Daqui para outro lugar e de volta...
"Bárbara acende seu último cigarro no cadáver do penúltimo. A onda está passando e ela se sente novamente perdida no mar em calmaria de sua realidade entediante. Veste-se, apenas um vestido verde da Feira da Torre, longo e fino. Caminha até a porta do quarto, calça um par de chinelos que não deformam nem soltam as tiras e sai. A noite está quente mas uma leve brisa e a ausência de estrelas indica que deve chover mais tarde. A caminhada até a padaria é curta e menos do que agradável. As ruas não tratam bem uma cabeça de erva que acabou de sair do silêncio. Munida novamente de cigarros (o vendedor da padaria ficou olhando para os bicos de seus seios através do vestido) e voltando o mais rápido possível para o mundo seguro de sua casa, Bárbara pensa em como o mundo perdeu a magia conforme os anos foram passando. Era tudo tão mais mágico quando ela era criança, tudo tão mais excitante e com sentido quando ela entrou na adolescência. Quase como se o antes fosse um outro lugar."
(fragmento de meu conto "Daqui para outro lugar")
Eu estou apaixonado por meus contos antigos...
Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.
segunda-feira, 31 de maio de 2004
O mundo para?
"Será que continuo aprendendo? sendo guiada pelas sensações, permaneço imóvel. é dura a constatação do limite.de limite. - as ações não são vagarosas, mas essa característica pertence ao desenvolvimento de meus atos. -- + -- viver é lutar constantemente. -- a gente esquece. -- depois uma cena, uma canção, uma pintura, uma fala, um toque... faz o nosso corpo perceber lembranças e a nossa mente relembrar toques. sim...-- é uma clareza profunda..-- infelizmente ela surge do nada..e desaparece da mesma forma. -- a espera não deveria existir. acredito que a ansiedade seja cancerígena- não há verdade para ser perdida- são os espaços pré-determinados...que não nos dão segurança-- querendo abafar a dor com paliativos? --- "
(retirado do blog Pare o Mundo! da Luisa)
Se isto não for escrever, eu sou um ornitorrinco...
(...)
ok, ok, mas isto é escrever de qualquer forma.
Lu, vc é boa nisso
pare de babaquice, baby!
sábado, 29 de maio de 2004
e agora algo realmente estranho
o primeiro caso documentado de necrofilia homossexual entre patos da especie Anas platyrhynchos
No Time To Cry
Uma das providenciais festinhas boas do Space Bar
Dia: 03 / Junho - Quinta-Feira
Local: Space Bar (410 Sul)
Horário: 22:00h
Ingressos: R$ 5,00
Dj's: Orpheus e Tworems
Informações: 9991.2525
80's, New Wave, Synth Pop, Indie, Rock'n'Roll, Industrial
No comando os Dj's Tworems e Orpheus tocarão o que existe de mais clássico dos anos 80 (The Cure, The Smiths, The B-52's, Depeche Mode), os melhores hits dos anos 90 (EMF, Garbage, Hole, Smashing Pumppinks) e o mais atual do rock alternativo mundial (The Strokes, The Hives, White Strippes, Marilyn Manson) e muito, muito mais...
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vou tentar nao perder esta...
(e me perdoem pela merda de teclado que nao tem acentos...)
Estah tudo nos olhos...
levei meses para entender por que meus olhos mudam tanto de uma foto para outra>
Que os olhos sao os espelhos da alma eu jah sabia ha muito tempo. Que as pessoas com quem voce estah, as coisas que esta pensando, as coisas que estah fazendo e o clima do lugar tocam e afetam a sua alma, eu tambem sabia. Mas ainda assim demorei a me tocar do por que da enorme mudanca em meus olhos entre uma foto e outra que tiram (ou tiro) de mim.
Foi entao que entendi (ok, parece obvio agora) que o meu olhar nas fotos, que muda tanto de uma para outra, eh o espelho da minha alma naquele momento. Foi entao que eu percebi o quanto estava confuso em algumas situacoes, o quanto estava perdido ou ansioso ou frustrado, e o quanto estava feliz e completamente focalizado em outras. Foi entao que entendi que eh possivel fotografar a confusao e a iluminacao da alma.
Estah tudo em meus olhos, em cada foto.
Vou ver o que faço com esta liçao...
Style over substance or substance over style?
escreva com giz "Estilo" e "Substancia" na banda de rodagem do pneu dianteiro direito de seu carro da proxima vez que for viajar. Enquanto estiver dirigindo a 100km/h, pergunte-se qual deles estah para cima naquele momento. Eh algo tao fugaz que nao faz diferença, ateh porque quando vc parar o carro, as marcas terao sumido.
Nosso pensamento analitico formula as vezes perguntas tolas que nao precisam de respostas, pq a propria duvida eh apenas coisa da sua cabeça.
Pessoas reais
Pessoas reais sao sempre mais dificeis de lidar, mas valem a pena
Quantas vezes eu jah nao quis ser uma pessoa como todas as outras. Ser um cara como qualquer outro, com as preocupacoes, ideias e visoes de mundo que qualquer outro teria. A vida parecia ser mais simples assim, entao.
Mas eu sou diferente, nao eh? As vezes diferente demais, um pouco bizarro, um meio termo entre sabio incompreendido, atracao de circo e artista torturado com um senso de humor muito bizarro a respeito de si mesmo. Eu as vezes pareco diferente demais. Ou nao.
No fundo nao existem pessoas como quaisquer outras. Somos todos profundamente individuais. Alguns tentam ser mais parecidos com os outros, ou se adequam mais ah cultura em que vivemos, e tentam se encaixar. Tentar se encaixar, e ter a impressao de fazer isso tao bem, nao o torna igual aos outros. Por baixo de todo o verniz ainda ha um ser humano. O problema eh que poucos de nos sao capazes de lidar com o ser humano em si e nos outros. Seres humanos sao algo estranho demais para que nos, seres humanos, possamos lidar confortavelmente.
Gente de verdade nao eh simples e nao vem com manual de instrucoes. Gente de verdade tem sentimentos, que nem sempre sao facilmente compreensiveis ou faceis de lidar. Gente de verdade tem manias, tem cheiros, tem caracteristicas que as afastam da meta pifia da perfeicao. Gente de verdade eh inadequada, fala quando deveria ficar calada pois nao consegue esconder o que sente. Gente de verdade nao eh cool. Gente de verdade eh a maior parte da verdade com a qual quase ninguem sabe lidar.
Quando alguem em meio a um grupo tao conformado e adaptado comeca a acordar, vem a estranheza. Como devem achar estranhos os ovos, quando um dos seus se racha para dar a luz o ser que se desenvolvia dentro. E nestes primeiros dias, como um ovo quebrado de onde saem cabeca e penras e bracos tao diferentes da perfeicao oval de seus semelhantes, tudo eh muito esquisito. Como o patinho feio, tao bizarro e desprezado entre os seus, ateh perceber que nao era um pato e sim um cisne. Tomar consciencia de si mesmo eh uma experiencia que no primeiro momento nos torna muito alijados, destacados, do mundinho facil da conformidade dormente no qual nos encontravamos. Descobrir a si mesmo, sentir o que sente, pensar o que pensa sem tentar se esconder, sao coisas que a principio nos destacam e nos tornam estranhos. Eu sou estranho pq eu sou eu...
Mas entao, um dia, voce descobre que nao existem pessoas "como quaiquer outras" ou "pessoas diferentes". Existem pessoas. Pessoas que estao em contato com o que sao e com o que sentem, e portanto nao conseguem mais fazer cara de paisagem para a vida, e pessoas que ainda vivem no automatico. E entao voce, que de repente era o patinho feio entre os belos e charmosos e cool, percebe que somos todos iguais. No dia em que voce percebe que todos somos humanos, e que alguns apenas nao tomaram consciencia disso, voce encontra seu lugar.
O que nao quer dizer que eu vah ter paciencia de ficar andando entre os ovos rolantes de cascas tao belas. Eu estou acordado, com todo o mau humor e o prazer que isso pode nos trazer, e quero estar entre pessoas que sintam e vejam e sejam, assim como eu.
Pessoas de verdade nao sao simples de lidar. Elas tem seu modo particular de ser e tem sentimentos. Mas pessoas de verdade sao o unico tipo de pessoa que existe. Pena que algumas pessoas passem a vida inteira sem se olhar realmente no espelho.
Desejo um belo despertar a todos.
P.S. este texto foi dedicado a quem acorda de mau humor...
sexta-feira, 28 de maio de 2004
quinta-feira, 27 de maio de 2004
Medo e Delírio em uma quarta feira...
Uma maneira literária de dar sinal de vida...
A merda do carro começou a engasgar de novo. De fato eu não estava muito longe de meu destino, mas isso não diminuiu minha irritação. Fiz a última tesourinha para entrar na comercial da 109 sul pensando em martelos enormes estraçalhando o motor e a lataria do Brutus. O carro se comportou muito mal até chegar à vaga, por isso resolvi largar ele alí de castigo sem direito a jantar nem beijinho de boa noite.
Os minutos passam muito lentos quando se está sozinho em uma Estação 109 igualmente solitária e vazia. O que eu poderia esperar? O que seria apenas uma pequena espera pela hora de encontrar com o inadimplente professor, tornou-se uma espera por algo que nem eu mesmo sabia o que era. Um arrepio subia minha espinha sem motivo e estava imerso em pensamentos escuros quando Paulinha apareceu do nada para me fazer companhia. Deus e a Deusa abençoem os frequentadores assíduos, viciados da Estação 109.
Algumas horas de conversa agradável e algumas ligações pouco lisonjeiras para o professor se passaram até que a questão de meu destino final na noite voltasse à minha mente. Para onde iria então? Quase no mesmo momento em que esta pergunta me veio à cabeça consegui falar com o professor, em sua voz sonolenta que dizia nas entrelinhas "por favor, me deixe dormir". Por sorte meu fiel amigo Guto estava por perto (ou não tão por perto assim) para me dar uma carona até sua casa e me oferecer abrigo e alimento. (que dramático...)
Chegando à casa do Guto, e já me preparando para dormir frustrado, fui convidado por seu irmão para ir a uma festa na casa do Madsen. Vou poupar meus 13 leitores de chavões como "festa estranha com gente esquisita" e ir direto ao ponto. Havia muita gente tão ou mais estranha do que eu, muito whiskey, vinho e champanhe e boa companhia...
E assim bebemos até ficarmos profusa e quase irrecuperávelmente bebados e gargalhantes. Tive até a rara oportunidade de bater um papo de palavras sujas com o Hugo Rodas, eu em meu português etílicamente arrastado e ele em um portunhol tão safado que fazia-lhe falta apenas o bigodinho. Foi uma noite divertida, bizarra e inesperada, mas certamente divertida...
A ressaca no dia seguinte foi bem vinda.
Ao menos a noite tinha sido boa. Muito melhor do que eu esperava.
É isso.
Love and Understanding for all the addicted party animals and pussies in the streets...
quarta-feira, 26 de maio de 2004
domingo, 23 de maio de 2004
O prazer é mortificante.
Algumas palavras sobre o prazer...
Viúvas negras e Louva-Deusas matam seus machos após o coito. Ratos do campo fodem até morrer, deixando suas fêmeas prenhas sozinhas para cuidar da prole. Zangões frequentemente morrem depois de cumprir sua função. Oportunistas gostosas casam-se com velhos ricos e os matam aos poucos com xoxotas (um termo musical) e comidas gordurosas.
Nossas bebidas, nossos cigarros, nossos shows e noites mal dormidas, nossa vida nos mata.
O prazer é mortificante, porque é o sentido mais básico da vida.
Vivemos para o prazer, e este nos mata.
Problemas de escrita...
Reflexões de um escritor sobre o ato de escrever.
Acho que descobri o problema. Meu problema ao escrever é que me explico demais. Para quem estou escrevendo afinal? Por que estou escrevendo?
Existem dois tipos de escritor. O que se preocupam em contar uma ESTÓRIA e os que se preocupam em CONTAR uma história. Se você não sabe a diferença, ainda não leu o bastante. Você sabe, não sabe? Não me decepcione...
A escrita é também feita de vícios. Vícios de linguagem, o vício de escrever, o vício de dizer algo a alguém ou a um público... como se fosse necessário dizer algo, ou algo de novo pudesse ser dito.
O que importa, no fundo, é a experiência de se escrever, que, quiçá, se destila para tornar-se a experiência daquele que irá ler...
Se algo se perder no processo, não tem problema. Há sempre algo se perdendo, e isso faz parte. Deveríamos nos preocupar menos com estas pormenoridades da economia espiritual. Sempre haverá o bastante, se você assim acreditar, para que se possa perder algumas coisas prejuízo para a vida...
Ontem eu fui tocado pelo espírito...
Impressões sobre uma boa noite, melhor até do que poderia sonhar...
Será que foi enquanto lia as primeiras linhas de "Another Roadside Attraction", ou quando recitava de cabeça minhas poesias, meio bêbado e para o aplauso de meus amigos no Sarau da Psicologia? Ou terá sido durante o show barulhento, ou dirigindo surdo até a octogonal... ou então quando tentava dormir no banco do carro, esperando o sol raiar para vir para casa?
Não importa. Ontem eu fui tocado pelo espírito, e estou vivo. Eu estou vivo!
É isso.
(se você acha que me converti a alguma religião cristã estúpida, vc não ouviu The Doors o bastante.)
Como foi o show?
Mais uma resenha gonzo, por Daniel Duende.
Foi um show bom o bastante. O som estava insuportavelmente alto e distorcido. As notas torturadas pelas enormes caixas saíam confusas e bólidas pelo espaço, ricocheteavam nas horríveis (principalmente quando vistas de dentro) tetas da Therese e voltavam sobre nós, estraçalhadas. (L)Os Hermanos bem que tentaram, e tentaram de verdade, compensar pela absurdidade e incompetência da produção. Amarante cantava, gritatava, projetava sua barba para frente e fazia beicinhos para as menininhas de 13 anos da platéia. Camelo parecia um camelo (e foi então que descobri que ele canta muito pouco, deixando o estorvo para o Amarante, e se contenta em ficar no meio escuro do palco tocando como um virtuose embriagado). Seria um tipo de Slash se tivesse mais cabelo e menos barba.
Os Boizinhos bem que tentaram, mas depois daquele show nada mais seria o mesmo. Mas eles tentaram, e eu gostei de ver eles tentaram. Eu até tentei dançar, extraindo as últimas notas de dor e recusa de minha torturada coluna.
Se ao menos não tivéssemos esperado tanto...
quinta-feira, 20 de maio de 2004
Flogging Molly
guinness soaked irish punk lullabies
Flogging Molly é uma daquelas bandinhas que você escuta pela primeira vez, acha legalzinho mas nada demais e baixa umas musiquinhas pro seu winamp. Com o passar dos dias, e dos shuffles do winamp, vc começa a gostar cada vez mais quando uma das músicas deles começa a tocar. Flogging Molly é que nem cerveja... vc acaba gostando.
Eu adoro.
Vida de Duende, por ele mesmo...
uma ou duas poesias antigas que fazem sentido para quem sabe me ler...
Fantasma assombrando uma torre.
Por vezes pareço um fantasma.
Fico me assombrando pelos cantos
no escuro, no silêncio
na clareza dos pensamentos.
No silêncio da noite
eu sou um lorde
exilado de suas terras.
Esqueço meu nome,
Acho que é saudade
Meu brasão, um campo
vermelho de paixão
Acendo mais um cigarro
para ver a fumaça subir
e chamar a torpeza de volta.
Acendo um cigarro
pois sinto muito
e agora não quero sentir.
Agora quero apenas observar
Minha queda, minhas memórias.
Apenas observar.
Acendo um cigarro
como quem acende o pavio
de um flash de fósforo
para fotografar a si mesmo
O Lorde em sua fotografia senhorial.
Para a eternidade, para o amanhã,
para decorar estes momentos,
relembrar os passados
e os lençóis amarfanhados.
Fotografia para a identidade
e para a enfermidade da alma
não me levar embora.
Doce miséria, suave liberdade.
Nesta torre em que me aprisiono
perdi o senso e mantive a vaidade
Tenho memórias e galardão,
não tenho ninguém.
Aviso aos Viajantes
Viajante amigo,
se fordes seguir em frente
não temas, não penses na morte;
Esqueças de pensar nas tempestades
mas leve consigo sua capa de chuva;
Não volte teus olhos ao céu
para procurar nuvens negras
pois as nuvens vem e vão sempre
e você não é pastor de nuvens.
Viajante irmã,
quando viajardes ao largo
da terra conhecida
não volte teus olhos ao horizonte
à procura da mesma
pois dela partiste, e é bom
que ela fique para trás.
Volta teu olhar à linha azul,
aos prados verdes do destino
e ao mar cinza metal.
Saboreia o vento
e o momento de liberdade
de estar fora das garras
da cidade, da conformidade.
Buscas terras novas,
as Austrálias e Oceanias
e Atlântidas de seu oceano.
Viajante, se fordes viajar alto
não se esqueça de que venta lá em cima
e de que é este vento que te mantém no ar.
Aprecia a vista, e mantenha o manche firme
e saiba sempre quando retornar para abastecer,
para pisar terra firme,
comer um bom almoço,
saborear as saudades do céu.
Lembrar-se sempre de quanto vale
a liberdade de voar
para não se amedrontar
Em meio à tempestade, se uma vier.
Mas irmão viajante
o mais importante
é que quando fordes viajar
arriscas-te a descobrir lugares
de onde não mais desejarás voltar.
E este é o risco dos que ficam:
sofrer de saudade dos que sabem viajar.
Boa sorte irmão viajante
e quando você chegar
mande pra mim um sorriso
e quem sabe um cartão postal
do seu paraíso.
A falta de dimensão e sentido do amor
finalmente voltei a escrever, e foi isso que saiu...
"Marcelo trocara sua alma por algumas pequenas felicidades, mas felicidades, ao contrário das almas, não são eternas. O demônio é um mercador impiedoso, não aceita reclamações, e portanto Marcelo só podia se afundar em sua pena de si mesmo, e lamentar. Nem toda a bebida que havia em sua casa, ou todos os cigarros, todos os beijos frios, poderiam mudar seu destino agora. Isso não quer dizer que ele não tivesse tentado...
Carla mal saíra do banho e já tinha um cigarro em suas mãos. Seus dedos mal enxutos molhavam o cigarro, mas não havia escolha. Seus lábios precisavam de algum beijo, qualquer que fosse ele. Ela havia pensado em se matar há algumas horas atrás e isso só a fez sentir-se pior. Sentia-se ridícula, pequena, usada... Sentia-se abandonada e era exatamente isso que havia acontecido. Havia sido abandonada por alguém que ela acreditara que sempre estaria lá. Este era o motivo, acima de todos os outros, para sentir-se ridícula e pequena, e sem valor..."
(fragmentos de meu novo conto Prata e Entulho, que também estará em meu livro)
quarta-feira, 19 de maio de 2004
Bola de Fogo no céu de Santa Catarina (jornalnacional.globo.com)
deve ter sido interessante...
O fenômeno foi visto por dezenas de pessoas em Florianópolis e no município de Alfredo Wagner, na Serra de Santa Catarina. Bombeiros e policiais chegaram a fazer buscas na região. "Não encontramos nada, nenhum indício. Nem fumaça... nada", diz o delegado Rodrigo Green.
Os astrônomos da Universidade Federal de Santa Catarina dizem que a bola de fogo é um meteoróide, ou seja, um pedaço de um cometa ou de um asteróide, que incendiou ao entrar na atmosfera da Terra. A surpresa foi que ele pôde ser visto durante o dia.
"Provavelmente o tamanho dele é muito maior que o habitual e, se fosse visto à noite, causaria um certo pânico", explica a coordenadora do planetário da UFSC, Edna da Silva.
A luminosidade seria equivalente ou maior que a da Lua cheia. O meteoróide pôde ser visto durante três segundos e depois desapareceu. Os astrônomos acreditam que ele se desintegrou ou caiu no mar.
Segundo os astrônomos, uma chuva de meteoros poderá ser vista de todo o Brasil, a partir das 3h desta quarta-feira. Mesmo sendo de baixa intensidade, será possível observá-la a olho nu, onde o céu estiver sem nuvens."
Eu me lembro de ter visto uma dessas cruzando o céu de Brasília há uns 8 anos atrás. Era bem parecida mesmo, mas como aqui é Brasília todo mundo jurou de pés juntos que era um disco voador. :)
terça-feira, 18 de maio de 2004
o mundo desaparece além da névoa ao pé das colinas
e tudo parece bem e calmo, e perfeito
como se toda a intranquilidade do universo
fosse apenas ilusão...
a cidade dorme agora, e eu, acordado, à janela
fumando meu último cigarro
sorrio, acreditando no quanto a vida pode
ser boa quando assim deseja.
a fumaça de meu cigarro se mistura com a névoa lá fora
e é tudo tão perfeito, preciso e calmo
que eu não posso deixar de sorrir para as estrelas.
estou feliz pq estou vivo.
I'm Set Free
Velvet Underground
I've been set free and I've been bound
To the memories of yesterday's clouds
I've been set free and I've been bound
And now I'm set free
I'm set free
I'm set free to find a new illusion
I've been blinded but
Now I can see
What in the world has happened to me
The prince of stories who walk right by me
And now I'm set free
I'm set free
I'm set free to find a new illusion
I've been set free and I've been bound
Let me tell you people
what I found
I saw my head laughing
rolling on the ground
And now I'm set free
I'm set free
I'm set free to find a new illusion
Beginning To See The Light
Velvet Underground
Well, I'm beginning to see the light.
Well, I'm beginning to see the light.
Some people work very hard,
but still they never get it right.
Well, I'm beginning to see the light.
I wanna tell all you people, now.
Now, now, baby, I'm beginning to see the light.
Hey, now, baby, I'm beginning to see the light.
Wine in the mornin', and some breakfast at night.
Well, I'm beginning to see the light.
Here we go again, playing the fool again.
Here we go again, acting hard again.
All right!
Well, I'm beginning to see the light!
I wanna tell you, ooh-oh-oh!
Hey, now, baby, I'm beginning to see the light!
It comes very softly now.
I wore my teeth in my hands so I could miss the hell of a night.
Hey! Well, I'm beginning to see the light!
Now, now, now, now, now, now, now, now, now, baby,
I'm beginning to see the light, now!
It comes softer!
Hey, now, baby, I'm beginning to see the light.
I met myself in a dream, and I just want to tell you,
Everything was alright.
Hey, now, baby, I'm beginning to see the light.
Here comes two of you.
Which one will you choose?
One is black and one is blue,
Don't know just, what to do.
Alright!
Well, I'm beginning to see the light, oh, now, here she comes!
Hey, yeah, baby, I'm beginning to see the light!
Oh-ahhhh!
Some people work very hard,
But still they never get it right.
Well, I'm begiing to see the light.
Ah, it's getting a little softer, maybe, in there.
Now, now, baby, I'm beginning to see the light.
Ah, it's coming around again,
Hey, now, now, now, baby, I'm beginning to see the light.
One more time.
There are problems in these times,
But, woo!, none of them are mine!
Oh, baby, I'm beginning to see the light.
Here we go again,
I thought that you were my friend.
Here we go again,
I thought that you were my friend.
How does it feel, to be loved?
How does it feel, to be loved?
.
.
.
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é isso aí.
segunda-feira, 17 de maio de 2004
I'm alive
Ando sem tempo de parar para escrever. De fato ando sem tempo para quase nada. Meu carro quebrou hoje e passei o tempo precioso que teria em casa, para escrever no blog, sentado em uma calçada esperando pelo "resgate" de meu irmão e observando as pessoas.
Comecei e terminei um conto novo hoje. E a vida tem sido muito boa comigo.
P.S. A respeito da festa do WEB-DF: EU AVISEI!
quinta-feira, 13 de maio de 2004
A complicada relação entre W.Bloggar e Blogger.com
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Que maravilha.
Quando finalmente o pessoal do W.Bloggar descobre qual era o problema que o programa tava tendo para postar para o Blogger,
o Blogger vai e muda tudo e cria um novo problema.
Coragem, amigos do W.Bloggar...
UPDATE 13/05/2004 - 07:29AM
Depois de minha última tentativa, o problema persiste.
Uma vez ou outra, sem lógica aparente, W.Bloggar consegue postar, mas não editar um post, no Alriada.
Quando acordar mando um email dando um toque no pessoal do W.Bloggar...
segunda-feira, 10 de maio de 2004
Vivendo em uma casa surreal.
Se não fosse comigo, não acreditava...
Entro em casa louco por um banheiro. Quase não consigo abrir a porta e chegar a tempo no banheiro de azulejos azuis claro de meu irmão. Vou até a metade de meu alívio antes de perceber que aquilo pendurado no teto é um morcego. Dormia tranquilo com as asas abraçadas a si mesmo e não se incomodou comigo. Adoro morcegos civilizados...
Entro em meu quarto e olho tristemente para meu computador. Sem mouse, com o firewall totalmente desconfigurado, uma coisa meio inútil de dar pena...
Levo um susto com o *THUD* surdo do pequeno corpo do rato caindo de cima do altar do meu irmão. Havia escalado, não sei como, os 1,20m do altar e festejava nas oferendas de arroz (até pq a unica coisa comestivel no altar era o arroz, ou as petalas de rosa para roedores com gostos exóticos...) quando foi incomodado por mim. Sua fuga foi um pouco desastrada, mas conseguiu se meter entre minhas caixas de livros antes que tirasse satisfações com ele. O que a fome não faz com os pequenos mamíferos, não é?
Ironia. Meu mouse está morto e um rato tenta se matar pulando de cima de um altar dentro do meu quarto. Esta vida é mesmo uma coisa doida...
A saga do Duende e da Internet
Parte II
Estou de volta à internet por uma noite, da forma mais capenga possível. As baterias do mouse optico que o Lou Gold havia me emprestado acabaram ontem. Comprei um mouse USB hoje (pois minhas entradas PS/2 morreram há tempos) mas ele veio com defeito. Eu quase acreditei, por uns minutos, que eu sou muito azarado...
Enfim, estou aqui, com um firewall totalmente desconfigurado e sem mouse. O que me resta fazer é dizer oi a quem conseguir encontrar no MSN e depois me resignar a voltar a meus contos...
Espero dar um jeito nisso em alguns dias. Ao menos com a viajem do Lou eu posso derrubar a rede de noite para poder conectar. Já é um pouco melhor do que antes.
Abraços a todos.
Os boatos sobre minha morte são ligeiramente exagerados...
Novos problemas com o computador, mais virus, um firewall com vida própria, mas uma prova pra fazer, uma curiosa inclinação pelos livros...
São muitos os motivos do meu sumiço, meu eu eventualmente volto.
E por falar em motivos de sumiço, alguém por aí sabe onde acho um
Capacitor
1500μF / 6.3v (GAE +105˚)
para colocar o Wi-Fi lá de casa de volta em funcionamento?
Perguntar não ofende, né?
quarta-feira, 5 de maio de 2004
O Duende está de volta
até que enfim...
Depois de horas lutando contra o exército de virus, worms e trojans que invadiram meu computador. Depois de uma emocionante corrida contra o relógio para baixar o patch do windows antes que o worm.sasser.a atacasse o lsass.exe e este resolvesse fechar o Windows pra se defender. Depois de uma luta perdida contra o Firewall...
Eu estou de volta.
Agora é hora de dormir um pouco, porque, para variar, varei a noite para conseguir colocar este computador para funcionar.
Até mais tarde.
Vivendo Offline
(ou a saga do Duende em busca de sua internet perdida)
Enfim havia configurado a internet. Todos os computadores da casa estavam graciosamente acessando a rede através de um proxy em meu computador. Eu sabia que era necessário configurar a segurança, instalar um firewall, mas tudo isso parecia poder ser deixado para depois.
Todas as horas livres do dia e da noite não eram suficientes para matar a sede de colocar meu "tempo de internet" em dia. Dormir? Bah, isso pode ser feito depois. Horas e horas sentado na frente do computador, e o computador navegando, navegando, sem nenhuma proteção.
A infecção de win32.worm.sasser.a veio quase como justiça divina, e com o travamento do meu computador todos os computadores da casa ficaram sem internet. Meu irmão rapidamente providenciou de trocar os cabos e puxar a conexão para seu computador (e só para seu computador). A escada íngreme, a preguiça e falta de hábito de vir ao segundo andar da casa me mantiveram longe dele. Afinal, nada se compara a ter internet no SEU computador.
Por outro lado havia sempre alguém usando o computador de meu irmão, único acesso à internet que restava na casa, e eu tinha que colocar meu sono em dia. Não que o tenha feito inicialmente. Mergulhei em meus livros, de vez em quando em meus estudos, raramente em passeios pela chácara. Dormir? Nada.
Por fim, no sábado passado, a falta de sono cobrou seu preço. Cabeça desorientada, um pouco de febre, a coordenação motora pior do que aquela do mais bêbado dos bêbados... Quando não conseguia mais escrever, e segurar um livro começou a demandar concentração, decidi que era hora de dormir.
Havia um encontro do Orkut naquele dia, mas não havia condições de comparecer a ele. Estava doente, estava cansado, e não tinha nem sequer uma conexão à internet para resolver as coisas a distância. O mundo parecia estar desmoronando sobre a cabeça confusa do Duende insone. E então ele resolveu jogar tudo para cima e ir dormir.
Dormiu muito, acordou, comeu como um rei, foi fazer sua prova do TCU, saiu para beber com amigos, encontrou com quem queria e com quem não queria, assistiu DVD's interessantes, teve mais uma boa noite de sono e então veio para casa. Hora de colocar o computador para funcionar.
A principio parecia quase impossível. Em uma tentativa estúpida de solucionar a infecção eu havia renomeado um arquivo do Windows, que nem mais dava o ar de sua graça quando ligava meu computador. Depois de um rápido acesso direto ao disco usando o delicioso Knuppix (ai ai, eu ainda jogo esse windows pra cima e fico só com o Linux), renomeado o arquivo, coloquei o Windows pra funcionar.
Desinfectar a máquina foi mais difícil. Anos de promiscuidade interneteira sem proteção de antivirus haviam tornado meu computador em uma espécie de Mary Tifóide digital. Afastando o pensamento de quantas invasões minha máquina deve ter sofrido nos últimos meses (que me dava uma sensação de ter sido digitalmente violentado) comecei a desinfecção da máquina.
Hoje, terça feira, após dois dias de esforços, meu computador continua travando ao entrar na rede. O arquivo LSASS.EXE continua realizando a merda do erro 128 e abrindo uma contagem regressiva na minha tela que me faz lembrar aquelas bombas relógio em filmes de James Bond. Estou agora no computador do meu irmão, sentindo-me compelido a dar alguma satisfação a meus amigos (que ultimamente me encontram mais por meios digitais do que pessoalmente) e meus leitores. Bem, aí está ela.
O sono está em dia. Pretendo passar a noite tentando colocar meu computador de volta em ação na internet. Se eu conseguir, haverá um post hoje logo abaixo deste. Senão, a gente se vê por aí...
Abração do Duende.