Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

sábado, 19 de novembro de 2005

Bollywood
Duende escrevendo sobre escrever um roteiro... ou não.

Estou escrevendo o roteiro que me pediram. Começo detalhista, empolgado...
A primeira cena é cheia de detalhes. Mesmo desconfiando que os planos de câmera que projetei provavelmente não funcionam de fato, me apaixono pela idéia de ter pensado eles. São algo diferente, ao menos para alguém que consegue saber tão pouco sobre cinema de verdade como eu. Mas, afinal, o que é cinema de verdade? É um lugar cheio de cadeiras, pessoas que querem se divertir e uns chatos que entendem de cinema reclamando de planos de câmera que não funcionam...

Como eu disse, eu estava escrevendo a primeira cena. É tão sutil que me senti orgulhoso. Espero estar inovando em alguma coisa. O diálogo é feito de frases curtas. Eu adoro frases curtas, embora não saiba escrevê-las (e ainda seja vítima dos ótimos vícios de Tom Robbins - frases compridas e um senso de humor maravilhoso que só eu e alguns iluminados entendem...). E tem os ângulos de câmera. Já falei deles. Não sei se funcionam, mas são diferentes. Mesmo que não funcionem, ao menos estou fazendo merda de um jeito diferente.

Mas o cansaço dos últimos dias tá cobrando seu preço. Bebi um pouco de whiskey, e depois mais um pouco. Estou tentando aprender a beber whiskey. Combina quando se está lendo Bukowski. Tentei achar a sinopse do filme em meu quarto, mas com a luz queimada não achei nada. Fui então fazer o óbvio. Fui beber whiskey e ler bukowski sobre as almofadas da sala que cheiram a bosta de pombo. Será que consertaram a maldita rachadura na laje do prédio?

Cansado demais para escrever, e tendo escrito bem menos do que gostaria de ter escrito, me deixo vencer pelo cansaço. Estou empolgado, mas estou cansado. Se eu pudesse ditar o roteiro de minha cama enquanto descanso... poderia ter geisha peruana como secretária. Não... eu acho que seria melhor uma geisha árabe. As mulheres árabes sãos as mais bonitas do mundo, discordando de Francis Galton...

Pensando bem é melhor esquecer as geishas, deixar este roteiro para depois e ir dormir. Acho que a Ci não ia gostar nada nada dessa história de geishas...

Boa noite para mim. Amanhã continuo meu roteiro com diálogos curtos e ângulos de câmera que não funcionam...


P.S. Ei! Este post ficou legal! ;)

P.P.S. Para quem não entendeu a piada obscura, o título do post é ao mesmo tempo uma homenagem ao livro Hollywood, de Charles Bukowski, e à capital indiana do cinema, Bollywood (nome cunhado pela junção de Bombaim e Hollywood)

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