Daniel Duende é escritor, brasiliense, e tradutor (talvez nesta ordem). Sofre de um grave vício em video-games do qual nunca quis se tratar, mas nas horas vagas de sobriedade tenta descobrir o que é ser um blogueiro. Outras de suas paixões são os jogos de interpretação e sua desorganizada coleção de quadrinhos. Vez por outra tira também umas fotografias, mas nunca gosta muito do resultado.

Duende é atualmente o Coordenador do Global Voices em Português, site responsável pela tradução do conteúdo do observatório blogosférico Global Voices Online, e vez por outra colabora com o Overmundo. Mantém atualmente dois blogues, o Novo Alriada Express e O Caderno do Cluracão, e alterna-se em gostar ora mais de um, ora mais de outro, mas ambos são filhos queridos. Tem também uma conta no flickr, um fotolog e uma gata branca que acredita que ele também seja um gato.

terça-feira, 14 de dezembro de 2004

Leva-se muito tempo para se conhecer realmente uma pessoa. Talvez leve uma vida inteira, um pouco mais, ou pouco menos. Em tempos como estes em que todos tem pressa e parece haver sempre muito pouco tempo para tudo (como se corrêssemos cada vez mais rápido, mas não se sabe para onde...) isso parece ser algo paradoxal.

Não há supresa em encontrar paradoxos como estes na vida. Você tem que escolher entre valorizar a calma de se viver uma coisa de cada vez ou o ritmo frenético de nossa civilização. É uma escolha entre estar fora ou dentro, das pessoas ou da sociedade. Não existe um caminho simples bordeando as duas coisas. Ou se é você mesmo, ou se abre mão disso em prol da civilidade. Ou se vive a vida no ritmo da vida da sociedade, ou se vive a vida no ritmo do contato com as pessoas. Este é o nosso paradoxo... mais ou melhor - consigo e com os seus, ou com todos?

Eu estou comigo, não sou civil ou certo, muito menos adequado. Eu tomo meu tempo vivendo meus momentos e me dando tempo para conhecer as pessoas. Não há, ou não deveria haver tanta pressa. De um jeito ou de outro eu sigo meu caminho, mesmo que seja uma estrada marginal, pois nele eu conheço meus passos.

É preciso se aproveitar o prazer de conhecer a si mesmo e às pessoas que te encantam, pois este é um prazer raro. Leva-se muito tempo para se conhecer alguém, talvez a vida inteira. Esquecer-se disso é cortejar o engano, a superficialidade e a farsa.

Eu estou comigo.
"Quem quiser vin, vem" :)

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