Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2004

Abro a folha da manhã

Por entre espécies grã-finas

Emerge de musselinas

Hilda, estrela Aldebarã.



Tanto vestido enfeitado

Cobre e recobre de vez

Sua preclara nudez

Me sinto mui perturbado.



Hilda girando boates

Hilda fazendo chacrinha

Hilda dos outros, não minha

Coração que tanto bates.



Mas chega o Natal

e chama a ordem Hilda.

Não vez que nesses teus giroflês

Esqueces quem tanto te ama?



Então Hilda, que é sab(ilda)

Manda sua arma secreta:

um beijo em morse ao poeta.

Mas não me tapeias, Hilda.



Esclareçamos o assunto.

Nada de beijo postal

No Distrito Federal

o beijo é na boca e junto.


(Uma poesia de Carlos Drummond de Andrade para Hilda Hilst.)

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