Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Doces sinais de civilização no Rio de Janeiro...

Para quem se impressiona e recupera o fôlego e a esperança com as pequenas belezas que desabrocham aqui e ali nas grandes cidades, este post é uma lufada de ar fresco (ou, melhor ainda, um docinho na hora da fome)...

O Viktor Chagas (do Overmundo, e que também toca em frente o fantástico ContoAberto.org) nos contou, em um post feito no Guia das Cidades do Overmundo, a história da banquinha de doces carioca que não tem vendedor, mas cujos clientes ainda assim depositam o dinheiro certinho (e sem fazer fiado) no cofrinho colocado ao lado dos quitutes.

Como nos conta o Viktor, em suas próprias palavras...

"Na banquinha de lanches da Unirio é assim: você vai, escolhe o que quer, pega, e deixa o dinheiro num cofrinho. Sentiu falta de alguma coisa? Pois é. Não tem ninguém tomando conta. Você simplesmente pega o que vai comer e deixa o dinheiro correspondente num dos cofrinhos que ficam ali na muretinha.

Coisa de gente civilizada, a banquinha é velha conhecida dos alunos da Unirio. Você vai notar que sempre chega alguém por ali e escolhe nos cinco, dez tupperwares em cima da mureta qual o lanche que mais lhe agrada. O preço e a quantidade de lanches ficam anotados na tampa de cada tupperware e um cofrinho fica do lado. É quase um open business. Dizem que o negócio é tão respeitado que tem gente que pega o que vai comer, esquece de deixar o dinheiro e volta depois, com a quantia certinha pra repor. Viu só como o ser humano é bacana?"
Vale apena ler o post na íntegra e deixar por lá um comentário...

Meu primeiro pensamento ao ler o post foi de descrença. Depois, me veio à cabeça o pensamento estúpido de que "estas coisas só acontecem mesmo na Urca". Por fim, recuperando o senso, me toquei de que estas coisas acontecem onde quer que tenha gente de boa vontade querendo cultivar um ambiente bacana para si e para aqueles com quem convive. O nome disso, meus amigos, é Civilização.

Civilização é cultivar o conviver, o conversar, e ter relações honestas com todos e com o ambiente. O que andam chamando de civilização por aí (e que parece ser o responsável por tornar a banquinha da Unirio tão estranha) é, para mim, um lamentável engodo ou engano.

2 comentários:

Jéssica Arruda disse...

Não, Daniel!Não é porque a UNIRIO fica na Urca que isto ocorre mesmo não, até porque é uma Universidade Federal e tem alunos, professores e funcionários de todos os cantos da cidade (e arredores)!Eu, como aluna de lá, sinto muito orgulho deste sistema hiper honesto e delicioso!O exemplo devia ser seguido ;)
Valeu pelo post!

Daniel Duende disse...

É verdade, Jéssica. Não se trata de uma coisa "da Urca". Trata-se de uma feliz ocorrência de boa vontade, honestidade e senso de comunidade por parte das pessoas que estudam, trabalham e transitam pela universidade. É, felizmente ou infelizmente, um raro exemplo que devia ser seguido por todos.

Em tempo, infelizmente não tive chance de experimentar estes quitutes em meus tempos de morador do Rio, mas sempre comento o caso com amigos meus que moram na cidade. :)

Abraços do Verde.