Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

sexta-feira, 24 de março de 2006

Já que não posso dormir, sonho acordado com meus mundos quiméricos...
(isso me dá uma deliciosa sensação de estar comigo mesmo)

"...foi em 1981, durante uma festa que já adentrava a madrugada e irritava os poucos vizinhos do lugar, que Inkia entrou pela porta do Porão de O'Gónals. As roupas e tipos dos frequentadores eram bastante distintos entre si - havia góticos vestidos com roupas escuras e pessoas vestidas ainda com os ternos que usaram durante o dia, agora em desalinho; havia algumas camisetas de banda e alguns modernos se vestindo como modernos, e havia uma grande quantidade de pessoas vestidas com simples camisetas coloridas e calças jeans, que destoavam por sua simplicidade - mas Inkia ainda assim chamou atenção. Suas roupas eram coloridas demais e o serpentário de tranças etíopes que trazia na cabeça fizeram com que muitos se virassem para observá-lo enquanto procurava uma mesa. Oengus percebeu, com a experiência dos donos de bares encantados, que se tratava de um visitante importante e aproximou-se dele. Conversaram durante algumas horas, enquanto a festa crescia e dimiuía à sua volta. Inkia contou de suas viagens e Oengus contou de seus sonhos, e Inkia contou de histórias ouvidas no sonhar, histórias que eram muito preciosas para ele, e contou que ouvira da boca de uma quimera em um lugar muito longe o nome do Porão de O'Gónals. Conversaram até o nascer do sol, parando apenas para fechar as portas quando o último frequentador foi embora, e com o nascer daquele sol veio o brinde com que selaram a decisão de acender uma lumeeira e transformar aquele lugar numa Propriedade Livre."

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