrolado mesmo. Mas a peça ficou ducaralho.

PARABÉNS ARTHUR.

"...por fim ele entendeu qual era o tipo de cara que ela gostava. (...) meio brutos, grandes e fortes, geralmente menos inteligentes do que ela. Não eram tão difíceis de se encontrar, exceto pela inteligência."

mais um fragmento perdido de conto.

Sim, a minha chefe tem razão...
(as usual)

O OpenOffice.org é uma merda!

tenho que descobrir um editor de texto decente para o meu Gnome/Debian.
sugestões?

"Giving up smoking is the easiest thing in the world. I know because I've done it thousands of times."
-- Mark Twain


...e eu também.

mas Mark Twain está morto (ou não)
e eu também estou morrendo.
todos estamos, afinal...

o que importa é o que vou fazer até lá.

vamos todos ser felizes? :)

O cursor fica piscando na minha frente...
piscando, piscando...

eu tinha uma idéia. havia uma história que eu queria contar.
e o cursor, piscando, piscando,
perguntando onde está a história...

ensaio algumas palavras,
e apago todas elas.
é o equivalente escrito de gaguejar...

parado frente a uma tela branca de espera
eu descubro o quanto é dificil escrever sem um cigarro...

fuck.

Conchita e princesas...
O Viva Conchita Viva! de Arthur Curado continua. Neste final de semana será encenada a peça Complexo de Cinderela. Eu não vou perder. E você?



Esse final de semana tem COMPLEXO DE CINDERELA, pelo projeto Viva Conchita Viva! A peça é uma comédia sobre duas mulheres pré-balzaquianas que, enquanto esperam por seus príncipes, divagam sobre a idealização do amor, as relações e o universo feminino.

Dias 21, 22 e 23 - sempre às 21 horas - Teatro Dulcina - Sala Conchita de Moraes - SDS CONIC

R$5,00 (meia) - válida para estudantes, idosos, profissionais sindicalizados e doadores de 1kg de alimento não perecível.


--==--

Teatro bom é teatro feito por gente para gente,
com um preço que a gente pode pagar.

UPDATE:
O Candango publicou uma matéria puxa-saco (mas extremamente merecida) sobre o Arthur. O cara é fodão mesmo.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2005

não tente me interpretar
por meio de palavras que não dizem a você.

não me tente apreender.
estou me transubstanciando
para melhor servir a mim mesmo...

o que eu quero
é para mim querer.
em tempo eu vou
e pego.

as pessoas falam o que falam
pois não sabem o que querem dizer
nem o que querem dizer as palavras
que cospem sem preocupação.

não me importa o que dizes.
importa o que sinto a respeito
do som das suas palavras.
o léxico pode até rimar com sexo,
mas não tem nada a ver com tesão.

vida é relógio
tiquetaqueando
quereres e poréns...

A parte mais difícil de parar de fumar é tomar a decisão de que se quer parar de fumar.
não.

A parte mais difícil é manter esta decisão...
não.

A parte mais difícil de parar de fumar é aguentar o tédio oral, abdicar de um prazer e divorciar-se da fumaça...
é.

se alguém falar que eu não vou conseguir, pode estar certo...

mas eu juro eu queimo o infeliz bocudo com uma ponta de cigarro. :)


p.s. algumas verdades mudam com o tempo. algumas nunca sequer chegam a existir.

terça-feira, 18 de janeiro de 2005



graur. :)

"As borboletas são delicadas e delgadas, mas essa mariposa tinha força e massa. Suas asas pesadas eram empoadas como a face de uma velha atriz. Pressupõe-se que as borboletas sejam despreocupadas, já as mariposas são escravas de uma ardente obsessão. As borboletas parecem inócuas, e as mariposas, algo... eróticas. O pó da mariposa era um pó sexual. Seu saracoteio pelo ar era de natureza sexual. De súbito Switters tocou a garganta e gemeu. Gemeu porque lhe ocorreu o quanto a mariposa parecia um clitóris com asas.
Vívida."

(trecho de "Ferozes Inválidos de Volta dos Trópicos", do Tom Robbins)

Tom Robbins é muito foda...

Mas estou caindo de sono. Dormito, ou penso que dormito, antes de começar a tossir. Sempre tenho uma noite de tosse depois de me curar de uma gripe. Parece que esta é a noite. Antes mesmo de acordar realmente estou me empanturrando de peito de frango grelhado com pimenta na cozinha....

minha vida surreal me delicia...

Vou ler mais Tom Robbins.

...releio alguns velhos contos. encontro boas idéias mal realizadas. palavras de alguma força arranjadas de forma inexperiente, excessos, falta de ritmo e graça. sinto como se, com raras excessões, eu não tivesse ainda começado a escrever minha verdadeira obra.

estou literáriamente deprimido. abro um livro para tentar relaxar, me inspirar...
em dez minutos de leitura entendo qual é o problema:
Herman Hesse me irrita. Ele é chato, pomposo, empolado, nariz empinado e alemão demais. Hermann Hesse me dá nos nervos e o Lobo da Estepe é chato e velho...

não não... eu preciso ler algo vivo,
preciso escrever algo vivo...

corro até a sala e furto o "Ferozes Inválidos de Volta dos Trópicos" (de Tom Robbins) da estante do meu irmão. Agora sim vou voltar a ler literatura boa de verdade. Quanto ao Lobo da Estepe, que vá mofar longe da minha vista... :)

Vou dar um rápido exemplo do que é a Lei de Murphy:

Antes de mais nada, vale dizer que eu odeio - sim ODEIO - trabalhar com qualquer coisa ligada a leis e legislação. Fiquei aliviado cada vez que não passei em um dos concursos para algum tribunal que minha família me convencia a tentar fazer...

ok... posto isso já seria azar o bastante que de todos os funcionários do Ministério da Cultura (um lugar improvável, pensaria o cidadão normal, para se ter que se mexer com muitas leis) eu seja o único incumbido de mexer com a entrada das leis relativas à cultura no Portal do ministério.

mas... isso não é o bastante.
então eu enrolei, sabendo que as demandas de trabalho iriam mudar até o último minuto (e estava certo... se tivesse entrado com as leis antes, teria que fazer isso de novo agora de qq jeito... minha intuição não me falha). Quando finalmente vou entrar com as leis, o meu computador dá pau e eu tento reinstalar o sistema (isso mesmo, reinstalar o sistema) 5 vezes, até desistir no 6o crash. Então pego uma máquina na sala do meu irmão e começo a fazer o trabalho... para depois sermos trancados do lado de fora da sala (e quase ter que arrombar a porta) por um segurança incauto.

sim... mas isso ainda não é o bastante.
depois de horas de trabalho eu percebo que a REDAÇÃO das leis, da responsabilidade algum "adevogado" qualquer daqui, está errada (e portanto as notas de rodapé não batem com os textos, os links estão todos apontando para nada e etc...).

Então você senta e chora e lastima que não seja mais fumante para ao menos fumar um cigarro e xingar a mãe de alguém. Só me restou xingar a mãe de alguém...

p.s. experimente rosnar para porta retratos de desconhecidos quando estiver com muita muita muita raiva... é uma experiência edificante.

A vida tem um jeito engraçado de fazer você se tocar da sua própria tolice:

ela rí da sua cara.

(afinal, somos todos ridículos)

segunda-feira, 17 de janeiro de 2005



nenhuma flor pergunta se pode nascer.

- você não se sente solitário?
- sim. que pergunta tola... é claro que me sinto solitário. todo mundo se sente solitário de vez em quando. é uma coisa com a qual aprendemos a lidar, e a extrair coisas boas e precisas, todo dia.
- mas e este seu mal humor?
- ninguém disse que eu tinha que sorrir enquanto estou lidando comigo mesmo.
- você não acha que afasta as pessoas?
- só aquelas que não sabem dançar...

o autoconhecimento é um caminho cheio de surpresas...

vocês sempre sabem, de antemão, como vão agir numa situação? vocês nunca se supreendem com seus atos? sempre sabem explicá-los?

isso não costuma acontecer comigo. :)

principalmente em dias como estes...

domingo, 16 de janeiro de 2005

tirar uma boa soneca... beijar o espírito-coiote nos sonhos...
acordar e fazer coisas deliciosas.

a vida fica mais simples depois da noite.

lembram que eu falei que as aparências se enganam?

eu não estava brincando.
nunca duvide no seu próprio poder de acreditar em ilusões. este é um mundo propício para isso. :)

"A maneira mais simples de se perder ou bagunçar uma sensação ou sentimento é confundir-se e iludir-se tentando transformá-lo em palavras. Palavras são ventos, pensamentos são movimentos e nós somos apenas momentos de nós mesmos. Não tente pensar. Não tente saber. Apenas seja o que é no momento."

É.

Gatos
um velho conto meu, repostado em homenagem à Nath e à Bast, e também à Lotus a negra.

Olho à minha volta, procurando aquela gata. Não posso perder ela agora... Desde que a vi, gata perdida entre os blocos, eu a quis. Fico atento a cada movimento, cada sombra. Esse jogo de perseguição, tão antigo, é um tesão. Não posso perder ela agora, e desde que cruzamos nosso olhos nesta noite, eu soube que ela também não queria ser perdida. Ela quer ser desejada, perseguida, alcançada e tomada. Eu vou achá-la. Ah, se não vou...

Corremos entre blocos, ora eu a deixava ganhar distância, ora ela se escondia para que eu a achasse. Este é o nosso jogo. Eu a perdi depois dessa curva e... Não, ela está ali! Meus pelos se eriçam quando vejo seu corpo longo e ágil correndo. Minhas pernas se esticam na corrida, minha vontade se alongando a cada passada. Cruzamos dois blocos, um estacionamento, um parque – correndo, correndo, até que a alcanço. Sinto sua respiração cansada combinando com a minha. Nossas peles se chocam com força quando pulo sobre ela. Rolamos sobre a grama seca. Ela é minha gata, eu sou o gato dela, agora. Sobre a grama, entre os blocos, sob o céu e tudo mais, me coloco dentro dela. Alí roçamos e cheiramos, lambemos e gememos... e gememos... gememos.

Uma janela se abre sobre nós. Um grito, um xingamento, uma pedra de gelo que é jogada em minhas costas – estragam tudo, doem. Alguém joga cubos de gelo sobre nós e nos chama de gatos safados, grita que quer dormir... Corremos por instinto de sobrevivência, em busca de abrigo do perigo, para lados contrários. De meu esconderijo sob um carro posso ver o gelo derretendo sobre a grama que esquentamos. Posso ver a janela sendo fechada e alguém que ruma de volta para o sono entediado. Posso ver a noite se esgueirando sobre o para-choque do carro, mas não posso ver a minha gata. Nós nos perdemos nesta noite...

Porra! Será que humanos não entendem o tesão?

-=-

Que este seja um ano feliz
para homens e gatos.

sábado, 15 de janeiro de 2005

"quando é real, é incondicional..."

frase foda pescada de um album de fotos de alguém no orkut...

"a conclusão à qual cheguei depois de anos de observação de fotologs e fotologgers é de que as aparências se enganam."

e tenho dito.

Quem precisa de fotolog?
(estou ficando cansado de ter meus posts engolidos pelo www.fotolog.net)



"...saí andando pela festa...
naquele momento, mesmo tendo parado de fumar há poucos dias, eu queria muito um cigarro.
não era por nada, ou por ninguém... eu apenas me sentia solitário.
eu podia entender o rumo das coisas, como elas rumam. nem precisava ruminar muito.
eu apenas me sentia solitário e queria um cigarro.

Me isolo de todos e vou andar por cantos escuros.
Penso sobre a solidão, o que é, o que não é? O que não somos...?
A solidão está sempre lá, pois ela é parte da nossa condição humana.
A gente se esconde dela, ou a esconde debaixo do tapete, ou de um, ou muitos, corpos.
Esconde ela debaixo de trabalho e estudos, projetos e promessas de amor. Mas a solidão é a
solidão, e ela está sempre lá para te lembrar que você nasceu sendo vc,
e é isso (e assim) que você vai morrer. talvez melhore um pouco...

A vida é cheia de encontros, mas no fim das contas é só você que está por trás de seus olhos fechados quando você se deita...
E é então que eu resolvo ir para casa. Não vou implorar à noite por esmolas de vida
roubada para disfarçar a minha solidão. Caminho sozinho para meu carro e dirijo sozinho para casa...
sozinho como eu sou de verdade. sozinho e silencioso, e sem dever nem pedir nada a ninguém.

De qualquer forma eu queria companhia... Ao menos para não ficar pensando em solidão e cigarros nesta noite.

mas somos quem somos e as coisas são como são.
É... (mas a vida é boa, de um jeito ou de outro)"

"Todo escritor é meio estrangeiro, mesmo em sua pátria... Ele precisa disso para preservar seu olhar penetrante e ao mesmo tempo distanciado...
bla bla blá...
Esta é a desculpa bonitinha que eu uso para justificar o fato de eu ser um bicho-do-mato assumido."


são palavras. apenas palavras...
palavras são vento.

O GENÉRICO DO AMOR
-- de CarolinA "é com A e não com E" Paganine

– Este par de sapatos é filho de uma desilusão amorosa – Carina certa vez ouviu de Angélica. Nada mais corriqueiro. Se não se pode obter uma coisa, adquire-se outra. De alguma forma misteriosa e bizarra, os sapatos novos de Angélica preencheram a lacuna da Desilusão Amorosa.

“Compreensível”, pensou Carina. Até mesmo porque o Homem, agora também conhecido como o Homem-sexo-fácil, com um toque genérico de amor, passou hoje em sua frente e ela nada pôde fazer. Exatamente, nada pôde fazer. Mas o que é que se faz quando uma inesperada possibilidade de trepada boa, com um toque genérico de amor, surge bem à sua frente? Se Carina fosse mais decidida, ou quem sabe mais desesperada, logo gritaria o nome dele. Entretanto, apesar de impulsiva, o vislumbre de uma sombra de amor a paralisou.

E aqui se explica o que é genérico de amor: é o sexo tão gostoso, mas tão gostoso, e tão íntimo que aparece, e apenas parece, que é amor. A sensação é tão real que confunde as mentes fracas, muitas mulheres, e muitos homens também, acabam se enganando sobre os próprios sentimentos e sobre os sentimentos de seu/sua amante.

Mas o Homem não vai ligar para Carina no dia seguinte. Nem vai querer chamá-la para ir ao cinema. É uma questão de intervalos e acasos. Quando Carina e o Homem se encontrarem de novo, pode ser que o sexo com toque genérico de amor não passe desapercebido. E quem pode dizer que isso não é amor?

Havaianas, remédios, Cds, Dvds, bolsas Louis Viton, relógios Rolex, jogos e programas de computador, cartazes de quadros famosos, calças Zoomp, óculos Rai-Ban, cremes hidratantes, cigarros, eletrônicos e guarda-chuvas. Hoje em dia existe cópia e pirataria para tudo. Até para o amor. É uma vida de genéricos, onde o amor é só mais uma categoria. Cuidado com o amor pirata, contrabandeado, paraguaio, made in Taiwan. Aquele amor que chega em uma noite escura no cais do porto, que é transportado em porões de aviões que cruzam os oceanos – clandestinamente – e que se esconde dentro de um vagão de trem vindo da Colômbia. Cuidado.

-=-

Pinçado entre outros contos muito bons,
ESTE é o que diz tudo!

Cuidado com as imitações!
Há imitações demais por aí nestes dias...
Prefira o que é real... se realmente existir algo real
(e alguém souber a diferença). :)


UPDATE:
Depois de reclamar que, misteriosamente, meu mecanismo de comentários não a deixa postar, Kelu Paganine pediu encarecidamente que eu deixasse aqui registrado seu comentário:

"Fiquei lisonjeada agora e levemente sem graça...

Beijos da Carolina "é com A e não com E" Paganine [que por sinal é com E e não com I]"


Bem... é isso.

uma coisa que me incomoda nas pessoas...
elas falam muito, sem ter o que dizer
e não ouvem realmente.

as pessoas não estão aqui.
elas parecem estar sempre em outro lugar...

eu não acredito em palavras, nem em promessas.
não acredito em primeiras impressões,
mas acredito na minha intuição.

eu não acredito em boas intenções,
mas eu acredito em vontade.

e eu acredito em corujas...

mesmo que eu não saiba por que,
ou o que...
eu sei que fiz a coisa certa.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2005

final de expediente...

Fazendo hora para ir embora,
rodando fotologs e cortejando
minha dor de cabeça/mal humor
de ex tabagista...

É impressionante a coleção de pessoas
que não tem nada a dizer que povoa os fotologs.
Inclusive eu, que com este post
não disse absolutamente nada de útil.

Mas ao menos você riu...

por que é que quando TEMOS que comer nunca temos fome e quando TEMOS que beber água nunca temos sede? Por que é que a gente só quer aquilo que não deve ou tá dificil de fazer, e se revolta contra aquilo que dizem ter que ser feito...

Ê vida.
Eu quero uma cerveja...
(se meu estômago permitir, ou mesmo que não permita...)

dormi a maior parte das últimas 18 horas.
dormí... e tomei remédios para a gripe. esqueci-me de comer.

a gripe passou, confesso.
mas meu estômago está um lixo...

não tentem fazer isso em casa. :)

quinta-feira, 13 de janeiro de 2005

Zumbizando na minha mesa, gripado demais para conseguir me concentrar
(meu corpo dói)... ficar gripado me deixa uma lady.

tem uma música ecoando na minha cabeça.
o pior é que advinharam ela há uns minutos atrás.
eu nem havia perguntado nada...

All around me are familiar faces
Worn out places
Worn out faces
Bright and early for the daily races
Going nowhere
Going nowhere
Their tears are filling up their glasses
No expression
No expression
Hide my head I wanna drown my sorrow
No tomorrow
No tomorrow
And I find it kind of funny
I find it kind of sad
The dreams in which I?m dying are the best I?ve ever had
I find it hard to tell you
I find it hard to take
When people run in circles its a very very
Mad world
Mad world
Children waiting for the day they feel good
Happy birthday
Happy birthday
And I feel the way that every child should
Sit and listen
Sit and listen
Went to school and I was very nervous
No one knew me
No one knew me
Hello teacher tell me what?s my lesson
Look right through me
Look right through me
And I find it kind of funny
I find it kind of sad
The dreams in which I?m dying are the best I?ve ever had
I find it hard to tell you
I find it hard to take
When people run in circles its a very very
Mad world
Mad world
Enlarging your world
Mad world...


essa música é ducaralho...

eu preciso da minha cama
e de um cafuné.

Mais de oito horas de sono,
noturnas, contíguas, deliciosas...

tem coisas *TUM* que só uma gripe faz por você. :)

Bom dia para todos :)

quarta-feira, 12 de janeiro de 2005

"Se você transar com um clone de você, você é homossexual, está só se masturbando ou simplesmente está se fodendo?"

frase estúpida,
mas como eu rí da danada...

Acordei com vontade de parar de fumar...
vamos ver onde isso vai dar.

Observando a minha própria falta
chego à conclusão de que entre todas as causas
para meu tabagismo, a mais forte é a CARÊNCIA.

Só quem fuma entende...

Vamos ver onde isso vai dar.
(ao menos meu pulmão parou de doer)

terça-feira, 11 de janeiro de 2005

ou ou

www.symbols.com


p.s. não. para mim é pois 5+7=12 e 1+2=3, levando em conta que
5+2+2+5=14 e 1+4=5, então temos 05/02/2005.
Agora vocês já sabem como minha cabeça funciona interpretando sonhos. :)

p.p.s. mas 7+7=14 que ainda é 1+4=5, logo, pode ser um
Só a vida sabe o que é.
Eu apenas observo e vivo. :)

p.p.p.s. Até o dia 06 de fevereiro, no tatuador mais próximo (e competente) que eu encontrar.

Tudo indica que
hoje vai ser um dia daqueles...

vamos ver se chegamos todos inteiros ao fim dele.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2005



tem um duende
olhando para você...

rasgasseda

Minha homenagem sincera de hoje vai
para o Professor Fernando Miranda.
Um homem honesto, inteligente, transparente,
mas não menos divertido e vivo.

Reencontrar velhos amigos é bom
não só para se relembrar de partes
do que você é, mas para ensinar uma
coisa ou duas sobre crescer e manter
relações duradouras...

Valeu Hugão!

p.s. E nós continuamos admirando
e não seguindo os conselhos um do
outro. Ainda bem. :)

Conversa, sô!

- poutz, vc está com uma cara ótima...
- a vida tem sido boa.
- ...mas, o que é isso no seu pescoço?
- escamas.
- como?
- são escamas. estou me transformando em um dragão. (risos)
- daniel, você é louco. (risos) onde está seu copo?
- não, obrigado. não quero cerveja não...
- bicho, não me importa se você está virando um dragão. pega logo a porra de um copo!
- graur... está bem. :)

-=-

- o que você faz da vida?
- vivo da melhor forma possível.
- não... sim... é... mas isso todo mundo faz, não?
- engano seu, meu caro.
- é... tá... mas qual é o seu trabalho?
- "my merchandise is love and dreams."
- ...

aconteceu em uma mesa de bar.

domingo, 9 de janeiro de 2005

"não se vai mesmo longe quando se anda sempre em linha reta..."
-- Antoine de St. Exupéry em O pequeno príncipe.

a vida não caminha em linha reta.
eu também não...

há dias de inspiração e dias de exasperação.
há dias cheios, e vazios...
preencho-me e esvazio-me como as marés,
como a respiração...

leva-se muito tempo para se conhecer uma pessoa.
digo porque sei. porque 27 anos depois ainda estou tentando me conhecer.

não é simples, mas não é tão complicado assim.
basta ter paciência
e não pensar demais.

Posso ver, da varanda de minha casa, a tempestade chegando.
É tão bela.
É tudo tão belo quando se olha com os olhos certos...

tudo que nos falta é a paz para estarmos de bem com as coisas.
a vida não é tão complicada como nós a fazemos.

Já que os mosquitos não me deixam dormir, tirei a noite para pensar. É bom fazer isso de vez em quando - pensar em silêncio, no escuro, sem distrações...

e como nem mágica nem cobertores mantinham os mosquitos longe mesmo assim, resolvi ler um pouco (até terminar o meu livro de cabeceira, "Belas Maldições" de Neil Gaiman, do qual faltavam umas 120 páginas para terminar) e depois pensar mais.

Foi bom o reencontro...
Estou de volta a mim mesmo. :)

sábado, 8 de janeiro de 2005

duende olha, quase imóvel, imobilizado, para a tela do computador:
- o que é que eu quero aqui?
- isso é sempre uma boa pergunta a se fazer - diz lullaby.
- é...
mas ele continua fingindo não saber.



acho que só preciso dormir um pouco.
há coisas demais acontecendo e meu corpo precisa de um tempo...

Excesso...
Sempre pago pela língua. há uns dias eu disse que havia superado a fase "viva o excesso porque a falta existe e é uma merda". Ontem eu me provei o contrário...

Saio tarde do ministério. É hora da festa!
Landscape e coincidencias....
Beber demais, querer demais, tomar demais...
Excesso para compensar a falta.

"já que estou no prédio errado..."

Termino cantando na cozinha - felicidade química,
enquanto o sapo dorme agarrado com um pão.

foi alegre e estúpido.
não quero mais disso...
mas as vezes eu quero demais.

vamos ver.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2005

"A solução para pessoas que, como nós, amam demais é viver o presente... Carregar só o presente dentro de si, deixar para trás o passado e livrar-se do sangue ruim. Se você ama, ame como ama hoje, não como amou no passado. Tem-se que viver o hoje..."
(DPadua, divagando sobre o viver e amar de seres como nós...)

isso me faz pensar.
mas pensar demais não adianta nada.

essas idéias, que não são novidade, mudam algo dentro de meu ser simbólico.
e isso é bom. estou em mutação...
de novo.

deu tudo errado...
não consegui importar meus arquivos... (espero que eles ainda estejam funcionando).

pelo visto o Alriada Express continua por aqui por algum tempo mais...

teste

quinta-feira, 6 de janeiro de 2005

por causa da mudança o Alriada Express neste endereço vai passar por algumas esquisitices. Ele volta ao normal antes da mudança ainda, não se desesperem...

lá vamos nós. :)

ganhei do Dpadua não só um template novo, mas um pivot completo no entrementes.net
Agora sim o Alriada vai ter o sistema de gerenciamento de blog que merece.

acho que terei uma longa noite configurando tudo,
mas se tudo der certo até o final da semana o Alriada Express estará de cara nova e endereço novo.

mais notícias a respeito aqui,
até a mudança final... :)

Olhando para trás...
A partir de hoje, depois de ficar boquiaberto com os posts legais do passado deste blog, vou começar a repostar algumas coisas...

Primeiro, uma velha poesia (que era nova quando foi postada pela primeira vez):

"O amor perfeito é só uma planta..."

Amor de verdade é pra segurar as pontas.
Há de ter vontade de ser melhor,
há de fazer alguma força e de cantar
algum canto de dormir.
Tem que se ter esperança e vontade
e confiar nas coisas belas do estar.

Amor de verdade não questiona, pergunta;
não se entrega ou se corta
mas também dói e estica.
Não tem remédio, mas tem sempre curativo;
não tem punho fechado,
pois com a mão aberta a pele se mostra melhor.

Ele é noite para quem passou o dia,
é madrugada para quem deita tarde.
Amor de verdade se dá, mas não se toma.
Se deita, mas não se doma.
Ele tem pontas dos dedos e tem segredos
e tem seu jeito de afastar os medos.

Acima de tudo, amor de verdade não é perfeito,
ele é completo e presente, é muito mais.
Amor perfeito é só uma planta...



gostei dessa :)

quarta-feira, 5 de janeiro de 2005

entre a gula e a vaidade nos fazemos
e nos destruímos...

entre todas as fogueiras, dançamos,
trançando caminhos entre as chamas.
não sabemos onde queremos chegar.

nos lábios:
"o que vale na vida é caminhar"

O último quadro
Morreu ontem, com 87 anos, um dos maiores mestres da arte sequencial... Will Eisner agora é, definitivamente, ficção para nossos sentidos.

"Nascido em Nova York em 1917, Eisner começou sua carreira durante a Era de Ouro dos quadrinhos norte-americanos. Depois de fazer diversas tiras (como as de Sheena, a Rainha da Selva), criou, em 1940, as histórias de Spirit, sua maior contribuição aos comics da época. Com estilo noir, as aventuras do detetive mascarado, repletas de mulheres fatais e gângsteres, são inovadoras do ponto de vista narrativo e do uso da seqüencialidade dos quadrinhos.

Já consagrado mundialmente como um dos principais artistas da nona arte (ao lado de seus contemporâneos Alex Raymond, Burne Hogarth, Hal Foster, Milton Caniff e Al Capp), Eisner renovou a arte seqüencial, no final da década de 1970, com a criação do romance gráfico Um contrato com Deus, obra que levou às prateleiras das livrarias as modernas publicações de quadrinhos.

Nas décadas de 1980 e 1990, além de vários romances gráficos (a exemplo de O edifício, Um sinal do espaço, O último dia no Vietnã, O nome do jogo, entre outros), Eisner também elaborou reflexões teóricas a respeito das Histórias em Quadrinhos, em dois livros, Quadrinhos e arte seqüencial e Graphic storytelling & visual narrative (este ainda inédito no Brasil). O artista publicou, ainda, um livro de entrevistas que realizou com os melhores quadrinhistas americanos, como Jack Kirby e Neal Adams.

Porém, mesmo com toda a glória alcançada, Eisner ? que empresta seu nome ao maior prêmio dado aos destaques dos quadrinhos nos Estados Unidos ? até o fim continuava a produzir álbuns de narrativas seqüenciais, adaptando à linguagem das HQs histórias provenientes da literatura (em O último cavaleiro andante, baseou-se no Dom Quixote de Cervantes, e no álbum A baleia branca, partiu do romance Moby Dick, escrito por Herman Melville) e de lendas (como A princesa e o sapo).

Seu último trabalho é a HQ The plot, que mostrará a farsa dos Protocolos dos Sábios do Sião, conspiração forjada na Rússia no início do século passado para culpar os Judeus pelos males do país. A edição será publicada ainda em 2005 pela editora norte-americana W.W.Norton. Além disso, também será publicada este ano uma autobiografia pela Dark Horse Comics, Will Eisner: A Spirited Life.

Não haverá funeral para o mestre. Eisner sempre manifestou-se contrário à prática. Ele será enterrado ao lado de sua filha, Alice, que morreu em 1969. O artista deixa sua esposa, Ann, seu filho John e milhares de leitores e fãs, que em algum momento de suas vidas foram cativados pelo sensível trabalho desse excepcional - e imortal - criador."
(biografia de Will Eisner é um copyleft de "Morre Will Eisner" na omelete.com.br.)


É fútil discutir se Will Eisner era o melhor, um dos melhores, único, ou apenas um dos grandes. Estas são sempres palavras inúteis a se dizer sobre alguém. Quem leu (e viu)a obra de Eisner sabe seu tamanho, medida e o que ele fez pelo mundo da arte sequencial. Quem não sabe, não sabe o que está perdendo... não sabe o que o mundo da arte sequencial perdeu. Mas todos somos ignorantes em alguma coisa.

Toda história chega a um fim.
E Eisner sempre criou alguns dos melhores finais.
Siga em paz velho Will. Seu espirito anda conosco.

terça-feira, 4 de janeiro de 2005



move your wings, baby.
move 'em to make the world spin...

boa noite.
boa noite.
acordo...

sono.
mas será um bom dia...

segunda-feira, 3 de janeiro de 2005



1 - o que é aquilo? é um marimbondo?
2 - corre que é um marimbondo enorme...
3 - não é.
2 - é sim. cuidado que isso pica...
1 - vou pegar um jornal para matar!
2 - caralho... voou pra cima de mim.
3 - calma. isso não é um marimbondo...
2 - mata logo!
1 - o que é então?
3 - não mate!
1 - é um marimbondo sim...
2 - olha lá... pousou ali atrás.
3 - não matem. é uma libélula.
1 - uma libélula?
2 - isso pica?
3 - não. ela costuma ser inofensiva...
2 - tá voando de novo.
3 - calma.
1 - pousou alí na frente do duende...
3 - libélulas não voam de noite... isso é interessante...
2 - !?
1 - !?!
3 - voou.

são assustadoras as coisas que se vê, quando se olha.
a vida é fascinante...

é.

domingo, 2 de janeiro de 2005

Primeiro
Já que não tem tertúlia no 31, tem no primeiro...

Acordo tarde e sem muito o que fazer. Não há internet (a chuva levou) e não há vontade de ler. Saio de casa para andar no parque. Olhos D´água, claro. A companhia de sempre, pq é sempre companhia, sem falta.

De noite eu busco o que fazer, mesmo sabendo no fundo que não vou encontrar. Cruzamos a asa norte, sem rumo, passando de bar em bar fechado, ruas vazias e molhadas de chuva. É dia primeiro de janeiro, é dia da fraternidade universal e todos estão em suas casas, distantes uns dos outros. Eu quero dançar...

Landscape é o lugar. 409 norte, inauguração, parece legal. Em alguns minutos estávamos lá. Ariel, tia Esqueleto, o de sempre. O de sempre, de novo. Vou dançar, a pista é escura e tem esculturas estranhas. Me apaixono pela visão do lugar. Gostei.
Bebo demais, como era de se esperar. Queria compensar todas as tertúlias que abdiquei...
E compensei.
E descompensei...

Tive a pior ressaca da minha vida.
mas ao menos cumpri a função que me foi dada por eles.
agora eles me deixam em paz. ;)

P.S. O Landscape é um barzinho com pista de dança que pode vir a ser interessante. Fica na 409 norte, para quem não entendeu. O preço da bebida é honesto e a pista de dança é interessante.

P.P.S. Lembro-me vagamente de ter me oferecido para dar som lá... Eu estava bêbado. Mas não é que a idéia é boa? ;)