Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

...apago meu cigarro, levanto a gola do sobretudo para me proteger do frio e saio na chuva que cai como eu. Sigo em frente com os passos vacilantes dos amantes cansados e dos embriagados, mas sigo em frente. Nada nunca mais é o mesmo depois que você vive. Só quem já amou entende o que há por trás dos olhos dos poetas e dos loucos que, como eu, caminham silenciosos na chuva como se soubessem de algo que ninguém mais sabe. Para o que eu sei e para o que eu sinto não há palavras. Acendo então mais um cigarro sob uma marquise e encontro um caminho na chuva... e vou em frente. Existe alegria e coisas belas na vida. Mesmo nos dias chuvosos e escuros, não podemos nos esquecer disso jamais. E em meio às águas, que fluem como eu, digo a mim mesmo e à chuva que me abraça que vale a pena viver. Toda tristeza passa, como é fugaz a beleza na vida. Quem sai na chuva é para se molhar. E assim, abraçado pelas águas, eu sei que ainda estou vivo... e que viví.

"Cada um sabe a dor e a delícia de ser aquilo que é..."

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