Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

quinta-feira, 24 de novembro de 2005

Gil fala sobre propriedade intelectual e pirataria
Ando de saco cheio de posts jornalísticos, mas este vale a pena...

"Os que querem manter o regime de propriedade intelectual com uma finalidade em si mesma, a serviço dos interesses industriais, comerciais que se desenvolvem dentro do regime, fazem da pirataria a questão principal, como se fosse a grande ameaça à propriedade intelectual, quando não é.

A falta de flexibilização do domínio publico, de acesso livre, é uma ameaça maior ainda do que a pirataria. A pirataria, de uma certa maneira, perversa, porque ela é perversa, ilegal etc., mas ela de uma certa maneira vai na direção de corrigir esse problema, porque ela estende a possibilidade de acesso público dos setores excluídos da sociedade, setores economicamente não participantes, pauperizados etc.

Paradoxalmente, por uma via perversa, a pirataria estabelece um reequilíbrio, ou, pelo menos, aponta para a necessidade de um reequilíbrio. Daí ter sido a pirataria um dos alertas para a correção do sistema, do regime. Foi a pirataria que, de certa forma, chamou a atenção para a necessidade de uma flexibilização da propriedade intelectual.

O fortalecimento das estruturas de combate à pirataria não pode ser apontado como a única forma. É uma questão, mas não é a única. Os interessados na manutenção do sistema da forma como ele é hoje é que fazem esse discurso de que a pirataria é a ameaça, então nós temos que concentrar todos os nossos recursos, colocar todas as nossas energias, apostar todas as nossas fichas no combate à pirataria. Combater a pirataria também é flexibilizar a propriedade intelectual. Quanto mais acesso, quanto mais compartilhamento você promove das obras intelectuais, menos pirataria você terá.

Uma das formas de combater a pirataria é abrir, acessibilizar de uma forma mais ampla a música, o cinema, a literartura, o teatro, tudo o que detém propriedade intelectual."
(Ministro Gilberto Gil, em entrevista à Agência Brasil, em Túnis)

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