Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

quinta-feira, 2 de junho de 2005

Ahhh... é o Max.
Max e os incidentes de sua vida são puramente ficcionais. Mas poderiam não ser, se vc também conhecesse o Max...

Distraído, percorrendo a planície interdentária do céu de sua boca e tirando catotas de porra seca dos pelos de seus pés, Max refletia sobre a noite que passou. "Acho que a Estela gozou três vezes... Yeah!". Assim ele pensava. Talvez tivesse perdido alguma coisa, perdido como estava em sua neurose de desempenho.

Levanta-se, tentando sorrir e pensar nos pontos altos da noite. Pensa nas cervejas, na forma como ele se aproximou dela enquanto ela contava sobre seus anos de pré-primário e a beijou, na textura de sua pele e em seus seios pequenos. Pensa vagamente na foda que tiveram, nos gemidos, na luz do teto do quarto(?!?)... ela deve ter gostado né? As lembranças desfilam frente a seus olhos, numa parada marcial de delícias, e seguem seu caminho. Ele fica só então com a sua eterna pergunta...

O telefone toca quatro vezes antes que Estela atenda, com voz de sono.
- Iaih, você curtiu a noite?
- Ma... Maaax? É você? Eu já tava dormindo...
- Ahhn... foi mal te acordar Estela. Deu vontade de te ligar e...
- Ahn... de boa.
- Você curtiu a noite?
- Ahã.
- Foi gostoso?
- Foi, Max... Mas...
- Eu também curtí.
- Que bom.
- Bom pra caralho.
- Max, eu tenho que acordar cedo amanhã...
- Tudo bem. Durma bem...
- Beijo e tchau...
- Beijo...
Ela desligou...

"É! Ela curtiu a noite! Foi muito foda mesmo! Eu sou bom nisso..." Max sorriu enquanto pensava. Deitou-se na cama, tirou a calça e espreguiçou. "Eu sou mesmo um idiota de ter ligado. Claro que eu mandei bem, né?".

Tentou dormir. Virou para um lado e para o outro. Sentou-se na cama, pegou o telefone, voltou a largá-lo. Deitou-se novamente, respirando pesado. "Será que ahã é mesmo uma forma de dizer que curtiu a noite?" pensou, sem sorrir. "A gente fodeu pra caralho e ela fala apenas 'ahã'? Que merda!".

Max não dormiu direito aquela noite.
Max não é o máximo?




(tem mais contículos do Max vindo por aí).

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