Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

sexta-feira, 3 de junho de 2005

continuando, e ao mesmo tempo não continuando, o post anterior...

...e então as pessoas irão perguntar "o que tem a ver o coyote com tudo isso?". Ou talvez não perguntem. A resposta não é difícil. Ele tem a ver com índios norte americanos. É! É isso mesmo! Índios norte americanos.

O coyote é, para algumas tradições indígenas norte americanas, um espírito ligado à trapaça e à esperteza. Seria então, dentro de nosso ideal cristão algo como um demônio. Há quem seja burro o bastante para relacioná-lo com o pelotiqueiro (nunca soube o significado exato desta palavra, mas acho ela simpática) Lokki do mito germânico. É tudo questão de ponto de vista...

Voltando ao coyote. Trata-se de um espírito que vai contra aquilo que muitos de nós considerariam "certo". Talvez, justamente, por ser justamente o espírito do "não há certo". Ele consegue o que quer, do jeito que quer. Ele mente, ele rouba, ele engana. Parece ser justamente o tipo de gente que estou criticando no post, não é? Mas, muito pelo contrário, o coyote nunca disse que não era o coyote. Nunca disse que não roubava, não trapaceava e que não enganava as pessoas...
É um tipo de mentiroso honesto. Algo que soa paradoxal em nossa cultura.

É melhor ser um coyote do que um lobo em pele de cordeiro.
Quem discordar que trate de esconder bem os restos mortais das galinhas da noite passada... :)

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