sem educação
estava relendo hoje um bom papo sobre problemas profundos da educação que tive com o Jester em um dos posts do blog dele. Vale ler a conversa inteira, mas resolvi pinçar dois trechos, um meu e um dele, que achei particularmente inspirados.
"...o problema da orientação do ensino para o ?mercado de trabalho?, desviando-o de sua função de formar pensadores técnicos/científicos e, sobretudo, seres humanos pensantes, já foi um bocado discutido, mas nunca é demais voltar ao tema. Mas talvez a questão seja mais profunda ainda do que a orientação do ensino (e, por conseguinte, de dos professores) para uma demanda ?rasa e prática? do mercado de trabalho. Talvez o problema esteja na própria deturpação do conceito do aprender. Aprender métodos não é a mesma coisa que compreender métodos, e seu desenvolvimento. Mapear resultados é bem diferente de se dominar uma lógica. Sobretudo, saber definir uma coisa é BEM diferente de conhecê-la. Não sabemos mais o que é aprender, o que é conhecer. Como esperar então que saibamos orientar o ensino para tais coisas (e não para a mera formação de ?operadores?)?"
"Precisamente. Mas ainda assim, não creio que a falta que nos cabe em não saber o que é aprender, ou o que é conhecer, tenha um impacto significante.
Quero dizer, são muitos (mas nem tantos) que vêem o sistema educacional fundamentalmente falho. Mas são poucos (tão raros) que estimulam sua própria curiosidade questionando o que seria ?algo melhor?. E acredito que é esta curiosidade que nos coloca em melhor posição do que qualquer outra coisa. A posição de dúvida que, naturalmente, busca resolver seus conflitos. Portanto, acho que esta curiosidade genuína é primordial.
Ainda, a rigor, nós sabemos aprender, e sabemos conhecer, e isso é tão intrinseco à nossa natureza que penso que basta esta curiosidade."
Os trechos não estão diretamente conectados, mas a fala do Jester de certa forma responde, com minha qualidade, à minha.
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