Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

quarta-feira, 28 de abril de 2004

Amores mal resolvidos
por Arnaldo Jabor.
(enviado pela Yanni)

"Olhe para um lugar onde tenha muita gente: uma praia num domingo de 40º,
uma estação de metrô, a rua principal do centro da cidade.
Metade deste povaréu sofre de Dor de Cotovelo. Alguns trazem dores
recentes, outros trazem uma
dor de estimação, mas o certo é que grande parte desses rostos anônimos tem
um Amor Mal Resolvido, uma paixão que não se evaporou completamente, mesmo
que já estejam em outra relação.

Por que isso acontece? Tenho uma teoria, ainda que eu seja tudo, acho que
as pessoas não gastam seu amor. Isso mesmo. Os amores que ficam nos
assombrando não foram amores consumidos até o fim. Você sabe, o
amor óóóó...acaba. É mentira dizer que não. Uns acabam cedo, outros levam
10 ou 20 anos para terminar, talvez até mais. Mas um dia acaba e se
transforma em outra coisa: lembranças, amizade, parceira, parentesco,
e essa transição não é dolorida se o amor for devorado até o fim.

Dor de Cotovelo é quando o amor é interrompido antes que se esgote. O amor
tem que ser vivenciado. Platonismo funciona em novela, mas na vida real
demanda muita energia sem falar do tempo que ninguém tem para esperar. E
tem que ser vivido em sua totalidade.

É preciso passar por todas as 7 etapas:
1.Atração
2.Paixão
3. Amor
4. Convivência
5. Amizade
6. Tédio
7. Fim.


Como já foi dito, este trajeto do amor pode ser percorrido em algumas
semanas ou durar muitos anos, mas é importante que transcorra de ponta a
ponta, senão sobra lugar para fantasias, idealizações, enfim, tudo
aquilo que nos empaca a vida e nos impede de estarmos abertos para novos
amores. Se o amor foi interrompido sem ter atingido o fundo do pote,
ficamos imaginando as múltiplas possibilidades de continuidade, tudo o que
a gente poderia ter dito e não disse, feito e não fez.

Gaste seu amor. Usufrua-o até o fim. Enfrente os bons e os maus momentos,
passe por tudo que tiver que passar, não se economize.
Sinta todos os sabores que o amor tem, desde o adocicado do início até o
amargo do fim, mas não saia da
história na metade.
Amores precisam dar a volta ao redor de si mesmo, fechando o próprio ciclo.
Isso é que libera a gente para Ser Feliz. Novamente ."



Eu não costumo gostar do que o Jabor escreve, principalmente quando ele se afasta da política. Mas, desta vez, eu tenho que tirar o chapéu (ou seria o gorro) para ele. A mensagem do texto é direta e simples: Só termina quando acaba.Se ternima antes de acabar, a gente tende a ficar pendurado.

E é isso...

Nenhum comentário: