Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

quarta-feira, 10 de março de 2004

"Em uma fração de segundos Lorena reconhece os olhos como aqueles olhos que a fitaram minutos antes. Na fração de segundos seguinte Lorena lembra-se novamente que está nua e com um gritinho abafado sai da janela. Lá embaixo, Rodrigo continua olhando para cima com um leve sorriso, divertido pela reação da menina. Sentada na cama Lorena está confusa e não sabe o que fazer. Faz a primeira coisa que ocorre-lhe fazer. Pega o edredon que refestelava-se no chão e o joga sobre os ombros, fechando-o com os braços e voltando à janela. Rodrigo surpreende-se ao ver a menina voltando à janela, envolta por um edredon rosa-choque. O terceiro olhar que cruzam é menos confortável mas diz muita coisa. O que está acontecendo afinal? Rodrigo foi buscar um cigarro que caiu de sua janela e agora está encarando pela terceira vez esta menina. Lorena não conseguiu não voltar à janela... O que está acontecendo? Nenhum dos dois tem respostas para aquilo enquanto continuam a olhar... Será a solidão e o vazio de duas vidas brasilienses, a falta de perspectivas que os faz se agarrar a qualquer coisa que fuja da rotina, ou será que há algo naqueles olhares?"
(um trecho de "a princesa à janela", o conto que está lutando comigo nos ultimos dias (meses?))

escrever é um ofício de inspiração e suor...

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