Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

O Duende, o Camelo e o Primitivo.

Há uns 3 anos eu estava um tanto bêbado na entrada de um show do Los Hermanos, recitando poesias com meu velho gorro verde de duende. Um cara alto, esquisito, com um sotaque pesadão de carioca e uma câmera velha na mão me abordou e perguntou se podia me filmar. Explicou que estava fazendo um documentário sobre a banda, acompanhando todos os shows, e havia me achado "uma figura".
Olha só quem fala... :D

Dei uma entrevista, recitei algumas poesias emocionadas (e um tanto ébrias) para a lente, e me senti muito especial por isso. Eram tempos deliciosamente inocentes, aqueles.

Ontem, lendo a (aliás, excelente) matéria feita para o Overmundo pelo Thiago Camelo sobre um tal Nilson Primitivo, descubro que é o mesmo cara que me filmou, e que o documentário (chamado Ventura) já está sendo exibido por aí. Não sei se as imagens que ele filmou entraram no documentário, mas fiquei morrendo de curiosidade para descobrir.

De um jeito ou de outro, foi uma delícia reencontrar o Nilson Primitivo na matéria do Thiago.
Abaixo, um trecho da matéria, chamada Ingenuidade Marginal.

"Nilsão é Nilson Primitivo, Primitivo Gonzales ou só Nilson mesmo. Começou a se envolver com o audiovisual apenas aos 27 anos. Hoje, com 40, é considerado um dos maiores realizadores independentes do país. Independente, alternativo, marginal... são muitos os rótulos que já foram atribuídos a Nilsão. A maioria por conta dos seus métodos de filmagem e montagem não-convencionais, que vão desde a revelação de negativos em uma banheira à montagem do filme na própria câmera. Isso mesmo, Nilsão não revela os negativos em laboratório e, muito menos, monta o filme em alguma ilha digital:

- Comecei com a banheira. Depois evoluí prum tupperware. Fiz assim porque é muito caro mesmo. Os negativos também são todos dados. Eu acabo gastando muito pouco. Para ter uma cópia do filme, eu pego carona em alguma telecinagem de algum filme de amigo, ou filmo direto da parede mesmo -- explica Nilsão, em uma conversa adiada por meses, mas que finalmente aconteceu semana passada.

Mas e para editar, como é essa história de editar na câmera?

- Eu filmo montando. O que aparecer apareceu, cara. Até porque o mais legal disso é que é quase um jogo, entendeu Thiago? É meio para ver o que acontece. É lógico que eu sei o que eu gosto, a gente conversa antes do figurino e de coisas que me interessam, mas sempre sai muito diferente, e eu já fico prevendo esse diferente. De ficar com cor, de ficar um lado mais revelado que o outro. Dar uns fades nuns lugares que eu não estava prevendo. E eu assumo tudo."
Para ler a matéria na íntegra no Overmundo e ouvir alguns áudios da entrevista, clique aqui.

Quem assistir o docomentário Ventura, me conta se viu um Cluracão recitando poesia por lá... :)


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