Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

quarta-feira, 31 de agosto de 2005

o mundo feito com restos de outros mundos...
Mágica na segunda reunião da galera da Sucateca/Brincadeira de Fazer

"Sob os dois sóis alaranjados do Mundinho do Ninho (apenas dois, pois um estava descansando) o Capitão América Cor de Laranja esperava pacientemente o seu ligar na fila do Clube da Foca. Enquanto o herói esperava na fila pela sua vez de tomar seu recuperador banhozinho com a foca, algo chamou a sua atenção. Aproximava-se a passos largos uma enorme Boneca Transparente Com Cabelos Verdes, com doce destruição em seus olhos grandes e sempre a ajeitar seus cabelos grossos. Frente à inação do Boizinho Verde e dos outros Animais Coloridos, o Capitão América Cor de Laranja tentou se comunicar com a Boneca Transparente usando seu Gigantesco Comunicador Com Fio. Não conseguindo estabelecer comunicação com a temível Boneca Transparente, nosso herói decidiu buscar uma solução no espaço. Subindo as escadas do Trampolim Multiuso do Clube da Foca, que também é a torre de embarque do Maravilhoso Foguete Interestelar Dourado, o Capitão América Cor de Laranja tentava criar um plano. Decolando intrépidamente com o Foguete Dourado (e enchendo a piscina do Clube da Foca com pedaços de Cabelo Verde e Suporte de Foguete), o Capitão América Cor de Laranja cruzou o céu, passando entre o chão cinzento do Mundinho do Ninho e os Dois Sóis Cor de Laranja (por que o terceiro estava descansando) rumo ao desconhecido. Enquanto isso a temível Boneca Transparente ajeitava o cabelo e olhava com seus lindos olhos arredondados cheios de doce destruição para o Clube da Foca. O herói alaranjado, não conseguindo encontrar uma solução para o problema, resolveu voltar para o Mundinho do Ninho. Desesperado, tentando controlar o Gigantesco Foguete Dourado com apenas uma mão (já que havia um escudo grudado na outra), o Capitão América Cor de Laranja acabou perdendo o controle da nave ao passar por um campo de instabilidade cósmica criada pela Gigantesca Pia Imunda do Mundinho do Ninho. Seu último ato consciente foi ejetar da nave interestelar, usando o providencial Para-Quedas-Quase-Transparente Vermelho com a qual suas vestes estavam equipadas. Ao acordar, já em terra, surpreendeu-se ao perceber que havia sido transformado em um Hipopótamo Anão pela instabilidade cósmica. Incapaz de continuar combatendo o mal na forma de um Hipopótamo Anão, mas ainda dotado de seu intelecto quase mediano, aquele que foi o Capitão América Cor de Laranja e que agora era um Hipopótamo Anão resolveu fazer a única coisa que lhe restava: virou técnico de Futebol de Botão Gigante..."
(história incidental que inventei usando todos os brinquedos que criamos na reunião de ontem. quem estava lá, entenderá...)


A segunda reunião foi assim:
Criando histórias a partir de brinquedos criados a partir de refugos das vidas cotidianas de todos nós...
O ciclo se fecha quando se dá um significado até para aquilo que você jogaria fora e ignoraria.

A brincadeira de fazer consiste em se permitir criar mundos e se divertir com isso. A brincadeira de fazer é sobre poder...

Poder brincar.



p.s. na próxima reunião, precisamos de uma câmera.

p.p.s. quem não foi, perdeu, mas quem perdeu também fez falta.

p.p.p.s. eu não moro no bloco E. qualquer um é capaz de descobrir isso, não é?

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