Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

sexta-feira, 18 de março de 2005

O tal "post da chuva"
Algumas coisas valem a pena ser ditas, mesmo que com atraso...

Ontem eu ia postar isso aqui:

"Parei o carro um tanto longe do ministério. Chovia tanto que era impossível ver o prédio do lugar onde eu estava. Quando abri a porta do carro a chuva pareceu diminuir instantâneamente para um chover mais brando. Abomino guarda chuvas, e qualquer outra coisa que nos isole do contato de coisas que são prazeirosas... como a chuva. Tranquei calmamente o carro e caminhei por entre os pingos esparsos e grossos. Enquanto todos corriam, eu andava, e como foi prazeiroso...

O vento balançando meus cabelos enquanto a chuva os molhava e deixava os fios pesados. As gotas de água escorrendo pelo meu rosto, pelas minhas costas protegidas por duas ou três camadas de roupa. A falta absoluta de pressa frente aos prédios onde todos são tão compenetrados e apressados. Diminuí o passo ainda mais, caminhando pé ante pé com os braços abertos enquanto a chuva chovia em mim. Na pista ao lado os carros passavam levando motoristas que olhavam curiosos. Foi tentador acenar para eles com um sorriso. Por que as pessoas tem tanta pressa se no fim não vão chegar a lugar algum?

Deveríamos tomar mais banhos de chuva e levar toda esta rotina diária um pouco menos a sério. O prazer é eterno ecoando nas paredes do palácio de nosso ser. O dia a dia apenas se repete até o dia em que para de repetir... e então vc está morto.

Deveríamos tomar mais banhos de chuva em nossa companhia.
Nada é tão importante quanto isso..."


Bem... é isso.

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