Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

sexta-feira, 26 de março de 2004

Fantasma assombrando uma torre.

Por vezes pareço um fantasma.
Fico me assombrando pelos cantos
no escuro, no silêncio
na clareza dos pensamentos.
No silêncio da noite
eu sou um lorde
exilado de suas terras.
Esqueço meu nome,
Acho que é saudade
Meu brasão, um campo
vermelho de paixão

Acendo mais um cigarro
para ver a fumaça subir
e chamar a torpeza de volta.
Acendo um cigarro
pois sinto muito
e agora não quero sentir.
Agora quero apenas observar
Minha queda, minhas memórias.
Apenas observar.
Acendo um cigarro
como quem acende o pavio
de um flash de fósforo
para fotografar a si mesmo

O Lorde em sua fotografia senhorial.
Para a eternidade, para o amanhã,
para decorar estes momentos,
relembrar os passados
e os lençóis amarfanhados.
Fotografia para a identidade
e para a enfermidade da alma
não me levar embora.
Doce miséria, suave liberdade.
Nesta torre em que me aprisiono
perdi o senso e mantive a vaidade
Tenho memórias e galardão,
não tenho ninguém.






Uma velha poesia...
deu saudades de olhar para ela
e aqui ela está.

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