Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Pedófilos de pixels?

Estão dizendo por aí que já há avatares de pedófilos atacando avatares de criancinhas no Second Life. Há quem diga que isso é crime. Descartando a histeria coletiva que a palavra "pedofilia" causa nas pessoas em geral, fica a pergunta: aliciar, constranger sexualmente ou "machucar" o avatar alheio é crime? (e então o prazer que eu tinha em trucidar a tiros os avatares dos jogadores do time adversário no Counter Strike faz de mim um assassino frio e psicótico?)

Vamos com calma. A pergunta não é simples. O intento de se aproveitar da inocência, e do corpo, de uma criança, mesmo que sua realização seja apenas virtual ou no campo das idéias, já é algo bem delicado. Mas arrogar a um intento, realizado virtualente, a dimensão criminal (ou chamar a isso de estupro e/ou pedofilia) me soa mais um daqueles exageros que os jornais adoram cometer para impressionar os leigos. Estupro é pipi na pepeca de quem não quer. Pedofilia é pipi, ou qualquer outra coisa, na pepeca ou no popô de uma criança, e coisa do gênero. O que pode estar acontecendo entre aqueles avatares pode ser uma vontade destas coisas, mas certamente não pode receber o mesmo nome (e muito menos o mesmo tratamento) que seus correlatos reais, nem pela mídia nem pela justiça.

E no fim das contas, o que um homem ou mulher faz para obter seu prazer sem prejudicar física ou psicologicamente ninguém, não é também da conta de mais ninguém. Vamos deixar de ser tão exageradamente moralistas. Deixa isso pro Bentinho XVI e seus "Papabóis" :)

Em tempo... como é que se estupra alguém no Second Life? :)

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