Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

segunda-feira, 30 de agosto de 2004

Realidade Social
O telecentro Banco do Brasil/Sampa.org instalado na São Paulo metropolitana na semana passada foi invadido e roubado. Roubaram tudo de valor que lá havia, computadores et al., como noticia o Paulo Bicarato, ecoando notícia do Dalton. Olha só...

"Inauguramos um telecentro em parceria com o Sampa.org e o Banco do Brasil na sexta-feira passada.
Hoje, hdhd me dá a triste notícia de que foi roubado no final de semana.
Fico pensando nas máquinas pintadas, na oficina de produção, no servidor rodando direitinho, nas crianças que invadiram a sala e ficaram jogando...
Eu sei.
O processo é lento e o Capão é um retrato da realidade brasileira.
Virou pó.
Na boa, não vamos deixar os caras na mão. pensemos..."


O que penso a respeito está comentado em ambos os posts (tanto no blog do Bica quanto no do Dalton), mas para os preguiçosos, eu reproduzo aqui:

“É, é triste pra caralho que isso tenha acontecido. Triste, mas não completamente supreendente. Em qualquer iniciativa social ativa “in loco” existe esta possibilidade de confronto com os residentes da área que já foram tão “torcidos” por sua realidade que preferem tomar para si o que puderem em vez de acreditar em projetos que possam ajudá-los.

Aliás, o “Tomar para Si", a lei de Gérson, não é justamente o pensamento que criou toda esta situação em que eles se encontram? O problema de paradigma é real, e não pode ser deixado de lado. Ao mesmo tempo que temos que descobrir modos de realizar um trabalho de real eficácia em prol da inclusão digital/social também temos que estar cientes da posição social/paradigmatica em que se encontra a população alvo. Trocando em miúdos, um projeto social/cultural sério e bem intencionado AINDA é um alvo pois esta é a realidade do local.

Fico preocupado em pensar formas de se lidar com isso. Trancar os centros e torná-los cidadelas dentro das cidadelas vai no sentido contrário de toda a proposta. Mas deixá-lo aberto, como é a proposta, o deixa vulnerável. A conscientização (e efetivo apoio) da população leva tempo. As autoridades policiais não são capacitadas a defender os centros…

O que deve se fazer então? Eu não tenho as respostas, mas insisto na importância da pergunta.”


Quando você vai salvar alguém que está se afogando, você corre o risco de se afogar também, vencido pelo desespero da vítima...
Está aberta a discussão. O que se pode fazer para evitar que os centros da Casa Brasil e dos Pontos de Cultura sejam invadidos e roubados por membros da comunidade?

UPDATE:
A discussão a respeito está rolando lá no blog do Dalton.
Vale a pena passar lá e deixar sua idéia.
É assim que funcionam as coisas...

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