Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

domingo, 6 de março de 2005

"Franzida e obscura como um ilhós
Violeta,
Ela respira, humilde,entre a relva
Rociada
Ainda do amor que desce a branda
Rampa das
Brancas nádegas até o coração da
Greta.

Filamentos iguais a lágrimas de leite
Choraram sob o vento atroz que os
Arrecada
E os impele através de marnas
Arruivadas
Até perderem-se na fenda dos
Deleites."

(Terceiro soneto de "Les Stupra", de Rimbaud)

Passei a madrugada mergulhado na história e na obra de Rimbaud, com eventuais paradas para descansar as costas e a cabeça na prosa leve de Tom Robbins. De sobre a mesa da cozinha Zen e a Arte da Manutenção de Motocicletas de Pirsig me observa. Foi tudo que ganhei em troca de carregar quilos de livros e aranhas para o Sebinho.

Acho que terminei com um maço inteiro de cigarros enquanto digeria Rimbaud até vestí-lo de deus e tornar a despí-lo. Rimbaud mora agora em mim, em poesia e história. Nâo o Rimbaud alejado coberto de glórias, mas o jovem tolo e insuportável, genial e impossível. Rimbaud era um gênio inviável.

Preciso escrever, preciso dormir.
Um domingo etéreo me espera.
Preciso de um abraço...

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