Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2004

O Casulo do Si-Mesmo

Há dias estou fechado em mim mesmo. Não que goste menos das pessoas, não mesmo. Talvez seja por que estou neste momento gostando mais e mais de mim. É como um novo caso de amor, um novo início de relacionamento, comigo mesmo. Há quem estranhe, há quem pergunte se eu estou bem. Estou bem sim, posso assegurar-lhes. Posso entender que nem sempre entendam o que acontece comigo. É novo mesmo para mim, e eu mesmo muitas vezes não entendo.

Muitas vezes tive muita sede de estar sempre com pessoas por perto. Eu me sentia vazio, elas me preenchiam. Graças à bondade da vida, e à minha inerente habilidade para conseguir sempre o que quero, consegui me cercar das mais maravilhosas pessoas que poderia. Aqueles que estão em minha vida hoje, aqueles que passaram, aqueles que voltarão... foram e são quase sempre pessoas da melhor qualidade que há. Espero ter sempre deixado claro quanto os amo.

Mas este é o meu momento. Um momento de "cocoon of the self" onde não posso me sentir obrigado a estar ou fazer nada. Eu nunca me dei esse momento, eu sempre tive medo do eu mesmo. Eu sempre tive medo do vazio... mas não mais. Conscientemente ou não, duas pessoas maravilhosas me deram a chave da porta que eu havia trancado há anos... e agora que entrei, bem... está difícil de sair do porão. Há tantas coisas maravilhosas aqui, embora seja o lar também das sombras...

Como sou dado a fazer enormes confusôes e entender tudo errado a respeito de mim mesmo, não será novidade se eu cometer grandes enganos nestes dias... eu sempre os cometi, não é agora que não o faria. Mas isto é parte da vida, e mesmo com os grandes enganos que cometi minha vida sempre foi boa, e tudo sempre acabou bem, de um jeito ou de outro. Não sei o que dizer, não sei o que fazer, mas estou descobrindo...
Em meio a meu silêncio junto a mim mesmo encontrei um cara muito, muito legal: eu mesmo.

Eu agora me amo.
Obrigado a todos que, com amor consciente ou não, me ajudaram a encontrar a fagulha deste amor.

Agora, finalmente, eu sou meu. :)

I Am Mine - Pearl Jam

The selfish, they’re all standing in line
Faith in their hope and to buy themselves time
Me, I figure as each breath goes by
I only own my mind

The north is to south like the clock is to time
There's east and there's west and there's everywhere life
I know I was born and I know that I'll die
The in-between is mine
I am mine

And the feeling, it gets left behind
All the innocence lost in a long time
Significant behind the eyes
There's no need to hide...
We're safe tonight

The ocean is full cause everyone's crying
The full moon is looking for friends at high tide
The sorrow grows bigger when the sorrow's denied
I only know my mind
I am mine

And the meaning, it gets left behind
All the innocence lost in a long time
Significant behind the eyes
There's no need to hide...
We're safe tonight

And the feelings that get left behind
All the innocence broken with lies
Significance, beetween the lines
We may need to hide

And the meanings that get left behind
All the innocence lost in a long time
We're all different behind the eyes
There's no need to hide
.
.
.


A vida é mesmo maravilhosa.
E se nossa vida somos nós, então
somos todos maravilhosos...
(wow... daqui a pouco vão começar a perguntar qual foi o maldito livro de auto ajuda que eu lí... :) )

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