Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

quarta-feira, 5 de maio de 2004

Vivendo Offline
(ou a saga do Duende em busca de sua internet perdida)

Enfim havia configurado a internet. Todos os computadores da casa estavam graciosamente acessando a rede através de um proxy em meu computador. Eu sabia que era necessário configurar a segurança, instalar um firewall, mas tudo isso parecia poder ser deixado para depois.

Todas as horas livres do dia e da noite não eram suficientes para matar a sede de colocar meu "tempo de internet" em dia. Dormir? Bah, isso pode ser feito depois. Horas e horas sentado na frente do computador, e o computador navegando, navegando, sem nenhuma proteção.

A infecção de win32.worm.sasser.a veio quase como justiça divina, e com o travamento do meu computador todos os computadores da casa ficaram sem internet. Meu irmão rapidamente providenciou de trocar os cabos e puxar a conexão para seu computador (e só para seu computador). A escada íngreme, a preguiça e falta de hábito de vir ao segundo andar da casa me mantiveram longe dele. Afinal, nada se compara a ter internet no SEU computador.

Por outro lado havia sempre alguém usando o computador de meu irmão, único acesso à internet que restava na casa, e eu tinha que colocar meu sono em dia. Não que o tenha feito inicialmente. Mergulhei em meus livros, de vez em quando em meus estudos, raramente em passeios pela chácara. Dormir? Nada.

Por fim, no sábado passado, a falta de sono cobrou seu preço. Cabeça desorientada, um pouco de febre, a coordenação motora pior do que aquela do mais bêbado dos bêbados... Quando não conseguia mais escrever, e segurar um livro começou a demandar concentração, decidi que era hora de dormir.

Havia um encontro do Orkut naquele dia, mas não havia condições de comparecer a ele. Estava doente, estava cansado, e não tinha nem sequer uma conexão à internet para resolver as coisas a distância. O mundo parecia estar desmoronando sobre a cabeça confusa do Duende insone. E então ele resolveu jogar tudo para cima e ir dormir.

Dormiu muito, acordou, comeu como um rei, foi fazer sua prova do TCU, saiu para beber com amigos, encontrou com quem queria e com quem não queria, assistiu DVD's interessantes, teve mais uma boa noite de sono e então veio para casa. Hora de colocar o computador para funcionar.

A principio parecia quase impossível. Em uma tentativa estúpida de solucionar a infecção eu havia renomeado um arquivo do Windows, que nem mais dava o ar de sua graça quando ligava meu computador. Depois de um rápido acesso direto ao disco usando o delicioso Knuppix (ai ai, eu ainda jogo esse windows pra cima e fico só com o Linux), renomeado o arquivo, coloquei o Windows pra funcionar.

Desinfectar a máquina foi mais difícil. Anos de promiscuidade interneteira sem proteção de antivirus haviam tornado meu computador em uma espécie de Mary Tifóide digital. Afastando o pensamento de quantas invasões minha máquina deve ter sofrido nos últimos meses (que me dava uma sensação de ter sido digitalmente violentado) comecei a desinfecção da máquina.

Hoje, terça feira, após dois dias de esforços, meu computador continua travando ao entrar na rede. O arquivo LSASS.EXE continua realizando a merda do erro 128 e abrindo uma contagem regressiva na minha tela que me faz lembrar aquelas bombas relógio em filmes de James Bond. Estou agora no computador do meu irmão, sentindo-me compelido a dar alguma satisfação a meus amigos (que ultimamente me encontram mais por meios digitais do que pessoalmente) e meus leitores. Bem, aí está ela.

O sono está em dia. Pretendo passar a noite tentando colocar meu computador de volta em ação na internet. Se eu conseguir, haverá um post hoje logo abaixo deste. Senão, a gente se vê por aí...

Abração do Duende.

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