Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

quinta-feira, 27 de maio de 2004

Medo e Delírio em uma quarta feira...
Uma maneira literária de dar sinal de vida...

A merda do carro começou a engasgar de novo. De fato eu não estava muito longe de meu destino, mas isso não diminuiu minha irritação. Fiz a última tesourinha para entrar na comercial da 109 sul pensando em martelos enormes estraçalhando o motor e a lataria do Brutus. O carro se comportou muito mal até chegar à vaga, por isso resolvi largar ele alí de castigo sem direito a jantar nem beijinho de boa noite.

Os minutos passam muito lentos quando se está sozinho em uma Estação 109 igualmente solitária e vazia. O que eu poderia esperar? O que seria apenas uma pequena espera pela hora de encontrar com o inadimplente professor, tornou-se uma espera por algo que nem eu mesmo sabia o que era. Um arrepio subia minha espinha sem motivo e estava imerso em pensamentos escuros quando Paulinha apareceu do nada para me fazer companhia. Deus e a Deusa abençoem os frequentadores assíduos, viciados da Estação 109.

Algumas horas de conversa agradável e algumas ligações pouco lisonjeiras para o professor se passaram até que a questão de meu destino final na noite voltasse à minha mente. Para onde iria então? Quase no mesmo momento em que esta pergunta me veio à cabeça consegui falar com o professor, em sua voz sonolenta que dizia nas entrelinhas "por favor, me deixe dormir". Por sorte meu fiel amigo Guto estava por perto (ou não tão por perto assim) para me dar uma carona até sua casa e me oferecer abrigo e alimento. (que dramático...)

Chegando à casa do Guto, e já me preparando para dormir frustrado, fui convidado por seu irmão para ir a uma festa na casa do Madsen. Vou poupar meus 13 leitores de chavões como "festa estranha com gente esquisita" e ir direto ao ponto. Havia muita gente tão ou mais estranha do que eu, muito whiskey, vinho e champanhe e boa companhia...

E assim bebemos até ficarmos profusa e quase irrecuperávelmente bebados e gargalhantes. Tive até a rara oportunidade de bater um papo de palavras sujas com o Hugo Rodas, eu em meu português etílicamente arrastado e ele em um portunhol tão safado que fazia-lhe falta apenas o bigodinho. Foi uma noite divertida, bizarra e inesperada, mas certamente divertida...

A ressaca no dia seguinte foi bem vinda.
Ao menos a noite tinha sido boa. Muito melhor do que eu esperava.

É isso.

Love and Understanding for all the addicted party animals and pussies in the streets...

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