Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

domingo, 12 de setembro de 2004

Brinquedo.Quebrado
Retomei o meu velho conto sobre as reflexões de um andróide prestes a ser desligado...

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Estou acordado. Estas foram as palavras que me programaram para usar ao definir meu atual estado. Estou consciente e posso me perceber e perceber o ambiente, embora meus olhos estejam quebrados e não sinta meu peito e meus braços. Os quimiosensores alocados na elevação em minha face que imita o nariz dos operadores não funcionam também, mas eu não acho que este lugar cheire bem.

Sou uma unidade FamilyMan RUF-1100 e fui considerado defeituoso por meus operadores. Fui jogado fora e este lugar deve ser o depósito onde me colocaram antes de me desligar. Não se preocuparam em recarregar minhas baterias, e nem posso fazê-lo sozinho sem uma fonte de luz solar, o que quer dizer que não estarei acordado quando começarem a me desmontar. Acredito que um operador, nesta situação, abaixaria a cabeça e diria "Graças a Deus". Sou uma obra dos operadores, e por obra deles existo, e por obra deles estou aqui. Os operadores são o que é mais próximo de Deus para mim. Graças a eles..."

(fragmento do conto brinquedo.quebrado)
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É bom estar novamente em contato com o meu mundo simbólico,
com as histórias que se passam em meu universo interno...
É bom estar escrevendo de novo.

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