Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

terça-feira, 31 de março de 2009

Mais um incêndio criminoso na guerra do Setor Noroeste em Brasília

Há alguns minutos recebi este email, forwardeado da lista [antro_unb].

Pessoal,

Mais um atentado criminosa na Terra Indígena Bananal Brasília DF, hoje
ataearam fogo na casa de um indígena Fulni-ô, destruindo toda a sua casa,
artesanato, documentos e toda uma memória.Foi avistado viaturas da polícia
próximo ao local, mas ainda não sabemos quem foi o responsável pelo
fogo.Ano passado foi destruida outra casa de um indígena, parece que não
há limites para os empresários e o GDF , Brasília é uma terra sem lei.
Maisa tarde envio as fotos,
por favor denunciem
O silêncio só ajuda a perpetuar a opressão!
Abs
Rafa Kaaos

http://www.youtube. com/watch? v=otwyWodhccI&feature=channel_ page


O link no final do email aponta para o vídeo abaixo:



Se já era absurda a punição branda dada a alguns garotos cretinos de classe média-alta que queimaram um índio por diversão, o que dizer de capangas de grupos poderosos de Brasília queimando casas de indígenas resistentes, amando dos empreiteiros locais que desejam levar em frente seu projeto milionário do Setor Noroeste? Quando me refiro à situação Bananal/Setor Noroeste como guerra, não quero apenas usar uma palavra de efeito. Trata-se mesmo de um conflito onde (ao menos um dos lados) não tem limites em sua sanha de vencer -- tudo em nome do dinheiro, sob o manto da costumeira impunidade desfrutada pelos empreiteiros brasilientes e seus asseclas.

Só nos resta divulgar, e esperar que nossa polícia mostre seriedade na apuração dos fatos, e em seguida que nosso judiciário nos supreenda ao não dar cobertura aos seus "amigos de costume". Se a maior parte de nós aqui em Brasília já costuma ser pessimista a respeito da condenação de qualquer membro da corja que se abate sobre nós, isto não é sem motivo. Se mal conseguimos prender e condenar adolescentes malcriados que incendeiam um índio, o que esperar de nossa justiça quando os criminosos são as próprias iminências pardas de nossa cidade? Da mesma forma que se pode comprar votos, roubar os cofres públicos e jogar na lama o nome de todas as instituições nacionais, aqui também se pode matar e destruir propriedade impunemente, contanto que você tenha os amigos certos.

Bem vindos ao faroeste caboclo. Aqui nós queimamos índios, e a lei ainda pertence aos criminosos de sempre.