Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

segunda-feira, 14 de agosto de 2006

Pérolas sujas da existência (nordestina e brasileira) para o trono...

Comprei o mais novo livro do Ezio Flavio Bazzo, Entre os Gritos do Carcará e a Desfaçatez da Raça Humana.

Excelente livro, como costumam ser os vomitórios culturais/existenciais viajores de Bazzo.
Virou imediatamente minha leitura de banheiro!
Para quem me conhece sabe que, para que um livro vire minha leitura de banheiro, ele não pode ser pouca merda...
(desculpem, o trocadilho foi inevitável) :D

Segundo Maria Helena Sleutjes, em resenha sobre o livro para o site Recanto das Letras:

"Neste instigante livro, Ezio Flávio Bazzo realiza um vôo espetacular sobre o fato de estar vivo, aqui, agora, em qualquer lugar, há qualquer hora, tendo como pano de fundo o sertão Sanfranciscano, num Brasil perdido de sua própria história.
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Através de uma narrativa que mescla pleno domínio das usuais formas acadêmicas de expressão com o conhecimento empírico da vida, usa palavras elaboradas e palavras "chulas" como se quisesse nos dizer que viver é essencialmente, transitar por entre as grandes e contraditórias dimensões da realidade, e apenas isto.
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Salpicando o texto de erótica sensualidade, Bazzo transita facilmente e com aparente despretenção pela cultura cristalizada destes rincões perdidos, atravessando sorrateiramente as questões ambientais, político-socias, éticas, morais e históricas deste pedaço de Brasil entregue à própria sorte.
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Trabalhando apenas com a realidade nua, desprovida de sentimentos, emoções e ideais, vai recheando a narrativa com estilhaços que doem e vai linkando às suas impressões descritas, teses que empalidecem rostos complacentes,esbofeteiam sorrisos, desnudam a credulidade cega e sobretudo, incendeiam qualquer resto de esperança.
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Seu livro é essencialmente, um grande e articulado GRITO!!!"


Comprei o último exemplar que o Faraó carregava em sua pilha ambulante. Se você é de Brasília e também quer adquirir o seu exemplar, entre em contato com o nosso amigo livreiro ambulante e trovador de entremesas botequeiras pelo fone 9551-4040.


P.S. E foi lendo este livro, devidamente entronizado, que me ocorreu que trata-se de um Romance d'A Pedra do Reino mais sujo e maledicente e pessimista. Quando Bazzo cita o hábito de se cuspir no chão para afastar o mal ("Escarra novamente (aqui o escarro e a cuspida além de perversidade natural, tem também outro sentido)... 'e as mulheres se benzem 4 vezes, e os homens amaldiçoam seu nome, cuspindo no chão' E. Unger, p.44"), comum aos britônicos do século V e ribeirinhos sanfranciscanos do século XXI, lembrei-me imediatamente de como é próxima, em um nivel profundo e visceral, nossa cultura sertaneja da cultura céltica dos tempos antigos...


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