Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

quarta-feira, 30 de novembro de 2005

I'm the stranger killing an arab...


Standing on the beach

With a gun in my hand
Staring at the sea
Staring at the sand
Staring down the barrel
At the arab on the ground
I can see his open mouth
But I hear no sound
I'm alive
I'm dead
I'm the stranger
Killing an arab

I can turn
And walk away
Or I can fire the gun
Staring at the sky
Staring at the sun
Whichever I chose
It amounts to the same
Absolutely nothing

I'm alive
I'm dead
I'm the stranger
Killing an arab

I feel the steel butt jump
Smooth in my hand
Staring at the sea
Staring at the sand
Staring at myself
Reflected in the eyes
Of the dead man on the beach
The dead man on the beach

I'm alive
I'm dead
I'm the stranger
Killing an arab


-- Killing an Arab, the Cure


É a única música que me vem à cabeça
quando penso que talvez alguns, alguns muito poucos
soldados no Iraque, ou em qualquer outro lugar,
talvez sejam pessoas legais que se venderam
aos ideais errados...



quando você decide o que é importante em sua vida
você está decidindo entre a felicidade e a tristeza.

para que se importar com o mundo das trocas
quando se pode viver no mundo das belezas?

eu não sou daqui
e não estou nem aí. ;)

terça-feira, 29 de novembro de 2005

de volta para casa...
o jovem bardo sonha com a volta para a antiga torre branca de Farafell

O pensamento veio de repente, enquanto eu me banhava longamente para tentar lavar as chateações deste mundo de minha alma de duende. Não veio me mansinho, mas me pegou completamente como se fosse uma luz a se acender em uma sala escura.

"Talvez seja hora de voltar para a Torre Branca, Duende. Farafell deve ter novamente um filho do clã a ocupá-lo."

A princípio fiquei cético. Parecia ser bom demais. Lentamente fui percorrendo todas as possibilidades, os custos, os benefícios, os problemas que poderiam surgir desta manobra. Coloquei a mente de estrategista com a qual todo escorpiano nasce equipado, e o resultado sempre me parecia benéfico. Não ter que me preocupar se a velha casa está alugada, não ter que me incomodar com inquilinos que reclamam de uma torneira que não abre, uma janela que é difícil de fechar, o sol que bate na janela. Não ter que me preocupar em pagar aluguel e dividir a casa com amigos que paguem suas partes direto para mim, sem intermediários, e sabendo que uma parte da grana será reinvestida no lugar para o bem de todos. Retomar, repovoar, Farafell parecia um sonho. Mas agora, olhando bem, com os olhos do Duende e com os olhos de Daniel, me parece ser a única coisa sensata a fazer. A pergunta agora é quando.

Agora? No meio do ano que vem? No final do ano que vem? Veremos.

O jovem bardo vai voltar às terras de sua família.

Serei novamente o senhor de Farafell...

Eu deveria estar surpreso? :)
(eles não tem os Clurichaun no teste...)

jpg
You are a Satyr!! Like the goat-men of legend, you
have a STRONG sense of passion. Whether for
drinking, sex, or political debate, you embrace
your passions and drives with wholehearted
abandon. Just be careful not to let your
passions consume you entirely.


Which Changeling Kith Best Fits You?
brought to you by Quizilla

Mecanicos maus do inferno cristão...
pois eu não gosto de mecânicos desonestos, ou de cristãos.

Quando o orçamento do conserto do Brutus chegou, eu já achei estranho o valor da mão de obra. Era cara demais. Quando o mecânico me ligou duas vezes no mesmo dia para dizer que outras coisas precisavam ser consertadas no carro, e cobrando preços ainda mais altos, eu achei MUITO estranho. Quando eu recebi o carro e o freio de mão estava quebrado, eu tive a impressão de que estava lidando com mecânicos ruins e um tanto desonestos.

Agora... ME COBRAR PARA CONSERTAR O MALDITO FREIO DE MÂO QUE ELES MESMOS QUEBRARAM É COISA DE FILHO DA PUTA!!!


Se amanhã eles não mudarem de idéia e resolverem me entregar o Brutus sem cobrar nada, eu juro que conto para vocês qual é a oficina...

sábado, 26 de novembro de 2005

Silverblood
Dica do Filipe (da comunidade Changeling: O Sonhar, do Orkut) de banda para trilha sonora de Changeling, e uma banda muito boa... segue a mensagem do cara.

Silverblood 25/11/2005 09:45
Essa é uma banda brasileira pouco conhecida, que lançou seus trabalhos nos anos 90 (se eu não me engano), e depois sumiu. Eu a conheci bem antes de jogar Changeling, e na primeira vez que eu li o livro básico da primeira edição, a voz da vocalista me veio na mente de maneira natural...

Bem, quem quiser entrar em contato com o trabalho da banda, baixem o album deles, "Imperfection", nos seguintes links:

http://rapidshare.de/files/6093221/Silverblood_Pt.01.zip.html
http://rapidshare.de/files/6096588/Silverblood_Pt.02.zip.html

Eu já falei e digo de novo:
"quero mais que ninguém me leve a sério para que eu possa amar loucamente"


Mas se não levar a sério o que eu falo,
não diga depois que eu não falei... :)


Me sabe a sabedoria dos palhaços e tolos,
pois todos os soturnos homens de grande sabedoria
não sabem nada além de seus próprios axiomas.

Rapidinhas (na sacristia)

Enquanto o Papa Bentinho Dezesseis (a forma Thallain de Joãozinho Trinta) se preocupa em mostrar sua homofobia cristã e perder ainda mais adeptos de sua empresa de marqueting de rede espiritual, os padres do Brasil estão mostrando com quantas (e quantos) fiéis violentadas ou aliciadas se faz uma paróquia. Um padre em dez no Brasil tem algum tipo de "má conduta sexual", segundo pesquisa da própria matriz romana. Deixa eu ver se eu entendi: Padres não podem ser gays, mas podem violentar pessoas, inclusive garotinhos? Estes católicos desafiam até a lógica mais malkaviana... :)

sexta-feira, 25 de novembro de 2005

Apartamento novamente alugado.
Carro consertado.
Sono colocado em dia.

A vida está de volta a seu navegar tranquilo.

Quero uma cerveja. :)

A enciclopédia das fadas
de Edain McCoy





Um oferecimento Dudu Duende :)

"Não é que eu acredite mais em fadas do que em gente.
Eu sei que as pessoas existem, elas apenas são menos importantes..." :)

Eu sou um Clurichaun!!!
Depois de muita procura, finalmente descobri qual é o meu Kith de Changeling...

Clurichauns are inherently Irish no matter where they're from, and always wear green. They have a knack of getting along with people, but also at getting away when there's trouble. They are very emotional and are frequently moved to tears or fisticuffs. Clurichauns don't really have pots of gold. Clurichauns and leprechauns are the same thing by 2 different names. Clurichauns like to sing, though not always well, and drink .... a lot!

They are tird to the spirit of the land and people of Ireland: it defines their identity as a Kith and they are bound by the Dreaming go protect it. They spread out from Ireland even early and early Clurichauns in England were called "buttery spirits" (among other Kithain who were called the same.) They frequently live in old-fashioned pubs and inns, where they aid good proprietors and wreak mischief for bad ones. CLURICHAUNS ARE TRADITIONALLY SHOEMAKERS FOR THE FAE, BUT NEVER CARRY MORE THAN ONE SHOE AT A TIME SO THEY AREN'T SLOWED DOWN IN ESCAPES. The often carry snuff boxes not only for pipe smoking, but to aid in escapes by making their would-be captors blink and sneeze. They are considered Gallain by many Kithain, but the reasons are unclear.

Clurichauns secretly refer to themselves as the Daoine Sidhe, a name they received from their mortal kin during the Sundering, and know their Kith to have once been very similar in the Sidhe before the Sundering. Clurichaun history links them to a hero named Mil, supposedly from Spain, who led them in conquest of Ireland against the Tuatha De Danaan in the early Sundering and they would secretly call themselves House Mil, or the sons of Mil. Then the Sons of Mil conquered Ireland, they drove the defeated Tuatha De Danaan underground into the raths and burghs and asserted their own rule above, only later retreating to the raths and burghs themselves during the later Sundering once the Sidhe had fled to Arcadia. The tradition Clurichaun courts of Hoouse Mil with their own kings lasted until the end of the Irish royal line in the 12th century, when the English conquered Ireland. The magic that binds the Clurichauns to Ireland consists of a prophecy given to the sons of Mil linked with the grace of the Tuatha goddess Eriu. When the Shattering came, Clurichauns as a whole stuck it out in Ireland, not retreating to Arcadia. They once ruled over the Piskies and their Pictish kin in Scotland, but it ended badly enough that Clurichauns resent Piskies to this day.

quinta-feira, 24 de novembro de 2005

Gil fala sobre propriedade intelectual e pirataria
Ando de saco cheio de posts jornalísticos, mas este vale a pena...

"Os que querem manter o regime de propriedade intelectual com uma finalidade em si mesma, a serviço dos interesses industriais, comerciais que se desenvolvem dentro do regime, fazem da pirataria a questão principal, como se fosse a grande ameaça à propriedade intelectual, quando não é.

A falta de flexibilização do domínio publico, de acesso livre, é uma ameaça maior ainda do que a pirataria. A pirataria, de uma certa maneira, perversa, porque ela é perversa, ilegal etc., mas ela de uma certa maneira vai na direção de corrigir esse problema, porque ela estende a possibilidade de acesso público dos setores excluídos da sociedade, setores economicamente não participantes, pauperizados etc.

Paradoxalmente, por uma via perversa, a pirataria estabelece um reequilíbrio, ou, pelo menos, aponta para a necessidade de um reequilíbrio. Daí ter sido a pirataria um dos alertas para a correção do sistema, do regime. Foi a pirataria que, de certa forma, chamou a atenção para a necessidade de uma flexibilização da propriedade intelectual.

O fortalecimento das estruturas de combate à pirataria não pode ser apontado como a única forma. É uma questão, mas não é a única. Os interessados na manutenção do sistema da forma como ele é hoje é que fazem esse discurso de que a pirataria é a ameaça, então nós temos que concentrar todos os nossos recursos, colocar todas as nossas energias, apostar todas as nossas fichas no combate à pirataria. Combater a pirataria também é flexibilizar a propriedade intelectual. Quanto mais acesso, quanto mais compartilhamento você promove das obras intelectuais, menos pirataria você terá.

Uma das formas de combater a pirataria é abrir, acessibilizar de uma forma mais ampla a música, o cinema, a literartura, o teatro, tudo o que detém propriedade intelectual."
(Ministro Gilberto Gil, em entrevista à Agência Brasil, em Túnis)

Weeew, post longo, né?

Poisé... leia quem quiser. Mas depois não digam que eu não disse... ;)

O assassinato da verdade...
pensamentos do duende sobre a cultura contemporãnea, e as ferramentas dela para destruir toda a sabedoria...

Quando eu era um moleque, ouvindo de professores pouco motivados falando sobre os índios brasileiros, eu não conseguia entender. Mostravam os índios como um povo diferente, primitivo, que tinha outra língua e adorava uns deuses estranhos que me faziam pensar em aipim (mandioca) e peixes grandes em rios. Isso era, em grande parte, aquilo que tinham para me dizer sobre as culturas indígenas brasileiras. Isso, e que os índios eram ora preguiçosos demais para fazer o trabalho escravo, ora aliados instáveis de portugueses e franceses em suas guerras pela posse da terra que nunca deveria ter sido deles. Nunca me deram a chance verdadeira de entender quem eles eram, ou o que eles pensavam. A todos que estudaram junto comigo, naquele pequeno colégio da Asa Sul, restava a certeza de que os índios eram um povinho (sim, um, porque não nos foi dada grande noção de que haviam muitos povos indígenas) que dava pena de tão tolo e sub-humano.

Alguns anos mais tarde, quando estava sendo introduzido à literatura brasileira, tentavam me forçar a ler os "clássicos" de Machado de Assis e companhia. Diziam que isto era necessário pois "caso contrário não teríamos nunca noção do verdadeiro valor da literatura brasileira". O que ficou para nós, ou ao menos para a maioria de nós, é que boa parte dos escritores brasileiros tinham como única função escrever livros tão chatos que, para que alguém os lesse, era necessário que algum professor de ensino fundamental ou médio os forçasse pela garganta de seus alunos abaixo. Gibis e a literatura de outros lugares, por mais medíocres que fossem, sempre pareciam mais interessantes. Toda a arte era colocada como uma obrigação do homem culto. Nunca nos disseram que quem FAZIA arte era bem diferente, geralmente, das pessoas que a CONSUMIAM e raramente a ENTENDIAM. A verdadeira arte era obra de homens e mulheres que, geralmente, eram tidos como párias ou curiosidades na malha social. Nossa cultura e nossa religião, e principalmente meus professores naquela escolinha cristâ idiota, não são capazes de entender de onde vem a inspiração verdadeira e a arte. A maioria de nós pode viver a vida inteira sem saber disso.

Quando estudamos então sobre os outros povos (basicamente os Europeus, e então os "Norte Americanos", e por fim os "outros") ficávamos com uma impressão de que os povos do hemisfério norte eram tão superiores e tão mais interessantes que nos era muito difícil não ser "colônia" deles. Não que algum professor dissesse tal absurdo, mas pelo que aprendíamos esta era uma conclusão mais do que natural. Os muçulmanos pareciam, em toda e qualquer descrição, um bando fanático e obscurantista de bárbaros invasores e guerreiros cortadores de cabeça. Quando se falava então sobre os povos africanos, era apenas para explicitar o quanto eles eram belicosos, e falar sobre seus hábitos de vender seus prisioneiros de guerra como escravos para quem os desse armas melhores.

Muitos outros absurdos me foram ensinados, seja declaradamente ou de forma implícita, e por baixo deles mais e mais camadas de absurdos. A conclusão a que chegávamos no fim das contas é de que o pensamento europeu de imaginário cristão e lógica positivista era o único que uma pessoa sensata poderia ter. Nunca nos deram opção. Nunca nos falaram que havia outra forma de se pensar. De fato não quiseram correr o risco de que pensássemos de forma diferente, e questionássemos a margarina existencial na qual nos víamos chafurdados. Afinal de contas, por que dar opções a crianças e adolescentes, não é mesmo? Pode se perigoso, pois eles podem ser muito imaginativos...

E assim passam os dias para a maioria de nós. Aprendemos estas coisas, acreditamos nelas, nem nos preocupamos em refletir ou descobrir mais a respeito destes temas. A literatura brasileira, quando não qualquer forma de literatura, fica claramente tachada de entediante e inútil. As outras culturas serão sempre "outras culturas", e não nos parece muito importante entendê-las. Nada que não seja o óbvio que nos é ensinado sobre quem somos, o que devemos fazer e o que é importante ocupa nossas mentes. O resto é coisa de maluco, gente que não funciona, que não está adaptada e só serve para ser contratada para dar um ou outro pitaco, ou para morrer pobre e "louco" mesmo...

Mas, para algumas pessoas, em algum momento deste processo de alimentação de dados, a transferência falha. Em algum momento, alguns de nós se perguntam "e se tudo isso que estão me dizendo for uma grande bolota de merda seca e velha?". Surge a dúvida que nos salva da estupidez induzida do ensino (e da sociedade) tradicional. Alguns se preocupam em ler sobre outras coisas, buscar outras fontes. Aqueles, dentre estes curiosos, que conseguirem beber das outras fontes estando suficientemente libertos do pensamento de colônia do norte que nos é induzido, podem entender alguma coisa. Para os outros, o resto do mundo continua sendo apenas uma curiosidade.

Não é surpresa que a maioria das pessoas, quando olho à volta, me pareça viver dentro de trilhos tão bem definidos. Não tem motivos para questionar, nem para pensar que talvez suas vidas não tenham sentido algum. Será que a vida tem algum sentido? Será que em alguma cultura ela o teve? Se não teve, então não faz diferença você pensar como Europeu ou como Tupinambá ou como Ainú. Se a vida não tem sentido, você apenas descobre o melhor jeito de vivê-la e vai em frente. E, nesta sociedade, ao que parece, o melhor jeito é se adaptar, não pensar e seguir no trilho. Mas e se a vida puder ter sentido, e este sentido fosse presente na vida de outros povos, alguns deles já destruídos ou aculturados por nossa "superior" cultura eurocêntrica (ela mesma destruída por obra própria)? E se nossa grande máquina de fazer dinheiro, de acumular ouro e respeito, tiver destruído a delicada flor da verdadeira vida debaixo de suas rodas de catapulta? Só nos resta buscar aquilo que nos foi negado, nossas raízes, e as raízes de todos os outros povos que foram igualmente massacrados em sua cultura e em sua existência, para encontrar a resposta.

A única conclusão à qual cheguei até hoje é de que nós (eu e você, cara pálida) pertencemos à mais triste, deprimente, derrotada e inimaginativa cultura que já existiu sobre a terra. Tudo que temos é de segunda mão, tem gosto de comida enlatada (e de fato é enlatado da indústria cultural), abrimos mão de tudo para receber apenas ração para a alma. Esta fome da alma, e a aceitação de viver com uma alma faminta, é a morte da vontade e do verdadeiro eu. O que isso tem a ver com os índios, com a literatura brasileira e com os "outros povos"? Tudo, ora bolas. O vírus globalizante, muito mais antigo do que a própria idéia de globalização, adoeceu a nossa cultura, assim como o fez com as culturas africanas, asiáticas e as próprias culturas "primitivas" européias e norte americanas. Nós somos o bagaço da cana, e não há mais suco para extrair. Esta cultura, depois de digerir tudo aquilo que era externo, começa a devorar-se e regugitar-se a si mesma. Vivemos a reinvenção da reivenção e nada mais parece ser real. Não parece, pois não é.

Você é europeu, cara pálida? Você é grego, ou é norte americano, ou mesmo é branco? Você sabe alguma coisa sobre os seus eventuais laços com o povo que era morador (e não dono, pq a idéia de propriedade como a pensamos é tipicamente européia) desta terra? Você sabe alguma coisa sobre VOCÊ MESMO que não te tenha sido dita por outra pessoa? Do que você realmente gosta, além do que te disseram que você deve gostar? No que você acredita, senão o que te disseram para acreditar? Quem, diabos, é você? Provavelmente você pode responder a algumas destas perguntas, mas será que você realmente sabe a resposta delas?

No fim das contas, tudo que sei é que esta cultura brasileira, que cada vez mais parece uma franquia da cultura global, é um engodo. Não somos reais dentro dela. Nada tem valor real. Tudo parece dinheiro, moeda, valor abstrato agregado. Muito pouco do que acreditamos vem da experiência direta, e, de qualquer forma, a maior parte de nossa interpretação de nossas experiências vem de uma orientação externa. Nos dizem até o que pensar sobre o que vivemos. E quando você me pergunta quem são os "eles" que "te ensinaram tudo", eu só tenho uma resposta, e ela vai soar bem enigmática...

"olhe-se no espelho. você faz parte disso tudo".



A nossa vontade está moribunda. Nossa verdadeira noção de nós mesmos, de nosso mundo, está quase perdida para nós. Não há onde procurar respostas, pois pode-se desconfiar de qualquer resposta que seja dada. Não há onde procurar a verdade, pois até nossos olhos estão maculados pelo engodo desta civilização. Só nos restaria perguntar àqueles que ainda estão a salvo desta civilização, mas em sua maioria eles já estão mortos. Só nos resta procurar as histórias, as lendas, aquilo que nossa faminta civilização trouxe para sua pança pois achou interessante demais para enterrar junto com os povos destruídos que as contaram e viveram. Há mais sabedoria nas lendas e nos contos de fadas do que em toda a ciência. Só as verdades mais bem escondidas conseguiram escapar à nossa sede de mentir para nós mesmos sobre o que somos e nossa natureza, e sobre o mundo invisível.


Eu acredito em fadas, pois as pessoas não são confiáveis.

É um ato de vontade.
Quantas pessoas ainda tem vontade?



Que os Deuses nos abençoem... ;)


p.s. post honesto, não revisado e um pouco raivoso. é a melhor semelhança de verdade que pude produzir em meio a um mundo de ilusões...

quarta-feira, 23 de novembro de 2005

"My problem lies in reconciling my gross habits with my net income."
- Errol Flynn

sábado, 19 de novembro de 2005

"...I don't believe reality would be
the way it should
But I believe in fantasy
the future's understood

I don't believe in history
I don't believe in truth
I don't believe there's destiny
or someone to accuse

I believe, I believe!!!"

Believe, Franka Potente, Run Lola Run Soundtrack

Ok... eu estou escrevendo um roteiro e talz,
mas me explica como é que ESTE cara veio parar no meu blog. :)

Acontece cada coisa engraçada comigo... :)

Tenho a impressão de que um dos problemas destes dias atuais é que todo mundo acha que pode ser qualquer coisa, e nem sequer se preocupa em descobrir quem é na verdade. São duas coisas estúpidas. É claro que não se pode ser qualquer coisa. Cada um é um, com seu jeito e natureza.

São duas grandes ilusões conectadas. A ilusão de que não somos nada que nos leva a acreditar na ilusão de que podemos ser, eventualmente, tudo.

Know thyself, chuggat. :)

A juventude é um bocado cruel.
Os anos ensinam a piedade. Por outro lado,
eles também ensinam o rancor...

Bollywood
Duende escrevendo sobre escrever um roteiro... ou não.

Estou escrevendo o roteiro que me pediram. Começo detalhista, empolgado...
A primeira cena é cheia de detalhes. Mesmo desconfiando que os planos de câmera que projetei provavelmente não funcionam de fato, me apaixono pela idéia de ter pensado eles. São algo diferente, ao menos para alguém que consegue saber tão pouco sobre cinema de verdade como eu. Mas, afinal, o que é cinema de verdade? É um lugar cheio de cadeiras, pessoas que querem se divertir e uns chatos que entendem de cinema reclamando de planos de câmera que não funcionam...

Como eu disse, eu estava escrevendo a primeira cena. É tão sutil que me senti orgulhoso. Espero estar inovando em alguma coisa. O diálogo é feito de frases curtas. Eu adoro frases curtas, embora não saiba escrevê-las (e ainda seja vítima dos ótimos vícios de Tom Robbins - frases compridas e um senso de humor maravilhoso que só eu e alguns iluminados entendem...). E tem os ângulos de câmera. Já falei deles. Não sei se funcionam, mas são diferentes. Mesmo que não funcionem, ao menos estou fazendo merda de um jeito diferente.

Mas o cansaço dos últimos dias tá cobrando seu preço. Bebi um pouco de whiskey, e depois mais um pouco. Estou tentando aprender a beber whiskey. Combina quando se está lendo Bukowski. Tentei achar a sinopse do filme em meu quarto, mas com a luz queimada não achei nada. Fui então fazer o óbvio. Fui beber whiskey e ler bukowski sobre as almofadas da sala que cheiram a bosta de pombo. Será que consertaram a maldita rachadura na laje do prédio?

Cansado demais para escrever, e tendo escrito bem menos do que gostaria de ter escrito, me deixo vencer pelo cansaço. Estou empolgado, mas estou cansado. Se eu pudesse ditar o roteiro de minha cama enquanto descanso... poderia ter geisha peruana como secretária. Não... eu acho que seria melhor uma geisha árabe. As mulheres árabes sãos as mais bonitas do mundo, discordando de Francis Galton...

Pensando bem é melhor esquecer as geishas, deixar este roteiro para depois e ir dormir. Acho que a Ci não ia gostar nada nada dessa história de geishas...

Boa noite para mim. Amanhã continuo meu roteiro com diálogos curtos e ângulos de câmera que não funcionam...


P.S. Ei! Este post ficou legal! ;)

P.P.S. Para quem não entendeu a piada obscura, o título do post é ao mesmo tempo uma homenagem ao livro Hollywood, de Charles Bukowski, e à capital indiana do cinema, Bollywood (nome cunhado pela junção de Bombaim e Hollywood)

sexta-feira, 18 de novembro de 2005

Rindo das piadas dos Deuses
Como se divertir com o absurdo numa longa noite às voltas com a polícia e com o pobre Brutus, abandonado até pelos ladrões...

Eu já estava com a minha carona arranjada. Iria do trabalho para casa com meu irmão. Estava até começando a gostar da vida pedestre. Estava começando a aprender um bocado com ela. Ser pedestre estava me dando insights fantásticos a respeito do Slow Living e das dinâmicas urbanas de Socialização Cotidiana...

E então um policial me ligou...
- "Por favor... o senhor Daniel Carvalho? O seu veículo foi encontrado na 404 norte."
- "Ahn... é? Nossa... E.... E ele está inteiro?"
- "Segundo o policial que se encontra no local, o veículo está em boas condições".

Não querendo elaborar a respeito do que um policial consideraria serem "boas condiçôes" (E levando em conta o fato de que difícilmente o Brutus estivesse em boas condições quando foi roubado), resolvi simplificar a conversa...

- "Obrigado, policial. Estou indo para o local..."

Não é incrível como a gente age de um modo artificial quando fala com policiais? Eu, particularmente, me sinto em algum filme qualquer. Sou capaz de frases do tipo "Esta cidade está bastante violenta, não? Os bandidos estão cada vez mais ousados...". Sim, mais do que estúpidas, são frases que não dizem nada. Mea Culpa... eu não sei ter conversas inteligentes com policiais.

De qualquer modo, fui para o local. O carro estava inteiro. Ao menos tão inteiro quanto estava antes, o que não quer dizer que estivesse realmente inteiro. A única avaria novata entre as veteranas avarias do Brutus eram os fios sob o volante, arrancados para fazer uma ligação direta. Tentamos ligar o carro. O motor deu sinal, mas não funcionou. Chamamos o guincho do meu seguro então.

Quase uma hora e várias conversas estereotipadas depois, o guincho chegou. Colocamos o carro na caçamba do guincho e tocamos para a segunda DP. O motorista do guincho dirigindo à toda velocidade pelas ruas noturnas da cidade me fizeram ter pensamentos nada divertidos de ver, pelo retrovisor do guincho, meu carro voando da caçamba. Ok, tive um pensamento divertido, confesso. Fiquei pensando o que aconteceria se a polícia nos parasse e apreendesse o guincho. Meu carro seria apreendido junto? Isto é... se o atraso do IPVA do carro já não fosse o suficiente para providenciar a apreensão dele. Foi então que me toquei que estava levando para uma delegacia o meu carro com documentação irregular. Foi tão gostoso quanto levar choques elétricos no ânus...

Chegamos enfim à delegacia. É desnecessário dizer como delegacias são surreais. Quando pisei naquele lugar, em meio a policiais mal humorados pelo sono e pela prática de seus empregos, senti que meus dias iam mesmo de mal a pior. Deu até pena de mim mesmo, tadinho de mim...

E foi então que, de repente, o absurdo da noite começou a ficar tão grande que... me libertou.

Primeiro entram um pai e uma filha (e, diga-se de passagem, uma bonita filha), e dividem com o policial (e com o duende xereta, que escutava por detrás deles) seu intento de registrar um boletim de ocorrência "que não fosse mandado para a justiça" a respeito de um tapa dado pela tia da tal bonita filha nesta mesma. Quando olhei à volta, vi o bêbado algemado ao banco chorando e pedindo ajuda para a "mamãe que tava no céu", o agente do Detran vestido que nem um tripulante da nave estelar Yamato, a cara de desconsolado do motorista do guincho que portava o Brutus.... e quando vi minha própria cara na minha imaginação... eu COMECEI A RIR.

Não conseguia parar de rir de tudo. Dos dois bibinhas que chegaram para registrar uma ocorrência sobre uma briga onde um deles havia levado um tapa e "saído voando", segundo o depoimento do mesmo. Da família muito arrumada, muito digna, que se empilhou no guichet para fazer alguma denúncia muito secreta, do bêbado que se alternava em xingar os policias e chamar a mãe... a desgraça humana parecia tão absurda, e tão vívida, naquele local que não podia deixar de parecer uma piada. A minha própria situação era uma piada, com meu carro em cima de um guincho, sem dinheiro para consertá-lo, de madrugada, cansado...
Os Deuses deviam estar rindo. Decidi rir junto com eles.

Terminados os procedimentos da delegacia (onde por sorte meu carro NÂO foi apreendido, e nem eu fui preso por ficar dando gargalhadas sozinho dentro de uma delegacia). fomos, ainda na madrugada, fazer a vistoria do carro. Os dois vistoriadores pareciam saídos de algum filme satírico. Um era alto e largo, silencioso, com cara de quem estava achando tudo muito engraçado (inclusive minha cara de solícita vítima de furto). O outro era baixinho e tinha uma careca crescente, com um revólver com cabo de madre-pérola enfiado no cós da calça, e DEFINITIVAMENTE estava achando tudo muito engraçado. Vê-los vistoriando o carro em cima da caçamba do guincho me fez rir por mais um bom bocado de tempo.

Por fim, de repente, me vi sendo conduzido pelo motorista do guincho até o depósito dos carros, onde esperaria um taxi. Lugar escuro, longe de tudo, soturno. A situação poderia parecer assustadora se eu parasse para pensar nas possibilidades. Mas não. Eu estava achando tudo muito engraçado. Por fim, terminei sentando em uma poltrona furada, em frente a uma televisão que passava algum especial da Globo muito sensasionalista sobre Experiências de Quase Morte, e pensando em como nossos medos são absurdos e meio ridículos. A vida é absurda, temê-la não muda nada. Transformei algo que poderia ser uma via crúcis para minha cabeça de ex-menino-mimado em um circo.

No fim das contas me toquei que os policiais foram muito legais em liberar meu carro. O cara do Guincho foi muito legal em me acompanhar por TODO o trajeto, sem descarregar o carro um só minuto, sem reclamar, mantendo ainda o bom humor tipicamente carioca. Os vistoriadores foram deveras divertidos... e o taxista me pareceu tão honesto que fiz questão de pegar o seu cartão.

Hoje amanheci quase automotizado, porém pedestre por opção. De repente percebi o quanto carros dão trabalho e dor de cabeça. O conserto do "pequeno" avario no Brutus ficou por volta de quinhentos reais. Dinheiro que eu não tenho, claro. Mais um empréstimo em vista. A melhor parte do dia foi, depois de largar o Brutus na oficina, pegar um ônibus e vir para o trabalho namorando as nuvens...

De que importam os problemas? A vida é mesmo divertida quando vc entende a piada. :)



P.S. o post é longo, auto referente e não tenho certeza de que seja interessante. Deu vontade de contar a minha noite de ontem. Se servir para alguma coisa, ou para alguém, fico feliz. Sorria. A piada é com vc também. :)

mobília quimérica do ninho dos escorpiões...
A primeira foto publicada sobre a nova decoração de minha casa...

a primeira foto verde da Mobília Quimérica do Ninho dos Escorpiões

E que venhas as festas, as danças e a alegria.
A vida é uma piada dos deuses boa demais para não se rir e brincar...

quinta-feira, 17 de novembro de 2005


Enquanto isso o AINN tá bombando com informação e conversa de qualidade
(seja ela boa qualidade ou qualidade duvidosa, sem dúvida ela tem ALGUMA qualidade).
Para quem ainda não conhece, basta visitar a página do grupo de discussão aqui.

quarta-feira, 16 de novembro de 2005

Campanha contra a estupidez e ignorância de alguns jornalistas e pais...

Em vista das terríveis e infundadas acusações contra os Role Playing Games (jogos de interpretação, para quem AINDA não sabe do que se trata), faço aqui meu protesto em forma de uma campanha pelo RESPEITO ao nosso prazer, nosso hobby e ao nosso direito de fazer o que bem entendermos com nossa imaginação...

O RPG não é culpado pela agressividade humana. Por ser algo que muitos não entendem, por falta imaginação ou mais frequentemente falta de esclarecimento (faço aqui até meu eventual mea culpa), é fácil taxar crimes hediondos que ocorrem em circustãncias obscuras e malévolas (e qual crime hediondo não é assim) como consequências dos efeitos deste jogo "estranho" sobre as mentes "imaginativas dos jovens". Nada pode estar mais equivocado. Role Playing Games são uma excelente oportunidade para se experimentar modos de ação, libertar-se por um momento das atribulações da vida e sonhar com outros mundos, divertir-se junto a amigos e ter a oportunidade de participar numa construção simbólica colaborativa de rara beleza.

RPGs não são culpados por nenhuma morte. É a ignorância, a escuridão e a loucura inerente às pessoas em qualquer época (principalmente esta época estranha em que vivemos), que é mórbidamente assassina. Isto eu também aprendi jogando RPG.


A IMAGEM ACIMA TEM UM LINK PARA MEU FLICKR, ONDE ESTÁ HOSPEDADA.
POSTEM ESTA IMAGEM EM SEUS BLOGS, FOTOLOGS, MOBLOGS OU O QUE MAIS QUISEREM.
AJUDEM ESTA CAMPANHA EM FAVOR DO DIREITO DE IMAGINAR E SONHAR (E SE DIVERTIR) E CONTRA A IGNORÂNCIA QUE É VIZINHA DA MALDADE...


P.S. Se for postar a imagem, ou o texto, ou os dois, em seu blog ou fotolog, deixe aqui nos comentários deste post o endereço para que eu possa visitá-lo e colocar seu endereço na lista de participantes da campanha...


P.P.S. Prometo fazer um banner pequenininho depois, que caiba no cantinho de qualquer blog.



UPDATE1: O Leo, do
www.radiocamb.blogspot.com/, já deu o toque que está aderindo à campanha.

UPDATE2:
O Tarsis, do http://tarsis.vipflog.com.br/, postou a imagem e a transcrição dos textos "Respeito" e "Carta aberta à mídia", que desmistificam este circo midiático feito à volta de alguns assassinatos lamentáveis que não tem nenhuma conexão com o RPG ou seus jogadores (exceto, talvez, o fato de que algumas das vítimas eram jogadoras de RPG).

A cada dia eu fico mais certo de que eu realmente não sou deste mundo.

Onde já se viu trabalhar com horário fixo, tendo o que fazer ou não? Onde já se viu, pior do que isso, acreditar que todas as pessoas são iguais e, por mais que realizem tarefas diferentes e tenham aptidões diferentes, tenham que ter o mesmo perfil e comportamento de trabalho?

Depois me perguntam pq é eu acho o sistema capitalista um fracasso. Este povo transforma produção em tortura e depois se pergunta por que é que as pessoas são infelizes.


Só dá tan-tan neste mundo do trabalho "sério". :)

segunda-feira, 14 de novembro de 2005

"Já que não temos votos para salvar o Pantanal, vamos dar a vida para salvá-lo."
Uma das cartas deixadas pelo ambientalista Francisco Anselmo de Barros, que se enrolou em um edredon cheio de gasolina e tocou fogo em si mesmo (à semelhança mórbida dos monges auto-imolados do Vietnam), explica a causa pela qual ele deu a vida. Morre um guerreiro. Longa vida ao guerreiro.

"Meus queridos pares,

Pioneiros no Brasil na questão do meio ambiente, hoje somos passados para trás por interesses de maus políticos, maus empresários e PhDs de aluguel. Em termos de Brasil, estamos vendo o barco afundar e ninguém diz nada.São transgênicos entrando de contrabando pelo Sul, e o governo apoiando. São queimadas da Amazônia, e o governo impassível. Gente com terra do tamanho de um Estado, e a gente sem terra. É transposição do rio São Francisco, no lugar de revitalização.

No Pantanal, querem fazer do rio Paraguai um canal de navegação com portos para grandes embarcações e grandes comboios. É pólo siderúrgico, é pólo gás-químico. Agora, querem fazer usinas de álcool na Bacia do Alto Paraguai. Um terço dos deputados estaduais são a favor. Um terço contra. E um terço sem saber o que é. Já que não temos votos para salvar o Pantanal, vamos dar a vida para salvá-lo."


Eu presto aqui meu respeito a estes guerreiros...
(libertos da apatia que esta sociedade de falso bem estar nos causa)

Tem alguma coisa no ar, como se alguma coisa estivesse prestes a acontecer...

não... eu também não sei o que é.
mas estou um bocado curioso...

Por outro lado a vida pedestre, mais lenta e trabalhosa, está me dando uma nova perspectiva sobre muitas coisas. Estou mais ligado, mais atento, e o caminho até os lugares me dá uma melhor chance de realmente olhar para a cidade e para as pessoas (e para mim mesmo). Eu chego ao ponto de estar agradecido pela oportunidade... ;)

Estou aprendendo muitas coisas também. Aprendi hoje, por exemplo, que a linha 116-1 indo na direção do fim da Asa Norte me leva para o Ministério da Cultura (meu trampo) fazendo um lindo passeio pela L2 inteira. Adorei! :)

Descobri também que o Xique-Xique aqui do lado de casa (Xique-Xique da 708 norte) tem um almoço delicioso para 4 pessoas por apenas 33 reais. Vale a pena. :)

Mais importante do que tudo isso, descobri que a gente precisa mesmo de muito pouco para viver. Isto, para um ex-filhinho de papai da Asa Sul (é, eu era isso mesmo), é uma GRANDE descoberta a cada dia. :)

O Brutus me abandonou!
Brutus, meu (não tão) fiel carrinho me abandonou na sexta feira. Me trocou por algum arrombadorzinho fedido qualquer... Tô de mal de vc, Brutus. Não me venha voltar para casa agora com o escapamentozinho entre as rodas pedindo perdão. Carro feio!!! :P

É isso aí. Estou sem carro por hora.
Em minha nova vida de pedestre estou redescobrindo os prazeres visuais de andar de ônibus pela cidade nestes dias tão lindos...

E quem quiser me chamar para sair, pode saber que vai ter que me dar carona (além de pagar a cerveja, pq ando totalmente sem grana). ;)

quinta-feira, 10 de novembro de 2005

histórias do Ninho dos Escorpiões

O Ninho dos Escorpiões, casa deste que vos escreve e de nosso querido ciborgue mineiro Metal, é um lugar sui-gêneris (e eu não estou dizendo isso só para dar uma de diferente). Já no dia de sua inauguração fomos saudados pelos fogos de artifício de 3 lâmpadas explodindo ao mesmo tempo, sem motivo aparente (a princípio), no meio da festa. Mesmo tendo dado um clima aconchegantemente escurinho ao convescote, a explosão das lâmpadas deu um puta susto nos convivas e nos mostrou um pouco do que nos esperava naquele lugar. Adoramos. :)

Nos dias que se passaram, e nas festas que se passaram, muitas coisas curiosas aconteceram. Mas elas eram coisas típicas dos moradores e dos convivas, e não precisam ser descritas aqui, nem arroladas como "história do Ninho dos Escorpiões". Existe um diário que escrevi nos primeiros dois meses da casa descrevendo estes acontecimentos. O quê? Se eu vou mostrar este relato para vocês? É claro que não... :)

Depois veio a explosão do chuveiro (o lamentável episódio que mandou o duende quase voando para a parede, tomado pelo susto, e ocasionou a morte de Welma Reich, nossa aranha de estimação), a invasão das baratinhas pretas bêbadas suicidas, a cascata de água que caiu pelo lustre da sala em uma das chuvas mais fortes (ocasionada, possívelmente, por uma rachadura de proporções hard-core-pornográficas na lage do prédio), as infiltrações, o interfone que se transformou em uma arma sônica, oficiais de justiça procurando por um criminoso que era antes morador do local e... para coroar a história e sacralizar o local como "O Ninho dos Escorpiões", agora temos escorpiões de verdade andando pelos cantos do cafofo (refiro-me aos bichinhos de seis patas, com duas garras e um rabão comprido com um espetinho venenoso na ponta. nem por um segundo questiono o pedigree escorpianino do Metal, e muito menos o meu)...

Em comemoração a tudo isso iremos realizar amanhã uma adição muito apropriada a nossa decoração. Uma amiga do DP que está chegando à cidade vai fazer um graffiti na parede do Ninho dos Escorpiões. Se alguém tem idéias de elementos que podem ser agregados em nossa decoração rupestre doméstica, não percam a chance de se manifestar.

UPDATE: Amanhã vai ter Flash-Party Imaginária Rupestre durante a pintura das paredes. Quem se animar, entre em contato...


Abraços dos Moradores do Ninho dos Escorpiões...

Uma dia a gente pira, pega a mochila e sai por aí...

Não é tão estranho assim quando alguém de 17 anos, americano (morando em um país legal longe de sua pátria maluca), mórmon (e frustrado como um mórmon pode ser), e se está longe da castração imaginária dos pais resolve jogar tudo pra cima e pegar umas caronas e sair por aí. Ou será que é? Segundo o não muito criativo xerife do condado de Les Stiles, cidade natal da tal americana que sumiu, isso é impensável:

``It's inconsistent with her character to just up and walk away,'' Deschutes County Sheriff Les Stiles told KTVZ-TV in Bend. ``This isn't a person that does that, based on her background and how she's been in the past.''


Por que tanta preocupação? As pessoas podem mudar, embora algumas pessoas não acreditem nisso. A mina cansou da vidinha de merda que estava direcionada a levar, pegou um Tanuki no colo e saiu por aí. O máximo que pode acontecer a ela é a morte. E não é o máximo que pode acontecer a todos nós? :)

Ventou um bocado lá em casa esta noite.

Eu adorei. :)

quarta-feira, 9 de novembro de 2005

Meu apartamento na 303 está desalugado, o que faz de mim um Duende muito desprovido de créditos monetários da república federativa do Brasil até o próximo mês (quando, espero, a distinta senhora que está querendo alugar o meu apartamento já o terá feito). Até lá estarei tentando me divertir o máximo sem dinheiro e, nas horas vagas, fazer ao menos uma refeição por dia. :)

Se me chamar para beber, saiba que vai pagar a conta. :)

II Sexta Arteira
E seguem as festividades da ONG Arteiros...

II Sexta Arteira

Se der, eu vou.
Estou curioso para ver como é. :)

terça-feira, 8 de novembro de 2005

Duende e Dpadua tentando escrever a menor fábula da "of the world de brasília"...

"Ele sabia. A princesa mordia mais que o dragão. Foi embora, então."
(duende, 51 letras)

"Sabidão correu da Princesa Boca-de-Dragão."
(dpadua, 35 letras)

"Ele fugiu. A princesa era pior que o dragão."
(duende, 34 letras)

"Foi-se. A princesa era pior que dragão."
(dpadua, 30 letras)

"Matou dragão e princesa e foi-se."
(duende, 26 letras)

"Matou dragão e princesa. Foi."
(dpadua, 23 letras)

"Foi, sem princesa ou dragão."
(duende, 22 letras)

"Matou ela, o dragão e foi."

ou

"Matou-os. Foi."

ou

versão tablóide:
"Matou e foi."
(dpadua... 9 letras.)

e então, vencido na minha área, tive que apelar para a dele:



(duende, nenhuma letra.)

uma vitória rupestre. :)



p.s. sim... eu tenho marte em leão. eu adoro um desafio ou uma competição de rimas ou de contos ou coisa do gênero. tudo muito razoável e artístico...
a gente tem que dar uma vazão para a sombra, né? :)

p.p.s. tamanho das letras do post consertado. :)

"Shame and guilt are contemporary western excuses for lack of responsability and awareness. If you're aware of yourself and your environment and responsible for your acts, there's no need for shame or guilt."

palavras guardadas na memória.
façam bom uso delas, se elas servirem de algo para vocês... :)

O astrólogo bocó do Correio Brasiliense dizia que ontem era "um dia cujo astral era propício a não se trabalhar...", mas para mim o dia de ficar com preguiça é hoje. Depois de ficar a madrugada inteira lutando contra problemas em meu Debian/Linux (que depois eu percebi que eram, na verdade, estupidez minha e não problemas do sistema), estou um caco... :)

Mas tudo bem... a gente se fode mas se diverte...

Agência Imaginária de Notícas e Nonsense
Uma vez que eu sou aficcionado em ler notícias do mundo o tempo todo (em parte por pesquisa literária, em parte por curiosidade, em parte por vício de ex-aspirante a jornalista mesmo), e consequentemente enviá-las a meus amigos (gostem eles disso ou não), resolvi montar um grupo de discussão para onde enviar as notícias interessantes, bizarras, esdrúxulas, ridículas ou puramente nonsense. A partir de agora, quem quiser receber por email as notícias que o Duende acha interessantes terá que se cadastrar em groups.google.com/group/ainn. Mas o grupo não se presta apenas a ser um canal de mão única para meus delírios noticiosos. É também um convite a todos aqueles que quiserem compartilhar comigo o gosto por enviar e comentar notícias.

Sejam bem vindos à AINN. :)

segunda-feira, 7 de novembro de 2005

cada um tem o messias que quer...


(tirado daqui)

que os deuses nos salvem da américa e seus deuses malucos...

comentário sacana do dia

" "I cannot describe how bad the damage is. I've been in this business 14 years and I've seen other disasters, but the magnitude here - I've never seen anything like this," said Greg Seibert, assistant fire chief of Warrick County's Ohio Township volunteer department." (comentário tirado daqui)

por que é que em todo desastre que acontece nos EUA tem sempre um bombeiro dizendo que "nunca viu nada igual"? Na primeira vez a gente fica impressionado... pensa "nossa, realmente foi muito foda". Na segunda vez vc pensa "putz... tá foda o lance lá, hein?". Na terceira vez vc já pensa "caramba... 3 desastres que os bombeiros nunca viram igual?".

Depois disso eu começo a ter a impressão de que os bombeiros norte americanos são muito impressionáveis, deveriam mudar de ramo ou, pelo menos, assistir ao noticiário internacional.


Isso me lembra o Jeb Bush perguntando àquele amigo do irmão dele, Jesus Cristo, "por que é que estas coisas acontecem com a gente?". Êta povinho bunda.... :)

"Se o caos é bem vindo é pq a ordem ficou velha..."

É só impressão minha ou a "guerra civil velada" entre aqueles que tem muito e aqueles que não tem quase nada começou a estourar feio lá na França? O que começou com dois garotos morrendo eletrocutados "acidentalmente" enquanto "não estavam sendo perseguidos pela polícia" virou uma batalha campal, e de batalha campal virou uma campanha multi-focal de revolta popular...
E a coisa tá cada vez mais feia. Ainda agora decidiram começar a fazer toques de recolher nos bairros revoltosos...

A guerra tá aí, minha gente.
Sorte de alguns, azar dos outros, que o povo daqui não é chegado numa briga fodida dessas com a polícia. Se a cada menino morto "sem nenhum envolvimento da polícia, que tava só passando por alí" a galera daqui se revoltasse...
(complete a frase com sua previsão desastrosa ou utópica predileta)

UPDATE:
Bônus fresquinho: a versão dos fatos pelo terrorista poético (mas sem molho de alho por favor) Ari Almeida e suas considerações, suas muitas considerações sobre o assunto. Quer mais considerações dele? Aqui tem mais...
E não me digam que terrorista não tem consideração.

errando por aí, encontrei mais um puta poeta perdido no ciberespaço...

antes que agosto acabe, que ele saiba o que penso.

agosto é o mes do desgosto
dos ditadores falidos do mundo.

no mes de agosto
eu não gosto de nada
perdi num jogo de azar
a minha namorada.

então, se me és um estorvo
desgusto tua mulher
devoro-a; como não fazes.
esgoto a tua adega de uvas podres,
desfaço a aura que tu tens de rei.

o lar, que era teu;
transformo em bar
e vendo as tuas filhas
por banana.
até que chegue setembro
e tu te lembres
que agosto é o mes do desgosto
e que não gosto de ti.

Escrito por felipe hajimee em 28/08/2005 às 16h06




Bendito seja este cara. :)
(que teve a genial sacação de que "poesia é para se comer")

"a mariposa branca voava pelo quarto, como quem quer me dizer alguma coisa...
mas eu não entendo a língua das mariposas."

para começar bem a segunda feira...

"she loves me yeah yeah yeah"

sábado, 5 de novembro de 2005

Rascunhos de minha nova fábula...


O Reino

"Só os Reis e as Rainhas podem caminhar no círculo no sentido contrário ao do sol" disse ele, compenetrado. A noite escura sob o manto de nuvens e o vento mais frio do que fresco ficaram com suas palavras, mas ela as escutou e também as guardou para si. Sobre eles as torres ocupavam-se, alheias à humanidade que as erigiu, em marcar as fronteiras do céu visível. Ela permanecia em silêncio hipnótico, sono e atenção. "A tradição diz que um rei não pode abdicar de seu trono. Uma vez que chegue o seu momento de reinar, o rei e a terra são um. Se o rei adoece, a terra adoece e as plantações morrem sobre a terra doente e as pessoas ficam tristes e perdidas. Se o rei cresce e torna-se sábio com os dias, a terra cresce e torna-se fértil e poderosa..." continuava ele em sua litania. "Este é um credo patriarcal, mas eu entendo suas palavras." retorquiu a jovem sacerdotiza. Ele a escutou, mas continuou sua diatribe, com a voz suave porém cheia de importância "...não se pode abdicar do reinado. Se você não ocupar o cargo ao qual os deuses te conduziram, quem o ocupará?". "Você tem razão", disse ela pensativa.

As nuvens se moviam lentas. Sob a bota daquele que se tornara rei havia uma lagarta quase partida ao meio pela envelhecida bota de um jovem rei que retorna do exílio. "O poder foi corrompido por alguns homens e mulheres que utilizaram aquilo que chamaram de poder para fugir de suas responsabilidades. O poder real não se presta a fazer com que as pessoas façam as coisas para você. Trata-se do conhecimento e da responsabilidade sobre o que precisa ser feito, e do direito natural de fazer o que precisa ser feito, advindo desta sabedoria e da natureza real daquele que o possue. Poder é antes de mais nada uma responsabilidade para com A Terra. Uma responsabilidade de fazer aquilo que deve ser feito, e a capacidade de fazê-lo...", continuava o jovem rei. "Não a esmague!", disse ela, apontando para a lagarta. "Ela está quase morta. Eu pisei nela acidentalmente enquanto conversávamos. Veja, ela se arrasta, tem mais da metade de seu corpo paralizado. Vê aquela poça? É o sangue dela, coalhado de suas entranhas. Ela morrerá em pouco tempo", respondeu ele com os olhos fixos na lagarta que se arrastava, corpo rijo e ao mesmo tempo flácido, deixando um rastro de sangue. "Foi por acaso que você pisou nela. Você não tem culpa. Se você sente no fundo de seu coração que deve matá-la, então o faça. Mas não a mate apenas para pontuar dramáticamente a sua fala."

As nuvens se moviam lentas e fluidas pelo céu, como se acompanhassem a lagarta que se movia de forma igualmente lenta porém rija. Os dois jovens ao pé das torres permaneciam parados e em silêncio. O rei estava pensativo. Por fim, concluiu "Irei deixar ela viver. Se foi por acaso que pisei nela, que o acaso leve sua vida...". Sorriram um para o outro. Estavam cansados, e os afazeres reais os esperavam no dia seguinte. Levantaram-se e caminharam por entre as torres, rumo a seus respectivos aposentos. No chão, jazia a lagarta, esmagada pela segunda vez, acidentalmente, pelos sapatos leves da sacerdotiza.

"Se um tolo insistir em sua tolice, ele se tornará sábio", disse o rei. "Só quando desisti de me tornar um rei e percebi que sou um rei, sentí-me pronto para o reinado". "Um rei sábio em sua tolice, pronto para aprender...". O rei e a sacerdotiza sorriam quando se despediram.




Não só aceito, quanto considero bem vindas quaisquer críticas, sugestões, idéias e até mesmo, por que não, elogios... :)

"If a fool would persist in his folly he would become wise"
William Blake in Proverbs of Hell; The Marriage of Heaven and Hell (circa 1790)

The voice of the Devil.

All Bibles or sacred codes have been the causes of the following Errors.

1. That Man has two real existing principles Viz: a Body & a Soul.
2. That Energy, call'd Evil, is alone from the Body, & that Reason, call'd Good, is alone from the Soul.
3. That God will torment Man in Eternity for following his Energies.

But the following Contraries to these are True

1. Man has no Body distinct from his Soul for that call'd Body is a portion of Soul discern'd by the five Senses, the chief inlets of Soul in this age
2. Energy is the only life and is from the Body and Reason is the bound or outward circumference of Energy.
3 Energy is Eternal Delight

Those who restrain desire, do so because theirs is weak enough to be restrained; and the restrainer or reason usurps its place & governs the unwilling.
And being restrain'd it by degrees becomes passive till it is only the shadow of desire.
The history of this is written in Paradise Lost, & the Governor or Reason is call'd Messiah.
And the original Archangel or possessor of the command of the heavenly host, is call'd the Devil or Satan and his children are call'd Sin & Death.
But in the Book of Job Miltons Messiah is call'd Satan.
For this history has been adopted by both parties.
It indeed appear'd to Reason as if Desire was cast out, but the Devil's account is, that the Messiah fell, & formed a heaven of what he stole from the Abyss.



Com vcs... William Blake.


Somos responsáveis por nossa criação, nossos atos, e por toda a criação e ato que nos abstemos de realizar. Somos os responsáveis por nossa realidade e felicidade.
Aos Reis e Rainhas que abdicam de seu trono para entregar seu reino a outrem, resta a vergonha e a tristeza secreta de saber que poderiam ter sido e não foram.

Podemos ser tudo aquilo que ousarmos em nos transformar.

sexta-feira, 4 de novembro de 2005

Mudança de Hábito (de consumo)
Se antes eu não comprava mais CDs ou DVDs pq era mais barato baixá-los, agora eu tenho um motivo ainda mais forte. Segundo matéria do Slashdot.org, a Sony está usando um sistema anti-cópias que consiste em um programinha que se instala em seu computador e lá se esconde, como se fosse um vírus. Já seria ruim o bastante, se este programinha não fosse usado pelos codeiros para produzir MAIS malwares...


Moral da história: Não compre CDs ou DVDs originais. Eles são muito perigosos.

quinta-feira, 3 de novembro de 2005

Tem uma joaninha taaaaão bonitinha andando em cima do meu monitor... :)

"Only kings and queens can walk the circle in the reverse way...
A arte da vida está em saber quando se levantar frente à onda do fluir das coisas, e quando adaptar-se ao movimento e fluir junto dela... Ouvindo os diálogos multilíngues do ocidente com o oriente dentro de minha cabeça, tento descobrir qual o caminho...


"Recuperado dos dias escuros da véspera do Samhain, o bardo tenta encontrar o caminho de volta à torre de marfim de seu reinado particular. Há monstros em seu encalço. Alguns deles já tombaram pelo caminho, depois de enfrentamentos amargos ou belas demonstrações de habilidade. Ele não está livre de ferimentos, contudo, e nem está livre do medo, mas continua caminhando. Quando o som quase infinitesimal de duas sementes caindo no chão o desperta de seu transe, ele sabe que é hora de ter coragem. Ele sabe que vai vencer de um jeito ou de outro, mas sabe que é hora de lutar..."


Que os Deuses nos abençoem.



P.S. we did walk the sacred circle in the reverse way. we did it. :)

P.P.S. sim, é um post enigmático. :)

terça-feira, 1 de novembro de 2005



Samhain.

É hoje que a sombra vem à tona.
É dia de ficar quieto,
em silêncio, em vigília,
e ver o que vai acontecer...

Só o amor pode nos salvar da escuridão da nossa raça e do nosso tempo.