Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

quinta-feira, 10 de março de 2005

E por falar em raposas...

A Raposa e as Uvas
Minha versão para a fábula de La Fontaine, ou de Esopo, não sei ao certo... (e que seguramente não é uma música do Reginaldo Rossi)

Certo dia caminhava pela floresta uma vaidosa raposa, com sua linda cauda e seus olhos que derreteriam coca-cola congelada. Sentia fome, mas não perdia por isso a pose. Não obstante, percebeu que encontrava-se perto de um vinhedo e se pôs a procurar o mais belo cacho de uvas que pudesse encontrar.

Era uma raposa paciente, muito paciente, mas não demorou, de qualquer forma, a encontrar um enorme cacho de uvas verdes cujas bolotas (que, repito, eram verdes por natureza) eram tesas como bolas de gude. Sentindo que seu estômago também havia visto as uvas, e pensando que seria uma boa idéia comer umas uvinhas, a raposa esticou a pata para tentar alcançar as uvas que estavam lá no alto da árvore.

Como desta forma não alcançava as uvas, assim como não as alcançava por mais que esticasse a sua linda cauda, a raposa pôs-se a saltar na tentativa de alcançar as uvas. Primeiro deu alguns saltitos com pouca vontade, subestimando ainda a altura das uvas. Não demorou muito tempo para que seu estômago, e seu senso prático (sim, ela também tinha um senso prático, embora ele fosse um pouco preguiçoso) a convenceram a saltar com toda a sua vontade. Mesmo assim, por mais que se esforçasse a raposa não conseguia alcançar as uvas.

Frustrada e irritada a raposa ajeitou a sua bela cauda, olhou para os lados certificando-se de que havia alguma platéia... e não havia... e por fim declarou para a árvore, para as uvas, para o vento e sobretudo para si mesma:
- "Essas merdas de uvas estão verdes! Quem disse que eu quero uvas verdes como estas? Eu não quero não, nunca quis, nunca vou querer..."

Enquanto a raposa saía, um corvo que por alí passava pensou para com suas penas:
- "Ué, mas estas uvas SÃO verdes. Será que raposas são daltônicas?"

Ninguém imagina o quanto os corvos podem ser inocentes...



Moral da história?
Tire as suas próprias conclusões. :)

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