Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Vídeo sobre proibição de sexo, álcool e cigarros no Campus Party

O assunto já está cansando (principalmente para mim, que estou há 3 dias tentando escrever uma f***ing matéria sobre o evento para o Global Voices Online), mas a Carine deu a dica do vídeo e achei que valia a pena postar. A minha entrevista, para variar, ficou terrível. Mas cá entre nós, tinha muita coisa na minha cabeça durante o evento para que eu pudesse dar uma entrevista inteligível. Vergonha alheia de mim mesmo, e mais ainda da pobre organização do evento que não se tocou da merda que tava fazendo com estas proibições...

Lá vai o video.



As entrevistas dos organizadores que dizem não saber de nada estão interessantes. A entrevista do 'segurança' está hilária. A entrevista final do Sérgio Amadeu, criticando a cobertura jornalística do evento, está muito boa.

Abraços do Verde.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Eu sou a favor do direito de fazer escolhas sobre a vida.

Para começar o dia... ou melhor, a madrugada...

Você é contra o aborto?



A questão é muito mais simples quando é com os outros, quando não é real para você, quando você não viu o rosto e a situação de quem quer ou precisa abortar para continuar vivendo uma vida digna.

Ser Pró-Vida deveria ser sinônimo de respeitar o direito das pessoas de escolherem o que querem de suas vidas. Uma vida sem escolhas não é uma vida inteira. Em vez disso, aqueles que se dizem pró-vida só querem saber de se meter na vida dos outros, mesmo que esteja claro que não se importam realmente com aquilo que o outro, aquele que não se vê, que é só uma idéia, está vivendo. Por que não cuidam de suas vidas, e das vidas que podem ajudar a melhorar, em vez de se meter na vida de quem não tem nada a ver com eles?

Eu não sou dono da vida alheia.
Eu só posso escolher como viver a minha vida.
Por isso escolhi ser Pró-Escolha.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Videos das Palestras do Campus Party 2008.

O Marcelo Terça-Nada (do Vírgula-Imagem) deu o toque na lista do Metarec:
algumas das palestras do Campus Party 2008 estão disponíveis em vídeo lá no site da Fundação Carlos Alberto Vanzolini (quem!?).

Não pude assistir aos vídeos agora, mas quem os ver poderia dizer se ficaram bons?

Abraços do Verde.

Mapeando a Lusosfera

Ecoando um excelente post e uma excelente iniciativa da Paulinha Góes (get well soon, my dear!)...

Criei um mapinha no google para indexar os blogues em português no mundo inteiro de acordo com a localização do autor. Essa indexação, espero, me ajudará na cobertura da lusofera que faço para o Global Voices Online (que por um lado é o motivo da minha quase ausência).

Mapa da Lusosfera

Clique aqui para ampliar

Se você, visitante, tem blogue em português, por favor ajude a populá-lo (e se calhar a divulgar o projeto no seu blog!). É super fácil se colocar no mapa, só é preciso ter uma conta no Google. Veja aqui os passos:

- Entre na sua conta no Google,
- Vá ao mapa da Lusosfera
- Faça uma busca no topo pelo seu código postal, endereço, cidade ou país, a depender do quão especifíco você queira ser, :)
- Clique em ‘Save to my maps’ na caixa que vai aparecer, escolha Blogs em Português no menu dessa caixa e clique em ‘Save’.
- Edite essa entrada, colocando seu nome/pseudônimo, e se quiser, país, acrescentando os detalhes que quiser sobre o seu blogue e, claro, o link dele. Por incrível que pareça, tem gente que esquece desse detalhe básico!
-Depois é só clicar em OK de novo.

Para não ficar tão off-topic, aproveite para conhecer o projeto Língua, que traduz o Global Voices Online, e o novo design do Global Voices em Português - cada vez mais vistoso!

(o post original está aqui)

"Católicas pelo direito de decidir" e o CMI de sempre...

Hoje tem artigo no CMI sobre a luta pelo direito de escolha (a respeito do aborto) e sobre as "católicas pelo direito de decidir". O artigo tem links legais, mas mais da metade dos comentários está lotada da usual tacanhice, dislexia e estupidez que grassa os comentários do CMI. De qualquer forma, achei que valia a pena chamar atenção para a matéria, já que o tema é relevante e me parece muito urgente.

Mas cá entre nós, meus amigos...
Toda ajuda é necessária à causa do direito de escolha, mas me soa um tanto esquisito quando seguidores da igreja católica não são completamente idiotas a respeito do tema (de fato, quando não o são a respeito de QUALQUER tema!). Talvez seja preconceito meu, já que estou acostumado a ver a idiotice associada aos católicos desde que me entendo por gente. Mas sempre há quem se supere na estupidez (mesmo não sendo cristão), e sempre há quem nos surpreenda quando dele nada esperamos.

Se as "católicas pelo direito de decidir" lutam pelo direito da mulher de decidir sobre sua vida e seu corpo, acho válido e bato palmas. Mas não achem que isso me faz admirar mais a religião pela qual se definem. Elas estão apenas fugindo da idiotice da maioria do rebanho e lutando por coisas reais. Isso para mim parece taaaão contrário aos atos daquela instituição cancerosa por elas seguida que até me faz perguntar por quê diabos elas ainda permanecem sendo (e se definindo) católicas...

Tem momentos em que eu realmente não entendo as pessoas.

Pronto, dei meus dois cents sujos.

Retomando o ritmo...

Já "chegado" de São Paulo há alguns dias, recuperado do cansaço e relativamente em dia com as outras esferas da minha vida, é hora de retomar o ritmo de trabalho...
e ultrapassar o ritmo anterior. O mundo não pára e o trabalho só acumula.

Ontem, enquanto acessava rapidamente a rede antes de um compromisso social, recebi a confirmação de que irei acumular (ao menos interinamente, enquanto a super Paulinha Góes se recupera de uma doença ocupacional bem chata) a função de co-editor de língua portuguesa do Global Voices Online. Somando isso à minha atual função efetiva de coordenador do Global Voices em Português e a minhas outras atividades, isso é um bocado de coisa.

Levei quase 24 horas para me preparar para o novo ritmo. Agora vamos ao trabalho...

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Efeito laptop...


Depois que comprei um laptop (sim, demorei. eu sei) me vi tentado a descobrir as coisas esquisitas que se pode fazer com eles. Entre as pronunciáveis está não trabalhar por mais de meia hora no mesmo lugar. Neste exato momento joguei o saco de roupa suja que ficava no cantinho do meu quarto para um outro canto (alguns centímetros ao lado), me sentei no tal canto e estou trabalhando daqui. Nunca pensei que um dia poderia blogar ao lado do cesto de roupa suja, na companhia de um misterioso martelo que apareceu no meu quarto.

Ok. Isso é esquisito, mas é o tipo de post que se tem vontade de fazer quando se está corujando na frente do laptop para terminar trabalhos atrasados...


UPDATE:
Sim, Mafra. Eu esqueci de te devolver. Marcamos uma cerveja em algum lugar do Brasil qualquer dia, e eu terei prazer em te re-presentear seu mouse. Está sendo muito util por aqui, se isso te serve de consolo...

O Conto da Istoé sobre os Quilombolas.

Bethânia Zanatta faz justiça e responde no Overmundo à matéria estapafúrdia e sensacionalista da revista Istoé sobre a questão do reconhecimento de terras quilombolas. Se a Veja faz escola com seu jornalismo marrom e comprometido com interesses babacas na redação da revista Istoé, a Bethânia continua fazendo muito bem também o seu dever de casa de cidadã, se revoltando e apontando para estes absurdos.

É o mínimo que cada um de nós deveria fazer, mas é algo tão raro e precioso que quando alguém faz, a gente tem que aplaudir. Vai fundo, Bê! Não é por pouca coisa que sempre ouvi falar tão bem de você.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Homecoming...

Chegando em casa, desarrumando malas, fazendo pacotes de roupa suja para lavanderia, descobrindo o que há na despensa, lendo emails acumulados, alimentando a gata faminta, tentando arranjar algo pra comer, tentando ajeitar a cabeça para descobri o que tenho que fazer primeiro (entre as tantas coisas que precisam ser feitas)...

Estou chegando em casa. Acho que ainda vou levar alguns dias pra voltar a funcionar normalmente. Mas na medida do possível, vou fazer tudo que precisa ser feito.

Vamoquevamo...


UPDATE:
Até sexta-feira tenho que dar à luz um post para o Global Voices Online a respeito do Campus Party. Esta é uma das prioridades. Espero que o filhote saia bonito e saudável...

E por falar em Campus Party... o que acharam de lá? Comentem, ou deixem link para suas blogadas a respeito.

coisas do pogréssio.

blogando da estrada...

você acredita no "pogréssio" quando um posto de beira de estrada em
catalão (ê goiás!) oferece conexão wi-fi. =)

--
Daniel Duende Carvalho
* http://newalriadaexpress.blogspot.com
* http://cadernodocluracao.blogspot.com

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Going offline for a while...

Minha conta guestnet aqui do hotel (aquela que estava caindo toda hora) está expirando, e já é quase a hora do almoço de domingo. É hora de largar a internet e ir curtir minhas últimas horas em São Paulo, passear com a Patinha que -- com toda a razão -- não aguenta mais saber de internet e Campus Party também e, sobretudo, tomar todas as cervejas que não pude tomar nos últimos dias.

Me desculpem se não tive tempo de visitar todos os blogues e responder todos os comentários que gostaria de anteontem pra hoje. Logo que chegar em Brasília, quando der, reconecto-me às conversas.

Como nota final, achei bacana o post sobre a Carta True Tech no blogue do Campus Party.

Até mais, meus 9 leitores.
Abração do Verde.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Rivalidade entre blogueiros e jornalistas?


(video publicado no youtube por alelou, satirizando a rivalidade
entre blogueiros e jornalistas no Campus Party)


O assunto é velho, mas os dois lados adoram requentá-lo. Será que existe realmente uma rivalidade entre blogueiros e jornalistas, ou a questão se assemelha mais a um conflito de modos de pensar, trabalhar e agir que poderia ser resolvido se houvesse interesse de ambos os lados nisso?

Pode parecer a mesma coisa, mas não é. Rivalidade presume que existe uma competição, uma rixa, relativamente irrenconciliável, entre os dois grupos. Discordâncias e conflitos são outra coisa, bem mais comum e mais complexa. Passam por princípios, modos de atuar, posicionamentos socio-políticos e diferenças complexas que não são tão "interessantes" para quem não está realmente "interessado" em entendê-las. Há, contudo, quem tenha muito interesse em flautear rivalidades. Rivalidades dão posts bombásticos e artigos chamativos em jornais. Diferenças, discordâncias, são mais difíceis de entender, discutir e lidar. Discutir diferenças e encontrar caminhos é complicado, não movimenta blogs (e adsenses) e não vende jornal.

Será que há mesmo essa tal rivalidade, ou trata-se apenas de membros destes "irreconciliáveis" grupos agindo em conjunto (vejam só!) no sentido de não entender o que acontece entre eles? Seria engraçado pensar que a tal rivalidade seja uma "invenção" dos rivais, não seria?

---

Ainda sobre a tal rivalidade, que aparece na matéria da Folha Online que citei no post anterior, é engraçado observar como certas ações são "apropriadas" ou "reapropriadas" por blogueiros e imprensa para confirmar suas versões dos fatos, e da rixa.

"[...]Além de, em conjunto, fazer uma cobertura praticamente em tempo real dos bastidores da feira (é possível ver isso em agregadores de blogs como o Blogblogs.com.br), a classe foi responsável por uma das maiores polêmicas do evento: a rivalidade com os jornalistas.

As manifestações foram ganhando força durante a semana e chegaram ao clímax na quinta-feira (14), quando os blogueiros fizeram um protesto em frente à sala de imprensa da Campus Party --um "aquário" que fica ao lado das bancadas onde os "campuseiros" instalam seus computadores. Os representantes da "velha mídia" foram chamados de dinossauros. Veja o vídeo.[...]"

(extraído da matéria da Folha)


Vamos pegar o exemplo daqueles primeiros cartazes pregados no aquário dos jornalistas do Campus Party, dos quais já falei aqui e aqui, e dos quais sei muito bem por ter participado da ação desde sua concepção até sua realização.

O cartaz onde se diz "Não Alimente os Animais" foi idéia de uma famosa blogueira, que não quis participar da ação nem revelar seu nome, mas que em outro momento estava criticando um outro famoso blogueiro por ter uma postura "midia tradicinal X blogs". Não é curioso? Por outro lado, o cartaz onde se lê "Não bata no vidro, peixes exóticos sensíveis" foi uma brincadeira bolada por uma cientista social que conheço muito bem, e que não tem grande respeito nem pela mídia tradicional nem pelos blogueiros (nem interesse ou participação na tal "rivalidade" entre eles), e que estava pensando apenas em fazer uma brincadeira com o aquário, e não com seus noticiosos peixes. Acabou sendo lido como mais um "ataque" dos peixes fora do aquário aos peixes fora d'água (digo, dentro do aquário).

Não é engraçada a forma como alguns fomentam a rivalidade que depois criticam, enquanto outros transformam os fatos de modo a corroborar suas afirmações? Neste mundo da comunicação, a verdade parece ser uma coisa rara. É bom ficar atento. Todo mundo tem suas versões e, mais do que isso, seus interesses em que sejam aceitas. Não há santos, só blogueiros, jornalistas e leitores.

Quando é que vamos parar de flautear rivalidades, como se ainda estivéssemos no ensino médio, e vamos tentar entender qual o lugar de jornalistas, mídia tradicional, blogueiros, blogosfera e dos cidadãos em geral neste novo mundo de comunicação?

Let get a life and grow up, kids. Everyone is watching.

Minha entrevista pra Folha não saiu bem como combinado. Novidade?

A entrevista que dei por email ontem para o jornalista Thiago Faria, da Folha Online, foi publicada hoje na matéria "Campus Party tem graves problemas de organização, dizem blogueiros", da sessão de Informática. Para variar, minha entrevista e minha foto não saíram bem como combinado. Será que eu deveria ficar surpreso? E será que os jornalistas deveriam ficar surpresos quando alguns blogueiros implicam com eles e dizem que jornalistas e midia tradicional não são confiáveis? Deixo as respostas para vocês. Vou contar me limitar a contar o que aconteceu.

A história começou do jeito que contei neste post aqui. Depois disso, informado pelo Thiago que minha resposta estava meio longa (o que eu já imaginava. sou um verborrágico assumido), fornecí eu mesmo uma versão resumida da mesma (feita pela minha companheira Pata Nardelli, que tem poderes de síntese melhores que os meus):

1. O melhor do Campus Party.
Sem dúvida alguma, o melhor do Campus Party é encontrar amigos e colaboradores -- tanto os que já conhecia pessoalmente e convivia quanto aqueles que ainda não conhecia pessoalmente -- e ter a oportunidade de conversar, trabalhar, rir ou simplesmente estar com eles.O evento também é interessante enquanto oportunidade de ver o trabalho de algumas comunidades com as quais antes não tinha muito contato, como a dos modders e do pessoal da robótica. mas acredito que não caiba ao evento nenhum elogio irrestrito, infelizmente. Há muito o que se aprender aqui. Espero que aprendamos. O evento, pelo dinheiro e esforço que custou, e pelo tempo de planejamento que teve, poderia ter sido bem melhor.

2. O pior do Campus Party
Desorganização, as proibições descabidas impostas aos participantes do evento, a presença excessiva e até um pouco ridícula de certas empresas, o foco excessivo na monetização de blogues e criação de empreendimentos de internet em detrimento do foco nas grupos e nas redes autonomas e espontâneas que fazem o coração da rede, a truculência de seguranças e da organização do evento para com os participantes, desarticulação entre os grupos e entre atividades dentro do evento, exclusão de alguns grupos/temas chave no escopo da blogosfera brasileira. a maneira como o evento foi fechado em categorias estanque que fortalecem ainda mais os feudos temáticos -- modding, gaming, blogs, robótica, etc -- faz com que o evento se pareça mais com uma quantidade de eventos isolados dividindo o mesmo espaço do que com um único evento que abarque todas estas áreas. Mais do que isso, a forma como o evento está espacialmente dividido, com áreas definidas para cada tema/grupo, inibe a aproximação entre os participantes de áreas distintas e aliena ainda mais aqueles que não se identificam como membros de algum grupo em particular. Quem veio e está aqui sai com a certeza de que viu apenas o SEU Campus Party e não a festa inteira, pois uma boa parte da festa é "apenas para membros da confraria".

Avisei também que, caso este resumo ainda estivesse muito longo, deveriam entrar em contato comigo para que eu fizesse uma nova edição. Fiquei à espera, mas não fizeram mais nenhum comentário sobre o texto. Quando perguntei se o resumo enviado estava bom, responderam que sim...

Em vez disso, veja como saiu minha entrevista na matéria:

Daniel Duende (Brasília/DF) - veja a resposta completa no blog: O Novo Alriada Express

O melhor

Sem dúvida alguma, o melhor do Campus Party é encontrar amigos e colaboradores --tanto os que já conhecia pessoalmente e convivia quanto aqueles que ainda não conhecia pessoalmente-- e ter a oportunidade de conversar, trabalhar, rir ou simplesmente estar com eles. É um grande encontro, mas infelizmente um grande encontro que também favorece um bocado a criação de grupos --clusters-- de pessoas que se concentram umas nas outras e que se fecham para o exterior. Há raras e preciosas exceções a isso, felizmente. O evento também é interessante enquanto oportunidade de ver o trabalho de algumas comunidades com as quais antes não tinha muito contato, como a dos modders e do pessoal da robótica, mas mesmo este contato é limitado pela 'segmentação' criada pela própria estrutura do evento, que nos 'etiqueta' como blogueiros, modders, astrônomos, gamers, etc. A circulação entre grupos e áreas de interesse é possível, mas limitada.

O pior

Infelizmente há mais críticas do que elogios a se fazer ao evento. Desorganização, as proibições descabidas impostas aos participantes do evento, a presença excessiva e até um pouco ridícula de certas empresas, o foco excessivo na monetização de blogs e criação de empreendimentos de internet em detrimento do foco nas grupos e nas redes autônomas e espontâneas que fazem o coração da rede, a truculência de seguranças e da organização do evento para com os participantes, desarticulação entre os grupos e entre atividades dentro do evento, exclusão de alguns grupos e temas-chave no escopo da blogosfera brasileira (como os blogs de arte e literatura e aqueles que os escrevem, os esquecidos de sempre quando se fala de blogs)...


Parecida, de fato, mas com a escolha que ELES fizeram das coisas que eu falei. Ao menos eles mantiveram o combinado de linkar para meu blogue, onde estava minha entrevista na íntegra (mas não foram bacanas o bastante para linkar para o post certo).

A foto também não saiu bem como o combinado.

Quando me pediram para enviar uma foto eu enviei este original:



E esta sugestão de edição:



Mas em email, outro jornalista chamado Felipe Maia (que assina a matéria) me perguntou:
"Vc não quer que apareça o "Deus te abençoe" ou a mensagem inteira? Preciso avisar o pessoal da foto."
E eu o respondi:
"Se for possível colocar a imagem com a mensagem inteira, para mim está ótimo. Em meu recorte me preocupei de tirar a data colocada pela máquina que bateu a foto, coisa que sei que muita gente não gosta e acha feio. Se for possível recortar a imagem de modo a que meu rosto e a mensagem na íntegra (com o "to pedindo não to robando, deus te abençoe" incluídos), vou achar ainda melhor."

Mas como vocês podem ver na matéria, a foto saiu de um jeito um pouco diferente (sem a mensagem, deixando minha expressão na foto descontextualizada e... retirando totalmente a piada feita com o Windows).




Infelizmente não é mesmo surpresa que as minhas palavras tenham sido alteradas da forma que os jornalistas acharam melhor, e é compreensível que a Folha não quisesse estampar em sua matéria uma imagem que faz piada com o carro chefe da poderosa Microsoft, anunciante sua. Mas serei o único aqui a achar muito grave que jornalistas que recebem TODA a colaboração de suas fontes ainda assim não consigam publicar uma entrevista de modo honesto e integral (ou negociar adequadamente sua edição)? Serei o único a achar grave que me entrevistem e editem minhas palavras como bem querem?

Estas são algumas das coisas que os jornalistas devem pensar quando se perguntarem por quê é que tantos blogueiros implicam com eles e dizem que não são confiáveis. Senhores Thiago Faria e Felipe Maia, minha caixa de comentários está sempre aberta para ouvir o que os senhores tem a dizer sobre a matéria que fizeram.

Esta é uma conversa que pode estar apenas começando.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Enquanto isso, no Global Voices em Português

Saindo um pouco da bolha do Campus Party, vamos dar uma olhada no que está rolando nas outras blogosferas:

- do Brasil, O Escriba dá uma dica sobre uma biblioteca online com milhares de títulos, incluindo livros raros e proibidos, enquanto a campanha do blog Luz de Luma contra a pedofilia arrebanha mais de 200 participantes, incluindo relatos como este aqui.

- no Timor Leste, blogueiros falam sobre a emboscada que feriu o presidente do país, e sobre o próprio presidente, e comentam sobre as consequências disso para o futuro político do país.

- Em Moçambique, um protesto organizado via SMS tem cobertura pela blogosfera. Na Colômbia, alguns blogueiros comentam sobre a marcha contra as FARC. Enquanto isso, abre-se um espaço global para discutir as eleições nos EUA (com todas as consequencias positivas e negativas que isso traz).

Essas e outras você encontra no Global Voices Online, traduzido para o português no Global Voices em Português.

Entrevista pra Folha Online sobre o Campus Party

Recebi a uns minutos atrás um email do Thiago Guimarães, que se identifica como jornalista da Folha de S. Paulo e afirma estar fazendo uma entrevista com os blogueiros que estão no Campus Party a respeito do evento.

O email era assim:

Daniel, como vai?
Sou repórter de Informática da Folha Online e estamos fazendo uma pesquisa entre os blogueiros para uma reportagem sobre a Campus Party. Vi em seu blog que você está blogando direto do evento e gostaríamos de saber o que você considera ser:

1. O melhor do Campus Party
2. O pior da Campus Party

Pode ser apenas um parágrafo.
Precisamos saber também: sua idade e a cidade onde mora.

Um abraço
Thiago Faria
Repórter - Folha Online


E então eu, com minha usual verborragia animada, respondi ao email assim:

Olá Thiago. Seguem as respostas. Quero frisar que tanto seu email com as perguntas quanto as minhas respostas serão publicadas na íntegra em meu blog logo depois que este email for enviado.

Quem, e de onde, sou?
Eu sou o Daniel Duende, de Brasília. Tenho 30 anos.

1. O melhor do Campus Party.
Sem dúvida alguma, o melhor do Campus Party é encontrar amigos e colaboradores -- tanto os que já conhecia pessoalmente e convivia quanto aqueles que ainda não conhecia pessoalmente -- e ter a oportunidade de conversar, trabalhar, rir ou simplesmente estar com eles. É um grande encontro, mas infelizmente um grande encontro que também favorece um bocado a criação de grupos -- clusters -- de pessoas que se concentram umas nas outras e que se fecham para o exterior. Há raras e preciosas excessões a isso, felizmente. O evento também é interessante enquanto oportunidade de ver o trabalho de algumas comunidades com as quais antes não tinha muito contato, como a dos modders e do pessoal da robótica, mas mesmo este contato é limitado pela "segmentação" criada pela própria estrutura do evento, que nos "etiqueta" como blogueiros, modders, astrônomos, gamers, etc. A circulação entre grupos e áreas de interesse é possível, mas limitada. Há ainda a oportunidade de se assistir a algumas palestras interessantes, mas a programação está confusa e muitos temas que gostaríamos de ver discutidos estão sendo deixados de lado. Espero que a possibilidade de se "fazer acontecer" algumas atividades que não estão no programa se confirme nos próximos dois dias. Isso seria muito bom também. Por fim, acho que aquilo que é ruim no evento -- seus defeitos, que falarei na pergunta seguinte -- também acabam sendo uma boa amostra, uma experiência real, de algumas questões da realidade da internet brasileira e dos círculos sociais/culturais que a fazem e a frequentam. Sei que minha resposta pode estar fugindo um pouco da pergunta sobre "o melhor do Campus Party", mas acredito que não caiba ao evento nenhum elogio irrestrito, infelizmente. Há muito o que se aprender aqui. Espero que aprendamos. O evento, pelo dinheiro e esforço que custou, e pelo tempo de planejamento que teve, poderia ter sido bem melhor.

2. O pior do Campus Party.
Infelizmente há mais críticas do que elogios a se fazer ao evento. Desorganização, as proibições descabidas impostas aos participantes do evento, a presença excessiva e até um pouco ridícula de certas empresas, o foco excessivo na monetização de blogues e criação de empreendimentos de internet em detrimento do foco nas grupos e nas redes autonomas e espontâneas que fazem o coração da rede, a truculência de seguranças e da organização do evento para com os participantes, desarticulação entre os grupos e entre atividades dentro do evento, exclusão de alguns grupos/temas chave no escopo da blogosfera brasileira (como os blogues de arte e literatura e aqueles que os escrevem, os esquecidos de sempre quando se fala de blogues)... as críticas são muitas, e a meu ver um bocado relevantes. Para me concentrar apenas nos pontos que considero mais importantes em meio à quantidade de questões que se pode levantar sobre o evento, gostaria de falar um pouco mais sobre duas das críticas acima: o da desarticulação dos grupos e atividades dentro do evento e o da exclusão da temática dos blogues de literatura.

O Campus Party pode ter sido pensado originalmente como uma grande confraternização de quem está viajando e fazendo a internet e a era digital brasileira neste momento, mas a maneira como o evento foi fechado em categorias estanque que fortalecem ainda mais os feudos temáticos -- modding, gaming, blogs, robótica, etc -- faz com que o evento se pareça mais com uma quantidade de eventos isolados dividindo o mesmo espaço do que com um único evento que abarque todas estas áreas. Mais do que isso, a forma como o evento está espacialmente dividido, com áreas definidas para cada tema/grupo, inibe a aproximação entre os participantes de áreas distintas e aliena ainda mais aqueles que não se identificam como membros de algum grupo em particular. Some-se a isso as atividades que acontecem todas ao mesmo tempo, fazendo com que as pessoas tenham que se desligar do fluxo de seu grupo para poder prestar atenção a outro, e você tem alguns dos motivos que tornam o Campus Party um evento tão desarticulado. Quem veio e está aqui sai com a certeza de que viu apenas o SEU Campus Party e não a festa inteira, pois uma boa parte da festa é "apenas para membros da confraria".

A exclusão dos blogues literários não só da programação do Campus Party como também da própria concepção geral que se tem quando se fala de blogues e blogueiros é uma questão muito séria. Blogues são ferramentas, indiferente do que se faça com eles. Mas o que se vê aqui no Campus Party é que um grande segmento dos usuários desta ferramenta se reune e começa a se considerar como "os blogueiros", o que por analogia exclue aqueles que não são chamados e não participam deste segmento não muito literário da blogosfera. Quando um evento como o Campus Party não levanta a discussão sobre blogues e literatura, ou sobre o lugar dos blogues literários na blogosfera e na internet brasileira, esta cisão e esta invisibilidade social virtual dos blogues de literatura apenas se acentua. Talvez este seja um dos grandes problemas de eventos como o Campus Party e outros eventos ligados à internet. São reuniões de uns poucos entre grupos que já são por si só de elite, em que se exclui ativa ou passivamente todo o resto do que existe, alienando aqueles que não fazem parte nem procuram fazer parte desta elite do hype internetico brasileiro. O Campus Party é uma festa de uma parte da internet que parece acreditar ser o todo, ou os porta-vozes, de uma internet que nem sequer concebem em sua totalidade.

Eu sei que a resposta ficou um bocado longa. Mas é isso que tenho a responder a estas perguntas. Qualquer resposta mais curta seria incompleta, a meu ver. Ou talvez eu seja apenas verborrágico demais. Quem ler, decide.

Abraços do Verde.

É claro que a resposta ficou um bocado longa. Não tenho quase nenhuma esperança de que sequer uma parte dela seja utilizada na matéria do jornalista, mas tanto por vontade de publicar minha resposta como pelo bom hábito blogueiro de publicar todas as entrevistas que se responde, achei válido publicar isso aqui.

É claro que adoraria ler alguns comentários de vocês a respeito.


UPDATE:
Achei importante complementar que boa parte destas considerações foram destiladas em conversas com vários amigos e colegas que também estão no evento, principalmente na conversa que eu estava tendo com a Pata Nardelli pouco antes de chegar à minha máquina e deparar com o email da entrevista. De fato, uma boa parte das considerações que teci na parte de críticas vieram ou foram estimuladas por apontamentos feitos por ela.

Google bloqueado pela administração do Campus Party?

Primeiro era só um boato, depois uma história sustentada por alguns print-screens publicados no próprio Flickr (depois da queda do bloqueio). Dizem que o Google foi bloqueado na rede do Campus Party com alegações de possuir conteúdo impróprio para menores de 12 anos(!?). Ao que parece o bloqueio ao site durou entre dez minutos e meia hora, e ninguém até agora se dignou a explicar o porquê. Depois desse tempo, segundo o f.mafra (em conversa no fumódromo), a rede teria caído e retornado já sem o bloqueio. Curiosamente isso se deu na mesma hora em que o representante do AdSense chegava ao evento para fazer uma "desconferência" (desconferência do adsense? em que mundo estamos?!) com os blogueiros importantes do evento.





Há boatos de que o Flickr foi igualmente bloqueado na rede do Campus Party, mas não consegui encontrar nenhum print-screen do acontecimento. Se descobrir mais alguma coisa, faço um update.


UPDATE:
No Twitter, o ManoelNetto está falando de invasão de servidores, enquanto o Cesar Cardoso está falando de pau no DNS da Telefônica de SP. Quem achar boas as explicações, que as aceite. ;)


UPDATE2:
O RadarCultura soltou um post dando uma explicação sobre o acontecimento (a dica foi de livefast/dieyoung em comentário a este post):

"O que aconteceu foi que hackearam o roteador da mesa, e por isso quem acessava por ali via a mensagem. Em outros locais do evento o acesso era normal. Depois de alguns minutos o Flickr e o Twitter voltaram a funcionar."
Aquilo que parecia, para mim, uma explicação meio furada está começando a fazer mais sentido. Pelo sim, pelo não, permaneço na dúvida. Mas que teria sido uma brincadeira divertida, ahh, isso teria! :)

Quer saber? Acho que acredito agora na versão do RadarCultura.


UPDATE3:
Manoel Netto deu outra explicação alí nos comentários do post:
"Na verdade não hackearam o roteador, até porque não tem um roteador por bancada, só um switch. O que houve foi a execução de um software que fazia spoofing do DNS e rodava um servidor web, que servia a página que era exibida.

Sim, havia bloqueio de Google, Twitter, Flickr e todos os serviços do Google, mas variava de máquina para máquina.

Problema resolvido, o brincalhão pediu desculpas e pronto."

Enquanto isso, a versão da matéria da Folha Online é um pouco diferente...
Vale ler pra saber, ou pra dar umas risadas.

Querem patentear a cor magenta.

Acabei de chegar ao Campus Party, abro meu email e descubro em um thread do grupo do Global Voices que tem uma empresa holandesa querendo patentear a cor magenta! Alguém além de mim (e do pessoal do GV, e da página Free Magenta) acha isso um completo absurdo?



Este é mesmo um mundo cada dia mais malaiko...

UPDATE: Segundo o Ethan Zuckerman e o Jeremy Clarke (na lista do GV), não se trata de uma patente e sim de uma marca registrada (trademark). Mas ainda assim, é absurdo, não?

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Desabafo.

Alguns dias são piores que outros. Tem dias em que nada realmente parece dar/estar certo, e o mundo fica muito pesado e assustador. O que fazer? Você pode sentar e morrer de pena de si mesmo, ou você pode engatar uma terceira marcha e seguir em frente.

Eu gosto mais da opção número 2.

Vamos ao trabalho.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Frases ouvidas por aí (no Campus Party)

- "Em um evento que tem stand da Intel e da Microsoft, quem se importa se tem uma Marimoon bancando a 'Blogueira mais famosa do Brasil'"?
- "A Microsoft não disse que é trotskista".

- "O que dizer de um evento em que chama apresentação de startups e dicas de como ganhar dinheiro no Second Life de 'Criatividade'"?

- "Alguém alimentou os animais?"

- "Onde foi que você ganhou a sua conta Pro do flickr?"
- "Foi na perna"
- "Podia ter sido pior"
(falando das pinturas corporais que o flickr estava forçando os pobres usuários a fazerem em troca de uma conta pro de um ano)


Quando lembrar ou ouvir mais frases, vou fazendo updates no post...

Dois dias e meio de Campus Party - Correrias.

Logo na chegada, mesmo antes de entrar no pavilhão, esbarrei com o DPadua e com a Lu e caí de para-quedas em uma discussão no mínimo instigante. Espero acompanhar mais sobre a coisa depois.

Humanidade entre ciborguesEntrando no evento dei de cara com o cara que distribui abraços grátis (e eu realmente estava precisando de um abraço), e já encontrei todo mundo envolvido em suas correrias. Depois de ser barrado no almoço por ter esquecido o papelzinho cor-de-rosa que me permitia comer, sentei frente ao laptop pra finalmente trabalhar e deglutir um daqueles sanduíches horríveis da Bomboniere.

E então, fui ao trabalho. Logo de cara saquei que o Livestream do Campus Party, que antes já era um caos, hoje perdeu totalmente o foco. Tem tanta gente falando de tantas coisas, muitas delas que nada tem a ver realmente com o evento ou que são apenas piadas internas, que qualquer um que olhe de fora não só não vai entender nada, como também não vai achar graça nenhuma.

dia é "o que aconteceu com o Barcamp?". Eu, DPadua, Carine e Murilão ouvimos histórias diferentes sobre o que rolou, mas nada que faça muito sentido até agora. Parece que o movimento debandou ou se desarticulou, mas não sei de nada até agora. Talvez eu vá rodar por aí perguntando aqui e ali pra saber o que rolou. O F.Mafra estava na reunião e até tirou umas fotos, mas nem ele sabe ao certo o que se deu. Espero que ele blogue a respeito mais tarde. Por hora, temos mais perguntas que respostas e vontade de fazer algo acontecer, mas sem saber como, ou com quem articular. As propostas que estão no wiki do Barcampbrasil são interessantes, mas como é que faz para dar seguimento a elas e fazer algo acontecer? Mistéeerio.

De resto estou sentado junto com a redação tática da TV Campus Party (da qual a Deda, a Carine e o DP viraram colaboradores automáticos), e vendo como posso me articular com as pautas deles. Ainda agora dei uma entrevista pra eles comentando o post do Bruno Cardoso sobre as proibições e limitações da festa.

Ao mesmo tempo, estou tentando acompanhar o Murilão nas correrias dele por aqui...

As coisas acontecem tão dinamicamente nesta mesa e com as pessoas que orbitam por aqui, que nem sequer dá para blogar de forma muito coerente. Quando estou escrevendo uma coisa já surgem outras 3 coisas interessantes. Vou ver se solto mais umas notas curtas mais tarde.


UPDATE:
A Ceila Santos do Freelancer faz um relato em seu blogue sobre o que rolou na reunião do Barcamp. Agora as coisas estão ficando mais claras (mas os fatos estão nas entrelinhas, claro).

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Não alimentem os jornalistas - Video Institucional



Você viu as fotos, agora assista o vídeo.

Publicado originalmente no LiveStream pelo F.Mafra.
Autoria de "los amigos de Marimón".


P.S. O Emerson e o BlueBus já linkaram meu blogue por conta da brincadeira. Valeu procês!

Um dia e meio de Campus Party e...

...até agora não acho que tenha feito nada de útil aqui. Divertido, talvez, provocativo, quem sabe, mas nada de realmente útil. Mas sempre é tempo de mudar isso.

Mesas no Campus PartyOlhando meus posts de ontem, os achei meio bobos. Mas então entendi o que se passava. Eu estava empolgado, talvez empolgado demais, e talvez esta seja a palavra mais adequada para se descrever o meu dia de ontem no Campus Party Brasil. Foi empolgante, algo meio inebriante que fazia com que alguns de nós nem percebesse o quanto o evento estava desorganizado e nada estava realmente acontecendo como planejado, se é que algo realmente estava acontecendo. Mas hoje a empolgação já começa a desvanecer e o que nos resta é uma visão mais sóbria, quiçá mais clara e interessante, do evento.

Ao contrário de ontem, o evento hoje parece estar se desenrolando mais eficientemente. A todo momento os espaços para oficinas estão preenchidos e mesmo as palestras que parecem mais esotéricas conseguem arrebanhar algum público. A apresentação de Ronaldo Lemos sobre o Creative Commons, que aconteceu ainda agora, pareceu ser interessante para quem ainda não conhecia bem o tema, mas deixou muitos CCzeiros com a sensação de estar ouvindo mais do mesmo. Talvez isso tenha sido necessário. Talvez este seja mesmo um espaço para se introduzir o assunto, mas há quem tenha sentido falta de discussões mais avançadas sobre o tema.

Ainda agora a Marina Vieira passou aqui para avisar que está prestes a começar a palestra de Roberta Alvarenga sobre Second Life. Para quem gosta, parece que vai ser bacana. Eu ainda continuo preferindo meus velhos MMORPGs que rodam fácil (e gratuitamente) em flash no meu firefox. =)

Mas o problema da falta de computadores persiste. E foi pensando nisso que a Patinha teve a idéia de propor a campanha "troco cinzeiros artesanais por um laptop". Por falar nisso, a Patinha, antes avessa a blogueiros noticiosos, até está blogando sobre o evento (é por essas e por outras que amo essa mulher!).

Daqui a pouco vamos ver se articulamos um corte de cabelo comunitário com a Andressa (pq somos hippies, oras!), e mais algumas idéias vão sendo gestadas ao longo do dia.

A propósito, tive que fazer um flickr novo para mim, pois esqueci definitivamente a senha para o antigo. Este já é o meu terceiro flickr, e os outros dois foram perdidos pelo mesmo exato motivo. Duende lerdo!

Para terminar, uma reflexão: Se essa deveria ser uma "festa", por que é que é proibido beber, fumar, transar dentro das barracas (ou em qualquer outro lugar do evento) e, PORQUE é que todo mundo está falando o tempo todo em ganhar dinheiro (Até a palestra sobre o Second Life fala sobre como ganhar dinheiro no jogo!!!)? Será que vim parar em uma festa virtual em algum puteiro chique?

Ok... hora de rodar por aí.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Mr. Manson em defesa dos pobres jornalistas de aquário...

Deu no Mr.Manson...


imprensa21.jpg

"Os jornalistas que vieram até o Ibirapuera cobrir a Campus Party para a dita “velha mídia” estão sendo alvos de brincadeiras e pegadinhas dos blogueiros, uma turminha animada que adora se divertir e aprontar altas confusões.

Enjaulados em um aquário de vidro no meio do pavilhão, os pobres profissionais dos veículos obsoletos e fadados ao desaparecimento estão sendo tratados como animais em extinção.

imprensa11.jpgA richa entre as duas classes vem crescendo porque enquanto jornalistas recebem gordas diárias para virem até aqui, ficarem bestando no Orkut, e só escreverem porcaria, os blogueiros pagaram para estar aqui e escrevem as suas porcarias em troca de míseros centavos dos anúncios do Google."


Na falta de coisa útil para fazer, a gente brinca. As idéias dos cartazes foram uma certa blogueira-jornalista e de uma certa não-blogueira-cientista-social.

Mais fotos da brincadeira, aqui.

Campus Parte - Party II

Como disseram no livestream do campus party, o evento é um cirque-de-soleil (e não tem nada a ver com a semana de arte moderna de 22). É bonito, é glamouroso, tem super-conexão e super-celebridades-tipo-b, mas é só para quem pode. Quem não tem laptop não tem muito a fazer se não assistir o circo ou ficar segurando o cabo de rede e tomando frozen de limão no stand do Limão.com. Mas é importante frisar para os retardatários que o frozen já acabou. Já os cabos, ainda estão sobrando...

Enquanto isso a gente tenta filtrar a besteirada e encontrar algo digno de ser comentado, e aproveita para apresentar nossa candidatura a suplentes de nossa ilustre colega Marimoon (que só agora apareceu para "trabalhar").







Em breve blogo alguma coisa útil, quando algo útil houver a ser dito.
Daqui a pouco eu e mafra estamos indo ser coadjuvantes da entrevista coletiva da Marimoon. Será que o povo da barraca do Flickr nos empresta as perucas?

Campus Party - Parte I

Acordamos atrasados, eu e Patinha, e tivemos que sair correndo para não perder a carona na Van que trazia o pessoal (maldito celular que resolveu tocar um "alarme silencioso" na hora de me acordar!). Na chegada ao evento, conseguimos escapar marginalmente da confusão da entrada/credenciamento dos participantes. Ficamos acompanhando de longe as filas gigantescas que serpenteavam para dentro do evento. Nos demos bem? Não sei. Já são cinco da tarde, estamos dentro do evento, mas até agora não temos credenciais e o F.Mafra continha sem computador. Bom, né?

Quando chegamos, o evento já estava começando a ficar movimentado. A primeira das muitas coisas bizarras que vimos -- entre as milhares que já esperamos ver -- são os blogueiros móveis da intel. É tão surreal que chega a ser engraçado. Há pouco fiquei sabendo que um deles levou um estabacão lá no primeiro andar. Não fiquei surpreso.

Depois de encontrar uma mesa onde pousar meu humilde laptop, fui procurar um live-cd do Ubuntu para me livrar do windão da minha máquina. Depois de rodar um pouco pelo evento perguntando aqui e ali se alguém me arranjava o bendito livecd, resolvi radicalizar. Por fim, acabei conseguindo instalar Ubuntu.

Depois de matar a fome que rugia em nossos estômagos, estou finalmente me aclimatando na minha máquina. Novos posts mais curtos e interessantes virão depois deste, mas eu precisava começar de alguma forma. Foi mal aê. =)

Abraços do Verde.
P.S. este post está a espera dos links de video e imagem que dão sentido a ele.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

O coração do Campus Party?

Marcelo Branco falou ontem (09/02) em entrevista ao PlayZone da RedeTV que o coração do Campus Party são os cabos de conexão de 5 gigabit.

Permita-me discordar de você, Marcelão. Os cabos estão aí para conectar as pessoas. As pessoas não estão lá, ou por aí, para serem movidas pelos cabos. São os cabos que existem para as pessoas.
Os cabos podem ser as veias, as vias, mas o coração do Campus Party, da Internet e de qualquer outra coisa que a gente faça é... invariavelmente... a gente.

Gente, pessoas, nós da rede... eu e você. Se não forem as pessoas o coração do Campus Party, não há porquê qualquer um de nós ir ao evento. Ele poderia acontecer sozinho, com seus cabos e brinquedos tecnológicos.

Não se deve nunca confundir os viajantes com as estradas. Estradas não vão a lugar algum. Elas só nos levam até lá, e existem simplesmente porque alguém quer viajar.

Nos vemos todos amanhã no Campus Party.

Enfim, online de novo!

Depois de quase 10 dias offline por conta de afazeres familiares e alguns episódios de merecido turismo aqui em SP com a Patinha, finalmente consegui voltar ao mundo dos onlines...

Me meti lá na Santa Efigênia para arranjar um laptop, paguei caro por um acesso Guestnet no hotel e... cá estou eu. A quantidade de coisas atrasadas a ler é surreal. O trabalho esperando pra ser feito é maior ainda. Mas a gente dá um jeito.

Se eu não conseguir blogar mais nada hoje, a gente se vê amanhã no Campus Party.

Vamoquevamo...