Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2003

Eu pago o mico, mas levo pra casa...

foto delicadamente roubada de um post muito inspirador da Camaleoa.

Ah, os micos, estes animaizinhos que parecem ser sempre amarelos, agarrados numa árvore com filhotes agarrados nas costas. Ah, a natureza, a beleza... este post não tem nada haver com isso. :)

Pagar mico é uma instituição social. Apenas fazemos o nosso melhor, dia após dia, para sermos felizes. Para fazer coisas diferentes, experienciar a vida no seu máximo. Às vezes estamos também querendo ser legais... mas algo dá errado e tchibum, caímos quando inventamos de desenterrar a coreografia de "Dançando Lambada", damos com o nariz no vidro que havia se camuflado naquele lugar que pensávamos ser uma passagem aberta... ou abrem a porta do banheiro quando estamos ocupados com nossas necessidades (não é mesmo, camaleoa?). Pagar mico é mais do que uma simples gafe. É a expressão de nossa humanidade, falibilidade e estupidez bem intensionada ;)


É em homenagem a este momento de nossas vidas que é quase uma atitude (mas no fundo é uma fatalidade, quando não é proposital) que vou contar aqui alguns grandes micos da vida de alguém que é especialista no assunto: EU :)


- Festa de São João do Sigma, algum ano que me escapa agora à lembrança, lembro-me apenas que a festa ainda era no próprio colégio. Daniel, adolescente e alcoolizado, caminhava pelo jardim frontal tentando enxergar pessoas conhecidas em meio às sombras. Avista, para sua alegria, uma menina que parecia ser uma velha "história" sua. Aproxima-se dela chamando-a de querida, perguntando como vai a vida, puxando papo mole apenas para sondar se ainda há alguma coisa a se "resgatar" alí. Conversam durante vários minutos, sobre vários assuntos, e Daniel percebe que há algo de estranho com sua "amiga", mas não se faz de rogado. Começa a se aproximar da menina, pensando em entabular um beijo no melhor estilo "se colar colou" e então é empurrado para trás... a menina esbravejando "o que é isso Daniel, eu sou prima da (...). É sacanagem vc fazer isso". Que mico, em 10 minutos de conversa eu não havia percebido a diferença entre meu "ex-rolo" e a prima lésbica de minha ex namorada da época. Ledo, Ledo e Redondo engano de um probre menino astigmata e ébrio.

- Eu devo ser a única pessoa que para numa faixa de pedestres em que ninguém está passando e fico olhando para cima pensando "ué, isso aqui não era um sinal? cadê o farol?". Bizarrices de um homem distraído.

- Correr mastigando chiclete pode ser perigoso. Além do mais é muito embaraçoso engasgar com seu chiclete em plena corrida em frente ao CA de seu curso. Lastimável... :)

- Os meus colegas tabagistas entendem a dimensão deste mico: Pega-se o cigarro, segura-se o bastãozinho branco entre o indicador e o polegar e o joga rodando para pegá-lo com a boca, já em posição de ser acendido. Esta é a maneira que se FAZ isso... O que não se deve esquecer é de FECHAR a boca quando o cigarro estiver em posição. Quase engoli um Benson e Hedges 100's assim...

- Uma do Danielzinho criança, seis aninhos de pura estupidez. Saindo de uma bela pizza com amiguinho, irmão de amiguinho e papai e mamãe de amiguinho resolvemos fazer a digestão brincando com o boomerang novo do irmão de amiguinho. Amiguinho joga o boomerang e ele não volta. Irmão de amiguinho, com sorriso sacana joga o boomerang... e ele não volta. Daniel, desesperançoso, joga o boomerang. O diabinho de madeira vai longe, descreve uma curva pra cima e começa a voltar... voltar... voltar.... Danielzinho tem tempo de gritar "olha que lesgau, ele tá voltan...". Até que meu nariz quebrado não é mais táo torto hoje em dia. :)

- Danielzinho, pré adolescente (e finalmente perdendo o complexo por causa do nariz quebrado) sai com uma menina. Vão, no alto de sua meiguice, tomar um sorvetinho. Tão logo vai dar a primeira lambida no sorvete, o sorvete cai no chão. A menina, muito solícita diz que "isso acontece" e "não tem problema". Em uma tentativa estupida de tornar aquilo menos ridículo Danielzinho tenta pegar a casquinha do chão para jogar no lixo... e vai de testa no sorvete da menina, derrubando este no chão também...
Aposto que este é um dos piores da história... :)


Algumas memórias seriam melhores se fossem peças pregadas por nossas mentes...
Mico é assim, ou vc aceita que pagou ou tudo fica muito pior :)
Rir é, ainda, o melhor remédio.

Algum dia eu posto mais :)

Love and Understanding.

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