Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Despertar Encantado
(ou "Como dizer bom dia à sua alma feérica em nenhuma lição")

Talvez tenha sido a chuva, ou o vento do leste trazendo magia e cheiro de terra boa molhada. Talvez tenham sido as fadas que dançaram invisíveis no ar e balançaram meu escudo dos sonhos, ou o glamour da mudança de rumos e da coragem de viajante. Talvez tenham sido os livros emprestados, ou o sorriso de um Deus, ou as lições de Alba Gaidhlig pela manhã, ou as salsichas de microondas que deram nó em minhas entranhas e me deram a urgência de reinar. Talvez tenha sido tudo...

Não importa. O que importa é que este foi um despertar encantado. Vejo o mundo com olhos com os quais não via o mundo, e o vejo de forma que não o via há tempos. Vejo com olhos encantados, e enxergo tudo em seu lugar. Tudo está em seu lugar, por mais que seja estranho para a lógica. Mas a vida não é lógica. A vida é mágica. Disso eu já sabia na cabeça, mas agora sei novamente nos olhos e no coração. Recuperei a natureza feérica que se havia perdido no sótão de meu castelo, por algum motivo que ainda vou me lembrar. Recuperei a paz alegre dos pequeninos dançantes. Recuperei a mim mesmo.

Dou boas vindas à chuva e á magia que há no ar, e vou correndo reinar. Levo comigo um livro sobre fadas, cigarros, e um caderno de anotar. É bom estar de volta, e há tanto sentido e sentimento sobre o qual não é possível falar! Daniel está de volta ao Duende, e o Duende está de volta ao Daniel, e tudo está em seu lugar. É bom estar vivo aqui.

Que os Deuses e os Reis das Fadas do Leste e do Oeste, e as Rainhas das fadas do Sul e do Norte, e os espíritos irmãos e os guerreiros da terra e os Senhores das Coisas abençoem a todos nós!



(E no coração do castelo, ao lado dos aposentos de dormir e sonhar e do salão de dança, fica um jardim bonito com flores e mangueiras e muitas outras coisas. É o lar de um vento e uma chuva, e é mantido e aguado com carinho pelos moradores do castelo. Todas as coisas estão em seu lugar quando o plebeu soberano retorna ao castelo...)

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