Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

quinta-feira, 29 de abril de 2004

Creative Commons
A criação de todos aberta à criatividade de todos.

Tudo começou quando alguns artistas começaram a, mais do que adimirar o trabalho de alguns de seus pares, pensar em usar pedaços ou conceitos destes para realizar sua própria arte. Logo estes artistas esbarraram nas muralhas do Copyright. (assista o vídeo sobre o Creative Commons, em inglês)

Nos Estados Unidos da América, por determinação legal, toda obra intelectual ou artística tem seus direitos totais restritos a seu criador no exato momento de sua criação. Isto é muito útil enquanto dispositivo de defesa da autoria destas obras, mas restringe enormemente o intercâmbio e a colaboração entre artistas. Principalmente entre artistas famosos e seus admiradores (e potenciais colaboradores/remixadores) anônimos. Alguma coisa precisava ser feita a este respeito.

Surgiu então o Creative Commons, uma iniciativa ideológica e legal voltada para "expandir a gama de trabalho criativo disponível a ser trabalhado e compartilhado". Partindo desta premissa o Creative Commons pesquisou as leis e lançou novos termos de licenciamento nos quais o criador tem a oportunidade de liberar "alguns ou todos" os direitos de cópia para que sua obra possa ser utilizada parcial ou totalmente por outros criadores em seu trabalho. A idéia simples provocou uma explosão criativa.

Creative Commons - Remixando a CulturaHoje há mais de um milhão de obras cadastradas sob licenças Creative Commons e nosso popular Ministro da Cultura, Gilberto Gil, tomou nas mãos esta bandeira no Brasil. Gil, seguido em breve por muitos outros, disponibilizou suas obras na internet para sampleamento e remixagem e enquanto ministro, com a acessoria da Fundação Getúlio Vargas, tomou uma série de iniciativas no sentido de popularizar a busca de formas alternativas de tratamento dos direitos autorais. (leia mais sobre o projeto no Brasil)

Ontem foi realizado o coquetel de lançamento oficial do Creative Commons no Brasil. Meu irmão estava lá e conta melhor em seu blog como foi a história toda. O Creative Commons ainda vai dar muito o que falar. Desde hoje o Alriada Express já está registrado sob uma licença da Creative Commons (como você pode notar se olhar lá no final da barra à esquerda do blog).

O que você pode fazer a respeito? Informe-se sobre o Creative Commons. Se você é artista ou produtor intelectual, adote esta idéia. Se você é um blogueiro como eu, cadastre seu blog no Creative Commons (enquanto o site brasileiro não chega).Vamos levar em frente esta bandeira...

Tudo aquilo que digo são minhas palavras, mas minhas palavras não teriam motivo de ser se não tivesse alguém para ouví-las e talvez para utilizá-las a seu modo em outra situação. A natureza humana é Creative Commons, por que nossa produção intelectual deveria ser diferente?


UPDATE 1, 29/04 às 07:45am

Para quem é membro do Orkut vale a pena dar uma olhada nas duas comunidades a respeito do Creative Commons (a mais antiga e animada e a outra, mais nova). Existe uma discussão interessante sobre licenças CC e obras editoriais na primeira comunidade.


P.S. Este post terá alguns updates ao longo do dia, acredito...

Nenhum comentário: