Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

quarta-feira, 21 de setembro de 2005

- ...então podemos dizer que a arte, a religião e a ciência são três estradas que sobem em direção ao topo da mesma montanha?
- podemos, mas isso pode ser também uma ilusão.
- como assim?
- podemos dizer que talvez a arte, a religião e a ciência sejam na verdade a MESMA estrada, vista por viajantes diferentes.
- mas existem grandes diferenças entre elas!
- sim, assim como existem grandes diferenças entre os viajantes.
- como a mesma estrada pode ser assim tão diferente? você está afirmando que por trás das visões de mundo tão díspares da religião, da arte e da ciência existe um mesmo caminho levando ao mesmo lugar?
- não. eu vou mais longe. o próprio topo da montanha, e a própria montanha, são também ilusões.
- eu estou confuso.
- no fim das contas a única coisa constante é a viagem. as paisagens, a estrada, o próprio fim da estrada são ilusões pessoais.
- você está querendo dizer que é tudo uma ilusão.
- sim. mas é uma ilusão muito importante.
- por que?
- pois ela é a vida. não viver a ilusão de estar caminhando nesta estrada, seja como um cientista, um artista ou um buscador religioso significa estar parado.
- mas abdicar da busca não significa se libertar então desta ilusão?
- não. significa apenas abdicar do movimento.
- e o que, então, é real?
- a necessidade de se movimentar rumo a algo melhor, seja o algo que você preferir.
- isso é muito difícil para a minha cabeça.
- então não pense sobre isso, apenas continue andando...

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