Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

quinta-feira, 31 de março de 2005

Olho à minha volta e vejo tantas coisas. Saí da caverna, e o horizonte que era antes apenas feito de pedras com desenhos de meu punho ficou grande. Ganhei dinheiro, conheci pessoas, dei vários passos em várias direções... a vida tomou seus rumos. Mas será que estou feliz?
Tenho meu emprego, posso fazer planos, tenho dinheiro para gastar e tranquilidade financeira... mas não estou feliz. Nem esperava estar. De repente me percebo enfurnado dentro de um trabalho que desprezo, fazendo coisas que considero chatas e nas quais não tenho fé. É uma bizarrice mesmo alguém como eu trabalhando onde trabalho. Eu sei de algumas coisas, sou esperto e sei conectar pensamentos. Tenho boas idéias, sei falar e sei convencer, e aprendo rápido. Mas nada disso é parte do melhor de mim. E nada disso me habilita a ficar trancado dentro de um ministério fazendo projetos e participando de reuniões que são na melhor das hipóteses interessantes, mas que não levam a lugar algum. De repente acordo de manhã e percebo que só aceito isso tudo por causa do dinheiro. É o mesmo que eu fazia na época do Banco do Brasil, é o mesmo que sempre fiz...

Eu ainda não me encontrei, mas neste lugar em que me encontro, eu não estou.
E é por isso que não estou feliz. Pq tenho tantas coisas novas agora, mas não tenho a mim...

E assim passam os dias...
Conflituosas tentativas de um duende dragão de caber dentro de uma sociedade da qual ele não gosta, cujo jogo ele não quer jogar.


eu quero ir embora daqui...

Nenhum comentário: