Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

segunda-feira, 10 de outubro de 2005

pensamentos sobre o sagrado
Ouvindo "Host of the Seraphim", do Dead can Dance (parte da Trilha Sonora do maravilhoso Baraka) e pensando...

Nos dias atuais temos um sério problema de estranhamento com o sagrado. Nossas almas, ainda em nossa infância, são encurraladas frequentemente por dois perigosos inimigos - a descrença e as religiões institucionais - que nos afastam do sagrado ao nos envenenar a fé, ou ao tornar o sagrado, o divino dentro de nós, uma coisa distante e alienada da realidade do ser. Qualquer experiência do numinoso (contato com a maravilha do sagrado) é facilmente transformada em loucura, delírio, viagem. Até mesmo aqueles que buscam a divindade em palavras temem encontrar realmente com ela, pois buscar a divindade tem muito a ver com olhar em um espelho. Todos sabemos que estes são tempos em que corremos de nós mesmos, e portanto de qualquer contato real com o divino. São tempos de deuses do não-eu. Estes são tempos confusos...

Estou há dias trabalhando em uma fábula sobre esta busca dos deuses. Estou encalhado, confesso, como estive encalhado por muito tempo nesta busca. É difícil falar daquilo que é francamente indizível. Não há mapas ou receitas fáceis, mas há algumas dicas úteis. Procure o sagrado em você, naquilo que é você, que é seu. Procurar o sagrado alheio a você é como trancar-se dentro de casa e angustiar-se pensando que a chave deve estar do lado de fora. É simplesmente sem sentido...


Um abraço para os deuses de vocês...

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