Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

terça-feira, 22 de março de 2005

o país dos atiradores
mulheres, carros, armas... chacinas. como é bizarro o american way of life...

Você ainda fica surpreso quando acontece outra chacina escolar nos Estados Unidos da américa? Isto é muito sensível da sua parte. Em um país onde a política do "ou você está por cima ou você é um merda" vigora, onde até hoje os ex-senhores e ex-escravos não se libertaram de seus papéis ancestrais e se odeiam cada dia mais, um país que não respeita seus índios, que manda seus jovens para uma ou duas grandes guerras por geração para defender sua economia, onde ter uma arma é um direito constitucional e usá-la é muitas vezes questão de patriotismo e masculinidade... (eu poderia continuar para sempre, mas meu senso estético se incomodou com uma frase tão longa). Em suma, em um país de mulheres, carros e armas como os EUA, pessoas se matando umas as outras por motivos estúpidos não deveria mais ser uma surpresa.

Não preciso repisar todas os fatos e tolices exibidos em "Tiros em Columbine" e "Fahrenheit 9/11". Uma boa parte dos que estão lendo este post certamente já viram estes filmes. Sabemos, ou achamos que sabemos, como é o povo norte-americano. Sabemos que eles são um dos povos mais armados do mundo (ultrapassando de longe os seus agora odiados "terroristas-muçulmanos-filhos-de-um-al-qaeda"), se não o mais armado. Sabemos como são competitivos, como pensam em sua maioria (ei, eles elegeram o Bush, ou permitiram que fosse eleito, duas vezes, não foi?), o que comem e como se matam. Há grupos paramilitares que treinam como se fossem um exército "pq é o dever de um cidadão e pq é uma forma de socialização", há sites como o Gunchicks.com que reúnem as paixôes norte americanas por peitos siliconados e rifles de assalto em um só lugar. Enfim. Em um lugar com uma relação tão apaixonada com as armas de fogo, e onde há tantas delas, e tanta gente patológicamente estúpida, como é que pode ser surpresa que alguém surte, pege seu rifle predileto (com um adesivo da National Rifle Association) e saia para atirar em algumas pessoas.

É simplesmente consequência natural do american way of life.
Ou não. :)


Isto é o que acontece quando pessoas se levam tão a sério a ponto de achar que são filhos de uma nação superior, mais poderosa e mais correta do que as demais.

Como dizia o papagaio Marinheiro: "Poovu do Moundu, Relaaxe" :)

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